sábado, 31 de agosto de 2013

Projeto inicia exploração da energia escura

Começa hoje à noite no observatório de Cerro Tololo, no Chile, o levantamento astronômico mais abrangente feito até agora para explorar o maior enigma da cosmologia: a energia escura.

© Fermilab (DECam montada no telescópio)
O projeto Dark Energy Survey (DES), que levou uma década inteira de planejamento e construção, colocará o telescópio Blanco, de quatro metros de largura, para varrer uma área de um oitavo do céu, cem noites por ano.


© DES (telescópio Blanco)
Um dos principais objetivos é descobrir galáxias distantes onde estejam ocorrendo supernovas, ou seja, explosões estelares, que podem ser usadas para medir distâncias no Cosmo. Sabendo as distâncias das galáxias até nós, astrônomos podem analisar seu espectro luminoso de cores para saber com que velocidade elas se afastam.
Foi com essas duas informações que cientistas descobriram em 1998 que a 13,8 bilhões de anos após o Big Bang, o Universo está se expandindo aceleradamente, e não o contrário, tal qual se esperava em razão da gravidade. Esse fenômeno ganhou o nome de energia escura e ainda não tem explicação, apesar de várias teorias competirem para tal.
"Os dados ainda não são suficientes para discriminar, entre as possíveis candidatas, qual seria a melhor", diz Márcio Maia, astrônomo do Observatório Nacional, do Rio de Janeiro, que participa do DES. "Uma das coisas que o projeto vai fazer é produzir melhores resultados, e isso vai permitir descartar os modelos teóricos que não se encaixam nas observações."
A expectativa é que o projeto consiga captar pelo menos 3.000 supernovas do tipo Ia, as mais úteis nesse tipo de pesquisa, durante cinco anos de monitoramento.
O DES é uma colaboração internacional de US$ 40 milhões capitaneada pelo Fermilab, de Illinois (EUA). O Brasil entra no projeto com apenas US$ 300 mil, mas oferece mão de obra com valor estimado em US$ 1,2 milhão. O país montou para tal um consórcio que reúne Observatório Nacional, CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas), USP, LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica) e outros centros.
O principal papel do país será o de fornecer infraestrutura computacional e um sistema que monitora a qualidade das imagens do telescópio.
O processamento de dados foi um dos maiores desafios do projeto, que vai gerar um banco de dados de imagens produzido com a câmera digital mais potente do mundo, com 570 megapixels.
O DES também vai observar fenômenos e estruturas no Cosmo capazes de revelar outros aspectos da energia escura. Uma de suas missões importantes será a de mapear aglomerados de galáxias.
Na escala de distância dessas estrutura é que a gravidade começa a contrabalançar com a energia escura. Uma compreensão melhor desse “cabo de guerra” deve trazer uma compreensão melhor do Universo, que é 69% composto de energia escura (27% de tudo o que existe é matéria escura, invisível, e apenas 5% é a matéria comum que vemos).
O DES também investigará a distribuição tridimensional de massa no Cosmo, analisando como a matéria escura torce a trajetória da luz. Um outro tipo de fenômeno a ser observado pelo DES é a "oscilação acústica de bárions", que revela a taxa com que o Universo vem se expandindo ao longo de sua história.

Fonte: Folha de São Paulo, Fermilab e Cosmonovas.blogspot



domingo, 25 de agosto de 2013

Galáxias espirais em colisão

O que essas galáxias se tornarão?

© Gemini (ARP 271)

As galáxias espirais NGC 5426 e a NGC 5427 estão passando por um encontro próximo perigoso entre elas, mas provavelmente cada uma delas sobreviverá à colisão.
Normalmente quando galáxias colidem, uma galáxia grande engloba uma galáxia muito menor. Nesse caso, contudo, as duas galáxias são parecidas, cada uma delas sendo uma espiral com expansivos braços e um núcleo compacto. À medida que as galáxias avançam num processo que levará aproximadamente uma dezena de milhões de anos, suas estrelas dificilmente colidirão, embora novas estrelas se formem na interação do gás causado pelas marés gravitacionais. Numa observação mais detalhada da imagem acima realizada com o telescópio de 8 metros do observatório Gemini Sul no Chile, pode-se ver uma ponte de material conectando as duas galáxias gigantes. Conhecidas de forma coletiva como ARP 271, o par em interação se espalha por aproximadamente 130.000 anos-luz e se localiza a aproximadamente 90 milhões de anos-luz de distância da Terra na direção da constelação de Virgo. A nossa galáxia, a Via Láctea, passará por um processo similar de colisão com a galáxia de Andrômeda em alguns bilhões de anos.

Fonte: NASA


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Os planetas livres na Via Láctea

Astrônomos observando a Nebulosa Rosette descobriram que pequenas nuvens escuras e redondas, chamadas globulettes tem as características favoráveis para formar planetas flutuando livremente sem sua estrela progenitora.


© Brian Davis (Nebulosa Rosette)
A Nebulosa Rosette é uma enorme nuvem de gás e poeira localizada a 4.600 anos-luz da Terra na constelação de Monoceros (Unicórnio).
Novas observações, feitas com telescópios da Universidade de Tecnologia Chalmers, em Gotemburgo (Suécia), mostram que nem todos os planetas flutuantes foram expulsos de sistemas planetários existentes. Eles também podem ter nascido isoladamente. O estudo mostra que as pequenas nuvens estão se movendo para fora através da nebulosa Rosette em alta velocidade, cerca de 80.000 quilômetros por hora.


© ESO/M. Mäkelä (Nebulosa Rosette)
As globulettes são muito pequenas, cada uma com diâmetro inferior a 50 vezes a distância entre o Sol e Netuno. Anteriormente, estimava-se que a maioria delas são de massa planetária, menos do que 13 vezes a massa de Júpiter. Agora, foram obtidas medidas muito mais confiáveis ​​de massa e densidade de um grande número desses objetos, e também foi medido com precisão o quão rápido eles estão se movendo em relação ao seu meio ambiente.
Pesquisas anteriores já haviam mostrado que pode haver cerca de 200 bilhões de planetas flutuando livremente em nossa galáxia, a Via Láctea. Até agora, os cientistas acreditavam que tais planetas que não orbitam em torno de uma estrela, devem ter sido ejetados de sistemas planetários existentes. Novas observações das pequenas nuvens escuras indicam outra possibilidade: a de que alguns planetas flutuantes foram formados por conta própria.
As globulettes são muito densas e compactas, sendo que a maioria delas vai entrar em colapso sob seu próprio peso e formar planetas flutuantes livres. As mais massivas poderão formar anãs marrons, que são corpos cuja massa fica entre a de planetas e estrelas.
Estas globulettes foram aceleradas a partir do centro da nebulosa graças à pressão da radiação das estrelas jovens e quentes em seu centro. Durante a história da Via Láctea, milhões de nebulosas floresceram e desapareceram. Em todos estes casos, muitas globulettes teriam se formado.
Os astrônomos conhecem em torno de quase 900 planetas que orbitam ao redor de outras estrelas do que o Sol, mas os planetas flutuantes também foram encontrados. Alguns têm sido descobertos, utilizando uma técnica chamada de microlentes, na qual o planeta é encontrado, quando se passa em frente de uma estrela, temporariamente tornando-o com aspecto brilhante. Este é um efeito previsto pela teoria de relatividade geral, na qual a luz da estrela é dobrada quando o planeta passa em frente da mesma, efeito chamado lente gravitacional de Einstein.
A equipe observou as ondas de rádio a partir de moléculas de monóxido de carbono, utilizando o radiotelescópio de 20 metros no observatório espacial Onsala, na Suécia; luz submilimétrica com o telescópio APEX no deserto do Atacama, no norte do Chile; e luz infravermelha com o telescópio New Technology Telescope (NTT) de 3,58 metros no observatório de La Silla do ESO.

Fonte: Astronomy & Astrophysics, Cosmonovas.blogspot


sábado, 17 de agosto de 2013

Magnetar com intensos campos magnéticos

Cientistas usando o telescópio espacial XMM-Newton da ESA descobriram que uma curiosa estrela morta tem escondido um dos mais fortes campos magnéticos do Universo, apesar das sugestões anteriores terem indicado um campo magnético baixo.


© ESA (ilustração de uma magnetar)

O objeto conhecido como SGR 0418+5729 (SGR 0418) é uma magnetar, um tipo particular de estrela de nêutrons.
Uma estrela de nêutrons é o núcleo morto de uma estrela que já foi massiva e que colapsou sobre si mesma depois de queimar todo o combustível e explodir num dramático evento de supernova. Elas são objetos extremamente densos, tendo uma massa maior que a do Sol em uma esfera de somente 20 km de diâmetro, ou seja do tamanho de uma cidade.
Uma pequena proporção das estrelas de nêutrons se formam e vivem brevemente como magnetars, denominadas assim devido aos intensos campos magnéticos, bilhões a trilhões de vezes maior do que aqueles gerados em aparelhos de ressonãncia magnética nos hospitais, por exemplo. Esses campos fazem com que a magnetar entre em erupção esporadicamente com explosões de radiação de alta energia.
A SGR 0418, localiza-se na nossa galáxia, a aproximadamente 6.500 anos-luz de distância da Terra. Ela foi detectada pela primeira vez em 2009 pelos telescópios espaciais Fermi da NASA e Koronas-Photon da Roscosmos, quando repentinamente se iluminou em raios X e raios gama leves. Ela foi estudada subsequentemente por uma frota de observatórios, incluindo o XMM-Newton da ESA.
“Até bem recentemente, todas as indicações eram que essa magnetar tinha um dos campos magnéticos superficiais mais fracos que se conhece, em 6 x 1012 Gauss, algo em torno de 100 vezes mais baixo do que as magnetars típicas”, disse Andrea Tiengo do Instituto Universitario di Studi Superiori, em Pavia, na Itália e principal autor de um artigo publicado na Nature.
“Entender esses resultados foi um desafio. Contudo, nós suspeitamos que a SGR 0418 tinha de fato um campo magnético mais forte, fora do alcance das nossas técnicas analíticas tradicionais”.
As magnetars giram mais lentamente do que as estrelas de nêutrons, mas ainda assim completam uma rotação em poucos segundos. A maneira normal de determinar o campo magnético de uma magnetar é medir a taxa com a qual a rotação declina. Três anos de observação da SGR 0418 tem levado os astrônomos a inferirem um campo magnético fraco.
A nova técnica desenvolvida pelo Dr. Tiengo e seus colaboradores envolve a pesquisa da variação do espectro de raios X da magnetar em intervalos extremamente curtos de tempo enquanto ela está em rotação. Esse método permite que os astrônomos possam analisar o campo magnético em muito mais detalhe e tem revelado que a SGR 0418 é na verdade uma monstruosa magnetar.
“Para explicar nossas observações, essa magnetar precisa ter um campo magnético super forte e contorcido que alcança 1015 Gauss através de pequenas regiões em sua superfície, se espalhando por somente algumas centenas de metros”, disse Tiengo.
“Na média, o campo pode parecer fraco, como os resultados anteriores sugeriam. Mas nós somos agora capazes de pesquisar por subestruturas na superfície e ver que o campo é muito forte localmente”.
Uma analogia simples pode ser feita com campos magnéticos localizados ancorados nas manchas solares, onde uma mudança na configuração pode repentinamente levar ao seu colapso e à produção de uma flare, no caso da SGR 0418, uma explosão de raios X.
“Os dados espectrais fornecidos pelo XMM-Newton, combinados com uma nova maneira de analisar os dados, permitiu que pudéssemos finalmente fazer as primeiras medidas detalhadas do campo magnético de uma magnetar, confirmando que ela possui um dos maiores valores já medidos no Universo”, adiciona Norbert Schartel, cientista de Projeto do XMM-Newton da NASA.
“Nós agora temos uma nova ferramenta para pesquisar os campos magnéticos de outras magnetars, o que nos ajudará a restringir cada vez mais os modelos desses objetos tão exóticos”.

Fonte: ESA, COSMONOVAS.BLOGSPOT


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Após 10 anos, valor da pensão das vítimas de Alcântara é questionado

Perto de completar 10 anos da tragédia de Alcântara, o governo federal questiona o cálculo da pensão das vítimas da explosão que matou 21 pessoas em 2003. Caso aprovado o recálculo, os parentes das vítimas poderiam ter que devolver parte dos valores recebidos.

                        Explosão de foguete em Alcântara deixou 21 mortos Foto: Agência Brasil


Segundo o advogado José Roberto Sodero, que atende 19 das 21 famílias, a pensão varia muito conforme o plano de carreira da vítima na época da explosão. "Passados 10 anos, qualquer alteração que eles queiram fazer já 'caducou'. Nós chamamos prescrição", diz o advogado, que afirma que ainda não teve acesso ao processo.

Além da pensão, cada família recebeu R$ 100 mil do governo federal, mas também pediu indenização na Justiça. Como cada processo é individual, eles estão em diversos estágios - alguns já se encontram na última instância, enquanto outros estão mais "atrasados". "Nenhum dos processos ainda terminou. Cada família entrou com um processo."

O terceiro protótipo do Veículo Lançador de Satélites (VLS) que seria lançado do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, explodiu na rampa de lançamento e matou 21 pessoas. Todos os mortos eram técnicos civis do Centro de Tecnologia da Aeronáutica (CTA), que fica em São José dos Campos.

Questionado sobre o reajuste do valor, o Ministério do Planejamento, em conjunto com a Aeronáutica, afirma que o problema é com uma gratificação, que deveria, por lei, ser de 50%, mas as famílias recebem 100%. Veja nota do governo:

O Comando da Aeronáutica informou a abertura de processos individuais, com a finalidade de serem promovidos os acertos no pagamento da Gratificação de Desempenho de Atividade em Ciência e Tecnologia, com vistas ao ajuste do percentual da GDACT para 50%, conforme previsto em lei, referentes às pensões dos servidores falecidos em atividade, instituídas após 29 de junho de 2000 e que tenham percebido a referida gratificação por menos de 5 (cinco) anos. Tal medida se faz necessária para cumprimento da Lei 9.784/99 e em obediência ao princípio da ampla defesa e do contraditório.
Como forma de subsidiar as medidas a serem promovidas nas situações dessa natureza, a Secretaria de Gestão Pública editou a Orientação Normativa nº 05, de 21/02/2013, definindo os procedimentos a serem adotados pelos órgãos integrantes do Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal – SIPEC para ressarcimento ao erário de valores recebidos indevidamente por servidores, aposentados e beneficiários de pensão civil.

A redução diz respeito somente à gratificação GDACT, sem afetar o vencimento básico, que continuará sendo pago na integralidade.



domingo, 11 de agosto de 2013

Explosão ilumina galáxia invisível

A mais de 12 bilhões de anos atrás, uma estrela explodiu, se rompendo e expelindo o que sobrou em jatos gêmeos com uma velocidade próxima da velocidade da luz.


© CfA (explosão de raios gama ilumina gás interestelar)

Sua morte foi um evento tão brilhante que conseguiu iluminar sua galáxia inteira um milhão de vezes mais, do que ela era iluminada antes. O flash brilhante viajou através do espaço por 12,7 bilhões de anos para chegar a um planeta que estava longe de existir no momento da explosão, a nossa Terra. Analisando essa luz, os astrônomos aprenderam sobre uma galáxia que outrora era muito pequena, apagada e distante para ser observada até mesmo pelo telescópio espacial Hubble.
“Essa estrela viveu numa época interessante, a chamada idade das trevas, um bilhão de anos depois do Big Bang”, disse o autor principal do estudo Ryan Chornock do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (CfA).
“Por um lado, nós somos cientistas forenses, investigando a morte de uma estrela e a vida de uma galáxia nas primeiras fases do tempo cósmico”, adicionou ele.
A estrela anunciou sua morte com um flash de raios gama, um evento conhecido como uma explosão de raios gama (GRB). A GRB 130606A foi classificada como sendo uma GRB longa, já que ela durou mais de 4 minutos. Ela foi detectada pela sonda Swift da NASA no dia 6 de Junho de 2013. Chornock e sua equipe rapidamente organizaram observações subsequentes usando o telescópio MMT no Arizona e o Gemini Norte no Havaí.
“Nós fomos capazes de estar no alvo certo em questões de horas”, disse Chornock. “Essa velocidade foi crucial para detectar e estudar o brilho posterior”.
O brilho de uma GRB ocorre quando os jatos de uma explosão vagam por entre o gás ao redor, varrendo esse material, aquecendo-o e gerando assim o brilho. À medida a luz viaja através da galáxia onde se situava a estrela que morreu, ela passa por nuvens de gás interestelar. Elementos químicos, dentro dessas nuvens absorvem a luz em certos comprimentos de onda, deixando pegadas. Espalhando a luz pelo seu espectro, os astrônomos conseguem estudar essas pegadas e aprender que gases a galáxia distante continha.
Todos os elementos químicos mais pesados que o hidrogênio, o hélio, e o lítio foram criados pelas estrelas. Como um resultado, esses elementos pesados, chamamados de metais, levam um tempo para se acumular. A vida não teria existido no Universo primordial pois esses elementos, cruciais para a vida, incluindo o carbono e o oxigênio, ainda não existiam.
Chornock e seus colegas descobriram que a galáxia com explosão GRB continha somente algo em torno de um décimo dos metais encontrados no nosso Sistema Solar. A teoria sugere que embora os planetas rochosos pudessem ter sido capaz de se formar, a vida provavelmente não estaria presente.
“No tempo em que essa estrela morreu o Universo ainda não estava pronto para a vida. Ele ainda não tinha vida, mas estava sim gerando os elementos necessários para isso”, diz Chornock.
Com redshift de 5.9, ou uma distância de 12,7 bilhões de anos-luz, a GRB 130606A é uma das mais distantes explosões de raios gama já encontradas.
“No futuro nós seremos capazes de encontrar e explorar até mesmo as mais distantes GRBs com a construção do planejado Giant Magellan Telescope”, disse Edo Berger, do CfA, um coautor do estudo.
A equipe irá publicar os resultados na edição de 1 de Setembro de 2013 no periódico The Astrophysical Journal e pode ser vista online.

Fonte: Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Desafio à teoria de formação de planetas

Astrônomos anunciaram a descoberta de um planeta com mais de quatro vezes a massa de Júpiter e tamanho similar, orbitando sua estrela nove vezes mais afastado que o maior planeta do Sistema Solar em relação ao Sol.

© NASA (ilustração do exoplaneta GJ 504b)
Usando dados infravermelhos do telescópio Subaru no Havaí, a equipe também conseguiu revelar a cor do corpo celeste: magenta profundo. A relação entre a distância da estrela e a massa do exoplaneta, denominado GJ 504b, representa um desafio para as teorias sobre como os planetas se formam.
"Se pudéssemos viajar para esse planeta gigante, veríamos um mundo ainda brilhando no calor de sua formação com uma cor que lembra uma escura flor de cerejeira", afirmou Michael McElwain, integrante do grupo de cientistas da NASA que descobriu o planeta.
O GJ 504b, é o exoplaneta de menor massa já descoberto ao redor de uma estrela como o Sol. De acordo com a teoria mais aceita, denominada de acreção de núcleo, estrelas como essas não têm “metais” em quantidade suficiente para formar os núcleos maciços de planetas gigantes. Planetas como Júpiter começam a se desenvolver no "disco" cheio de gás que envolve uma estrela jovem. O núcleo produzido por colisões entre asteroides e cometas fornece uma "semente", e quando atinge massa suficiente sua atração gravitacional rapidamente atrai gás do disco para formar o planeta.
Enquanto esse modelo explica bem planetas até a distância de Netuno, a cerca de 30 UA (30 vezes a distância média entre a Terra e o Sol), a teoria se torna problemática para mundos localizados mais longe de suas estrelas. O GJ 504b fica a uma distância estimada de 43,5 UA de sua estrela.
"Esse está entre os planetas mais difíceis de explicar no tradicional âmbito de formação planetária", explica o astrônomo Markus Janson. "Sua descoberta implica na conclusão de que precisamos reconsiderar seriamente teorias de formação alternativas, ou até reavaliar alguns dos pressupostos básicos da teoria de acreção de núcleo".

Baseado na cor da estrela e no seu período de rotação, estima-se que o sistema esteja a 57 anos-luz da Terra e tenha 160 milhões de anos.

Fonte: NASA,CosmoNovas.blogspot


terça-feira, 6 de agosto de 2013

O mistério dos cinturões de Van Allen

Em 1958, cientistas da NASA descobriram dois círculos de partículas ao redor da Terra, batizados como "cinturões de Van Allen" (em homenagem a um dos responsáveis pelo estudo). Mais de 50 anos depois, descobriram o que “alimenta” esses círculos – algo que pode ajudar a entender fenômenos similares que ocorrem com outros planetas.
Embora não sejam imponentes como, digamos, os anéis de Saturno, os cinturões podem ser perigosos: suas partículas são tão numerosas e viajam a velocidades tão altas que satélites precisam usar escudos para evitar danos em partes menos resistentes.


De onde vêm essas partículas? Como ganham velocidade? Havia duas hipóteses: ou elas seriam “capturadas” ao sair da magnetosfera da Terra e acelerariam no processo; ou elas seriam resultado de fenômenos que ocorrem dentro dos cinturões. Em 2012, a NASA enviou duas sondas e descobriu que, a princípio, a hipótese correta é a segunda.
No interior dos cinturões de Van Allen, os elétrons de atómos que os compõem são arrancados por forças elétricas, ganhando velocidade. Esses elétrons supervelozes são a parte principal dos turbilhões.
Essa descoberta foi possível graças a uma tempestade solar que arrancou boa parte dos elétrons. Se eles viessem da Terra, levaria semanas até que o número voltasse ao normal. Contudo, a “recuperação” levou menos de 24 horas.
Os pesquisadores acreditam que essa aceleração “interna” ocorre também em cinturões de radiação ao redor de Júpiter e Saturno.

Fonte: [Daily Mail UK]

domingo, 4 de agosto de 2013

Cientista diz que há 3,5 bilhões de anos era possível beber água em Marte

Há 3,5 bilhões de anos, os seres humanos poderiam ter bebido água do planeta Marte e vivido ali por muito tempo, afirmou neste domingo o cientista da Nasa Joahn Grotzinger.

Em declarações ao jornal La Tercera, Grotzinger destacou que um ano depois que o robô Curiosity chegou com sucesso ao planeta vermelho, "descobriu que é um meio ambiente similar à Terra, em que se os seres humanos teriam estado há 3,5 bilhões de anos e poderiam ter enchido um copo de água e provavelmente bebê-la".





O investigador indicou que o passo mais importante até agora foi descobrir, a partir da análise de rochas no planeta, que existiu um meio ambiente propício para a vida e que persistiu por centenas ou milhares de anos.

O cientista americano ressalta que nesta terça-feira o robô completará um ano em Marte - planeta que é circundado por dois satélites-, onde em poucos meses conseguiu várias das metas propostas na missão de dois anos: caracterizar a água e a atmosfera e achar meio ambientes que no passado puderam suportar a vida.

Desde então, se transformou na missão mais popular da agência espacial americana. Tem uma conta com mais de 1,3 milhão de seguidores no Twitter e o Curiosity foi postulado como personagem do ano pela revista Time.

"Foi um ano muito bom. Pudemos aterrissar, que era algo sobre o qual todos estávamos nervosos e depois de oito meses conseguimos a meta primária da missão: que a água não era ácida como as missões anteriores detectaram, mas tinha um PH (potencial hidrogênio) neutro", disse.

Grotzinger afirmou que embora Marte tenha perdido umidade e hoje seja um deserto frio, as análises do Curiosity mostram que "pôde ser um local onde microorganismos teriam vivido facilmente".

O cientista explica que o robô realiza atualmente sua viagem mais longa na superfície de Marte. O trajeto foi iniciado em 4 de julho e deverá percorrer oito quilômetros rumo ao monte Sharp, uma montanha de 5.500 metros, em um deslocamento que poderá durar entre sete e nove meses.

"Será uma longa viagem, nos deteremos em algumas ocasiões para fazer medições, mas estamos comprometidos em dirigir ao monte o mais rápido possível", comentou.

O cientista explicou que a ideia original da viagem era aterrisar próximo de sua base, no centro da cratera Gale, pois as imagens do planeta tomadas desde a órbita mostram camadas e camadas no terreno que falam de diferentes idades geológicas, além de cores de minerais que poderia ter água.

Grotzinger, chefe da missão do Curiosity, acredita que nessa zona do planeta Marte, o quarto planeta do sistema solar mais próximo ao sol, há mais possibilidades de encontrar meio ambientes habitáveis.

Fonte: EFE - Agencia EFE - Todos os direitos reservados. Está proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agencia EFE S/A.


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Estrela está sendo puxada por exoplaneta

Analisando as vibrações sônicas em uma estrela distante parecida com o Sol, os astrônomos podem ter calculado exatamente quão rápido estrelas giram e quanto pesa um exoplaneta gigante próximo.


© CNES/ESA (ilustração do exoplaneta e a estrela HD 52265)
Estrelas, incluindo o Sol, experimentam ondas sonoras que varrem seu interior e causam pequenas flutuações rítmicas em seu brilho. Estudando essas variações é possível entender melhor o interior das estrelas, um emergente campo científico conhecido como asterosismologia, que é semelhante à sismologia na Terra, que ajuda os geólogos a entenderem melhor o interior do nosso planeta.
Os cientistas usaram o satélite COROT para analisar a estrela parecida com o Sol HD 52265, localizada a cerca de 92 anos-luz da Terra, na constelação de Monoceros, o Unicórnio. A estrela que tem uma massa aproximadamente equivalente a 1,2 vezes a massa do Sol e um diâmetro aproximado de 1,3 vezes o diâmetro do Sol tem entre 2,1 e 2,7 bilhões de anos de existência.
Oscilações repetidas nos movimentos da HD 52265 sugerem que a força gravitacional de um planeta gigante estava agindo, o exoplaneta denominado HD 52265b. A magnitude das oscilações sugere que o exoplaneta tem uma massa de no mínimo 1,09 vezes as massa do planeta Júpiter; os cientistas não podem ter um entendimento mais preciso com base somente nas oscilações.
As oscilações no brilho que os pesquisadores investigam estão ligadas com ondas nessa estrela que estão, pelo menos em parte baseada na sua taxa de rotação. Calcula-se que o interior da estrela HD 52265 completa uma revolução a cada 12 dias, significando que ela tem uma velocidade de revolução 2,3 vezes mais rápida que o Sol.
“Conhecer a rotação das estrelas é importante para entender os ciclos de atividades estelares”, disse Laurente Gizon, um astrofísico do Instituto Max Planck para a Pesquisa do Sistema Solar, na Alemanha e autor principal do estudo. “Campos magnéticos nas estrelas parecidas com o Sol são mantidos pela rotação e pela convecção”.
Descobrir a maneira com a qual a estrela HD 52265 rotaciona também fornece pistas sobre como o planeta HD 52265b está orientado em sua direção, assumindo que o equador da estrela esteja alinhado com o do planeta, como tipicamente acontece com os planetas no Sistema Solar. Quando esses dados são combinados com as informações sobre a magnitude das oscilações que o planeta exerce na estrela, a massa do planeta é de aproximadamente 1,85 vezes a massa do planeta Júpiter.
A pesquisa aparece na Proceedings of the National Academy of Sciences.

Fonte: New York University, CosmoNovas.blogspot