sexta-feira, 31 de maio de 2013

Curiosity indica que astronautas suportariam radiação até Marte

Cientistas usaram dados de um instrumento da sonda espacial Curiosity para medir a quantidade de radiação recebida pelo equipamento durante sua viagem até Marte. Segundo os cientistas, o nível registrado está dentro dos limites estabelecidos por agências espaciais para astronautas. O próximo passo, afirmam os cientistas, é descobrir se o corpo humano suportaria os raios na superfície da quarta rocha do Sistema Solar.

"Os dados do nosso estudo são diferentes (de outros anteriores) porque o detector que usamos, o Detector de Avaliação de Radiação, ou RAD, estava sob um pouco de blindagem. Portanto, nossa medição é a primeira de seu tipo", explica Cary Zeitlin, do Instituto de Pesquisa do Sudoeste (EUA).
A radiação é perigosa para o homem em duas circunstâncias: ao receber uma grande dose ou pequenas doses ao longo de determinado período. Em uma viagem espacial, os astronautas podem ser expostos a uma grande emissão de partículas do Sol e também aos constantes raios cósmicos galácticos (GCRs, na sigla em inglês).
A exposição à radiação é medida em Sievert (Sv) ou miliSievert. Para se ter ideia, estudos indicam que uma exposição a 1 Sv (o limite imposto pelas agências espaciais para os astronautas) aumenta em 5% o risco de se desenvolver de câncer. 
"Os dados do RAD mostram uma dose média equivalente de GCR de 1,8 miliSieverts por dia em cruzeiro. O total durante as fases de trânsito de uma missão a Marte seria de aproximadamente 0,66 Sv para uma viagem com os atuais sistemas de propulsão", diz Zeitlin.

Os cientistas afirmam, contudo, que a medição foi feita durante um período de tranquilidade na atividade solar - o que foi inesperado, já que, de acordo com o ciclo solar, a estrela deveria estar bem mais ativa. Por causa disso, e do escudo de proteção, apenas 5% da radiação foi proveniente do Sol. A exposição de uma tripulação em direção ao planeta vermelho dependeria do tipo de proteção utilizada e das imprevisíveis erupções solares. Para os cientistas, os resultados representam a segurança de uma missão a Marte durante um período de atividade baixa a moderada da nossa estrela.
Os pesquisadores pretendem agora calcular a quantidade de radiação na superfície marciana, também com medições da Curiosity. E essa exposição pode ser significantemente maior se comparada com a da viagem, já que alguns planos da Nasa propõem que os astronautas permaneçam até 500 dias no planeta.


quinta-feira, 30 de maio de 2013

Estrelas vivem mais com menos sódio

Os astrônomos esperam que as estrelas como o Sol percam a maior parte das suas atmosferas para o espaço no final das suas vidas.


© ESO (aglomerado globular NGC 6752)
No entanto, novas observações de um enorme aglomerado estelar, obtidas com o Very Large Telescope (VLT) do ESO, mostraram contra todas as expectativas que a maioria das estrelas estudadas simplesmente não chegam a esta fase de sua evolução. Uma equipe internacional descobriu que a quantidade de sódio presente nas estrelas permite prever de modo muito preciso como é que estes objetos terminarão as suas vidas.
O modo como as estrelas evoluem e terminam suas vidas foi durante muitos anos um processo considerado bem compreendido. Modelos computacionais detalhados prevêem que estrelas com massa semelhante à do Sol passem por uma fase no final das suas vidas, o chamado ramo assintótico das gigantes ou AGB (sigla do inglês para asymptotic giant branch). As estrelas AGB têm este nome estranho devido à posição que ocupam no diagrama de Hertzsprung-Russel, um gráfico que mostra o brilho das estrelas em função das suas cores. Nesta fase ocorre uma queima final de combustível nuclear, e grande parte da massa das estrelas é perdida na forma de gás e poeira.
Este material expelido é depois utilizado para formar uma nova geração de estrelas, sendo este ciclo de perda de massa e renascimento vital para explicar a evolução química do Universo. Durante um curto período de tempo, o material ejetado é iluminado pela intensa radiação ultravioleta que vem da estrela, formando uma nebulosa planetária, veja a seguir, por exemplo, a nebulosa planetária IC 1295.


© ESO (nebulosa planetária IC 1295)
Este processo fornece também o material necessário à formação de planetas, e contém ainda os ingredientes necessários à vida orgânica.
No entanto, o australiano Simon Campbell (Monash University Centre for Astrophysics, Melbourne, Austrália), especialista em teorias estelares, descobriu em artigos científicos antigos indícios importantes de que algumas estrelas poderiam de algum modo não seguir estas regras, pulando completamente a fase AGB. Simon explica melhor:
“Para um cientista de modelos estelares, estas hipóteses pareciam loucas! Todas as estrelas passam pela fase AGB, de acordo com os nossos modelos. Eu verifiquei e tornei a verificar todos os estudos antigos sobre o assunto, e acabei por concluir que este fato não tinha sido estudado com o rigor necessário. Por isso decidi eu mesmo investigar o assunto, apesar de ter pouca experiência observacional”.
Campbell e a sua equipe utilizaram o VLT do ESO para estudar com muito cuidado a radiação emitida pelas estrelas do aglomerado estelar globular NGC 6752, situado na constelação austral do Pavão. Esta enorme bola de estrelas antigas contém uma primeira geração de estrelas e uma segunda formada pouco tempo depois. Embora as estrelas num aglomerado globular se formem, mais ou menos, todas ao mesmo tempo, sabemos hoje que estes sistemas não são tão simples como se pensava anteriormente. Estes objetos contêm geralmente duas ou mais populações de estrelas com quantidades diferentes de elementos químicos leves, tais como carbono, nitrogênio e, crucial para este estudo, o sódio. As duas gerações conseguem distinguir-se pela quantidade de sódio que contêm, algo que pode ser medido graças à qualidade extremamente elevada dos dados do VLT.
“O FLAMES, o espectrógrafo multi-objeto de alta resolução montado no VLT, era o único instrumento capaz de obter dados de 130 estrelas ao mesmo tempo, e com a qualidade suficiente. Com este instrumento pudemos também observar uma grande parte do aglomerado globular de uma só vez”, acrescenta Campbell.
Os resultados revelaram-se surpreendentes. Todas as estrelas AGB do estudo eram da primeira geração, com níveis de sódio baixos, e nenhuma das estrelas da segunda geração, com níveis mais altos de sódio, tinha se tornado numa AGB. Um total de 70% das estrelas não estavam nesta fase final de queima nuclear com consequente perda de massa. Pensa-se que as estrelas que saltam a fase AGB, evoluirão diretamente para anãs brancas de hélio, arrefecendo gradualmente ao longo de muitos bilhões de anos. Não se pensa que o sódio seja por si só a causa deste comportamento diferente, no entanto deve estar fortemente ligado à sua causa - o que permanece um mistério.
“Parece que as estrelas precisam de uma “dieta” pobre em sódio para que possam atingir a fase AGB no final das suas vidas. Esta observação é importante por várias razões. Estas estrelas são as mais brilhantes nos aglomerados globulares, por isso haverá 70% menos destas estrelas tão brilhantes do que a teoria prevê. O que significa também que os nossos modelos estelares estão incompletos e devem ser corrigidos!”, conclui Campbell.
A equipe espera que sejam encontrados resultados semelhantes para outros aglomerados estelares e está planejando mais observações.

Fonte: ESO



quarta-feira, 29 de maio de 2013

Com teoria da gravidade quântica, buracos negros se tornam portais para outro universo

Cair em um buraco negro pode não ser tão definitivo quanto parece. Ao invés da morte certa, aplique a teoria quântica da gravidade a esses objetos bizarros, e a singularidade de esmagamento total em seu núcleo desaparece. Em seu lugar, surge algo que se parece muito com um ponto de entrada para um outro universo.
Embora muito provavelmente nenhum ser humano vá cair em um buraco negro tão cedo, imaginar o que aconteceria neste caso é uma ótima maneira de sondar alguns dos maiores mistérios do universo.


Mais recentemente, isso levou a algo conhecido como o “paradoxo da informação em buracos negros”.
Segundo a teoria da relatividade geral de Albert Einstein, se um buraco negro lhe engolir, suas chances de sobrevivência são nulas. Primeiro, você será dilacerado pelas forças do buraco negro, um processo chamado caprichosamente de “espaguetificação”. Eventualmente, você atingirá a singularidade, onde o campo gravitacional é infinitamente forte. Nesse ponto, você será esmagado a uma densidade infinita.
Infelizmente, a relatividade geral não fornece nenhuma base para descobrir o que acontece em seguida. “Quando você chegar à singularidade na relatividade geral, a física simplesmente para, as equações quebram”, explica Abhay Ashtekar, da Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA).
O mesmo problema surge quando se tenta explicar o Big Bang, que os cientistas acreditavam ter começado com uma singularidade.
Então, em 2006, Ashtekar e seus colegas aplicaram a teoria da gravidade quântica em loop para o nascimento do universo. Essa teoria combina a relatividade geral com a mecânica quântica e define o espaço-tempo como uma “teia” de blocos indivisíveis de cerca de 10 a 35 metros de tamanho.
A equipe descobriu que, conforme eles “rebobinavam” o tempo em um universo com gravidade quântica em loop, chegaram ao Big Bang, mas não chegaram a nenhuma singularidade – em vez disso, atravessaram uma “ponte quântica” em um outro universo mais velho. Esta é a base para a teoria do “grande salto” (Big Bounce, em inglês) das origens do nosso universo.

Gravidade quântica e buracos negros

Agora, Jorge Pullin da Universidade Estadual de Louisiana (EUA) e Rodolfo Gambini da Universidade da República em Montevidéu (Uruguai) aplicaram a teoria em uma escala muito menor – a um buraco negro individual – na esperança de remover essa singularidade também.
Para simplificar as coisas, o par aplicou as equações da teoria a um modelo de buraco negro simétrico, esférico e não rotativo.
Neste novo modelo, o campo gravitacional ainda aumenta à medida que você se aproxima do núcleo do buraco negro. Mas, ao contrário dos modelos anteriores, não termina em uma singularidade. Em vez disso, eventualmente reduz a gravidade, como se você saísse do outro lado do buraco negro e pousasse em outra região do nosso universo, ou em outro universo completamente diferente.
Os pesquisadores acreditam que a mesma teoria poderia banir singularidades de buracos negros reais também.
Isso significa que os buracos negros podem servir como portais para outros universos. Enquanto outras teorias já haviam mencionado isso, até agora nada poderia passar por esse suposto portal, devido à singularidade.

Futuro da descoberta

É pouco provável que a remoção da singularidade seja de uso prático imediato, mas a descoberta poderia, de fato, ajudar a resolver pelo menos um dos paradoxos envolvendo buracos negros: o problema da perda de informação.
Buracos negros absorvem informação juntamente com a matéria que engolem, mas também devem evaporar com o tempo. Isso faria com que essa informação desaparecesse para sempre, desafiando a teoria quântica. Mas, se um buraco negro não tiver singularidade, as informações não precisam ser perdidas – podem simplesmente fazer seu caminho até um outro universo.

[NewScientist]

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Medida distância com precisão de SS Cygni

Uma equipe de astrônomos determinou com uma exatidão sem precedentes a distância ao sistema binário SS Cygni.

© Bill Saxton/NRAO/AUI/NSF (ilustração do sistema SS Cygni)
A equipe de astrônomos utilizou o Very Long Baseline Array (VLBA) e o European VLBI Network (EVN), duas redes gigantes de radiotelescópios nos Estados Unidos, na Europa e Ásia, para determinar a distância ao sistema binário SS Cygni, um dos mais estudados no céu noturno, em 372 anos-luz.
O sistema binário SS Cygni, como o nome indica, fica localizado na constelação do Cisne e é constituído por uma anã branca e uma anã vermelha que orbitam um centro de gravidade comum em apenas 6,6 horas. A gravidade intensa da anã branca captura material da companheira anã vermelha, menos maciça. Este material forma um disco de acreção em torno da anã branca. Nesse disco, o material é acelerado, é sujeito ao atrito, e é aquecido a temperaturas muito elevadas até cair na superfície da anã branca. Com uma periodicidade (muito irregular) de aproximadamente 49 dias, o sistema tem erupções em que aumenta consideravelmente de brilho, passando da sua habitual magnitude 12-13 para um pico de magnitude 8 (100 vezes mais brilhante).
A explicação mais aceita para estas erupções tem a ver com a velocidade do material no disco da anã branca até cair na superfície da mesma. Quando o material é transferido com um ritmo elevado da anã vermelha para o disco, este mantem-se em rotação estável. Quando o ritmo de transferência baixa o disco torna-se instável e dá origem às erupções observadas. Nestas ocasiões o sistema emite também ondas de rádio provenientes de jatos de partículas que se formam nos polos do disco de acreção.
Este mecanismo explica de forma bastante satisfatória as características das novas anãs com a excepção, curiosamente, da SS Cygni, o protótipo da classe. De fato, observações realizadas com o telescópio espacial Hubble entre 1999 e 2004 permitiram calcular uma distância para SS Cygni na ordem dos 520 anos-luz. Esta distância faria SS Cygni a nova anã mais luminosa conhecida e a massa das componentes seria suficiente para manter o sistema sempre ao mais elevado ritmo de transferência, e portanto, sem erupções.
Para tentar esclarecer esta questão, e aproveitando o aspecto da estrela emitir ondas de rádio durante as erupções, astrônomos amadores da American Association of Variable Star Observers (AAVSO) que monitoram regularmente o brilho do sistema, determinaram o seu paralaxe geométrico com enorme precisão observando o sistema em ondas de rádio através dos interferômetros VLBA e EVN, aproveitando a sua resolução sub-segundo de arco e usando como pontos de referência para a determinação do paralaxe de radiogaláxias ou quasares a distâncias imensas. As observações decorreram entre 2010 e 2012, em diferentes épocas do ano, e a distância obtida, de 372 anos-luz, mostra que SS Cygni é afinal uma nova anã perfeitamente normal que se encaixa perfeitamente no cenário acima descrito como explicação para as erupções. O paralaxe obtido com o telescópio Hubble estava sujeito a muitos fatores de erro que agora se tornaram evidentes.

Fonte: Science


sexta-feira, 24 de maio de 2013

Nasa prevê empreendimentos comerciais humanos na Lua

Pesquisadores de várias empresas podem estar vivendo na Lua quando astronautas da Nasa partirem para visitar um asteroide na década de 2020, revelou um estudo sobre futuras missões espaciais humanas.

Quarenta e quatro anos depois de o homem pisar na Lua pela primeira vez, empresas demonstram interesse em viagens ao satélite Foto: Getty Images

O estudo da Bigelow Aerospace, encomendado pela Nasa, mostra "bastante empolgação e interesse de várias empresas" para tais empreendimentos, disse Robert Bigelow, fundador e presidente da empresa com sede em Las Vegas.

A gama de projetos vai de pesquisas farmacêuticas a bordo de habitats na órbita da Terra a missões para a superfície da lua, disse Bigelow na quinta-feira, citando um esboço do estudo, que será lançado dentro de algumas semanas.
O estudo da Bigelow Aerospace, encomendado pela Nasa, mostra "bastante empolgação e interesse de várias empresas" para tais empreendimentos, disse Robert Bigelow, fundador e presidente da empresa com sede em Las Vegas.

A gama de projetos vai de pesquisas farmacêuticas a bordo de habitats na órbita da Terra a missões para a superfície da lua, disse Bigelow na quinta-feira, citando um esboço do estudo, que será lançado dentro de algumas semanas.

Fonte: Reuters


quarta-feira, 22 de maio de 2013

Descoberta estrela gêmea do Sol

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte anunciaram a descoberta da CoRot Sol 1, nome dado à estrela gêmea solar conhecida como a mais distante da Via Láctea, galáxia que abriga o Sistema Solar.



© UFRN (CoRoT Sol 1)
De acordo com os cientistas, a análise do astro ajuda a prever o futuro do Sol, além de dar aos astrônomos a oportunidade de testar as atuais teorias da evolução estelar e solar.
O líder da equipe de pesquisadores, José Dias do Nascimento, explica que a CoRoT Sol 1 é cerca de 2 bilhões de anos mais velho que o Sol, mas seu período de rotação é quase o mesmo. "É a única estrela com essas características que é mais velha do que o Sol", informa o astrônomo. A massa e composição química de ambas é semelhante, conforme o estudo desenvolvido na UFRN. No entanto, ao contrário das outras gêmeas solares, que são relativamente brilhantes, o brilho da CoRoT Sol 1 é 200 vezes mais fraco do que o do Sol.
O fato de a estrela gêmea estar em um estágio ligeiramente mais evoluído que o Sol será utilizado para análises sobre o futuro do Sistema Solar. "Em 2 bilhões de anos, na idade que o Sol terá a idade atual da gêmea solar CoRoT Sol 1, a radiação emitida pelo Sol deve aumentar e tornar a superfície da Terra tão quente que a água líquida não poderá mais existir em seu estado natural", comenta Nascimento. As informações analisadas pela equipe foram captadas por um satélite CoRoT, lançado em 2006 e operado do Havaí, nos Estados Unidos.
O astrônomo pondera que determinar a idade de uma estrela é, provavelmente, um dos aspectos mais difíceis da análise, porém espectros de alta qualidade podem ajudar a determinar as idades estelares. O grande espelho de 8,2 metros e a precisão do telescópio Subaru foram essenciais para tornar possível a realização do estudo dos espectros da estrela gêmea.
A equipe planeja usar o telescópio Subaru para continuar a investigação sobre novas estrelas similares ao Sol. "Nos últimos 30 anos, apenas cinco estrelas foram descobertas", informa José Dias do Nascimento. De acordo com o astrônomo, o satélite CoRoT forneceu a observação de 230 mil estrelas. Usando um método criado na própria UFRN, foram escolhidas as candidatas a gêmea.
"Sobraram 500 estrelas e, dessas, pedimos para observar 30. Analisamos quatro e duas se apresentaram muito parecidas com o Sol, com a diferença que em uma delas o espectro ficou excelente, muito parecido com o Sol. Isso tornou a descoberta ainda mais preciosa", detalha Nascimento, que continuará a busca por astros gêmeos. "Agora vamos atacar outras estrelas. Queremos achar a estrela gêmea dois, três e daí por diante".
O anúncio da estrela gêmea solar foi feito na última sexta-feira (17). A descoberta faz parte do artigo intitulado “"The Future of the Sun: An Evolved Solar Twin Revealed by CoRoT", que foi aceito para publicação e sairá em breve na revista Astrophysical Journal Letters.
A equipe de cientistas responsável pela descoberta é composta por José Dias do Nascimento, da UFRN, que lidera o grupo; Jefferson Soares Costa e Matthieu Castro, também da UFRN; Yochi Takeda, do Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ); Gustavo Porto de Mello, do Observatório do Valongo da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Jorge Melendéz, da Universidade de São Paulo.

Fonte: Brazilian Space

sábado, 18 de maio de 2013

Nasa divulga vídeo da maior explosão já registrada na lua

Cientistas da Nasa divulgaram, na última sexta-feira, um vídeo que mostra o exato momento em que uma rocha de 40 quilos atinge a superfície lunar, resultando na maior explosão já registrada desde que a agência espacial americana começou a monitorar os impactos dos meteoritos na lua, há oito anos.

A imagem foi captada por um dos telescópios que monitora a lua, e o impacto foi primeiramente notado pelo cientista Ron Suggs: “era tão brilhante”, relembra. Segundo a Nasa, qualquer um que estivesse observando para a lua a olho nu no momento do impacto poderia ter visto o brilho causado pela explosão

A rocha, de cerca de 30 cm de diâmetro, viajava a 90.123 km/h no momento do choque, e causou uma explosão equivalente a 5 toneladas de dinamite. Um satélite da Nasa na órbita lunar busca agora a cratera formada pelo impacto, que os cientistas acreditam que teria um tamanho de até 20 metros.

Flares de classe X no Sol

O Sol produziu a primeira flare do ano no dia 13 de maio.


© SDO (regiões ativas do Sol em ultravioleta)
Oscilando ao redor do limbo leste do Sol desde a segunda-feira, um grupo de manchas solares chamado de região ativa AR1748 tem produzido as primeiras quatro flares de classe X do ano de 2013 em menos de 48 horas.

© SDO (quatro flares de classe X)
Na sequência temporal acima, no sentido horário desde a parte superior esquerda, temos as quatro flares capturadas na luz ultravioleta do satélite Solar Dynamis Observatory (SDO). Ranqueadas de acordo com o seu pico de brilho em raios X, as flares de classe X são as mais poderosas e são frequentemente acompanhadas pelas chamadas ejeções de massa coronal, ou CMEs, massivas nuvens de plasma de alta energia lançadas ao espaço. Mas as CMEs das três primeiras flares não estavam direcionadas para a Terra, enquanto que aquela associada com a quarta flare pode mandar um pouco de sua energia em direção ao campo magnético da Terra, que deve chegar em 18 de maio de 2013. Causando perdas temporárias de sinal de rádio, a região AR1748 provavelmente não acabou. Novas flares podem ser produzidas gerando interferências eletromagnéticas, se a região ativa em rotação ficar do lado visível do Sol apontada diretamente para a Terra.

Fonte: NASA



quinta-feira, 16 de maio de 2013

Estrelas

Uma estrela é uma grande e luminosa esfera de plasma, mantida íntegra pela gravidade. Ao fim de sua vida, uma estrela pode conter também uma proporção de matéria degenerada. A estrela mais próxima da Terra é o Sol, que é a fonte da maior parte da energia do planeta. Outras estrelas são visíveis da Terra durante a noite, quando não são ofuscadas pela luz do Sol ou bloqueadas por fenômenos atmosféricos. Historicamente, as estrelas mais importantes da esfera celeste foram agrupadas em constelações e asterismos, e as estrelas mais brilhantes ganharam nomes próprios. Extensos catálogos de estrelas foram compostos pelos astrônomos, o que permite a existência de designações padronizadas.


Pelo menos durante uma parte da sua vida, uma estrela brilha devido à fusão nuclear do hidrogênio no seu núcleo, liberando energia que atravessa o interior da estrela e irradia para o espaço sideral. Quase todos os elementos que ocorrem na natureza mais pesados que o hélio foram criados por estrelas, seja pela nucleossíntese estelar durante as suas vidas ou pela nucleossíntese de supernova quando as estrelas explodem. Os astrônomos podem determinar a massa, idade, composição química e muitas outras propriedades de uma estrela observando o seu espectro, luminosidade e movimento no espaço. A massa total de uma estrela é o principal determinante da sua evolução e possível destino. Outras características de uma estrela são determinadas pela história da sua evolução, inclusive o diâmetro, rotação, movimento e temperatura. Um diagrama da temperatura de muitas estrelas contra suas luminosidades, conhecido como Diagrama de Hertzsprung-Russell (Diagrama H-R), permite determinar a idade e o estado evolucionário de uma estrela.
Uma estrela se forma pelo colapso de uma nuvem de material composta principalmente de hidrogênio e traços de elementos mais pesados. Uma vez que o núcleo estelar seja suficientemente denso, parte do hidrogênio é gradativamente convertido em hélio pelo processo de fusão nuclear. O restante do interior da estrela transporta a energia a partir do núcleo por uma combinação de processos radiantes e convectivos. A pressão interna da estrela impede que ela colapse devido a sua própria gravidade. Quando o combustível do núcleo (hidrogênio) se exaure, as estrelas que possuem pelo menos 40% da massa do Sol se expandem para se tornarem gigantes vermelhas, em alguns casos fundindo elementos mais pesados no núcleo ou em camadas em torno do núcleo. A estrela então evolui para uma forma degenerada, reciclando parte do material para o ambiente interestelar, onde será formada uma nova geração de estrelas com uma maior proporção de elementos pesados.
 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Telescópio registra brilho de novas estrelas na constelação de Órion

Uma nova imagem das nuvens cósmicas na constelação de Órion revela o que parece ser uma fita flamejante no céu.


© ESO/APEX (formação estelar na Nebulosa de Órion)
O brilho laranja representa a radiação tênue emitida pelos grãos de poeira fria interestelar, em comprimentos de onda longos demais para poderem ser vistos com o olho humano. Esta imagem foi obtida pelo Atacama Pathfinder Experiment (APEX), operado pelo ESO no Chile.
As nuvens de gás e poeira interestelar são a matéria prima a partir da qual as estrelas se formam. No entanto, estes minúsculos grãos de poeira bloqueiam a nossa visão, não nos permitindo observar além das nuvens - pelo menos nos comprimentos de onda ópticos - o que dificulta a observação dos processos de formação estelar.
Esta é a razão pela qual os astrônomos usam instrumentos que são capazes de “ver” em outros comprimentos de onda. Na região do submilímetro, em vez de bloquear a radiação, os grãos de poeira brilham devido às suas  temperaturas de algumas dezenas de graus acima do zero absoluto. Objetos mais quentes emitem a maior parte da sua radiação em comprimentos de onda mais curtos e objetos mais frios emitem a comprimentos de onda mais longos. Como exemplo, estrelas muito quentes (com temperaturas da ordem dos 20.000 graus Kelvin) aparecem azuis e estrelas mais frias (com temperaturas de cerca de 3.000 graus Kelvin) aparecem vermelhas. Uma nuvem de poeira com uma temperatura de apenas dez Kelvin tem o seu pico de emissão a comprimentos de onda muito mais longos - a cerca de 0,3 milímetros - na zona do espectro electromagnético para a qual o APEX é muito sensível. O telescópio APEX com a sua câmera LABOCA, trabalhando nos comprimentos de onda do submilímetro, situado a uma altitude de 5.000 metros acima do nível do mar, no planalto do Chajnantor, nos Andes chilenos, é a ferramenta ideal para este tipo de observação.
Esta imagem espetacular mostra apenas uma parte do complexo maior conhecido como a Nuvem Molecular de Órion, na constelação de Órion. Esta região, que apresenta uma mistura de nebulosas brilhantes, estrelas quentes jovens e nuvens de poeira fria, tem uma dimensão de centenas de anos-luz e situa-se a cerca de 1.350 anos-luz de distância da Terra. O brilho emitido pelas nuvens de poeira fria nos comprimentos de onda do submilímetro está marcado em laranja na imagem e encontra-se sobreposto a uma imagem da região obtida na luz visível mais familiar.
A enorme nuvem brilhante que se vê na imagem, em cima e à direita, é a bem conhecida Nebulosa de Órion, também chamada Messier 42. Pode ser vista a olho nu, aparecendo como a ligeiramente tremida “estrela” do meio na espada de Órion. A Nebulosa de Órion é a região mais brilhante de uma enorme maternidade estelar onde novas estrelas estão se formando, sendo também o local mais perto da Terra onde se formam estrelas de grande massa.
As nuvens de poeira formam bonitos filamentos, lençóis e bolhas, como resultado de processos que incluem colapso gravitacional e efeitos de ventos estelares. Estes ventos são correntes de gás ejetado pelas atmosferas estelares, e são suficientemente poderosos para esculpir as nuvens circundantes nas formas convolutas que aqui se podem observar.
Os astrônomos utilizaram estes e outros dados do APEX, assim como imagens do Observatório Espacial Herschel da ESA, para procurar protoestrelas na região de Órion - uma fase inicial da formação estelar. Até agora conseguiram identificar 15 objetos que são muito mais brilhantes nos comprimentos de onda longos do que nos curtos. Estes raros objetos recém descobertos estão provavelmente entre as protoestrelas mais jovens encontradas até agora, o que ajuda os astrônomos a aproximarem-se mais do momento em que uma estrela começa a se formar.

Fonte: ESO

sábado, 11 de maio de 2013

Nasa considera quebra-cabeça tecnológico levar humanos a Marte

Entrar na atmosfera de Marte e levar astronautas até sua superfície é um quebra-cabeças tecnológico ainda mais complexo do que o pouso do robô Curiosity, além de ser um dos maiores desafios da missão tripulada ao planeta vermelho, disseram especialistas da agência espacial americana,Nasa nesta quarta-feira (8).

A discussão se intensificou após o diretor da Nasa, Charles Bolden, afirmar na segunda-feira (6) que os Estados Unidos estavam decididos, apesar de suas dificuldades orçamentárias, a enviar astronautas a Marte nos próximos 20 anos, mobilizando todos os recursos da exploração espacial para este único fim.
Em agosto passado, os cientistas alcançaram um grande feito com o pouso do Curiosity, um robô de uma tonelada, o mais pesado a tocar a superfície de Marte, e que incluiu o uso de um guindaste e de um paraquedas supersônico. No entanto, especialistas garantem que tudo será ainda mais difícil com humanos a bordo.
"O pouso do Curiosity em Marte foi um feito incrível", declarou Robert Braun, ex-engenheiro da Nasa, atualmente professor do Instituto de Tecnologia da Geórgia, em conferência celebrada em Washington sobre a conquista do planeta vermelho. "Mas não é mais do que um pequeníssimo passo em comparação com tudo o que precisamos fazer para poder caminhar algum dia em Marte", acrescentou.
A conferência de três dias, iniciada nesta segunda-feira (6), reuniu especialistas da Nasa, pesquisadores universitários e membros da indústria aeroespacial para discutir a exploração do planeta vermelho. "O Curiosity tem o tamanho de um pequeno [veículo] 4x4", disse Braun sobre o laboratório móvel de seis rodas que tem explorado Marte nos últimos nove meses.
 "Mas para uma missão tripulada seria necessário desenvolver um dispositivo capaz de pousar em solo marciano um volume equivalente a uma casa de dois andares com massa de 40 toneladas", acrescentou.

Suprimentos e potência
Uma missão assim demandaria envio de comida, água e oxigênio para os astronautas, e de um veículo suficientemente potente para retornar à nave espacial, que provavelmente ficaria em órbita. "As tecnologias às quais recorreríamos para pousar uma carga assim em Marte seriam sem dúvida muito diferentes dos sistemas que temos utilizado no robô, destacadamente menores",  disse Braun.
Com exceção do Curiosity, as seis primeiras sondas americanas que pousaram com sucesso em solo marciano desde 1974 eram suficientemente leves para frear sua descida com um paraquedas e amortecer com balões o contato com o solo.
Pesado demais para este modelo de pouso, o Curiosity demandou um complexo sistema que incluía um paraquedas supersônico e uma grua propulsionada por foguetes. Nada disso pode ser aplicado às cargas previstas para uma missão tripulada, disse Braun.
A atmosfera marciana é claramente menos densa do que a da Terra, cuja pressão atmosférica a 40 km de altitude é equivalente à de Marte a 10 mil metros, o que deixa pouco tempo para frear a velocidade supersônica de uma nave espacial, afirmou. "É um desafio que ainda não enfrentamos e para o qual não temos uma resposta específica", afirmou.
Para Adam Stelzner, um dos inventores da grua que permitiu fazer o Curiosity pousar, "não se trata de inventarmos novas tecnologias, mas de sermos um pouco mais criativos com o uso do que existe".
"Em 2003 - oito anos antes do lançamento do Curiosity - não sabíamos como pousar em Marte", lembrou este engenheiro do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, afirmando que a grua espacial poderia servir para uma missão tripulada. "Precisamos de um sistema de retropropulsão que funcione duas ou três vezes na velocidade do som", opinou Charles Campbell, especialista em aerodinâmica da Nasa.
"Sabemos como construir uma máquina supersônica, mas não em retropropulsão", acrescentou, avaliando que "o motor do foguete e o controle da aterrissagem representam as maiores dificuldades". "Uma missão humana a Marte exigirá um veículo na escala de um ônibus espacial", disse Campbell, acrescentando que os custos serão altos e a magnitude do esforço provavelmente exigirá cooperação internacional.

 
Fonte: g1.com


Observação do planeta Saturno no Campus do Itaperi

O Observatório Astronômico Otto de Alencar, da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e o Clube de Astronomia de Fortaleza (CASF) fizeram na noite de quarta-feira, dia 8, o que pode ser considerado o melhor registro do planeta Saturno a partir de solo cearense.
Os trabalhos de observação e registro fotográfico aconteceram entre às 18h30 e 21h30, pela equipe composta por Luidhy Santana, aluno de Física da UECE e bolsista da Funcap, e pelo astrônomo amador Paulo Régis, do CASF. O resultado foi a foto abaixo:

 “No registro feito, percebe-se detalhes como os espaços entre os anéis que são as divisões de Cassini de forma bem clara e a de Encke, mais sutilmente. Percebe-se também as faixas equatoriais e a famosa tempestade hexagonal no polo, que foi fotografada pela primeira vez pela Sonda Cassini em órbita de Saturno em 27 de Novembro de 2012”, explica Paulo Régis.
Neste momento, informa Luidhy, Saturno esta a 1,3 bilhão de quilômetros da Terra. “Para se ter uma noção de quanto é longe, a distância entre a terra e o sol é 150 milhões de quilômetros e a nossa lua esta a apenas 384mil km de nosso Planeta.

A atividade foi uma troca de experiências com o objetivo de desenvolver conhecimentos para realizar pesquisas astronômicas de ponta. Hoje o observatório da UECE conta com um equipamento moderno e tecnologicamente atualizado.

O integrante do CASF, Paulo Régis, com experiência prática na obtenção e tratamento de imagens celestes, passou os principais procedimentos para captação de imagens planetárias para Luidhy, um dos membros do observatório Otto de Alencar e também membro do CASF. Dessa forma este trabalhou configurou um dos primeiros momentos de colaboração entre o CASF e o Observatório Otto de Alencar.

Equipamentos e métodos utilizados:
Telescópio Schmidt-Cassegrain 14" F= 3910mm, f11

Câmara planetária ASI 120 MC Powermate 2X

Captação dos dados: 769 frames a 16FPS com aproveitamentos de 546 frames usando o programa Sharpcapture

Processamento e empilhamento dos dados nos programas Castrator e AS!2

Fonte: Uece.br

Site para informações extras: http://saturn.jpl.nasa.gov/photos/imagedetails/index.cfm?imageId=4805

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Estudo indica que a água da Lua e a da Terra têm a mesma origem

Um estudo divulgado nesta quinta-feira em artigo na revista Science indica que a origem da água da Lua é muito parecida com a da substância na Terra. Pesquisadores descobriram que a quantidade de deutério na água presa em pedras capturadas pelas missões Apollo indica que a água do nosso satélite natural veio do cinturão de asteroides.



Há cerca de 4,5 bilhões de anos, dois enormes objetos colidiram no Sistema Solar e o resultado desse acidente de trânsito cósmico foi a formação de dois outros corpos: a Terra e a Lua. O intenso calor gerado nesse batida acabou com a água que por aqui existia. Contudo, ao longo desses bilhões de anos de jogo de bilhar astronômico, outros corpos menores se chocaram no planeta, e hoje temos evidências científicas de que a água, tão necessária à vida na terceira rocha do Sistema Solar, veio desses meteoritos. Pelo menos é o que se pensava até agora.

Os cientistas analisaram cristais que estão em pedras do nosso satélite natural que as missões Apollo trouxeram para a Terra. Como a água fica "presa" nesses cristais, eles conseguem descobrir a proporção de deutério - um isótopo de hidrogênio que tem um nêutron a mais de o hidrogênio comum - nela. A água tem mais ou menos deutério conforme o local onde ela se forma no Sistema Solar - quanto mais próximo do Sol, menos desse isótopo pode ser encontrado.

Os pesquisadores descobriram que essa proporção é compatível com condritos carbonáceos, meteoritos do Cinturão de Asteroides (aquele que fica entre Marte e Júpiter), e que se acredita que também são a origem da água no nosso planeta. Isso descartaria outra hipótese, de que cometas - que se formam nos confins do nosso sistema, na Nuvem de Oort - seriam a fonte da água da Lua.

"As medições em si são muito difíceis", diz Erik Hauri, do Instituto Carnegie de Washington. "Mas os novos dados proveem a melhor evidência até agora de que os condritos que carregam carbono são uma fonte comum para os voláteis (substâncias como a água) na Terra e na Lua, e talvez em todo o Sistema Solar interior."

Essa descoberta apresenta um problema para a teoria de que a Terra e a Lua foram criadas por um grande impacto: se a água dos dois corpos tem uma fonte em comum, isso sugere que ela já deveria estar por aqui quando o impacto aconteceu. Segundo os pesquisadores, contudo, o estudo não é inconsistente com essa hipótese.

"O impacto de alguma forma não causou a perda de toda a água", diz Alberto Saal, da Universidade Brown, que também participou da pesquisa. "Mas ainda não sabemos como esse processo ocorreu."

"Nosso trabalho sugere que elementos altamente voláteis não são completamente perdidos durante um grande impacto, diz James Van Orman da Universidade Case Western Reserve. "Nós precisamos voltar à prancheta e descobrir mais sobre que acontece nos grandes impactos, e nós precisamos também lidar melhor com os inventários voláteis da Lua."

Font: Terra
 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Colossal nuvem de gás em colisão de galáxias

Cientistas usaram o Chandra para fazer um estudo detalhado de uma enorme nuvem de gás quente que está envelopando duas grandes galáxias em colisão.


© NASA (composiçao no óptico e raios X da galáxia NGC 6240)

Esse reservatório de gás contém massa equivalente a 10 bilhões de Sóis, se espalha por 300.000 anos-luz e irradia numa temperatura de mais de 7 milhões de Kelvin.
Essa gigante nuvem de gás, chamada de halo está localizada na NGC 6240, uma galáxia elíptica localizada na direção da constelação de Ophiuchus. Os astrônomos conhecem a muito tempo a NGC 6240 como um local de fusão de duas grandes galáxias espirais parecidas com a Via Láctea. Cada galáxia contém um buraco negro supermassivo em seu centro. Os buracos negros estão espiralando um em direção ao outro e podem eventualmente se fundirem formando um buraco negro ainda maior.
Outra consequência da colisão entre as galáxias é que o gás contido em cada uma delas está sendo arrancado de forma violenta. Isso causa uma verdadeira explosão no surgimento de novas estrelas que tem durado no mínimo 200 milhões de anos. Durante essa explosão de nascimento estelar, algumas das estrelas mais massivas aceleraram sua evolução e explodiram relativamente rápidas em supernovas.
Os cientistas desenvolveram com esse estudo argumentos de que essa rápida explosão de supernovas dispersou uma quantidade relativamente alta de importantes elementos como o oxigênio, o neônio, o magnésio e o silício no gás quente das galáxias recentemente combinadas. De acordo com os pesquisadores, os dados sugerem que esse gás enriquecido tem se expandido e se misturado com o gás mais frio que já estava ali.
Durante a explosão de novas estrelas, curtas explosões de formação estelar ocorreram. Por exemplo, a mais recente explosão de formação de estrelas durou cerca de cinco milhões de anos e ocorreu a aproximadamente 20 milhões de anos atrás. Contudo, os autores não acham que o gás quente tenha sido produzido apenas por essa curta explosão.
O que esperar de futuras observações do sistema NGC 6240? Muito, provavelmente as duas galáxias espirais irão formar uma jovem galáxia elíptica no decorrer dos próximos milhões de anos. Não é claro ainda, contudo, quanto do gás quente pode ser retido por essa galáxia que será criada, e quanto será perdido para o espaço. Apesar disso, a colisão fornecerá a oportunidade de se testemunhar uma versão relativamente próxima de um evento que foi muito comum quando o Universo era mais jovem quando as galáxias eram muito mais próximas e se fundiam com muito maior frequência.
Nessa nova imagem composta do sistema NGC 6240, os raios-X obtidos pelo Chandra, que revelam a nuvem de gás quente são coloridos em roxo. Esses dados foram combinados com dados ópticos obtidos pelo telescópio espacial Hubble, que mostra longas caudas de maré das galáxias em fusão, se estendendo para a direita e para a parte inferior da imagem.
Um artigo descrevendo esses novos resultados para o sistema NGC 6240 está na edição de Março de 2013 do The Astrophysical Journal.

Fonte: NASA

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Nasa divulga imagens erupção solar ocorrida na quarta-feira

A Nasa, a agência espacial americana, divulgou imagens de uma erupção solar ocorrida na quarta-feira.

A Agência espacial registrou a erupção na quarta-feira
Foto: BBCBrasil.com


Erupções desse tipo, fenômeno também conhecido por ejeção de massa coronal (CME, na sigla em inglês), podem lançar no espaço um bilhão de toneladas de partículas e radiação eletromagnética a mais de 1 milhão e 600 mil quilômetros por hora.
As ejeções de massa coronal são associadas à alterações e perturbações no campo magnético da coroa solar.

Fonte: BBC Brasil


quinta-feira, 2 de maio de 2013

Uma região de formação estelar anárquica

O telescópio dinamarquês situado no Observatório de La Silla do ESO, no Chile, captou uma imagem surpreendente da NGC 6559, um objeto que demonstra bem a anarquia que reina quando estrelas se formam dentro de uma nuvem interestelar.


© ESO (região de formação estelar NGC 6559)
A NGC 6559 é uma nuvem de gás e poeira situada a uma distância de cerca de 5.000 anos-luz da Terra, na constelação de Sagitário. Esta região brilhante é relativamente pequena, apenas com alguns anos-luz de dimensão, contrastando com os mais de cem anos-luz que é o tamanho da sua vizinha mais famosa, a Nebulosa da Lagoa (Messier 8). 


© ESO (Nebulosa da Lagoa)
Embora seja muitas vezes negligenciada a favor da sua distinta companheira, é NGC 6559 que tem papel principal nesta nova imagem.
O gás presente nas nuvens da NGC 6559, principalmente hidrogênio, é a matéria prima da formação estelar. Quando a região no interior da nebulosa acumula matéria suficiente, acontece um colapso sob o efeito da sua própria gravidade. O centro da nuvem torna-se cada vez mais denso e quente, até que se inicia a fusão termonuclear e a estrela nasce. Os átomos de hidrogênio combinam-se para formar átomos de hélio, libertando energia neste processo e fazendo assim com que a estrela brilhe.
Estas estrelas brilhantes, jovens e quentes, que nascem a partir da nuvem, emitem radiação que é absorvida e re-emitida pelo hidrogênio gasoso que ainda se encontra presente na nebulosa circundando as estrelas recém nascidas. Estas estrelas jovens são geralmente do tipo espectral O e B, com temperaturas que variam entre os 10.000 e os 60.000 K, e que emitem enormes quantidades de radiação ultravioleta de alta energia, que ioniza os átomos de hidrogênio. E originando assim a região vermelha brilhante que podemos observar no centro da imagem. Este objeto é conhecido como uma nebulosa de emissão.
No entanto, a NGC 6559 não é apenas constituída por hidrogênio gasoso. Contém também partículas sólidas de poeira compostas por elementos pesados, tais como carbono, ferro ou silício. A mancha azulada próxima da nebulosa de emissão vermelha, mostra-nos a radiação emitida pelas estrelas recém formadas a ser dispersada, refletida em muitas direções diferentes, pelas partículas microscópicas presentes na nebulosa. Conhecida pelos astrônomos como uma nebulosa de reflexão, este tipo de objeto é muitas vezes azul, porque a dispersão é mais eficaz para os comprimentos de onda menores. A dispersão de Rayleigh, assim chamada em homenagem ao físico britânico Lord Rayleigh, acontece quando a radiação é dispersada por partículas de material que são muito menores do que o comprimento de onda da luz. É muito mais eficaz para os pequenos comprimentos de onda, ou seja, para os comprimentos de onda correspondentes à parte azul do espectro visível, o que resulta numa luz azul difusa. É exatamente o mesmo mecanismo que explica a cor azul do céu limpo durante o dia.
Em regiões muito densas, a poeira obscurece completamente a luz que está por trás, como é o caso das manchas e bandas sinuosas escuras e isoladas que se vêem na imagem em baixo, à esquerda e à direita. Para podermos ver o que se encontra por trás destas nuvens, é necessário observar a nebulosa em comprimentos de onda maiores, os quais não são absorvidos pela poeira.
A Via Láctea preenche o fundo da imagem com inúmeras estrelas amareladas, mais velhas. Algumas parecem tênues e avermelhadas devido à poeira existente na NGC 6559.
Esta imagem de formação estelar foi obtida pelo instrumento DFOSC (Danish Faint Object Spectrograph and Camera), montado no telescópio dinamarquês de 1,54 metros, em La Silla no Chile. Este telescópio opera em La Silla desde 1979. Tendo sido recentemente melhorado, é atualmente um telescópio de vanguarda operado remotamente.

Fonte: ESO

quarta-feira, 1 de maio de 2013

A temperatura do núcleo da Terra

Novas medições sugerem que o centro da Terra é muito mais quente do que se pensava anteriormente e que teria uma temperatura de 6.000ºC, semelhante à da superfície do Sol.

© Flicker (ilustração da variação do calor no interior da Terra)
O núcleo sólido de ferro é cristalino e está rodeado pelo núcleo externo, líquido e em movimento.
Mas a temperatura na qual esse cristal pode ser formado vinha sendo objeto de um longo debate. Um novo experimento usou raios X para analisar pequenas amostras de ferro sob uma extraordinária pressão com o objetivo de examinar como esse material cristalino se forma e se funde.
A análise das ondas sísmicas geradas após os terremotos em todo o mundo pode proporcionar muita informação sobre a grossura e a densidade das camadas da Terra, mas não podem indicar sua temperatura. Isso deve ser calculado em um laboratório ou a partir de modelos informatizados que simulam o interior da Terra.
As medições feitas no início dos anos 1990 das "curvas de fundição", a partir das quais a temperatura do núcleo terrestre pode ser deduzida, sugeriam uma temperatura de cerca de 5.000ºC.
"Esse era só o início desse tipo de medição, então eles fizeram uma primeira estimativa para determinar a temperatura dentro da Terra. Outros pesquisadores fizeram outras medições e cálculos por computador e não se chegou a nenhum acordo. Não é bom para nosso campo de trabalho não conseguirmos concordar uns com os outros", afirmou Agnes Dewaele, da agência de pesquisas francesa CEA, coautora do novo estudo..
Determinar a temperatura do núcleo terrestre é crucial para uma série de disciplinas que estudam regiões do interior do planeta que nunca serão acessadas diretamente, guiando nosso entendimento sobre questões como terremotos ou o campo magnético da Terra.
"Temos que dar respostas aos geofísicos, aos sismólogos, aos pesquisadores de geodinâmica. Eles precisam de certos dados para alimentar os modelos informatizados", explica Dewaele.
Sua equipe de pesquisadores acaba de reconsiderar esses mais de 20 anos de medições utilizando as instalações do European Synchrotron Radiation Facility (ESRF), na França, laboratório mantido em conjunto por 19 países e que possui uma das mais intensas fontes de raios X do mundo. Para replicar a enorme pressão no limite do núcleo terrestre, mais de um milhão de vezes a pressão ao nível do mar, eles usaram um dispositivo que mantém uma minúscula amostra de ferro entre duas pontas de diamantes sintéticos.
Após submeter as amostras a altas pressões e altas temperaturas usando um laser, os cientistas usaram feixes de raios X para promover uma difração, ou seja, para rebater todos os raios X sobre o núcleo dos átomos de ferro e ver como mudava o padrão à medida em que o ferro mudava de sólido para líquido. Esses padrões de difração oferecem informações sobre os estados do ferro parcialmente fundido, que é o que os primeiros pesquisadores mediram nas experiências originais.
Eles sugerem agora uma temperatura de cerca de 6.000ºC, com uma margem de erro de 500ºC para mais ou para menos, aproximadamente a mesma temperatura estimada para a superfície do Sol. Mas o mais importante, segundo observa Dewaele, é que "agora todo mundo concorda" com as estimativas.
Os resultados foram publicados na revista especializada Science.

Fonte: BBC Brasil


Furacão em Saturno pode ajudar a esclarecer fenômeno na Terra

Cientistas da agência espacial americana, Nasa, identificaram que uma tempestade no Polo Norte de Saturno é, na verdade, um furacão com um vórtice (região central do fenômeno) com largura equivalente a 20 vezes o tamanho do olho de um furacão na Terra. Seu tamanho é de 2 mil km, segundo a Nasa.


A tempestade, captada pela sonda Cassini, havia sido divulgada inicialmente em novembro do ano passado, mas somente agora a equipe revelou dados a respeito.
De acordo com os pesquisadores, a velocidade dos ventos do furacão de Saturno era quatro vezes mais rápida se comparada ao máximo que pode atingir um fenômeno terrestre.
Por aqui, a velocidade dessas tempestades é subdivida em cinco categorias de força pela escala Saffir-Simpson. Fenômenos classificados na categoria 1 têm ventos de até 152 km/h. Tempestades com ventos entre 153 km/h e 176 km/h estão na categoria 2.
Furacões com ventos entre 177 km/h e 207 km/h são classificados na categoria 3. Foram classificados neste patamar os fenômenos Katrina, que devastou Nova Orleans em 2005, e matou 1.700 pessoas, e Glória, que 1985 atingiu a região da Carolina do Norte e Nova York e causou oito mortes.
Na categoria 4, os ventos têm velocidade entre 209 km e 250 km. Já os furacões classificados na categoria 5 são aqueles que registram ventos com velocidade acima de 251 km/h, de acordo com o meteorologista do Inmet.
A Nasa afirma que estudar o furacão no Polo Norte de Saturno pode auxiliar em descobertas sobre a formação deles na Terra. O fenômeno climático é resultado da combinação de alta temperatura na superfície do oceano, elevada quantidade de chuvas e queda da pressão do ar (sistema que favorece uma subida mais rápida do ar e uma constante evaporação da água do mar). Esse sistema costuma se formar em áreas próximas à Linha do Equador.
A missão Cassini-Huygens é um projeto de cooperação entre a Nasa, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Italiana (ASI). As duas câmeras a bordo da sonda foram projetadas, desenvolvidas e montadas no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa, em Pasadena, na Califórnia. A equipe que trabalha com as imagens fica no Instituto de Ciência Espacial em Boulder, no Colorado.