quinta-feira, 29 de março de 2012
Sonda espacial registrou jatos de vapor na superfície de Encélado
Ao passar a uma distância de 74 quilômetros de Encélado, uma das luas do planeta Saturno, a sonda espacial Cassini conseguiu registrar jatos de vapor de água e gelo vindos de sua superfície, possíveis sinais da existência de um mar subterrâneo. As observações – realizadas em 27 e 28 de março e divulgadas pelo site da Nasa na quarta-feira – são indícios de que Encélado pode abrigar vida.
"Mais de 90 jatos de todos os tamanhos, localizados no polo sul de Encélado, estão emitindo vapor de água, partículas de gelo e componentes orgânicos", diz Carolyn Porco, chefe da equipe que cuida das imagens capturadas pela Cassini. "A sonda tem voado diversas vezes em torno desses jatos e os analisado. Nós encontramos salinidade não só na água e nos materiais orgânicos, mas também no gelo. Esta salinidade é igual à encontrada nos oceanos da Terra", conta.
Os jatos observados pela sonda são expelidos por entre rachaduras na superfície gelada da lua, o que pode revelar a existência de um vasto mar subterrâneo. Segundo Carolyn, "este é o local mais promissor que eu conheço para uma pesquisa em astrobiologia. Não precisamos nem mexer na superfície. Podemos apenas voar entre os jatos e testá-los. Ou quem sabe podemos pousar, sim, na superfície e retirar amostras."
A pesquisadora acredita que a pequena lua de Saturno, cujo diâmetro é sete vezes menor do que a nossa Lua, pode abrigar o tipo de vida que encontramos em ambientes terrestres semelhantes, como micróbios. “Calor e água em abundância são encontrados em rochas vulcânicas na Terra. Organismos vivem nessas rochas, mesmo com ausência total de luz solar” , conta Carolyn.
A sonda Cassini, lançada em 1997, é uma missão da qual participam a Agência Espacial Americana (Nasa), a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Italiana. Seu objetivo é estudar as mudanças climáticas em Saturno e em suas luas. No ano passado, a Nasa decidiu prolongar a missão até 2017.
Astrônomos descobrem tornado no Sol 16 vezes maior que a Terra
Enquanto tornados na Terra conseguem chegar a 150 km/h, astrônomos observaram um fenômeno parecido no Sol, mas que girava a uma velocidade de 300 mil km/h. Segundo os pesquisadores, o tornado solar chegou a 200 mil km de altitude - para se ter ideia, o diâmetro da Terra é de 12 mil km.
"Este único e espetacular tornado talvez tenha um papel importante nas tempestades solares", diz o pesquisador Huw Morgan, que, ao lado do colega Xing Li (ambos da Universidade de Aberystwyth, no Reino Unido), descobriram o fenômeno através da sonda Soho, da Nasa.
Os astrônomos afirmam que os gases superaquecidos subiram em forma de espiral da superfície do Sol durante cerca de três horas com temperaturas que variavam entre aproximadamente 50 mil e 2 milhões de °C. O registro foi feito em 25 de setembro do ano passado e apresentado nesta quinta-feira em um encontro em Manchester, também no Reino Unido.
"Este único e espetacular tornado talvez tenha um papel importante nas tempestades solares", diz o pesquisador Huw Morgan, que, ao lado do colega Xing Li (ambos da Universidade de Aberystwyth, no Reino Unido), descobriram o fenômeno através da sonda Soho, da Nasa.
Os astrônomos afirmam que os gases superaquecidos subiram em forma de espiral da superfície do Sol durante cerca de três horas com temperaturas que variavam entre aproximadamente 50 mil e 2 milhões de °C. O registro foi feito em 25 de setembro do ano passado e apresentado nesta quinta-feira em um encontro em Manchester, também no Reino Unido.
A Lua surgiu da Terra?
Uma nova análise química de rochas lunares mostrou que nosso satélite é muito mais parecido com a Terra do que os cientistas acreditavam.
© Rose Center for Earth and Space (ilustração da formação da Lua)
A teoria mais aceita atualmente afirma que a Lua teria sido gerada quando um planeta hipotético do tamanho de Marte - conhecido como Théia, ou Téia - teria saído de sua órbita e entrado em rota de colisão com a Terra.
O impacto arrancou as camadas externas de Téia e da Terra, deixando enormes quantidades de detritos em órbita da nova Terra-híbrida. Esse material eventualmente coalesceu sob sua própria gravidade e formou a Lua.
Para que esse modelo seja consistente, cerca de 40% da composição da Lua deveria ter vindo de Téia.
Contudo, ao comparar a abundância relativa dos isótopos titânio-47 e titânio-50 em rochas lunares, Junjun Zhang e seus colegas da Universidade de Chicago descobriram que a proporção dos dois isótopos é exatamente a mesma da Terra - cerca de 4 partes por milhão.
Já se sabia que a composição isotópica do oxigênio na Lua também é similar à da Terra, mas o oxigênio se vaporiza muito facilmente durante uma colisão, e essa semelhança pode ser resultado de uma troca posterior.
Ocorre que o titânio não vaporiza tão facilmente. Segundo Zhang, seria virtualmente impossível que a Lua e a Terra tivessem atingido a mesma composição.
Análises de meteoritos, por outro lado, vistos como restos de eventuais corpos planetários errantes pelo Sistema Solar, confirmam que a composição de Téia seria muito diferente da composição da Terra.
Mas os cientistas afirmam que ainda não é hora de descartar a hipótese do choque Téia-Terra para explicar a origem da Lua, porque o choque pode ter desencadeado processos sobre os quais ainda não se tem conhecimento.
A principal razão, contudo, é que a única teoria alternativa para a formação da Lua propõe uma Terra girando extremamente rápido, a ponto de atirar material de sua própria crosta para o espaço - mas ninguém tem uma ideia sobre o que teria diminuído posteriormente a velocidade do nosso planeta.
Enquanto isso, as sondas gêmeas STEREO estão procurando sinais de meteoritos com composição similar à da Lua e da Terra, com o objetivo de dar novas ideias sobre a formação da Lua.
Outra novidade recente, que pode ajudar neste estudo, é a descoberta de dois planetas na mesma órbita, o que poderia sugerir uma composição mais similar entre Téia e Terra se ambos fossem gêmeos orbitais.
Fonte: Nature Geoscience
quarta-feira, 28 de março de 2012
Hubble espia a galáxia UFO
© Hubble (galáxia NGC 2683)
A galáxia UFO, a NGC 2683, é uma galáxia espiral que é observada desde a Terra quase que completamente de lado, dando a ela uma forma clássica das naves alienígenas vistas em filmes. E esse é o motivo mais do que justificável para os astrônomos terem dado a ela esse interessante apelido.
Enquanto galáxias que estão de frente para nós e que são fotografadas pelo Hubble nos dão uma visão detalhada da sua estrutura, uma imagem de uma galáxia de lado como essa tem suas particularidades. Por exemplo, esse tipo de imagem fornece a grande oportunidade de observar as delicadas linhas de poeira dos braços espirais que têm suas silhuetas projetadas contra o núcleo dourado da galáxia.
Talvez de forma surpreendente, imagens de galáxias que se apresentam de lado como essa não impedem de deduzir suas estruturas. Estudos das propriedades da luz vinda da NGC 2683 sugerem que essa é uma galáxia espiral barrada mesmo que o ângulo de visão dela não nos permita ver diretamente essa característica.
A NGC 2683 foi descoberta em 5 de Fevereiro de 1788, pelo famoso astrônomo William Herschel, e localiza-se na constelação do norte, Lynx. Essa constelação de forma interessante tem esse nome pois lembra o felino lince, mas pelo caso de ser muito apagada ela necessita realmente de olhos de lince para que possa ser identificada. E quando você consegue identificá-la e observá-la em detalhe, tesouros escondidos como esse fazem valer cada segundo de busca.
Essa imagem foi produzida a partir de dois campos adjacentes observados na luz visível e na luz infravermelha pela Advanced Camera for Surveys do Hubble. Uma estreita listra que aparece difusa e cruzando grande parte da imagem de forma horizontal é o resultado da lacuna entre os detectores do Hubble. Essa listra foi preenchida usando imagens dessa galáxia feitas por telescópios baseados em Terra que mostram muito menos detalhes.
Fonte: ESA
Bilhões de planetas nas zonas habitáveis?
Um novo resultado do instrumento HARPS, o descobridor de planetas do ESO, mostra que os planetas rochosos não muito maiores que a Terra são bastante comuns nas zonas habitáveis em torno das estrelas vermelhas de baixa luminosidade.
Fonte: ESO
© ESO (ilustração do entardecer na super-Terra Gliese 667 Cc)
Uma equipe internacional de astrônomos estimou que existem dezenas de bilhões de tais planetas só na nossa galáxia, a Via Láctea, e provavelmente cerca de uma centena na vizinhança imediata do Sol. Esta é a primeira medição direta da frequência de super-Terras em torno de anãs vermelhas, as quais constituem cerca de 80% de todas as estrelas da Via Láctea. Planetas com massas entre uma e dez vezes a massa terrestre são chamados super-Terras. Embora não existam planetas deste tipo no nosso Sistema Solar, com exceção da Terra, eles parecem ser muito comuns em outros sistemas estelares. A descoberta deste tipo de planetas em órbita nas zonas habitáveis das estrelas é muito interessante porque, se os planetas forem rochosos e tiverem água como a Terra, poderão potencialmente abrigar vida.
Esta primeira estimativa direta do número de planetas leves em torno das estrelas anãs vermelhas foi anunciada por uma equipe internacional, que utilizou observações obtidas com o espectrógrafo HARPS instalado no telescópio de 3,6 metros que se encontra no Observatório de La Silla do ESO. O instrumento HARPS mede a velocidade radial das estrelas com uma precisão extraordinária. Um planeta que se encontre em órbita de uma estrela faz com que esta se desloque para cá e para lá relativamente a um observador distante na Terra. Devido ao efeito Doppler, esta variação na velocidade radial induz um desvio no espectro da estrela na direção dos maiores comprimentos de onda quando a estrela se afasta (chamado desvio para o vermelho) e na direção dos menores comprimentos de onda quando esta se aproxima (desvio para o azul). Este minúsculo desvio do espectro da estrela pode ser medido por um espectrógrafo de alta precisão como o HARPS e utilizado para inferir a presença de um planeta.
Uma outra notícia divulgada recentemente, que mostrava que existem muitos planetas na nossa galáxia, utilizou um método diferente que não é sensível a esta importante classe de exoplanetas.
A equipe HARPS está à procura de exoplanetas que orbitam os tipos de estrelas mais comuns da Via Láctea - as anãs vermelhas (também conhecidas como anãs do tipo M. Estas estrelas chamam-se anãs do tipo M porque o seu tipo espectral é M, o que corresponde ao mais frio dos sete tipos espectrais pertencentes a um esquema simples de classificação das estrelas segundo a sua temperatura e a aparência do seu espectro. Estas estrelas apresentam fraca luminosidade e são pequenas quando comparadas com o Sol, no entanto são muito comuns e vivem durante muito tempo, correspondendo por isso a 80% de todas as estrelas da Via Láctea.
"As nossas novas observações obtidas com o HARPS indicam que cerca de 40% de todas as estrelas anãs vermelhas possuem uma super-Terra que orbita na zona habitável, isto é, onde água líquida pode existir na superfície do planeta," diz Xavier Bonfils (IPAG, Observatoire des Sciences de l´Univers de Grenoble, França), o líder da equipe. "Como as anãs vermelhas são muito comuns - existem cerca de 160 bilhões de estrelas deste tipo na Via Láctea - chegamos ao resultado surpreendente de que existirão dezenas de bilhões destes planetas só na nossa galáxia."
A equipe HARPS analisou durante um período de seis anos uma amostra cuidadosamente selecionada de 102 estrelas anãs vermelhas que podem ser observadas no céu austral. Foram encontradas nove super-Terras (planetas com massas compreendidas entre uma e dez vezes a massa terrestre), incluindo duas no interior das zonas habitáveis das estrelas Gliese 581 e Gliese 667 C. Os astrônomos conseguiram estimar a massa dos planetas e a distância a que orbitavam as estrelas.
Combinando todos os dados, incluindo observações de estrelas sem planetas, e observando a fração de planetas existentes que poderiam ser descobertos, a equipe conseguiu descobrir quão comuns são os diferentes tipos de planetas em torno de anãs vermelhas. O resultado é que a frequência de ocorrência de super-Terras na zona habitável é de 41%, estendendo-se entre 28% e 95%.
Por outro lado, planetas de maior massa semelhantes a Júpiter e Saturno do nosso Sistema Solar, raramente se encontram em torno de anãs vermelhas. Prevê-se que estes planetas gigantes (com massas compreendidas entre 100 e 1.000 vezes a massa terrestre) apareçam em menos de 12% deste tipo de estrelas.
Como existem muitas estrelas anãs vermelhas próximo do Sol, esta nova estimativa significa que existem provavelmente cerca de cem exoplanetas do tipo super-Terra nas zonas habitáveis de estrelas na vizinhança solar, a distâncias menores que 30 anos-luz. Os astrônomos usam dez parsecs na sua definição de "próximo". Este valor corresponde a cerca de 32,6 anos-luz.
"A zona habitável em torno de uma anã vermelha, onde a temperatura é favorável à existência de água líquida na superfície do planeta, encontra-se muito mais próxima da estrela do que a Terra do Sol," diz Stéphane Udry (Observatório de Genebra e membro da equipe). "Mas sabe-se que as anãs vermelhas estão sujeitas a erupções estelares, o que faria com que o planeta fosse banhado por radiação ultravioleta e raios-X, tornando assim a vida mais improvável."
Um dos planetas descobertos no rastreio HARPS de anãs vermelhas é o Gliese 667 Cc. Este é o segundo planeta descoberto neste sistema estelar triplo e parece estar próximo do centro da zona habitável. Embora este planeta seja mais de quatro vezes mais pesado do que a Terra, é o "irmão gêmeo" mais parecido com a Terra encontrado até agora e possui quase com certeza as condições necessárias à existência de água líquida à sua superfície. É a segunda super-Terra descoberta no interior da zona habitável de uma anã vermelha durante este rastreio HARPS, depois de Gliese 581d, anunciado em 2007 e confirmado em 2009.
"Agora que sabemos que existem muitas super-Terras em órbita de anãs vermelhas próximas de nós, precisamos identificar mais delas utilizando tanto o HARPS como futuros instrumentos. Espera-se que alguns destes planetas passem em frente das suas estrelas hospedeiras à medida que as orbitam - o que nos dará uma excelente oportunidade de estudar a atmosfera do planeta e procurar sinais de vida," conclui Xavier Delfosse, outro membro da equipe.
terça-feira, 27 de março de 2012
Pistas da evolução das galáxias
Uma galáxia exótica batizada Speca por seus descobridores, possui pistas sobre a evolução de galáxias a bilhões de anos atrás.
© NRAO (galáxia Speca)
A galáxia Speca, que está cerca de 1,7 bilhão de anos-luz da Terra, tem uma combinação de características nunca antes vistas, propiciando o conhecimento de processos que desempenharam funções importantes no crescimento de galáxias e aglomerados de galáxias no início da história do Universo.
A galáxia espiral é apenas a segunda, em oposição à elíptica, galáxia conhecida por produzir grandes e poderosos jatos de partículas subatômicas que se movem a velocidades próximas à da luz. É também uma das duas únicas galáxias que mostram que essa atividade ocorreu em três episódios separados.
Jatos gigantes de partículas muito rápidas são alimentados por buracos negros supermassivos em núcleos de galáxias. Ambas as galáxias elípticas e em espiral abrigam tais buracos negros, mas apenas Speca e uma outra galáxia espiral foram vistos a produção de jatos de grande porte. Os jatos saem para fora a partir dos pólos de discos com rápida rotação de material em órbita do buraco negro.
A galáxia espiral é apenas a segunda, em oposição à elíptica, galáxia conhecida por produzir grandes e poderosos jatos de partículas subatômicas que se movem a velocidades próximas à da luz. É também uma das duas únicas galáxias que mostram que essa atividade ocorreu em três episódios separados.
Jatos gigantes de partículas muito rápidas são alimentados por buracos negros supermassivos em núcleos de galáxias. Ambas as galáxias elípticas e em espiral abrigam tais buracos negros, mas apenas Speca e uma outra galáxia espiral foram vistos a produção de jatos de grande porte. Os jatos saem para fora a partir dos pólos de discos com rápida rotação de material em órbita do buraco negro.
No Universo jovem, as galáxias em aglomerados teriam recolhido material adicional, colidindo uns com os outros, passando por explosões de formação de estrelas, e interagindo com o material primordial. Speca está mostrando evidência desse fenômeno. Speca, que é um acrônimo para Spiral-host Episodic radio galaxy tracing Cluster Accretion, chamou a atenção dos astrônomos através de uma imagem produzida pelos dados combinados do Sloan Digital Sky Survey (SDSS) e o FIRST Survey, juntamente com o radiotelescópio Very Large Array (VLA) da National Science Foundation. Prosseguindo às observações com o telescópio óptico Lulin, em Taiwan e dados em ultravioleta do satélite Galex da NASA foi confirmado que os lobos gigantes de emissão de rádio, normalmente visto vindo de galáxias elípticas, estavam vindo de uma galáxia espiral com formação estelar em curso.
A equipe de pesquisadores também examinou a galáxia em imagens do NRAO VLA Sky Survey (NVSS), em seguida, fez novas observações com o Giant Meterwave Radio Telescope (GMRT) na Índia, que observa em comprimentos de onda mais longos do que o VLA e é o principal telescópio para observar nesses comprimentos de onda longa.
Com esta variedade impressionante de dados de todo o espectro eletromagnético, os pesquisadores desvendaram a história complexa e fascinante da galáxia.
As imagens de rádio da pesquisa VLA FIRST mostrou um par de lobos emissores de rádio. Imagens do NVSS mostrou um outro par, distinto dos lobos mais distante da galáxia. As imagens GMRT confirmou este segundo par, mas mostrou um outro par, menor perto da galáxia, provavelmente produzido pelas partículas de jato mais recentemente expulsos.
A maior surpresa, a natureza de baixa frequência dos lobos periféricos mais antigos, deu uma dica valiosa sobre a galáxia e o aglomerado. Os lobos periféricos emissores de rádio são velhos o suficiente para que suas partículas pudessem ter perdido a maior parte de sua energia e deixassem de produzir emissões de rádio.
É possível que esses velhos lobos foram abastecidos por ondas de choque de rápida movimentação de materiais colapsando no aglomerado de galáxias.
Todos esses fenômenos combinados fazem de Speca e dos seus vizinhos um laboratório valioso para estudar como galáxias e aglomerados de galáxias evoluiram a bilhões de anos atrás.
A equipe de pesquisadores também examinou a galáxia em imagens do NRAO VLA Sky Survey (NVSS), em seguida, fez novas observações com o Giant Meterwave Radio Telescope (GMRT) na Índia, que observa em comprimentos de onda mais longos do que o VLA e é o principal telescópio para observar nesses comprimentos de onda longa.
Com esta variedade impressionante de dados de todo o espectro eletromagnético, os pesquisadores desvendaram a história complexa e fascinante da galáxia.
As imagens de rádio da pesquisa VLA FIRST mostrou um par de lobos emissores de rádio. Imagens do NVSS mostrou um outro par, distinto dos lobos mais distante da galáxia. As imagens GMRT confirmou este segundo par, mas mostrou um outro par, menor perto da galáxia, provavelmente produzido pelas partículas de jato mais recentemente expulsos.
A maior surpresa, a natureza de baixa frequência dos lobos periféricos mais antigos, deu uma dica valiosa sobre a galáxia e o aglomerado. Os lobos periféricos emissores de rádio são velhos o suficiente para que suas partículas pudessem ter perdido a maior parte de sua energia e deixassem de produzir emissões de rádio.
É possível que esses velhos lobos foram abastecidos por ondas de choque de rápida movimentação de materiais colapsando no aglomerado de galáxias.
Todos esses fenômenos combinados fazem de Speca e dos seus vizinhos um laboratório valioso para estudar como galáxias e aglomerados de galáxias evoluiram a bilhões de anos atrás.
Fonte: National Radio Astronomy Observatory
domingo, 25 de março de 2012
Efeito cósmico molda estruturas do Universo
Proposta em 1972 pelos físicos russo Rashid Sunyaev e Yakov Zel'dovich, os resultados do efeito KSZ (Kinematic Sunyaev-Zel'dovich) quando um gás quente em aglomerados de galáxias distorce a radiação cósmica de fundo - que é o brilho do calor remanescente do Big Bang - que enche o nosso Universo.
Fonte: Princeton University
© ESO (aglomerado Abell 2163)
A radiação passando por um aglomerado de galáxias movendo em direção a Terra parece mais quente por alguns milionésimos de grau, enquanto a radiação que passa através de um aglomerado se afastando parece um pouco mais fria.
Agora que foi detectado, o efeito KSZ poderia provar ser uma ferramenta excepcional para medir a velocidade de objetos no universo distante. Poderia fornecer uma visão sobre o poder das forças gravitacionais que puxam em aglomerados de galáxias e outros objetos.
Dentre essas forças são ainda hipotético a matéria escura e a energia escura, que podem impulsionar a expansão do Universo e o movimentos das galáxias. A força do sinal do efeito KSZ depende da distribuição dos elétrons em torno de galáxias. Como resultado, o efeito também pode ser utilizado para rastrear a localização dos átomos no universo próximo, que pode revelar como as galáxias se formam.
Os pesquisadores detectaram o movimento dos aglomerados de galáxias a vários bilhões de anos-luz de distância que se deslocam a velocidades de até 600 km por segundo.
Os métodos tradicionais de medição de velocidades requerem medições de distância muito precisos, o que é difícil. Assim, esses métodos são mais úteis quando os objetos estão mais perto da Terra. Uma das principais vantagens do efeito KSZ é que a sua magnitude é independente da distância de um aglomerado de galáxias, possibilitando medir a velocidade de movimento de um objeto em direção ou para longe da Terra com distâncias muito maiores. No futuro, poderá fornecer uma verificação estatística adicional que será independente de nossos outros métodos de medição de parâmetros cosmológicos e entender como o Universo é constituído em uma escala maior.
Ao investigar como as galáxias e aglomerados de galáxias se movimentam no Universo, o efeito KSZ está diretamente sondando como os objetos se reúnem e evoluem no Universo. Por isso, é extremamente dependente da matéria escura e energia escura.
Agora que foi detectado, o efeito KSZ poderia provar ser uma ferramenta excepcional para medir a velocidade de objetos no universo distante. Poderia fornecer uma visão sobre o poder das forças gravitacionais que puxam em aglomerados de galáxias e outros objetos.
Dentre essas forças são ainda hipotético a matéria escura e a energia escura, que podem impulsionar a expansão do Universo e o movimentos das galáxias. A força do sinal do efeito KSZ depende da distribuição dos elétrons em torno de galáxias. Como resultado, o efeito também pode ser utilizado para rastrear a localização dos átomos no universo próximo, que pode revelar como as galáxias se formam.
Os pesquisadores detectaram o movimento dos aglomerados de galáxias a vários bilhões de anos-luz de distância que se deslocam a velocidades de até 600 km por segundo.
Os métodos tradicionais de medição de velocidades requerem medições de distância muito precisos, o que é difícil. Assim, esses métodos são mais úteis quando os objetos estão mais perto da Terra. Uma das principais vantagens do efeito KSZ é que a sua magnitude é independente da distância de um aglomerado de galáxias, possibilitando medir a velocidade de movimento de um objeto em direção ou para longe da Terra com distâncias muito maiores. No futuro, poderá fornecer uma verificação estatística adicional que será independente de nossos outros métodos de medição de parâmetros cosmológicos e entender como o Universo é constituído em uma escala maior.
Ao investigar como as galáxias e aglomerados de galáxias se movimentam no Universo, o efeito KSZ está diretamente sondando como os objetos se reúnem e evoluem no Universo. Por isso, é extremamente dependente da matéria escura e energia escura.
Combinando dados fundamentalmente diferentes o efeito KSZ foi encontrado, os pesquisadores combinaram e analisaram os dados do ACT (Atacama Cosmology Telescope) e do Boss (Baryon Oscillation Spectroscopic Survey). O efeito KSZ é tão pequeno que não é visível a partir da interação com um aglomerado de galáxias individual com a radiação cósmica de fundo (CMB), mas pode ser detectado através da compilação de sinais de vários aglomerados.
O ACT é um telescópio de 6 metros no Chile construído para produzir um mapa detalhado da CMB usando frequências de microondas. A colaboração ACT envolve uma dezena de universidades, com contribuições importantes da Universidade de Princeton e da Universidade da Pensilvânia, incluindo incluindo tecnologia de detectores do Goddard Space Flight Center da NASA, do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST), e da Universidade de British Columbia.
O BOSS é um levantamento de luz visível com base no Observatório Apache Point, no Novo México, captou espectros de milhares de galáxias e quasares luminosos para melhorar a compreensão da estrutura em larga escala do Universo. O BOSS é uma parte do Sloan Digital Sky Survey III, a terceira fase do projeto de astronomia mais produtivo da história, e um esforço conjunto entre 27 universidades e instituições de todo o mundo.
Para o projeto atual, os pesquisadores compilaram um catálogo de 27.291 galáxias luminosas.
Utilizaram as 7.500 galáxias mais brilhantes a partir dos dados do BOSS para descobrir o sinal KSZ previsto produzido através dos aglomerados de galáxias que interagem com a radiação CMB. Um cálculo mesclando os dados do ACT e do BOSS foi usado para refletir a ligeira tendência de pares de aglomerados de galáxias que se movem um em direção ao outro devido à atração gravitacional mútua, o que fez o efeito KSZ mais aparente nos dados.
O ACT é um telescópio de 6 metros no Chile construído para produzir um mapa detalhado da CMB usando frequências de microondas. A colaboração ACT envolve uma dezena de universidades, com contribuições importantes da Universidade de Princeton e da Universidade da Pensilvânia, incluindo incluindo tecnologia de detectores do Goddard Space Flight Center da NASA, do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST), e da Universidade de British Columbia.
O BOSS é um levantamento de luz visível com base no Observatório Apache Point, no Novo México, captou espectros de milhares de galáxias e quasares luminosos para melhorar a compreensão da estrutura em larga escala do Universo. O BOSS é uma parte do Sloan Digital Sky Survey III, a terceira fase do projeto de astronomia mais produtivo da história, e um esforço conjunto entre 27 universidades e instituições de todo o mundo.
Para o projeto atual, os pesquisadores compilaram um catálogo de 27.291 galáxias luminosas.
Utilizaram as 7.500 galáxias mais brilhantes a partir dos dados do BOSS para descobrir o sinal KSZ previsto produzido através dos aglomerados de galáxias que interagem com a radiação CMB. Um cálculo mesclando os dados do ACT e do BOSS foi usado para refletir a ligeira tendência de pares de aglomerados de galáxias que se movem um em direção ao outro devido à atração gravitacional mútua, o que fez o efeito KSZ mais aparente nos dados.
Um artigo foi submetido no jornal Physical Review Letters.
sexta-feira, 23 de março de 2012
Planetas vagando rapidamente no espaço
Quando há sete anos os astrônomos descobriram uma estrela hiperveloz, que passou pela galáxia a 2,4 milhões quilômetros/hora, surgiu a questão se era possível algo idêntico acontecer com um planeta.
Fonte: Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics
© CfA (ilustração de um exoplaneta vagando no espaço)
Desde então já são conhecidas 16 estrelas do gênero e especialistas do centro de Astrofísica do Harvard-Smithsonian e da Universidade de Dartmouth revelam agora que isto é possível, também há planetas passando pela Via Láctea muito rapidamente.
"Esses mundos podem ser os objetos voadores mais rápidos da nossa galáxia", salienta Avi Loeb, um dos autores do estudo. Os planetas podem passar com uma velocidade de 50 milhões quilômetros/hora, cerca de 14 mil quilômetros por segundo. "Além das partículas subatômicas, não conheço nada que seja capaz de abandonar a galáxia tão rápido como fazem estes planetas errantes", salientou Idan Ginsburg, pesquisador da Universidade de Dartmouth.
Tais mundos rápidos são produzidos da mesma maneira como nas estrelas hipervelozes constituintes de um sistema estelar duplo, onde aproximam-se demasiadamente de um buraco negro. As forças gravitacionais fazem com que a união se rompa e uma das estrelas é puxada para o buraco negro.
"Esses mundos podem ser os objetos voadores mais rápidos da nossa galáxia", salienta Avi Loeb, um dos autores do estudo. Os planetas podem passar com uma velocidade de 50 milhões quilômetros/hora, cerca de 14 mil quilômetros por segundo. "Além das partículas subatômicas, não conheço nada que seja capaz de abandonar a galáxia tão rápido como fazem estes planetas errantes", salientou Idan Ginsburg, pesquisador da Universidade de Dartmouth.
Tais mundos rápidos são produzidos da mesma maneira como nas estrelas hipervelozes constituintes de um sistema estelar duplo, onde aproximam-se demasiadamente de um buraco negro. As forças gravitacionais fazem com que a união se rompa e uma das estrelas é puxada para o buraco negro.
A Nebulosa Cygnus Loop
Finos filamentos de poeira e gás quente brilham de forma intensa na imagem a seguir em ultravioleta da nebulosa Cygnus Loop, feita pelo Galex (Galaxy Evolution Explorer) da NASA.
Fonte: NASA
© Galex (nebulosa Cygnus Loop)
A nebulosa localiza-se a aproximadamente 1.500 anos-luz de distância e é a parte remanescente de uma supernova que surgiu depois da explosão de uma estrela massiva ocorrida entre 5.000 e 8.000 anos atrás. A Cygnus Loop tem um tamanho maior que três Luas Cheias no céu noturno, e está inserida perto de uma das asas do Cisne, na constelação de Cygnus.
Os filamentos de gás e poeira visíveis aqui na luz ultravioleta foram aquecidos pelas ondas de choque geradas na supernova, e que ainda estão se espalhando pelo espaço desde sua explosão original. A supernova que deu origem a essa nebulosa teria sido brilhante o suficiente para ter sido vista da Terra claramente a olho nu.
Os filamentos de gás e poeira visíveis aqui na luz ultravioleta foram aquecidos pelas ondas de choque geradas na supernova, e que ainda estão se espalhando pelo espaço desde sua explosão original. A supernova que deu origem a essa nebulosa teria sido brilhante o suficiente para ter sido vista da Terra claramente a olho nu.
Fonte: NASA
Cargueiro espacial europeu é lançado com sucesso
A Agência Espacial Europeia (ESA) lançou com sucesso nesta sexta-feira o cargueiro espacial Edoardo Amaldi, batizado em homenagem ao físico italiano de mesmo nome, falecido em 1989.
A nave carrega mais de seis toneladas de material necessário para a manutenção da Estação Espacial Internacional (ISS), que orbita a 350 quilômetros da superfície da Terra. Além de combustível e alimentos, o cargueiro leva uma peça primordial do sistema que transforma a urina dos astronautas em água.
O lançamento aconteceu na base de Korou, na Guiana Francesa, na madrugada desta sexta (horário de Brasília). O Edoardo Amaldi deverá chegar ao seu destino dentro de cinco dias. A nave permanecerá acoplada à Estação Espacial Internacional por seis meses, tornando-se um novo módulo habitável para os astronautas
quinta-feira, 22 de março de 2012
Sonda da Nasa fornece visão inesperada de Mercúrio
Mercúrio parece ser menos montanhoso que Marte e a Lua, e suas entranhas são muito diferentes das de outros planetas do Sistema Solar, segundo artigo publicado na última quarta-feira (21) pela revista "Science".
A publicação inclui dois estudos realizados a partir das informações enviadas pela sonda espacial Messenger, que há um ano se tornou o primeiro satélite artificial de Mercúrio e vem fazendo observações da topografia e do campo gravitacional no hemisfério norte do planeta, que possui reservas profundas de sulfureto de ferro
A sonda, de quase meia tonelada, foi lançada ao espaço por um foguete Delta II em agosto de 2004 e, após três passagens pelas proximidades do planeta, em março de 2011 se posicionou em uma órbita altamente elíptica, entre 200 e 15 mil quilômetros da superfície de Mercúrio.
Os técnicos da Nasa - agência espacial americana - indicam que essa órbita busca proteger o aparelho do calor propagado pelas áreas mais quentes da superfície de Mercúrio.
Um dos instrumentos na cápsula robótica é um altímetro de laser que estudou a superfície no hemisfério norte de Mercúrio, onde se verificou que a variedade de elevações é consideravelmente menor que as da Lua e de Marte.
A equipe liderada por Maria T. Zuber, do Departamento de Ciências da Terra, Atmosfera e Planetas do Instituto Tecnológico de Massachusetts, usou o altímetro que cobre áreas de 15 a 100 metros de diâmetro, a 400 metros de distância uma da outra, ao longo das regiões sob a órbita.
"A precisão radial das medições individuais é de mais de um metro e a precisão em relação ao centro de massa de Mercúrio é de menos de 20 metros", destaca o artigo, que teve a colaboração de cientistas dos Estados Unidos, Canadá e Alemanha.
Segundo os pesquisadores, a característica mais proeminente na metade norte de Mercúrio é uma extensa região de terras baixas que inclui uma planície vulcânica.
Maria e seus colegas também puderam examinar a cratera Caloris, de 1,5 mil quilômetros de diâmetro. Eles determinaram que uma parte do fundo da cratera tem uma elevação maior que sua circunferência.
Já uma equipe liderada por David Smith, da qual Maria também faz parte, usou o rastreamento por rádio da cápsula Messenger para determinar o campo de gravidade do planeta. Com os dados obtidos, observou-se que a crosta de Mercúrio é mais grossa em latitudes baixas e mais espessa em direção à região polar norte.
Essas conclusões descrevem o interior do planeta e indicam que a camada externa de Mercúrio é mais densa do que os cientistas acreditavam até agora.
"A estrutura interna de um planeta preserva informações substanciais dos processos que influíram na evolução térmica e tectônica", ressalta o artigo. "A medição do campo de gravidade de um planeta proporciona informações fundamentais para compreender a distribuição da massa interna desse corpo".
Durante as primeiras semanas em órbita, a sonda foi rastreada constantemente pelas estações de banda X (8 gigahertz) da Rede de Espaço Profundo da Nasa. Após esse período, a cobertura foi menos frequente.
Os pesquisadores explicam que processaram os dados coletados entre 18 de março e 23 de agosto de 2011 e mediram as anomalias causadas pela gravidade no hemisfério norte do planeta.
Para surpresa dos cientistas, os dados apontam uma grande densidade de massa nas mantas superiores de Mercúrio, embora seja baixa a presença de ferro nas rochas da superfície.
"Portanto, deve existir uma reserva profunda de material altamente denso que explique a grande densidade do manto sólido e o momento de inércia", acrescenta o artigo, concluindo que a composição mais provável dessa reserva seja de sulfureto de ferro.
A publicação inclui dois estudos realizados a partir das informações enviadas pela sonda espacial Messenger, que há um ano se tornou o primeiro satélite artificial de Mercúrio e vem fazendo observações da topografia e do campo gravitacional no hemisfério norte do planeta, que possui reservas profundas de sulfureto de ferro
A sonda, de quase meia tonelada, foi lançada ao espaço por um foguete Delta II em agosto de 2004 e, após três passagens pelas proximidades do planeta, em março de 2011 se posicionou em uma órbita altamente elíptica, entre 200 e 15 mil quilômetros da superfície de Mercúrio.
Os técnicos da Nasa - agência espacial americana - indicam que essa órbita busca proteger o aparelho do calor propagado pelas áreas mais quentes da superfície de Mercúrio.
Um dos instrumentos na cápsula robótica é um altímetro de laser que estudou a superfície no hemisfério norte de Mercúrio, onde se verificou que a variedade de elevações é consideravelmente menor que as da Lua e de Marte.
A equipe liderada por Maria T. Zuber, do Departamento de Ciências da Terra, Atmosfera e Planetas do Instituto Tecnológico de Massachusetts, usou o altímetro que cobre áreas de 15 a 100 metros de diâmetro, a 400 metros de distância uma da outra, ao longo das regiões sob a órbita.
"A precisão radial das medições individuais é de mais de um metro e a precisão em relação ao centro de massa de Mercúrio é de menos de 20 metros", destaca o artigo, que teve a colaboração de cientistas dos Estados Unidos, Canadá e Alemanha.
Segundo os pesquisadores, a característica mais proeminente na metade norte de Mercúrio é uma extensa região de terras baixas que inclui uma planície vulcânica.
Maria e seus colegas também puderam examinar a cratera Caloris, de 1,5 mil quilômetros de diâmetro. Eles determinaram que uma parte do fundo da cratera tem uma elevação maior que sua circunferência.
Já uma equipe liderada por David Smith, da qual Maria também faz parte, usou o rastreamento por rádio da cápsula Messenger para determinar o campo de gravidade do planeta. Com os dados obtidos, observou-se que a crosta de Mercúrio é mais grossa em latitudes baixas e mais espessa em direção à região polar norte.
Essas conclusões descrevem o interior do planeta e indicam que a camada externa de Mercúrio é mais densa do que os cientistas acreditavam até agora.
"A estrutura interna de um planeta preserva informações substanciais dos processos que influíram na evolução térmica e tectônica", ressalta o artigo. "A medição do campo de gravidade de um planeta proporciona informações fundamentais para compreender a distribuição da massa interna desse corpo".
Durante as primeiras semanas em órbita, a sonda foi rastreada constantemente pelas estações de banda X (8 gigahertz) da Rede de Espaço Profundo da Nasa. Após esse período, a cobertura foi menos frequente.
Os pesquisadores explicam que processaram os dados coletados entre 18 de março e 23 de agosto de 2011 e mediram as anomalias causadas pela gravidade no hemisfério norte do planeta.
Para surpresa dos cientistas, os dados apontam uma grande densidade de massa nas mantas superiores de Mercúrio, embora seja baixa a presença de ferro nas rochas da superfície.
"Portanto, deve existir uma reserva profunda de material altamente denso que explique a grande densidade do manto sólido e o momento de inércia", acrescenta o artigo, concluindo que a composição mais provável dessa reserva seja de sulfureto de ferro.
quarta-feira, 21 de março de 2012
Teia de estrelas
A galáxia IC 342 parece uma teia de aranha em espiral, apresentando o seu padrão delicado de poeira na imagem a seguir obtida pelo telescópio espacial Spitzer da NASA.
Fonte: NASA
© Spitzer (galáxia IC 342)
Visto em luz infravermelha, a luz débil das estrelas cede lugar aos padrões brilhantes de poeira encontrados ao longo do disco da galáxia.
A uma distância de cerca de 10 milhões de anos-luz, a IC 342 está relativamente perto para os padrões astronômicos, no entanto, a visão no óptico é debilitada devido a sua localização diretamente atrás do disco da nossa própria galáxia, a Via Láctea. A intervenção da poeira torna difícil ver na luz visível, mas a luz infravermelha penetra o véu facilmente. A IC 342 pertence ao mesmo grupo de seu vizinho galáctico ainda mais obscurecido, o Maffei 2.
A IC 342 está quase na nossa direção, dando uma visão clara e de cima para baixo da estrutura do seu disco. Ele tem um brilho de superfície baixo em comparação com outras galáxias espirais, indicando uma menor densidade de estrelas (visto aqui como uma névoa azul). Suas estruturas de poeira mostram-se muito mais viva (em vermelho). Os pontos azuis são estrelas mais perto de nós, na Via Láctea.
Novas estrelas estão se formando no disco a um ritmo saudável. O centro brilha especialmente no infravermelho, destacando-se uma enorme explosão de formação estelar ocorrendo nesta pequena região. Para ambos os lados do centro, uma porção de poeira e gás está ajudando a alimentar essa formação estelar central.
A uma distância de cerca de 10 milhões de anos-luz, a IC 342 está relativamente perto para os padrões astronômicos, no entanto, a visão no óptico é debilitada devido a sua localização diretamente atrás do disco da nossa própria galáxia, a Via Láctea. A intervenção da poeira torna difícil ver na luz visível, mas a luz infravermelha penetra o véu facilmente. A IC 342 pertence ao mesmo grupo de seu vizinho galáctico ainda mais obscurecido, o Maffei 2.
A IC 342 está quase na nossa direção, dando uma visão clara e de cima para baixo da estrutura do seu disco. Ele tem um brilho de superfície baixo em comparação com outras galáxias espirais, indicando uma menor densidade de estrelas (visto aqui como uma névoa azul). Suas estruturas de poeira mostram-se muito mais viva (em vermelho). Os pontos azuis são estrelas mais perto de nós, na Via Láctea.
Novas estrelas estão se formando no disco a um ritmo saudável. O centro brilha especialmente no infravermelho, destacando-se uma enorme explosão de formação estelar ocorrendo nesta pequena região. Para ambos os lados do centro, uma porção de poeira e gás está ajudando a alimentar essa formação estelar central.
VISTA observa as profundezas do Cosmo
O telescópio VISTA (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy) do ESO criou a maior imagem de campo profundo do céu no infravermelho.
Fonte: ESO
© ESO (VISTA observa as profundezas do Cosmo)
Esta nova imagem de uma região comum do céu foi obtida no âmbito do rastreio UltraVISTA. É apenas parte de uma enorme coleção de imagens completamente processadas de todos os rastreios VISTA, que foram colocadas à disposição de todos os astrônomos do mundo pelo ESO. O UltraVISTA é um baú do tesouro que está sendo utilizado no âmbito do estudo de galáxias distantes no Universo primordial, assim como em muitos outros projetos científicos.
O telescópio VISTA do ESO foi apontado repetidamente à mesma região do céu para que acumulasse lentamente a radiação muito fraca emitida pelas galáxias mais distantes. Para criar esta imagem foram combinadas um total de mais de seis mil exposições separadas, correspondentes a um tempo de exposição efetivo total de 55 horas, obtidas através de cinco filtros de cores diferentes. Esta imagem do rastreio UltraVISTA é a mais profunda já obtida no infravermelho para uma região do céu deste tamanho.
© ESO (telescópio VISTA)
O telescópio VISTA instalado no Observatório do Paranal do ESO, no Chile, é o maior e mais poderoso telescópio infravermelho de rastreio que existe atualmente. Desde que começou as operações em 2009 a maior parte do seu tempo de observação tem sido dedicado a rastreio públicos, alguns cobrindo grandes zonas do céu austral e outros focando-se em áreas menores. O rastreio UltraVISTA tem-se dedicado ao campo COSMOS, uma região do céu aparentemente quase vazia, que já foi extensamente estudada com o auxílio de outros telescópios, incluindo o telescópio espacial Hubble da NASA/ESA. O UltraVISTA é o mais profundo dos seis rastreios VISTA, revelando por isso os objetos mais tênues.
Os dados dos rastreios VISTA, num total de mais de 6 terabytes de imagens, estão sendo processados em centros de dados no Reino Unido, e no caso particular do UltraVISTA na França, e começam agora a regressar ao arquivo científico do ESO, onde são colocados à disposição dos astrônomos do mundo inteiro.
À primeira vista, a imagem UltraVISTA parece banal, apresentando algumas estrelas brilhantes e um salpicado de outras mais tênues. No entanto, quase todos os objetos mais tênues não são estrelas da Via Láctea, mas sim galáxias muito remotas, cada uma contendo bilhões de estrelas. Aumentando a imagem para o modo tela cheia e fazendo um zoom, podemos observar cada vez mais objetos, sendo que a imagem apresenta mais de 200 mil galáxias no total.
© ESO (destaques do campo profundo infravermelho do VISTA)
A expansão do Universo desloca a radiação emitida por objetos distantes na direção dos grandes comprimentos de onda, o que significa que para a radiação estelar emitida pelas galáxias mais distantes que conseguimos observar, uma grande parte desta radiação, quando chega à Terra, se encontra na região infravermelha do espectro. Como telescópio infravermelho altamente sensível que é e possuindo um campo de visão muito grande, o VISTA está particularmente bem equipado para descobrir estas galáxias distantes do Universo primordial. Ao estudar galáxias com a radiação deslocada para o vermelho, a distâncias sucessivamente maiores, os astrônomos podem igualmente estudar como é que as galáxias se formam e evoluem ao longo da história do cosmos.
Uma inspeção detalhada da imagem revela dezenas de milhares de objetos avermelhados anteriormente desconhecidos espalhados no meio das mais numerosas galáxias de cor creme. São essencialmente galáxias muito remotas que observamos quando o Universo tinha apenas uma pequena fração da sua idade atual. Estudos anteriores das imagens do UltraVISTA, combinadas com imagens de outros telescópios, revelaram a presença de muitas galáxias que são observadas quando o Universo tinha menos de um bilhão de anos e algumas são observadas em épocas ainda mais remotas.
Embora esta imagem UltraVISTA já seja a imagem infravermelha deste tamanho mais profunda que existe, as observações continuam. O resultado final, daqui a alguns anos, será uma imagem significativamente mais profunda.
Os rastreios são indispensáveis aos astrônomos e por isso o ESO organizou um programa que permitirá que a vasta herança de dados, tanto do VISTA como do seu companheiro na radiação visível, o VLT Survey Telescope (VST), esteja à disposição dos astrônomos durante as próximas décadas.
Descoberta uma rara galáxia retangular
Uma equipe internacional de astrônomos (Austrália, Alemanha, Suíça e Finlândia) descobriu uma rara galáxia retangular, muito semelhante, na forma, a uma esmeralda lapidada.
Fonte: National Astronomical Observatory of Japan
© Subaru (galáxia LEDA 074886)
A estranha galáxia, batizada de LEDA 074886, foi detetada pelo telescópio japonês Subaru. Os astrônomos descobriram a galáxia anã quando estavam focalizando o telescópio Subaru em direção à galáxia gigante e brilhante NGC 1407. A extraordinária galáxia retangular, que em nada se parece com a nossa, situa-se a cerca de 70 milhões de anos-luz da Via Láctea e parece desafiar as leis da natureza. A cor azul do disco interno sugere uma idade média para esta população estelar.
“No Universo a maioria das galáxias existem em uma de três formas: esférica, em forma de disco ou com uma forma absolutamente irregular”, explica Alister Graham da Universidade de Tecnologia de Swinburne, em Melbourne, na Austrália.
A nova galáxia é integrante de um grupo de 250 galáxias e tem uma forma realmente invulgar. Esta descoberta permite que astrônomos obtenham informações úteis para a modelagem de outras galáxias. Uma possibilidade do formato desta galáxia pode ser devido à colisão de duas galáxias espirais. Enquanto as estrelas pré-existentes nas galáxias iniciais estavam espalhadas em grande órbitas criando a forma retangular, o gás se condensou para formar novas estrelas e o disco.
As galáxias anãs, provavelmente as galáxias mais comuns no Universo, são pequenas e possuem brilho intrínseco baixo, ou seja, ínfima luminosidade. Encontrar esta estranha galáxia revelou-se complicado devido ao seu pequeno tamanho. Tem 50 vezes menos estrelas que a Via Láctea e a sua distância da Terra é igual a dimensão de 700 galáxias da Via Láctea enfileiradas. O artigo será publicado na revista especializada The Astrophysical Journal.
terça-feira, 20 de março de 2012
Neutrinos não são mais rápidos que a luz, confirma novo experimento
O Icarus, novo experimento realizado no Laboratório Nacional de Gran Sasso, na Itália, confirmou que os neutrinos realmente não são mais rápidos do que a luz, segundo comunicado do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern). A nova medição do tempo de voo de neutrinos desmente a medida inicial relatada pelo experimento Opera, do mesmo laboratório, realizado em setembro de 2011.
O Opera abalou o mundo da física ao desafiar um dos pilares da Teoria da Relatividade, proposta pelo físico Albert Einstein no início do século XX. O experimento chegou à conclusão de que neutrinos gerados na Suíça teriam percorrido a distância de 732 quilômetros pela crosta terrestre até a Itália a uma velocidade 60 bilionésimos de segundo mais rápida do que raios de luz, algo impossível pelas teorias vigentes, já que a velocidade da luz é considerada o limite máximo de velocidade do universo.
Em fevereiro deste ano, fontes familiarizadas com o experimento declararam que os cálculos feitos pelo Opera poderiam estar errados. A diferença de 60 nanossegundos teria vindo de um mau contato entre uma placa de computador e um cabo de fibra ótica que conecta o receptor de GPS usado para corrigir o tempo de viagem dos neutrinos.
Para comprovar tal teoria, os cientistas apostaram no experimento Iacrus, em que uma nova medição da velocidade dos neutrinos foi realizada em jornada igual ao do teste anterior, entre o laboratório italiano e o Cern, na Suíça, distantes 732 quilômetros entre si. Os resultados mostraram um tempo de voo equivalente à velocidade da luz, e não maior, como sugeria o experimento Opera.
"Essa descoberta indica que os neutrinos não excederam a velocidade da luz", informou o Cern em um comunicado divulgado à imprensa. Segundo Sergio Bertolucci, diretor do centro europeu, outras verificações estão sendo feitas, inclusive novos experimentos com feixes de partículas em maio, a fim de dar um veredicto final.
(Com Agence France-Presse)
O Opera abalou o mundo da física ao desafiar um dos pilares da Teoria da Relatividade, proposta pelo físico Albert Einstein no início do século XX. O experimento chegou à conclusão de que neutrinos gerados na Suíça teriam percorrido a distância de 732 quilômetros pela crosta terrestre até a Itália a uma velocidade 60 bilionésimos de segundo mais rápida do que raios de luz, algo impossível pelas teorias vigentes, já que a velocidade da luz é considerada o limite máximo de velocidade do universo.
Em fevereiro deste ano, fontes familiarizadas com o experimento declararam que os cálculos feitos pelo Opera poderiam estar errados. A diferença de 60 nanossegundos teria vindo de um mau contato entre uma placa de computador e um cabo de fibra ótica que conecta o receptor de GPS usado para corrigir o tempo de viagem dos neutrinos.
Para comprovar tal teoria, os cientistas apostaram no experimento Iacrus, em que uma nova medição da velocidade dos neutrinos foi realizada em jornada igual ao do teste anterior, entre o laboratório italiano e o Cern, na Suíça, distantes 732 quilômetros entre si. Os resultados mostraram um tempo de voo equivalente à velocidade da luz, e não maior, como sugeria o experimento Opera.
"Essa descoberta indica que os neutrinos não excederam a velocidade da luz", informou o Cern em um comunicado divulgado à imprensa. Segundo Sergio Bertolucci, diretor do centro europeu, outras verificações estão sendo feitas, inclusive novos experimentos com feixes de partículas em maio, a fim de dar um veredicto final.
(Com Agence France-Presse)
segunda-feira, 19 de março de 2012
Após perder satélite, Rússia suspende lançamento de foguetes
Satélite Express-AM4 foi lançado dia 18, mas ficou fora da órbita prevista.
Agência espacial russa busca explicação para fracasso na operação.
A agência espacial russa, Roscosmos, anunciou nesta terça-feira (23) a suspensão do lançamento dos foguetes de carga Proton e dos blocos aceleradores Briz-M, após a frustrada operação que deveria colocar em órbita o satélite de telecomunicações Express-AM4.
A suspensão permanecerá em vigor “até que sejam esclarecidas as causas do fracasso da operação do satélite Express-AM4”, diz um comunicado publicado no site da Roscosmos.
“Os especialistas continuam tentando estabelecer comunicação com o aparelho”, acrescentou a agência espacial russa, que ainda não considera o satélite perdido.
O Express-AM4 - fruto da colaboração entre a companhia europeia Astrium e o Centro Khrunichev de produção aeroespacial da Rússia - foi lançado com sucesso no último dia 18, mas ficou situado fora da órbita prevista.
Com massa de 5.775 kg e dotado de 57 transponders (dispositivos de telecomunicações), o satélite deveria assegurar a cobertura de telecomunicações do território russo e da Comunidade dos Estados Independentes, que agrupa 11 antigas repúblicas soviéticas.
O bloco acelerador é a última etapa de um foguete de carga responsável por levar satélites da chamada órbita de apoio até sua localização prevista e por impulsionar aparelhos espaciais para fora do campo gravitacional da Terra.
sábado, 17 de março de 2012
Lentes cósmicas com buracos negros
No espaço, algumas vezes acontece de duas galáxias se alinharem de uma maneira especial em que a galáxia mais próxima distorce e amplia a aparência da galáxia mais distante localizada atrás dela.
Fonte: NASA
© Hubble (lentes gravitacionais)
Para os astrônomos, encontrar esses alinhamentos é como se tivesse observando através de uma gigantesca lente de aumento.
Agora, uma equipe de astrônomos, incluindo Daniel Stern do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia, descobriram alguns raros exemplos desse fenômeno de alinhamento, chamados de lentes gravitacionais, onde a galáxia distante abriga um buraco negro supermassivo que está em ativo crescimento.
Esses buracos negros que estão se alimentando são chamados de quasares, e estão entre os objetos mais brilhantes do Universo, responsável pelo brilho total da galáxia que o hospeda. Devido a eles serem tão brilhantes, é complicado medir a massa de suas galáxias hospedeiras. Contudo, as lentes gravitacionais, são importantes para possibilitar estimar a massa de uma galáxia que hospeda um quasar. A quantidade da distorção da galáxia em segundo plano pode ser usada para precisamente medir a massa da lente gravitacional.
A equipe espera construir um catálogo ainda maior dessas lentes de quasares, e usar esses dados para entender melhor o jogo existente entre os buracos negros se alimentando e a formação de estrelas na galáxia em evolução.
Nosso incrível Universo em infravermelho
A imagem abaixo de todo o céu foi construída a partir de um mosaico de observações feitas com o WISE (Wide-field Infrared Explorer) da NASA.
Fonte: Discovery
© NASA/WISE (imagem do Universo em infravermelho)
As observações, que foram lançadas num novo atlas e catálogo de todo o céu infravermelho em 14 de Março de 2012, inclui mais de meio bilhão de estrelas, galáxias e outros objetos.
O WISE foi lançado em 2009 e essa é a primeira vez que a missão publica sua visão infravermelha do Universo. Através do meio da imagem, a Via Láctea se apresenta de forma proeminente com o seu núcleo no centro. Acima e abaixo do plano galáctico, distantes emissões infravermelhas de galáxias e nebulosas podem ser observadas.
O telescópio espacial também tem um instrumental que permite que ele registre objetos em infravermelho próximos da Terra. Com isso ele tem detectado muitos asteroides e cometas, incluindo a surpreendente descoberta de um asteroide Troiano que acompanha a Terra em sua órbita ao redor do Sol. Os Troianos são conhecidos por existirem nas órbitas dos planetas gigantes gasosos, essa foi a primeira vez que um Troiano de um planeta terrestre foi descoberto. O WISE também foi determinante na descoberta de cerca de 90% dos maiores asteroides próximos da Terra e também descobriu que existem menos asteroides de tamanho mediano do que se esperava anteriormente.
Em escalas maiores, a sensibilidade dos instrumentos do WISE é capaz de registrar algumas das estrelas do tipo anãs marrons mais frias do Universo, objetos que não são nem planetas nem estrelas. A classe mais fria de anãs marrons, as anãs da classe Y, eram anteriormente objetos puramente teóricos até que o WISE descobriu o fraco brilho infravermelho emitido por elas enquanto vasculhava o céu.
“Com o lançamento do catálogo e atlas de todo o céu, o WISE se junta ao grande conjunto de pesquisas do céu que têm levado a importantes descobertas sobre o Universo”, disse Roc Cutri, líder do setor de processamento de dados e arquivamento de dados do WISE no Infrared and Processing Analysis Center no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena. “Será animador e recompensador ver as novas maneiras que a ciência e a comunidade educacional usarão os dados do WISE em seus estudos, agora que eles estão disponíveis e com fácil acesso”.
sexta-feira, 16 de março de 2012
A violenta erupção do Sol
A imagem abaixo mostra uma das piores e mais fulgurosas regiões de manchas solares identificadas no Sol em anos.
Fonte: NASA
© Alan Friedman (manchas solares na região ativa 1429)
A chamada região ativa 1429, pode não só parecer para alguns, como um dos carácteres do jogo Angry Birds, mas ela também emitiu uma das mais poderosas flares e ejeções de massa coronal (CMEs) do atual ciclo solar. As plumas geradas por essas explosões causaram uma chuva de partículas na magnetosfera da Terra que resultaram em belas e coloridas auroras. A imagem acima da AR 1429 foi registrada em grande detalhe na cromosfera do Sol isolando a cor da luz emitida principalmente pelo hidrogênio. A imagem resultante é mostrada em cor falsa invertida com as regiões escuras sendo as regiões mais brilhantes e quentes do Sol. Gigantescos tubos magneticamente canalizados de gás quente, alguns maiores que a Terra, são conhecidos como espículas e podem ser vistos na cromosfera. O rebento de luz um pouco acima da AR 1429 é um filamento frio que aparece flutuando um pouco acima da região ativa de mancha solar. Já que o máximo do ciclo solar se aproxima nos próximos anos, o aumento da atividade e as variações do campo magnético do Sol podem criar regiões ativas até mais furiosas do que a mostrada acima e que podem derramar mais partículas energéticas de plasma no Sistema Solar.
quinta-feira, 15 de março de 2012
Os hábitos alimentares das galáxias adolescentes
Novas observações obtidas com o VLT (Very Large Telescope) do ESO estão contribuindo de forma significativa para a compreensão de como crescem as galáxias adolescentes.
Fonte: ESO
© ESO (galáxias adolescentes no Universo distante)
No maior levantamento já feito sobre estes objetos, os astrônomos descobriram que as galáxias alteram os seus hábitos alimentares durante os anos da adolescência - o período que vai desde os 3 aos 5 bilhões de anos depois do Big Bang. No início desta fase, correntes de gás eram o lanche preferido, enquanto que mais tarde as galáxias cresceram principalmente devido ao canibalismo de outras galáxias menores.
Os astrônomos sabem já há algum tempo que as galáxias primordiais são muito menores que as impressionantes galáxias espirais ou elípticas que ocupam atualmente o Universo. Durante o tempo de vida do cosmos as galáxias vem aumentando de peso, mas a sua comida e hábitos alimentares permanecem ainda um mistério. Um novo levantamente de galáxias cuidadosamente selecionadas focou-se nos anos da sua adolescência - aproximadamente o período entre os 3 e os 5 bilhões de anos depois do Big Bang.
Utilizando os instrumentos de vanguarda do VLT, uma equipe internacional está descobrindo o que realmente aconteceu. Em mais de cem horas de observações, a equipe juntou a maior quantidade de dados detalhados sobre galáxias ricas em gás que se encontram nesta fase inicial do seu desenvolvimento. O nome do levantamento é MASSIV (Mass Assembly Survey with SINFONI in VVDS). VVDS (VIMOS- VLT Deep Survey) é um levantamento profundo feito pelo instrumento VIMOS montado no VLT. O VIMOS (VIsible imaging Multi-Object Spectrograph) é uma câmera e espectrógrafo montado no VLT que foi utilizado para encontrar as galáxias utilizadas no trabalho MASSIV e medir as suas distâncias e outras propriedades.
“Existem dois modelos de crescimento de galáxias em competição: eventos de fusão violentos quando galáxias maiores englobam galáxias menores, ou alternativamente um fluxo de gás mais suave e contínuo ingerido pelas galáxias. Ambos levam à formação de imensas novas estrelas,” explica Thierry Contini (IRAP, Toulouse, França), que lidera este trabalho.
Os novos resultados apontam para o fato de existir uma mudança na evolução cósmica das galáxias, quando o Universo tinha entre 3 e 5 bilhões de anos. O crescimento devido a correntes contínuas de gás parece ter sido bastante importante nas galáxias quando o Universo era muito jovem, enquanto que as fusões se tornaram mais importantes posteriormente.
“Para compreender como é que as galáxias cresceram e se desenvolveram precisamos de as observar com o maior número de detalhes possível. O instrumento SINFONI instalado no VLT do ESO é uma das ferramentas mais poderosas existentes no mundo para dissecar galáxias jovens e distantes. O seu papel é tão importante para nós como o microscópio o é para o biólogo,” acrescenta Thierry Contini.
As galáxias distantes, como as do rastreio, são apenas pequenos pontos no céu muito tênues, mas a alta qualidade de imagem do VLT juntamente com o instrumento SINFONI permite aos astrônomos fazer mapas de como as diferentes partes das galáxias se deslocam e descobrir do que são constituídas. O SINFONI é um espectrógrafo infravermelho (1.1 - 2.45 µm) de campo integral que utiliza óptica adaptativa para melhorar a qualidade da sua imagem. Encontra-se montado no VLT e foi utilizado para fazer o levantamento MASSIV. Tivemos algumas surpresas.
“Para mim, a maior surpresa foi a descoberta de muitas galáxias sem rotação do gás. Estas galáxias não são observadas no Universo próximo e nenhuma das teorias atuais prevê tais objetos,” diz Benoît Epinat, outro membro da equipe.
“Também não esperávamos que tantas das galáxias jovens do levantamento tivessem os elementos mais pesados concentrados nas regiões periféricas - este fato é exatamente o contrário do observado nas galáxias atuais,” acrescenta Thierry Contini.
A equipe começa agora a explorar a enorme quantidade de dados observados. Planejam igualmente observar as galáxias com instrumentos que serão futuramente instalados no VLT, assim como pensam utilizar o ALMA para estudar o gás frio nestas galáxias. Olhando ainda mais longe para o futuro, o European Extremely Large Telescope estará idealmente equipado para estender este tipo de estudo a um Universo ainda mais primordial.
"Estrela da Morte" é flagrada ao redor do Sol por telescópio da Nasa
Um telescópio da Nasa em órbita captou um objeto escuro, em formato de planeta, girando bem próximo ao sol nesta segunda-feira (12), segundo o jornal britânico Daily Mail.
Por conta de sua aparência e formato, ele tem sido chamado de Estrela da Morte, gigante estação espacial da série Guerra nas Estrelas.
As imagens, do Observatório de Dinâmicas Solares, começaram a gerar especulações na internet - sobre o que seria, de fato, esse objeto.
quarta-feira, 14 de março de 2012
Viagem ao espaço pode causar danos ao cérebro e olhos
Astronautas que passam longos períodos no espaço tendem a sofrer problemas no cérebro e nos olhos, de acordo com estudo da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, publicado nesta terça-feira no Journal Radiology. Os cientistas analisaram imagens de ressonância magnética de 27 astronautas que estiveram pelo menos um mês no espaço e notaram diferentes danos nos tecidos cerebrais e oculares.
Os astronautas avaliados haviam sido expostos à redução da gravidade em missões espaciais com uma média de duração de 108 dias, tanto em ônibus espaciais como a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS). As primeiras duram normalmente duas semanas, mas a passagem pela ISS pode levar mais de seis meses.
Dos 27 astronautas avaliados, nove pessoas tiveram uma expansão do fluido cérebro-espinhal (ou líquido cefalorraquidiano) ao redor do nervo óptico; seis sofreram um achatamento da parte de trás do globo ocular; quatro apresentaram uma curvatura anormal do nervo óptico; e três tiveram alterações na glândula pituitária – localizada entre os nervos ópticos – e em sua conexão com o cérebro.
Efeitos similares, que podem levar a problemas de visão, já foram observados em pacientes que costumam viajar muito de avião. Um dos efeitos, ainda não de todo entendido, é o aumento da pressão intracraniana. “Hipertensão intracraniana induzida por ausência de gravidade representa um fator de risco hipotético e uma limitação para viagens espaciais de longa duração”, explica Larry Kramer, principal autor do estudo.
Preocupação - Alguns danos das viagens espaciais à saúde, como perda de massa óssea e dores musculares temporárias, já eram conhecidos dos cientistas. Ainda assim, os resultados da nova pesquisa preocupam a Agência Espacial Americana (Nasa). “A Nasa colocou este problema no topo de sua lista de riscos e iniciou um programa abrangente para estudar seus mecanismos e implicações”, disse William Tarver, chefe de medicina de voo do Centro Espacial Johnson, da Nasa.
Tarver também comentou, em comunicado oficial, que a Nasa notou certas alterações na visão de alguns astronautas a borda da Estação Especial Internacional, mas que os problemas não foram totalmente compreendidos. Nenhum dos astronautas analisados na pesquisa foi classificado como inapto para futuros voos espaciais.
Os astronautas avaliados haviam sido expostos à redução da gravidade em missões espaciais com uma média de duração de 108 dias, tanto em ônibus espaciais como a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS). As primeiras duram normalmente duas semanas, mas a passagem pela ISS pode levar mais de seis meses.
Dos 27 astronautas avaliados, nove pessoas tiveram uma expansão do fluido cérebro-espinhal (ou líquido cefalorraquidiano) ao redor do nervo óptico; seis sofreram um achatamento da parte de trás do globo ocular; quatro apresentaram uma curvatura anormal do nervo óptico; e três tiveram alterações na glândula pituitária – localizada entre os nervos ópticos – e em sua conexão com o cérebro.
Efeitos similares, que podem levar a problemas de visão, já foram observados em pacientes que costumam viajar muito de avião. Um dos efeitos, ainda não de todo entendido, é o aumento da pressão intracraniana. “Hipertensão intracraniana induzida por ausência de gravidade representa um fator de risco hipotético e uma limitação para viagens espaciais de longa duração”, explica Larry Kramer, principal autor do estudo.
Preocupação - Alguns danos das viagens espaciais à saúde, como perda de massa óssea e dores musculares temporárias, já eram conhecidos dos cientistas. Ainda assim, os resultados da nova pesquisa preocupam a Agência Espacial Americana (Nasa). “A Nasa colocou este problema no topo de sua lista de riscos e iniciou um programa abrangente para estudar seus mecanismos e implicações”, disse William Tarver, chefe de medicina de voo do Centro Espacial Johnson, da Nasa.
Tarver também comentou, em comunicado oficial, que a Nasa notou certas alterações na visão de alguns astronautas a borda da Estação Especial Internacional, mas que os problemas não foram totalmente compreendidos. Nenhum dos astronautas analisados na pesquisa foi classificado como inapto para futuros voos espaciais.
Uma bela imagem das galáxias de Dorado
O telescópio espacial Hubble da NASA, produziu uma bela imagem da galáxia NGC 1483.
Fonte: NASA
© Hubble (galáxia NGC 1483)
A NGC 1483 é uma galáxia espiral barrada localizada na constelação do céu do sul, Dorado, O Golfinho. A galáxia nebulosa apresenta um brilhante bulbo central e braços espirais difusos com regiões distintas de formação de estrelas. Em segundo plano é possível notar uma grande quantidade de galáxias.
A constelação de Dorado é o lar do Grupo de Galáxias de Dorado, um grupo composto por 70 galáxias e localizado a aproximadamente 62 milhões de anos-luz de distância. O Grupo de Galáxias de Dorado é bem maior que o Grupo Local de Galáxias onde está localizada a Via Láctea, que contém 30 galáxias. Os aglomerados de galáxias são os maiores agrupamentos de galáxias, e as maiores estruturas desse tipo, presentes no Universo e que possuem suas galáxias unidas pela gravidade.
As galáxias espirais barradas recebem esse nome devido a proeminente estrutura em forma de barra encontrada em seu centro. Esse tipo de galáxia compreende cerca de dois terços de todas as galáxias espirais incluindo a Via Láctea. Estudos recentes sugerem que as barras podem ser um estágio comum no processo de formação das galáxias e podem indicar que uma galáxia atingiu sua completa maturidade.
segunda-feira, 12 de março de 2012
Cientistas detectam indícios do bóson de Higgs
Cientistas do laboratório americano Fermilab, próximo de Chicago, anunciaram que estão mais próximos de provar a existência do bóson de Higgs, conhecido popularmente como 'partícula de Deus', que supostamente confere massa a todas as outras partículass descobertas, realizadas com o acelerador de partículas Tevatron, foram apresentadas em La Thuile, no noroeste da Itália.
Ao analisarem dados de cerca de 500 trilhões de colisões entre partículas subatômicas, com o intuito de reproduzir as condições pós-Big Bang, os pesquisadores descobriram cerca de mil medições compatíveis com a partícula de Higgs. Mas isto não basta para provar sua existência: pode ser apena um erro estatístico.
"Infelizmente, essa pista não é suficientemente significativa para concluir que o bóson de Higgs existe", admitiu o físico do Fermilab Rob Roser. Segundo o cientista, a imagem que eles têm das partículas de Higgs – que em tese possuem uma vida muito curta, pois quase imediatamente se transformariam em outras partículas – ainda é um pouco "borrada".
A probabilidade de um acaso estatístico nesta pesquisa foi calculada em 1 em 250. Para provar a existência de uma partícula subatômica, as chances teriam que ser de apenas 1 em 740 — padrão adotado pelos físicos para ter certeza da existência de uma partícula.
O que animou os cientistas foi descobrir que peso das partículas identificadas no laboratório Fermilab é equivalente ao das que foram detectadas no Grande Colisor de Hádrons (do inglês Large Hadron Collider, LHC), o maior acelerador de partículas do mundo. O LHC, pertencente à CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), irá continuar o trabalho iniciado pela Fermilab, já que o acelerador próprio do laboratório americano, o Tevatron, foi desativado em setembro de 2011.
A identificação do bóson de Higgs é importante, uma vez que sua existência está prevista no chamado Modelo Padrão, o arcabouço teórico que descreve as forças e partículas fundamentais. Sua confirmação poderia provar a existência de um campo invisível que, por suposição, permeia todo o universo. Este campo, nomeado de campo de Higgs, foi postulado pelo cientista britânico Peter Higgs em 1960, para explicar a forma como a matéria obteve massa após o Big Bang. O bóson, segundo essa teoria, teria possibilitado o desenvolvimento das estrelas, dos planetas e dos seres vivos, ao fornecer massa às partículas mais elementares.
Os cientistas afirmaram ainda que permanecerão analisando os dados obtidos nos seus experimentos e que uma conclusão definitiva deve ser apresentada em junho.
sábado, 10 de março de 2012
A cidade das galáxias vermelhas
Uma equipe de astrônomos descobriu o aglomerado mais distante de galáxias vermelhas já observado usando a poderosa câmera de infravermelho próximo FourStar no telescópio Magellan Baade.
Fonte: The Astrophysical Journal Letters
© Hubble e Spitzer (aglomerado com galáxias vermelhas)
Esta imagem efetuada pelos telescópios Hubble e Spitzer mostra uma galáxia em evolução passiva identificada pelo Gemini Deep Deep Survey (GDDS) que levou à detecção do aglomerado compacto de enormes galáxias vermelhas a um redshift de z=1,51.
O aglomerado de galáxias está localizado a 10,5 bilhões de anos-luz de distância na direção da constelação de Leão, formada por um conjunto de 30 galáxias, conhecido como "cidade das galáxias", quando o Universo tinha apenas três bilhões de anos.
Estranhamente, o aglomerado foi completamente descartado por pesquisas anteriores, que procuravam nesta região do céu e foram realizadas por telescópios terrestres e os principais meios espaciais de observação, incluindo o telescópio Hubble. Apesar dessas observações intensas, as distâncias precisas para essas galáxias tênues e distantes estavam desaparecidas até o advento da câmera FourStar.
Esta câmera permitiu que essas observações fossem realizadas através de cinco filtros especiais para coletar as imagens que são sensíveis às fatias estreitas do espectro infravermelho próximo. Esta abordagem poderosa permitiu medir as distâncias exatas entre a Terra e as diversas galáxias distantes ao mesmo tempo, fornecendo um mapa 3-D do início do Universo.
"Isso significa que o aglomerado de galáxias ainda é jovem e deve continuar crescendo em uma estrutura extremamente densa, possivelmente contendo milhares de galáxias", explicou o Lee Spitler da Universidade de Tecnologia Swinburne da Austrália.
A descoberta é parte de uma pesquisa maior, o FourStar Galaxy Evolution Survey (Z-FOURGE), liderada pelo Dr. Ivo Labbé do Observatório Leiden, na Holanda. O foco da pesquisa é para resolver um problema clássico em astronomia observacional: distâncias determinantes. Só então você sabe se um ponto de luz é uma estrela em nossa Via Láctea, uma pequena galáxia próxima, ou uma grande muito longe.
As observações Z-FOURGE, estão sendo realizados utilizando o telescópio Magellan de 6,5 metros no Observatório Las Campanas no Chile.
Estranhamente, o aglomerado foi completamente descartado por pesquisas anteriores, que procuravam nesta região do céu e foram realizadas por telescópios terrestres e os principais meios espaciais de observação, incluindo o telescópio Hubble. Apesar dessas observações intensas, as distâncias precisas para essas galáxias tênues e distantes estavam desaparecidas até o advento da câmera FourStar.
Esta câmera permitiu que essas observações fossem realizadas através de cinco filtros especiais para coletar as imagens que são sensíveis às fatias estreitas do espectro infravermelho próximo. Esta abordagem poderosa permitiu medir as distâncias exatas entre a Terra e as diversas galáxias distantes ao mesmo tempo, fornecendo um mapa 3-D do início do Universo.
"Isso significa que o aglomerado de galáxias ainda é jovem e deve continuar crescendo em uma estrutura extremamente densa, possivelmente contendo milhares de galáxias", explicou o Lee Spitler da Universidade de Tecnologia Swinburne da Austrália.
A descoberta é parte de uma pesquisa maior, o FourStar Galaxy Evolution Survey (Z-FOURGE), liderada pelo Dr. Ivo Labbé do Observatório Leiden, na Holanda. O foco da pesquisa é para resolver um problema clássico em astronomia observacional: distâncias determinantes. Só então você sabe se um ponto de luz é uma estrela em nossa Via Láctea, uma pequena galáxia próxima, ou uma grande muito longe.
As observações Z-FOURGE, estão sendo realizados utilizando o telescópio Magellan de 6,5 metros no Observatório Las Campanas no Chile.
Nos primeiros seis meses de estudo, a equipe obteve distâncias precisas para galáxias fracas sobre uma região de cerca de um quinto do tamanho aparente da Lua. Embora a área é relativamente pequena, eles encontraram cerca de mil galáxias com distâncias ainda maiores do que o novo aglomerado.
© Z-FOURGE (imagem no óptico e infravermelho do aglomerado)
A imagem acima em infravermelho mostra o aglomerado. Três fatias estreitas de espectro em infravermelho são representados nesta composição. As cores foram balanceadas para acentuar as galáxias vermelhas a uma distância de 10,5 bilhões de anos-luz.
Região turbulenta de formação estelar
O massivo e jovem agrupamento estelar, conhecido como R136, tem poucos milhões de anos de vida e reside na Nebulosa 30 Doradus, uma região turbulenta de formação de estrelas localizada na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite à Via Láctea.
Fonte: NASA
© Hubble (Nebulosa 30 Doradus)
Não se conhece na Via Láctea uma região de formação de estrelas tão grande e tão prolífica como a 30 Doradus.
Muitas das estrelas azuis visíveis na imagem acima que parecem como diamantes, estão entre as estrelas mais massivas conhecidas. Algumas delas são 100 vezes mais massivas que o Sol. Essas estrelas já tem um destino traçado e em poucos milhões de anos devem explodir como supernovas.
A imagem foi relizada no comprimento de onda do ultravioleta, visível e na luz vermelha registrada pela Wide Field Camera 3 do Hubble, e se estende por 100 anos-luz. A nebulosa está perto o bastante da Terra para que o Hubble consiga identificar estrelas de forma individual, dando assim aos astrônomos importantes informações sobre o nascimento e a evolução das estrelas.
As estrelas brilhantes estão cavando profundas cavidades no material ao redor, lançando luz ultravioleta e ventos estelares com força de um furacão, ou seja, jatos de partículas carregadas, que expulsam para longe a nuvem de gás hidrogênio onde as estrelas nasceram. A imagem revela uma paisagem fantástica de pilares, cadeias e vales, bem como uma região escura no centro que parece grosseiramente com uma árvore de natal. Além de esculpirem o terreno gasoso ao redor, as estrelas brilhantes podem também ajudar a criar uma sucessiva geração de novas estrelas. Quando os ventos alcançam as densas paredes de gás, eles criam choques, que podem gerar uma nova onda de nascimento de estrelas.
Essas observações foram feitas entre os dias 20 e 27 de Outubro de 2009. A cor azul é a luz das estrelas mais quentes e massivas, a cor verde é gerada pelo brilho do oxigênio e a cor vermelha pela fluorescência do hidrogênio.
quinta-feira, 8 de março de 2012
Tempestade solar se aproxima da Terra e pode afetar equipamentos
Uma forte tempestade geomagnética originária do Sol deve chegar na quinta-feira à Terra, onde pode afetar redes elétricas, transportes aéreos e aparelhos de GPS, segundo especialistas americanos.
A tempestade - uma gigantesca nuvem de partículas expelida pelo Sol a cerca de 7,2 milhões km/h - foi provocada por duas erupções solares, de acordo com os cientistas.
Essa é provavelmente a mais violenta tempestade solar em quase seis anos, superando uma semelhante no final de janeiro, segundo Joseph Kunches, um "meteorologista espacial" que trabalha na Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA).
A perturbação solar, segundo Kunches, tem três estágios, dos quais dois já estão afetando a Terra. Primeiro, duas labaredas solares, movendo-se quase à velocidade da luz, chegaram à Terra, na noite de terça-feira. Elas podem afetar transmissões de rádio.
Em seguida, a radiação solar atingiu, na quarta-feira, o campo magnético terrestre, com possível impacto sobre o tráfego aéreo, especialmente perto dos polos. Satélites e astronautas em caminhadas espaciais também estão sujeitos aos efeitos dessa fase, que pode durar vários dias.
Finalmente, a nuvem de plasma emitida pela ejeção de massa coronal - que é basicamente um pedaço grande da atmosfera solar - deve chegar na manhã de quinta-feira à Terra.
Essa fase pode afetar o funcionamento de redes elétricas, satélites, oleodutos de GPSs de alta precisão usados em certas operações petrolíferas e agrícolas, segundo os cientistas. O GPS comum, como o dos carros, não deve ser afetado, segundo Doug Biesiecker, da NOAA.
Kunches disse que o componente geomagnético da tempestade pode se antecipar um pouco por ocorrer logo depois de uma tempestade anterior, que saiu do Sol no domingo e está atualmente castigando a magnetosfera terrestre.
"Quando você já teve uma tempestade de ejeção de massa coronal, às vezes a próxima tempestade de ejeção de massa coronal é mais rápida em chegar aqui", disse Kunches.
As tempestades podem produzir vívidas auroras polares. No Hemisfério Norte, o fenômeno poderia ser visto até em latitudes médias, como em Nova York. Cientistas dizem que o Sol está numa fase de atividade ascendente no seu ciclo de 11 anos, e o pico está previsto para 2012.
A tempestade - uma gigantesca nuvem de partículas expelida pelo Sol a cerca de 7,2 milhões km/h - foi provocada por duas erupções solares, de acordo com os cientistas.
Essa é provavelmente a mais violenta tempestade solar em quase seis anos, superando uma semelhante no final de janeiro, segundo Joseph Kunches, um "meteorologista espacial" que trabalha na Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA).
A perturbação solar, segundo Kunches, tem três estágios, dos quais dois já estão afetando a Terra. Primeiro, duas labaredas solares, movendo-se quase à velocidade da luz, chegaram à Terra, na noite de terça-feira. Elas podem afetar transmissões de rádio.
Em seguida, a radiação solar atingiu, na quarta-feira, o campo magnético terrestre, com possível impacto sobre o tráfego aéreo, especialmente perto dos polos. Satélites e astronautas em caminhadas espaciais também estão sujeitos aos efeitos dessa fase, que pode durar vários dias.
Finalmente, a nuvem de plasma emitida pela ejeção de massa coronal - que é basicamente um pedaço grande da atmosfera solar - deve chegar na manhã de quinta-feira à Terra.
Essa fase pode afetar o funcionamento de redes elétricas, satélites, oleodutos de GPSs de alta precisão usados em certas operações petrolíferas e agrícolas, segundo os cientistas. O GPS comum, como o dos carros, não deve ser afetado, segundo Doug Biesiecker, da NOAA.
Kunches disse que o componente geomagnético da tempestade pode se antecipar um pouco por ocorrer logo depois de uma tempestade anterior, que saiu do Sol no domingo e está atualmente castigando a magnetosfera terrestre.
"Quando você já teve uma tempestade de ejeção de massa coronal, às vezes a próxima tempestade de ejeção de massa coronal é mais rápida em chegar aqui", disse Kunches.
As tempestades podem produzir vívidas auroras polares. No Hemisfério Norte, o fenômeno poderia ser visto até em latitudes médias, como em Nova York. Cientistas dizem que o Sol está numa fase de atividade ascendente no seu ciclo de 11 anos, e o pico está previsto para 2012.
Um encontro de galáxias jovens
O aglomerado de galáxias de Hércules (também conhecido como Abell 2151) situa-se a cerca de 500 milhões de anos-luz de distância na constelação de Hércules.
Fonte: ESO
© ESO (aglomerado de galáxias de Hércules)
Este aglomerado é claramente diferente de outras associações de galáxias próximas. Além de apresentar uma forma bastante irregular, o aglomerado contém uma grande variedade de tipos de galáxias, em particular galáxias espirais jovens que estão formarndo estrelas, não se observando nenhuma galáxia elíptica gigante.
© ESO (detalhes aglomerado de galáxias de Hércules)
A nova imagem foi tirada com o VST (VLT Survey Telescope), o mais recente telescópio instalado no Observatório do Paranal do ESO, no Chile. O VST é um telescópio de rastreio, equipado com uma câmera de 268 milhões de pixels, a OmegaCAM, que captura imagens de grandes áreas do céu. Normalmente, apenas pequenos telescópios conseguem obter imagens de objetos tão grandes como este de uma única vez, mas o VST de 2,6 metros não só possui um grande campo, como também tira todas as vantagens das excelentes condições de observação do Paranal, conseguindo assim obter muito rapidamente imagens que são simultaneamente muito nítidas e muito profundas.
Por toda a imagem podemos observar pares de galáxias aproximando-se muito umas das outras. Este processo originará a fusão das galáxias numa só galáxia maior. As numerosas interações e o grande número de galáxias espirais ricas em gás que estão formando estrelas, fazem com que os membros do aglomerado de galáxias de Hércules se pareçam com as galáxias jovens do Universo mais longínquo. Devido a esta semelhança, os astrônomos pensam que este aglomerado de galáxias é um aglomerado relativamente jovem. Trata-se de um emaranhado de galáxias, vibrante e dinâmico que, no futuro, se assemelhará aos aglomerados de galáxias mais velhos, típicos da nossa vizinhança galáctica.
Os aglomerados de galáxias formam-se quando pequenos grupos de galáxias se juntam devido à força da gravidade. À medida que estes grupos se aproximam uns dos outros, o aglomerado torna-se mais compacto e de forma mais esférica. Ao mesmo tempo, as próprias galáxias aproximam-se entre si e começam a interagir. Mesmo que inicialmente as galáxias espirais predominem nestes grupos, as colisões galácticas levam a eventuais distorções das suas estruturas espirais e ao arrancamento de gás e poeira, o que trava a formação estelar. Por isso, a maioria das galáxias num aglomerado mais evoluído são elípticas ou irregulares. Uma ou duas galáxias elípticas gigantes, formadas a partir da fusão de várias galáxias mais pequenas e permeadas de estrelas velhas, costumam encontrar-se no centro destes aglomerados velhos.
Pensa-se que o aglomerado de galáxias de Hércules é uma coleção de, pelo menos, três aglomerados ou grupos de galáxias mais pequenos, que se encontram neste momento formando uma estrutura maior. Mais ainda, o próprio aglomerado está em fusão com outros aglomerados grandes, o que irá dar origem a um superaglomerado de galáxias. Estas gigantescas coleções de aglomerados são algumas das maiores estruturas do Universo. O grande campo de visão e a qualidade de imagem da OmegaCAM, montada no VST, tornam este instrumento ideal no estudo das regiões periféricas dos aglomerados de galáxias, onde interações entre os aglomerados, interações essas que ainda não são bem compreendidas, estão acontecendo.
Esta imagem mostra não apenas as galáxias do aglomerado de galáxias de Hércules, mas também muitos objetos tênues e difusos no campo de fundo, que são galáxias muito mais afastadas. Em primeiro plano e muito mais próximo de nós, podem ver-se várias estrelas brilhantes da Via Láctea, observando-se igualmente alguns asteroides através dos curtos rastos que deixaram na imagem à medida que se deslocaram lentamente ao longo desta durante as exposições.
terça-feira, 6 de março de 2012
Intensa erupção solar envia partículas na direção da Terra
Uma forte erupção na superfície do Sol, somada com a temporada de tempestades, enviou ondas de plasma e partículas que alcançarão a Terra, conforme informou nesta segunda-feira o Centro de Prognósticos Climatológicos Espaciais (SWPC). O SWPC, operado pelo Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos, indicou que o clarão foi de classe X1.1, o que significa que se trata de uma das mais poderosas das erupções solares. O fenômeno aconteceu à 1h13 desta segunda-feira.
A expectativa é de que a onda de plasma e partículas solares alcance a Terra em dois ou três dias. As erupções solares interferem no campo magnético da Terra e as ondas, que obrigaram a mudar a rota de alguns aviões comerciais que sobrevoavam os pólos, continuarão se intensificando, segundo os especialistas.
O Sol passa por ciclos regulares de atividade, que a cada 11 anos aproximadamente se intensificam e provocam tempestades que às vezes deformam e inclusive atravessam o campo magnético da Terra. Os especialistas indicaram que a atual temporada de tempestades é a mais intensa registrada desde setembro de 2005 e que estas provocam efeitos especiais únicos como as auroras boreais, além de interferir nas comunicações.
Além disso, as redes de transmissão de eletricidade, as comunicações via rádio e os sistemas de satélites são afetados, mas a Nasa afirmou que os astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS) não correm perigo.
Em janeiro, os cientistas detectaram duas erupções no período de quatro dias seguidos por ondas com bilhões de toneladas de plasma viajando a cerca de 8 milhões de km/h. A onda causada pelo segundo dos dois clarões alcançou a Terra cerca de 34 horas depois da erupção, em vez dos dois ou mais dias que habitualmente esse deslocamento demora.
A expectativa é de que a onda de plasma e partículas solares alcance a Terra em dois ou três dias. As erupções solares interferem no campo magnético da Terra e as ondas, que obrigaram a mudar a rota de alguns aviões comerciais que sobrevoavam os pólos, continuarão se intensificando, segundo os especialistas.
O Sol passa por ciclos regulares de atividade, que a cada 11 anos aproximadamente se intensificam e provocam tempestades que às vezes deformam e inclusive atravessam o campo magnético da Terra. Os especialistas indicaram que a atual temporada de tempestades é a mais intensa registrada desde setembro de 2005 e que estas provocam efeitos especiais únicos como as auroras boreais, além de interferir nas comunicações.
Além disso, as redes de transmissão de eletricidade, as comunicações via rádio e os sistemas de satélites são afetados, mas a Nasa afirmou que os astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS) não correm perigo.
Em janeiro, os cientistas detectaram duas erupções no período de quatro dias seguidos por ondas com bilhões de toneladas de plasma viajando a cerca de 8 milhões de km/h. A onda causada pelo segundo dos dois clarões alcançou a Terra cerca de 34 horas depois da erupção, em vez dos dois ou mais dias que habitualmente esse deslocamento demora.
As estrelas jovens piscam!
Uma equipe de astrônomos detectou, através dos telescópios espaciais Herschel, da ESA e Spitzer da NASA, mudanças surpreendentemente rápidas no brilho de estrelas embrionárias dentro da Nebulosa de Órion.
Fonte: ESA
© Spitzer e Herschel (estrelas recém-nascidas em Órion)
As imagens obtidas pelo detector de infravermelho do Herschel, e por dois instrumentos do Spitzer, trabalhando em comprimentos de onda mais curtos, mostram uma imagem mais detalhada das estrelas em formação no coração deste que se tem como um dos objetos mais estudados pelos astrônomos.
A 1.350 anos-luz da Terra, esta é uma das poucas nebulosas visíveis a olho nu.
Ela contém a região de formação de grandes estrelas mais próxima da Terra, com uma luz ultravioleta intensa proveniente das estrelas jovens e quentes que transformam gases e poeira em uma zona brilhante.
O que agora se descobriu é que, dentro dessa poeira, oculta aos comprimentos de onda visíveis, há uma série de estrelas ainda mais jovens, na primeira fase da sua evolução.
A nova combinação de imagens de infravermelho longo e médio penetrou através da poeira obscura e revelou essas estrelas embrionárias.
Uma estrela se forma quando uma densa nuvem de gás e poeira se funde e colapsa sob a sua própria gravidade, criando uma proto-estrela quente central, rodeada por um disco em espiral e envolvida por um halo maior.
Grande parte desse material vai-se juntando em um redemoinho ao longo de centenas de milhares de anos, antes de ser acionada a fusão nuclear no coração da estrela, e gerando uma nova estrela.
Alguns dos gases e da poeira remanescentes no disco podem formar um sistema planetário, como se acredita ter acontecido com o nosso Sistema Solar.
Uma equipe de astrônomos liderados por Nicolas Billot, do Instituto de Radioastronomia Milimétrica, na Espanha, usou o telescópio Herschel para captar a Nebulosa de Órion uma vez por semana, durante seis semanas, no inverno e primavera do ano passado.
A câmara fotodetectora e o espectrômetro PACS do Herchel detectaram poeiras de partículas frias rodeando as proto-estrelas mais jovens em comprimentos de onda de infravermelho longo.
Estas observações foram combinadas com imagens de arquivo do Spitzer, obtidas em comprimentos de onda na zona dos infravermelhos curtos e médios, que mostram objetos mais velhos e quentes.
Os astrônomos ficaram surpresos ao ver que o brilho das estrelas jovens varia em mais de 20% em poucas semanas; deve-se levar em conta que o processo de acreção deveria levar anos ou mesmo séculos.
Em certo sentido, o que os astrônomos descobriram é que as estrelas piscam.
Eles terão agora que encontrar uma explicação para este novo fenômeno, ainda não contemplado nos modelos de formação de estrelas atuais.
Uma possibilidade é que os filamentos de gás irregulares estejam afunilando do disco externo para as regiões centrais perto da estrela, aquecendo temporariamente o disco interior e fazendo-o brilhar.
Outro cenário possível é a acumulação de material frio na borda interna e criando sombras no disco externo, fazendo com que este escureça temporariamente.
Em qualquer dos casos, está claro agora que a gestação de estrelas não é um processo suave e uniforme.
"Mais uma vez, as observações do Herschel nos surpreenderam e nos deram pistas interessantes sobre o que acontece durante as fases mais precoces da formação de estrelas e dos planetas," comentou Göran Pilbratt, do projeto Herschel da ESA.
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