quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Como seria voar de avião em outros planetas?

Já pensou pegar um avião pequeno, como um Tucano, e voar pelas paisagens de Marte, ou então se perder nas nuvens gigantescas de Júpiter? Será que é possível?
Uma aeronave é um aparelho feito para voar na Terra, e temos sorte que a nossa atmosfera e atração gravitacional sejam tais que é possível projetar máquinas voadoras. Mesmo porque, em outros planetas e corpos celestes, provavelmente não poderíamos.
Para voar é preciso uma atmosfera – o que já exclui nossa lua e Mercúrio, além de outras luas e corpos menores. Tentar voar em algum deles resultaria em uma queda livre.



Para saber se é possível voar em outros planetas, Randall Munroe, ex-roboticista da Nasa e desenhista de quadrinhos da web, pegou o simulador de voo X Plane e alterou os parâmetros para imitar cada um dos planetas com atmosfera.
O X-Plane é “o mais avançado simulador de voo no mundo”, segundo Munroe. É o resultado de 20 anos de trabalho obsessivo de entusiastas da aeronáutica, e é capaz de simular o fluxo de ar em cada parte do corpo de uma aeronave conforme ela voa.
O avião usado na simulação foi um Cessna 172 Skyhawk, provavelmente o avião mais comum no mundo, só que os tanques estão cheios de baterias de íon de lítio e o motor é elétrico, o que dá uma autonomia de 5 a 10 minutos.
Em todas as simulações, o aeroplano é liberado a 1 km de altitude e tenta continuar voando dali. Nove dos 32 maiores corpos têm atmosfera, e é nestes corpos que Munroe fez o teste.

Voando solo

Basicamente, no sol, o aeroplano é vaporizado em menos de um segundo. Em Marte, ele não consegue desenvolver velocidade suficiente para sair do mergulho, e atinge o solo a mais de 60 m/s. Se for liberado a quatro ou cinco quilômetros de altitude, ele consegue ganhar velocidade para planar à metade da velocidade do som.
Não foi possível simular Vênus, pois sua pressão e temperaturas são muito altas, mas os cálculos e a física apontam que o avião voaria bem, exceto pelo fato de que estaria pegando fogo o tempo todo, e logo deixaria de ser um avião, caindo. Se for, entretanto, liberado acima das nuvens, a 55 km de altitude, as condições são melhores: temperatura normal e pressão similar à das montanhas terrestres. Só vai precisar de uma proteção contra o ácido sulfúrico, bem como suportar ventos similares a um furacão categoria 5.
Em Júpiter não tem voo, a gravidade é muito forte. O avião poderia começar a uma altitude com pressão similar à atmosférica, e ir acelerando em um voo planado para baixo, até ser esmagado pela pressão.
Em Saturno, a gravidade é um pouco mais fraca na região em que a pressão corresponde a uma atmosfera. Daria para voar mais longe, até o frio ou os ventos fortes obrigarem a nave a descer e ter o mesmo destino que em Júpiter.
Urano é um globo estranho, com ventos fortíssimos e muito frio. É o mais amigável dos gigantes gasosos e provavelmente o Cessna voaria um pouco mais. Mas em um planeta onde todos os lugares são iguais, para que voar mais longe?
Netuno pode ser uma escolha um pouco melhor que Urano. Tem algumas nuvens para você olhar antes de congelar ou ser partido ao meio pela turbulência.
Titã é o último corpo com atmosfera que Munroe testou. Segundo ele, pode ser melhor para voar do que a Terra, já que a atmosfera é mais densa, mas a gravidade é menor. Daria para voar com um Cessna movido a pedal.
Aliás, não seria necessário um Cessna: daria para voar com não mais que um par de asas artificiais – não seria mais cansativo que pedalar. O problema é a temperatura de 72 Kelvin (-201,15 graus Celsius), basicamente a temperatura do nitrogênio líquido.
Você pode ler todo o post de Munroe em What if? (“E se?”, um tipo de blog em que Randall responde à perguntas hipotéticas usando física, toda terça-feira).

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Cool, New Views of Andromeda Galaxy

Two new eye-catching views from the Herschel space observatory are fit for a princess. They show the elegant spiral galaxy Andromeda, named after the mythical Greek princess known for her beauty.


The Andromeda galaxy, also known as Messier 31, lies 2 million light-years away, and is the closest large galaxy to our own Milky Way. It is estimated to have up to one trillion stars, whereas the Milky Way contains hundreds of billions. Recent evidence suggests Andromeda's overall mass may in fact be less than the mass of the Milky Way, when dark matter is included.

Herschel, a European Space Agency mission with important NASA contributions, sees the longer-wavelength infrared light from the galaxy, revealing its rings of cool dust. Some of this dust is the very coldest in the galaxy -- only a few tens of degrees above absolute zero.

In both views, warmer dust is highlighted in the central regions by different colors. New stars are being born in this central, crowded hub, and throughout the galaxy's rings in dusty knots. Spokes of dust can also be seen between the rings.

One view, seen at http://www.jpl.nasa.gov/spaceimages/details.php?id=PIA16682 , is a mosaic of data from Herschel's Photodetecting Array Camera and Spectrometer (PACS) and spectral and photometric imaging receiver (SPIRE).

The second view, seen at http://www.jpl.nasa.gov/spaceimages/details.php?id=PIA16681 , shows data from only the SPIRE instrument, which captures the longest of wavelengths detectable by Herschel.

Herschel is a European Space Agency cornerstone mission, with science instruments provided by consortia of European institutes and with important participation by NASA. NASA's Herschel Project Office is based at NASA's Jet Propulsion Laboratory, Pasadena, Calif. JPL contributed mission-enabling technology for two of Herschel's three science instruments. The NASA Herschel Science Center, part of the Infrared Processing and Analysis Center at the California Institute of Technology in Pasadena, supports the United States astronomical community. Caltech manages JPL for NASA. 

domingo, 27 de janeiro de 2013

A morte do universo está bem mais próxima do que imaginávamos

Carros ficam sem gasolina, estrelas ficam sem gás e galáxias são engolidas por buracos-negros. Enquanto isso o Universo e tudo o que há nele está acabando, ficando “gasto”. E pesquisadores descobriram que, na verdade, o Universo está 30 vezes mais gasto do que os astrônomos imaginavam.



Cientistas conseguiram calcular a entropia do Universo. Caso você não se lembre de suas aulas de física e química, entropia é a quantidade de energia que pode ser extraída de algo ou de um sistema – por exemplo, podemos medir a eficiência de um motor, quanta energia um combustível fornece ou, nesse caso, a desordem de um sistema.
Usando o tamanho e a quantidade de buracos negros conhecidos, os pesquisadores descobriram que o Universo contém 30 vezes mais entropia do que eles imaginavam. A descoberta também aponta que, por mais que galáxias, estrelas e tudo o mais que há no Universo contribua para a entropia e a desordem, são os buraco negro supermassivos que são os maiores responsáveis.
Segundo os cientistas, essa descoberta tem fortes implicações na nossa vida e em uma possível vida extraterrestre. O Universo começou com uma entropia baixa e, de acordo com a segunda lei da termodinâmica, essa entropia foi aumentando desde então. Agora o próximo passo é descobrir a quantidade de energia disponível em vários cantos do Universo para calcular se, com essa quantidade de “combustível”, a vida é possível.


Fonte: Science Daily

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A galáxia espiral próxima NGC 4945

A grande galáxia espiral NGC 4945 é vista de lado na imagem abaixo perto do centro desse retrato cósmico galáctico.


© SSRO (galáxia espiral NGC 4945)
De fato, a NGC 4945 é quase do tamanho da nossa Via Láctea. Seu disco empoeirado, os jovens aglomerados estelares azuis e as regiões rosadas de formação de estrelas  se destacam nessa imagem telescópica colorida. Localizada a aproximadamente 13 milhões de anos-luz de distância na direção da expansiva constelação do hemisfério sul de Centaurus, a NGC 4945 é somente seis vezes mais distante do que a galáxia de Andrômeda, a galáxia espiral grande mais próxima da Via Láctea. Apesar da região central da galáxia estar em grande parte escondida da visão dos telescópios ópticos, observações feitas em raios X e em infravermelho indicam significantes emissões de alta energia e uma grande atividade de formação de estrelas no núcleo da NGC 4945. Seu núcleo obscuro, porém ativo, qualifica essa bela ilha do Universo como sendo uma galáxia Seyfert, e provavelmente abriga um buraco negro central supermassivo.

Fonte: NASA

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Cientistas encontram evidências de antigo lago em Marte

Analise mostrou que minerais econtrados em cratera de 92 km de diâmetro e 2,2 km de profundidade foram formados por meio da interação com a água.


Uma sonda espacial americana que orbita Marte encontrou evidências da existência de um antigo lago alimentado por águas subterrâneas, o que respalda as teorias de que o planeta vermelho pode ter abrigado vida.
Informações obtidas pelo espectrômetro da sonda, chamada Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), mostram vestígios de carbonato e minerais de argila, geralmente formados na presença de água, na parte inferior da cratera McLaughlin, que tem 92 quilômetros de diâmetro e 2,2 quilômetros de profundidade.
"Estas novas observações sugerem a formação de carbonatos e argila em um lago alimentado por águas subterrâneas na bacia fechada da cratera", informou a NASA sobre as descobertas, publicadas na edição online da revista Nature Geoscience.
"Algumas pesquisas propõem que o interior da cratera podem ter sido ambientes úmidos e hábitats potenciais", disse a agência espacial americana. "A cratera carece de canais de grande afluência, por isso, o lago era provavelmente alimentado por águas subterrâneas", disseram os cientistas.

Fonte: Veja.com

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Nebulosa com formato de peixe-boi

A Fundação Nacional de Ciência (NSF, na sigla em inglês) dos Estados Unidos divulgou uma nova imagem obtida através do observatório de radioastronomia Karl G. Jansky.

© NSF (nebulosa W50)

O registro é da gigantesca nebulosa W50, e chama a atenção na imagem o formato do objeto, que lembra um peixe-boi.

A nebulosa tem cerca de 20 mil anos e é o resultado de uma explosão de supernova. Essa enorme nuvem de gás tem cerca de 700 anos-luz de comprimento e ocupa dois graus do céu; se fosse visível a olho nu, ela equivaleria a quatro vezes a Lua Cheia. Ela fica na constelação de Aquila (Águia).
A W50 foi formada quando uma estrela explodiu como uma supernova, lançando seus componentes ao redor e formando uma enorme bolha de gás. Hoje, essa nuvem se alimenta da matéria expelida por uma estrela companheira próxima. Essa matéria forma um disco antes de entrar na nebulosa. Este disco e poderosas linhas magnéticas formam um canal, que acaba por ejetar poderosos jatos que saem do sistema a uma velocidade próxima à da luz. Esse complexo sistema é conhecido pelos astrônomos como microquasar SS433.

Conhecida como W50 (já que foi o 50º objeto listado no catálogo do astrônomo holandês Gart Westerhout, de 1958), recebeu um novo apelido pela organização americana: Nebulosa Peixe-Boi.

Fonte: NASA

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Um pedaço movimentado do Grande Atrator

Um pedaço do espaço cheio de objetos foi captado nessa imagem do telescópio espacial Hubble. Disseminado com muitas estrelas próximas, o campo também tem numerosas galáxias em segundo plano.


© Hubble (Abell 3627)
Localizado na divisa das constelações  Triangulum Australe (O Triângulo do Sul) e Norma, esse campo cobre parte do chamado Aglomerado de Norma, Abell 3627, bem como uma densa área da nossa própria galáxia, a Via Láctea.
O Aglomerado de Norma, é o aglomerado massivo de galáxias mais próximo da Via Láctea, e localiza-se a aproximadamente 220 milhões de anos-luz de distância. A enorme massa concentrada aqui, e a consequente atração gravitacional, explica porque que essa região do espaço é conhecida pelos astrônomos como o Grande Atrator, e domina a nossa região do Universo.
A maior galáxia visível nessa imagem é a ESO 137-002, uma galáxia espiral vista de lado. Nessa imagem do Hubble, nós podemos ver grandes regiões de poeira através do bulbo da galáxia. O que nós não vemos aqui é a cauda de raios X brilhante que tem sido observado se estendendo para fora da galáxia, mas que é invisível a um telescópio óptico como o Hubble.
Observar o Grande Atrator em comprimentos de onda ópticos é complicado. O plano da Via Láctea, responsável por numerosas estrelas brilhantes nessa imagem, tanto brilha (com as estrelas) como obscurece (com a poeira) muitos objetos além dele. Porém existem alguns truques para observarmos através dele, por exemplo, por meio de imagens infravermelhas e observações de rádio, mas a região além do centro da Via Láctea, onde a poeira é mais espessa, permanece ainda quase que um mistério completo para os astrônomos.
A imagem acima foi feita combinando imagens obtidas na luz azul e infravermelha com a Advanced Camera for Surveys do Hubble.

Fonte: ESA

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Robô da Nasa começará em breve a perfurar rochas marcianas

O robô Curiosity, da Nasa, começará em breve a fazer perfurações em Marte pela primeira vez, informaram autoridades que participam da missão antes de iniciar a tão esperada empreitada. Cientistas por trás da missão de US$ 2,5 bilhões também explicaram a natureza da pequena "flor marciana", que provocou comoção na internet por ser muito diferente das rochas circundantes.



Aileen Yingst, do Instituto de Ciência Planetária, disse que o que pode ter passado como uma flor na verdade era um grão ou seixo relativamente grande. "Todas estas são rochas sedimentares que nos dizem que Marte teve ambientes depositando ativamente material aqui", afirmou Yingst esta terça-feira. "Os tamanhos diferentes dos grãos nos falam de condições de transporte diferentes", emendou.
O Curiosity se dirige agora para uma rocha plana, com veios opacos, que os cientistas esperam poder fornecer pistas sobre a existência de água no passado do planeta vermelho.
"Perfurar uma rocha para coletar uma amostra será a atividade mais desafiadora desta missão desde o pouso (em 6 de agosto de 2012). Isto nunca foi feito em Marte", disse Richard Cook, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. "O equipamento de perfuração interage energeticamente com material marciano sobre o qual não temos controle. Não ficaremos surpresos se alguns passos no processo não saírem exatamente como o planejado", emendou.
O robô coletará amostras de dentro da rocha "John Klein" - que recebeu este nome em homenagem a um ex-vice-gerente de projeto do Laboratório de Ciências de Marte, falecido em 2012 - e as analisará para determinar sua composição química e mineral. As câmeras do robô revelaram algumas características inesperadas na rocha, incluindo veios, nódulos, estratificações oblíquas, um seixo brilhante incrustado em arenito e possivelmente alguns buracos no chão.
A missão, com duração prevista de pelo menos dois anos, visa a estudar o ambiente marciano para preparar uma possível futura missão tripulada. O presidente americano, Barack Obama, prometeu mandar humanos ao planeta vermelho em 2030.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Astrônomos avistam o maior aglomerado de galáxias do Universo

Astrônomos anunciaram nesta sexta-feira ter observado a maior estrutura já vista no cosmos, um aglomerado de galáxias do Universo remoto que se estende por impressionantes quatro bilhões de anos-luz.



A vasta estrutura é conhecida como um grande grupo de quasares (LQG, na sigla em inglês), em que os quasares - núcleos de galáxias antigas, alimentados por buracos negros supermaciços - se agrupam.
A descoberta no espaço profundo foi realizada por uma equipe chefiada por Roger Clowes, do Instituto Jeremiah Horrocks, da Universidade de Central Lancashire, na Grã-Bretanha.
Percorrer o aglomerado de um lado a outro demandaria uma viagem espacial na velocidade da luz por quatro bilhões de anos.
Para se ter uma ideia de escala, a Via Láctea, nossa galáxia, é separada de sua vizinha mais próxima, a galáxia de Andrômeda, por dois milhões e meio de anos-luz.
"Embora seja difícil conceber a escala deste LQG, podemos dizer de forma quase definitiva que é a maior estrutura já vista em todo o universo", afirmou Clowes em um comunicado de imprensa divulgado pela Real Sociedade Astronômica (RAS).
"É imensamente emocionante, ainda porque vai contra a nossa compreensão atual sobre a escala do universo", destacou.
O artigo é publicado no periódico da RAS, o Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Fonte: Terra.com

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Satélite capta a maior galáxia em espiral já registrada

Um satélite captou, por acidente, a maior galáxia em espiral já registrada por astrônomos. As imagens mostram uma explosão de luzes ultravioleta que indicam uma colisão com uma galáxia vizinha menor. A equipe, que reúne cientistas da Nasa (agência espacial americana), do Observatório Europeu do Sul no Chile e da USP (Universidade de São Paulo), buscava dados sobre a formação de novas estrelas nas bordas da galáxia NGC 6872.


As imagens foram captadas pelo satélite Galex (Galaxy Evolution Explorer). "Não estávamos buscando por uma espiral. Foi um presente", diz Rafael Eufrásio, da Universidade Católica da América e membro do Goddard Space Flight Center, da Nasa. A galáxia NGC 6872, que fica a 212 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Pavo, já era conhecida por ter uma grande espiral. A espiral recorde, no entanto, resulta provavelmente de uma colisão com a galáxia vizinha IC 4970.
A galáxia em espiral possui, segundo estimativas dos astrônomos, um tamanho cinco vezes maior que a Via Láctea, que engloba a Terra. A descoberta foi comunicada à Sociedade Astronômica Americana.
Colisão
O Galex, um telescópio espacial especializado em descobrir novas estrelas, mostrou que a colisão tornou a galáxia NGC 6872 ainda maior. A equipe usou ainda dados de outros telescópios e concluiu que estrelas mais jovens, que ficam nas bordas da espiral, se movem em direção ao centro da galáxia à medida que ficam mais velhas.
"A galáxia que colidiu com a NGC 6872 espalhou estrelas por toda a parte - em 500 mil anos luz de distância", explica Eufrásio. Ele diz que a descoberta mostra como as galáxias podem mudar radicalmente de tamanho com as colisões.
"Mostra a evolução das galáxias em um contexto muito maior do universo, como as grandes galáxias que temos ficaram maiores com pequenos rearranjos no universo", diz.


Fonte: Terra.com

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Pesquisa analisa efeitos de viagem simulada a Marte

Cientistas concluíram que missão espacial prolongada pode afetar os padrões de sono da tripulação.


Para medir o impacto do confinamento prolongado sobre os padrões de sono, desempenho e humor dos astronautas, a equipe de pesquisadores da universidade mediu a atividade de uma tripulação durante uma missão simulada de 520 dias até Marte, a 'Mars 500', experimento realizado pela Academia Russa de Ciência em parceria com a Agência Espacial Europeia. "O sucesso dos voos espaciais interplanetários, que devem acontecer ainda neste século, vai depender da capacidade dos astronautas de permanecer confinados e isolados da Terra por muito mais tempo que as missões anteriores", disse David Dinges, professor da Divisão de Sono e Cronobiologia da Universidade da Pensilvânia, e um dos autores da pesquisa publicada nesta segunda-feira na revista PNAS.
O projeto 'Mars 500' isolou uma equipe de seis homens, voluntários, com treinamento em missões espaciais, engenharia, medicina e fisiologia em uma cápsula construída em Moscou que simulava o ambiente de uma nave espacial, onde tiveram de realizar atividades típicas dos astronautas. A missão foi dividida em três fases: 250 dias para chegar até Marte, 30 em uma superfície que simulava a do planeta e 240 para voltar à Terra. A missão teve início no dia 3 de junho de 2010, quando as escotilhas foram fechadas, e a equipe foi isolada do resto do planeta.



Simulação marciana — Durante a missão, a equipe realizou mais de 90 experimentos, permaneceu em contato permanente com o "controle" da missão na Terra — simulado pelos pesquisadores — e teve horários controlados de trabalho. Enquanto a experiência transcorria, os pesquisadores mediram os ciclos de sono, intensidade de movimento, exposição à luz, fadiga, estresse e mudanças de humor da tripulação. Eles também realizaram, uma vez por semana, uma avaliação neurológica de cada um dos astronautas, por meio de testes realizados em computador.
Como resultado, descobriram que desde as primeiras semanas a equipe se tornou mais sedentária, diminuindo o volume total de movimento no decorrer da missão. Conforme o tempo passava, os astronautas gastavam mais tempo dormindo ou descansando, se expondo cada vez menos à luz artificial da espaçonave. Eles também passaram a apresentar uma série de distúrbios referentes à qualidade de sono e performance. Isso, em uma pequena tripulação isolada a milhões de quilômetros do resto da humanidade, poderia trazer sérios problemas para o desenrolar da missão.
Segundo os pesquisadores, o resultado sugere que as agências espaciais devem balancear os níveis de atividade e a quantidade de sono da tripulação, ao mesmo tempo em que criam mecanismos para manter os ciclos biológicos de 24 horas da Terra. Para isso, os ambientes da espaçonave devem simular os sinais geofísicos do planeta, como a exposição à luz solar, e ter períodos marcados para o exercício físico e o consumo de comida, necessários para a organização temporal e manutenção do comportamento humano. "Além disso, o experimento mostra a necessidade de identificar marcadores para a vulnerabilidade à diminuição no movimento muscular e às mudanças no sono durante o isolamento prolongado das missões espaciais", disse Mathias Basner, pesquisador da Universidade da Pensilvânia, e um dos autores do estudo.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Assista Arthur C. Clarke prevendo a internet e PCs em 1974 [vídeo]

Além de ser um dos maiores escritores de ficção científica de todos os tempos, Arthur C. Clarke tinha o dom de prever o futuro, pelo menos em termos de tecnologia. Nesse vídeo de 1974, ele prevê os computadores pessoais e a internet.



O vídeo de um minuto e meio é da rede ABC, da Austrália. Clarke previa que até 2001 todas as casas teriam acesso a um computador compacto, e que todos estariam conectados a partir de uma rede que permite que os usuários façam operações bancárias a distância, como a compra de ingressos para um show, por exemplo, acessar todas as informações que precisar e inclusive trabalhar à distância. Clarke estava otimista com as novas tecnologias, que poderiam enriquecer a humanidade, ao invés de isolar as pessoas. 


O ruído dos computadores do local da entrevista atrapalha a geração automática das legendas, mas se você não entende inglês ligar o botão “cc” e ativar a tradução automática é melhor do que nada


Fonte: HypeScience

domingo, 6 de janeiro de 2013

Jovem de 15 anos assina estudo publicado na 'Nature'

Pesquisa aponta a rotação sincronizada de um disco de galáxias ao redor de Andrômeda.


O estudante francês Neil Ibata, de 15 anos, é um dos destaques da última edição da revista Nature, uma das mais conceituadas publicações científicas do mundo. Ele aparece como um dos 16 coautores, entre físicos e astrônomos, de uma pesquisa sobre evolução de galáxias. O autor principal do trabalho é o pai dele, Rodrigo Ibata, pesquisador do Observatório Astronômico de Estrasburgo.
O trabalho aponta que metade das galáxias-satélites que estão “no entorno” (distâncias que variam de 100 a 1.300 anos-luz) de Andrômeda estão alinhadas em um mesmo plano orbital e giram sincronizadas em torno de seus próprios eixos. A descoberta mostra que as estruturas fazem parte de um conjunto e estão conectadas de algum modo, o que contraria as teorias atuais sobre formação de galáxias.
Andrômeda está a 2,5 milhões de anos-luz da Terra e é a galáxia gigante mais próxima da Via Láctea - a nossa -, o que permite estudá-la em detalhes.
 
O pai trouxe o filho ao local onde trabalha para que ele fizesse um estágio sobre a linguagem de programação Python, utilizada para este estudo sobre a evolução das galáxias ao redor de Andrômeda.
 
De acordo com o Centro Nacional de Pesquisa Científica, da França, Neil foi o primeiro a colocar em evidência a rotação de um disco de galáxias anãs ao redor da galáxia de Andrômeda no âmbito desse projeto. "Eu estava esperando o oposto", afirmou Rodrigo Ibata.
 
Segundo a reportagem do francês Le Figaro, o jovem Neil foi o primeiro a detectar que as galáxias rodavam com velocidades sincronizadas, após rodar os dados coletados pelo pai em um programa de computador que ele mesmo desenvolveu.

(Com AFP e Estadão Conteúdo)

Pesquisadores encontram meteorito marciano rico em água

Segundo os cientistas, a rocha teria se formado na crosta do planeta e interagindo com a água em sua superfície.


Em 2011, o colecionador Jay Piatek comprou um pedaço escuro de rocha das mãos de Aziz Habibi, um negociador marroquino de meteoritos. A pedra de 319,8 gramas foi doada, em seguida, para o Museu de Meteoritos da Universidade do Novo México, nos Estados Unidos, onde recebeu o nome de NWA 7034. Análises de sua composição química feitas pelos pesquisadores da Universidade mostraram que se tratava de uma amostra única: teria vindo da crosta de Marte e seria diferente de todas as outras rochas marcianas já encontradas na superfície da Terra. Segundo os cientistas, a rocha possui até dez vezes mais água em sua composição que os outros meteoritos vindos de Marte — o que ainda assim significa uma quantidade ínfima de água. A pesquisa que analisa a rocha foi publicada nesta quinta-feira na revista Science.

Os pesquisadores compararam a composição química do NWA 7034 com a de um grupo de meteoritos conhecidos como SNC (para tanto, os cientistas aquecem o meteorito a altas temperaturas e medem a quantidade de água liberada). As 110 rochas desse grupo representam a grande maioria dos meteoritos marcianos já analisados por cientistas, e seu estudo ajudou a formar o conhecimento que se tem da geologia do planeta. A textura do NWA 7034, no entanto, era diferente de todos os SNC. "Ele é feito de fragmentos cimentados de basalto, uma rocha que se forma a partir de lava esfriada rapidamente, rico em minerais de feldspato e piroxênio. Essa composição é comum em amostras da Lua, mas não em outros meteoritos marcianos", diz Andrew Steele, pesquisador do Laboratório de Geofísica do Instituto Carnegie de Ciência, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo.
Com os dados obtidos pelas sondas enviadas a Marte, os pesquisadores descobriram que a composição dos meteoritos SNC não se parecia com a de nenhum local conhecido da superfície do planeta. Já a composição do NWA 7034 permitiu que sua origem fosse traçada. "A rocha basáltica presente nesse meteorito é semelhante à encontrada na crosta ou no manto superior de Marte. Sua química é consistente com uma origem na superfície do planeta e uma interação posterior com a sua atmosfera", diz Carl Agee, pesquisador da Universidade do Novo México e coordenador da pesquisa. Segundo o pesquisador disse ao site de VEJA, a composição da água encontrada no meteorito é extraterrestre, significando que a rocha interagiu com a água ainda em Marte.
 Para os pesquisadores, a rocha teria se formado há cerca de 2,1 bilhões de anos, no início da época geológica mais recente de Marte, conhecida como período amazoniano. As formações desse período são as mais recentes do planeta e têm menos crateras ao longo de sua superfície. Seu nome vem da Amazonis Planitia, uma das planícies mais recentes de Marte. A descoberta deve desafiar algumas noções antigas sobre a geologia do planeta e ajudar os astrônomos a conhecer um pouco mais sobre a formação de sua superfície. "O mais excitante é o fato de o grande conteúdo de água significar que a rocha interagiu com a água na superfície do planeta. Esse é o meteorito marciano quimicamente mais rico já encontrado, e novas análises devem trazer ainda mais surpresas", diz Steele

Fonte: Veja

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

As correntes de gás que formam planetas

Uma equipe internacional de astrônomos estudou a jovem estrela HD 142527, situada a mais de 450 anos-luz de distância, a qual se encontra rodeada por um disco de gás e poeira cósmica, os restos da nuvem a partir da qual a estrela se formou.


© ESO (ilustração do disco e gás ao redor de estrela)
O disco poeirento encontra-se dividido numa parte interior e noutra exterior, divisão esta feita por um espaço, que se pensa ter sido esculpido por planetas gigantes gasosos recentemente formados que limpam as suas órbitas à medida que rodam em torno da estrela. O disco interior tem uma dimensão que vai desde a estrela até à distância equivalente à órbita de Saturno no nosso Sistema Solar, enquanto que o disco exterior começa só 14 vezes mais longe. Este último disco não circunda a estrela de forma uniforme; tem antes a forma de uma ferradura, provavelmente causada pelo efeito gravitacional dos planetas gigantes em órbita da estrela.
De acordo com a teoria, os planetas gigantes crescem à medida que capturam gás do disco exterior, em correntes que formam pontes que atravessam o espaço entre os discos.
“Os astrônomos têm vindo a prever a existência destas correntes, no entanto esta é a primeira vez que fomos capazes de as ver diretamente,” diz Simon Casassus (Universidad de Chile, Chile), que liderou o novo estudo. “Graças ao novo telescópio ALMA, pudemos obter observações diretas que comprovam as teorias atuais de formação de planetas!”
Casassus e a sua equipe usaram o ALMA para observar o gás e a poeira cósmica em torno da estrela, o que lhes permitiu ver com muito mais pormenor e muito mais perto da estrela, do que tinha sido possível até agora com telescópios do mesmo tipo. As observações ALMA, nos comprimentos de onda submilimétricos, são também imunes à radiação da estrela, que afeta os telescópios que trabalham no visível ou no infravermelho. O espaço no disco era já conhecido, mas a equipe descobriu também gás difuso que permanece neste espaço e duas correntes mais densas de gás que fluem do disco exterior, passando pelo espaço vazio, até ao disco interior.
“Pensamos que existe um planeta gigante escondido no interior do disco e que dá origem a estas correntes. Os planetas crescem ao capturar algum do gás do disco exterior: os restos de gás fluem para o disco interior, que se situa em torno da estrela” diz Sebastián Pérez, um membro da equipe, também da Universidade do Chile.
As observações respondem a outra questão sobre o disco em torno da HD 142527. Como a estrela central ainda está se formando, capturando material do disco interior, este disco deveria ter sido já todo devorado pela estrela, se não fosse de algum modo realimentado. A equipe descobriu que a taxa à qual os restos de gás fluem para o disco interior é precisamente a necessária para manter este disco com matéria suficiente para alimentar a estrela em crescimento.
Outra descoberta pioneira é a deteção do gás difuso no espaço entre discos. “Os astrônomos procuraram este gás durante muito tempo, mas até agora só tinham tido evidências indiretas da sua existência. Agora, com o ALMA, pudemos vê-lo diretamente,” explica Gerrit van der Plas, outro membro da equipe, da Universidade do Chile.


© ESO (disco e fluxo de gás visto pelo ALMA)
Este gás residual é uma evidência adicional de que as correntes são causadas por planetas gigantes, em vez de outros objetos ainda maiores como, por exemplo, uma estrela companheira. “Uma segunda estrela teria limpo muito melhor o espaço entre os discos, não deixando nenhum gás residual. Ao estudar a quantidade de gás que ainda resta, talvez possamos estimar as massas dos objetos que estão efetuando a limpeza.” acrescenta Pérez.
Então, e os planetas propriamente ditos? Casassus explica que não está surpreendido por não os ter conseguido detectar de forma direta. “Procuramos estes planetas com instrumentos infravermelhos de vanguarda instalados noutros telescópios. No entanto, pensamos que os planetas em formação ainda estão muito envolvidos pelas correntes de gás, que são praticamente opacas. É capaz de ser, por isso, extremamente difícil descobrir estes planetas de forma direta.”
Apesar disso, os astrònomos pretendem descobrir mais sobre estes planetas ao estudar as correntes de gás e o gás difuso. O telescópio ALMA ainda está em fase de construção, e por isso mesmo não atingiu ainda todas as suas capacidades. Quando estiver completo, a sua visão será ainda mais nítida e novas observações das correntes poderão permitir determinar as propriedades dos planetas, incluindo as suas massas.
O resultado da pesquisa foi publicado na revista Nature.

Fonte: ESO