quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Moléculas da vida em torno de estrela jovem

Uma equipe de astrônomos utilizando o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) descobriu moléculas de açúcar no gás que rodeia uma estrela jovem do tipo solar.


© ESO (moléculas de açúcar no gás ao redor de estrela)

Esta é a primeira vez que açúcar é descoberto no espaço em torno de uma tal estrela. Esta descoberta mostra que os blocos constituintes da vida se encontram no local certo, no tempo certo, de modo a serem incluídos em planetas que estejam se formando em torno da estrela.

Os astrônomos descobriram moléculas de glicoaldeído (C2H4O2), uma forma simples de açúcar, no gás que circunda uma estrela binária jovem, com massa semelhante ao Sol, chamada IRAS 16293-2422. O glicoaldeído já tinha sido observado anteriormente no espaço interestelar, mas esta é a primeira vez que é descoberto tão perto de uma estrela do tipo solar, a distâncias comparáveis à distância de Urano ao Sol, no Sistema Solar. Esta descoberta mostra que alguns dos componentes químicos necessários à vida existiam neste sistema no tempo da formação planetária. O glicoaldeído foi detectado até agora em dois locais no espaço: na direção da nuvem do centro galáctico Sgr B2 e no núcleo molecular quente de elevada massa G31.41+0.31. A estrela IRAS 16293-2422 é também conhecida por ter uma quantidade de outras moléculas orgânicas complexas, incluindo etilenoglicol, metanoato de metila e etanol.

A alta sensibilidade do ALMA, mesmo nos comprimentos de onda mais curtos nos quais opera e por isso tecnicamente mais difíceis, foi indispensável nestas observações, as quais foram executadas com uma rede parcial de antenas durante a fase de Verificação Científica do observatório.

As nuvens de gás e poeira que colapsam para formar novas estrelas são extremamente frias (cerca de –263ºC) e muitos gases solidificam sob a forma de gelo sobre as partículas de poeira, onde seguidamente se juntam para formar moléculas mais complexas. Mas assim que uma estrela se forma no meio de uma nuvem de gás e poeira em rotação, esta aquece as regiões internas da nuvem para cerca de uma temperatura ambiente, evaporando as moléculas quimicamente complexas e formando gases que emitem uma radiação característica em ondas rádio, ondas estas que podem ser mapeadas com a ajuda de potentes radiotelescópios, como o ALMA.

A IRAS 16293-2422 situa-se a cerca de 400 anos-luz de distância, relativamente próximo da Terra, o que a torna num excelente alvo para os astrônomos que estudam as moléculas e a química em torno de estrelas jovens. Juntando o poder de uma nova geração de telescópios, tais como o ALMA, agora é possível estudar os detalhes das nuvens de gás e poeira que estão formando sistemas planetários.
"A grande questão é: qual a complexidade que estas moléculas podem atingir antes de serem incorporadas em novos planetas? Esta questão pode dizer-nos algo sobre como a vida aparece noutros locais e as observações do ALMA serão vitais para desvendar este mistério," diz Jes Jørgensen (Instituto Niels Bohr, Dinamarca), o autor principal do artigo científico que será publicado na revista da especialidade Astrophysical Journal Letters.

Fonte: ESO

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Curiosity reproduz pela primeira vez a voz humana em Marte

A voz de de um ser humano soou nesta segunda-feira pela primeira vez em marte e, embora não fosse uma presença humana física, representou um marco na missão Curiosity que já esta a 20 dias no planeta vermelho.



"Olá. Sou Charlie Bolden, administrador da Nasa, falando com você através da capacidade de difusão da Curiosity Rover, que agora está na superfície de Marte", foram as palavras escutadas nas instalações da agência espacial americana.

"Desde o início dos tempos, a curiosidade da humanidade nos levou a buscar constantemente algo novo (...) Novas opções de vida além do horizonte. Quero felicitar os homens e mulheres de nossa família da Nasa, assim como nossos parceiros comerciais e governamentais de todo o mundo por ter dado mais um passo em Marte", continuou a gravação.

Segundo explicou o diretor da Nasa na mensagem, a agência espera obter informações importantes através da análise da cratera Gale, que será fundamental para saber se Marte foi ou será apto para abrigar vida.
"A Curiosity trará benefícios à Terra e inspirará uma nova geração de cientistas e exploradores, enquanto se prepara o caminho para uma missão humana em um futuro não muito distante ", disse Bolden na mensagem gravada.

A reprodução da voz de Bolden, que foi enviada da Terra ao Curiosity, soou no Planeta Vermelho e depois foi mandada outra vez à Terra. "Com a presença desta voz, se dá outro pequeno passo à presença humana além da Terra, e a experiência de explorar mundos remotos se põe um pouco mais próxima de todos nós", disse Dave Lavery, diretor do programa Curiosity.

As mais recentes imagens obtidas com as teleobjetivas do robô mostram cenas de encostas erosionadas, com camadas geológicas claramente expostas, com uma resolução e nitidez muito mais elevadas que as anteriores. O Curiosity, que aterrissou na superfície de Marte na madrugada do dia 6 de agosto, enviou centenas de fotografias em preto e branco e em cores que proporcionaram a visão mais nítida de Marte conhecida até agora.

sábado, 25 de agosto de 2012

Video que monstra mensagem editada pela Nasa no pouso da Apollo XI

Esse video mostra uma possível mensagem que teria sido editada pela Nasa (Agência Espacial Americana) no momento em que os astronautas da Apollo XI pousavam na superfície da Lua em 1969.



Eles relataram objetos que estariam perseguindo-os enquanto eles andavam pelo satélite da Terra.

O video mostra também, como a Nasa ordena que ele se comportem mediante situação que os astronautas passavam no momento em que esses supostos objetos não identificados os perseguiam.


A estrela que não deveria existir

Uma equipe de astrônomos europeus utilizou o Very Large Telescope do ESO (VLT) e descobriram uma estrela na Via Láctea que muitos pensavam não poder existir.

© ESO (estrela SDSS J102915+172927 na constelação de Leão)

Os astrônomos descobriram que esta estrela é composta quase inteiramente por hidrogênio e hélio, com quantidades minúsculas de outros elementos químicos. Esta intrigante composição química coloca a estrela na chamada “zona proibida” dentro da teoria de formação estelar mais aceita, o que significa que esta estrela nunca deveria ter se formado. Teorias de formação estelar mais aceitas afirmam que estrelas com massas tão baixas como a SDSS J102915+172927 (cerca de 0,8 massas solares ou menos) apenas se podem formar depois de explosões de supernova terem enriquecido o meio interestelar acima de um valor crítico. Isto deve-se ao fato dos elementos mais pesados arrefecem as nuvens de gás ajudando a irradiar o calor, fazendo assim com que estas nuvens possam seguidamente colapsar para formar estrelas. Sem estes metais, a pressão devida ao aquecimento seria demasiadamente forte e a gravidade da nuvem seria muito fraca para vencer e fazer a nuvem colapsar. Uma teoria em particular identifica o carbono e o oxigênio como os principais agentes de arrefecimento, no entanto na SDSS J102915+172927 a quantidade de carbono é menor que o mínimo julgado necessário para que este arrefecimento se torne efetivo.

Uma estrela de baixa luminosidade situada na constelação do Leão, chamada SDSS J102915+172927 mostrou possuir a menor quantidade de elementos mais pesados que o hélio do que todas as estrelas estudadas até hoje. Este objeto possui uma massa menor que a do Sol e tem provavelmente mais de 13 bilhões de anos de idade.

“Uma teoria muito aceita prediz que estrelas como esta, com pequena massa e quantidades de metais extremamente baixas, não deveriam existir porque as nuvens de material a partir das quais tais objetos se formariam nunca se poderiam ter condensado,” disse Elisabetta Caffau (Zentrum für Astronomie der Universität Heidelberg, Alemanha e Observatoire de Paris, França), autora principal do artigo científico que descreve estes resultados, publicado na Nature. “É surpreendente encontrar pela primeira vez uma estrela na “zona proibida”. Isto significa que iremos provavelmente ter que verificar alguns dos modelos de formação estelar.”

Os astrônomos mediram a abundância dos vários elementos químicos presentes na estrela e descobriram que a proporção de metais na SDSS J102915+172927 é mais de 20 mil vezes menor que a proporção de metais no Sol. A estrela HE 1327-2326, descoberta em 2005, tem a menor abundância de ferro conhecida, mas é rica em carbono. A estrela agora analisada tem a menor proporção de metais conhecida quando consideramos todos os elementos químicos mais pesados que o hélio.
“A estrela é tênua e tão pobre em metais que apenas conseguimos detectar a assinatura de um único elemento mais pesado que o hélio - o cálcio -  nas primeiras observações que fizemos,” disse Piercarlo Bonifacio (Observatoire de Paris, França), que supervisionou o projeto.

Os cosmólogos acreditam que os elementos químicos mais leves, hidrogênio e hélio, foram criados pouco depois do Big Bang, juntamente com um pouco de lítio, enquanto que a maioria dos outros elementos foram posteriormente formados nas estrelas. A nucleosíntese primordial refere a produção de elementos químicos com mais de um próton, alguns momentos após o Big Bang. Esta produção deu-se num curto espaço de tempo, permitindo que apenas hidrogênio, hélio e lítio se formassem. A teoria do Big Bang prediz, e as observações confirmam, que a matéria primordial era composta essencialmente por 75% (em massa) de hidrogênio, 25% de hélio e alguns traços de lítio. 

As explosões de supernovas espalharam o material estelar para o meio interestelar, tornando-o rico em metais. As novas estrelas que se formam a partir deste meio enriquecido possuem por isso maiores quantidades de metais na sua composição do que as estrelas mais velhas. Por conseguinte, a proporção de metais numa estrela nos dá informação sobre a sua idade.

“A estrela que estudamos é extremamente pobre em metais, o que significa que é muito primitiva. Pode ser uma das estrela mais velhas jamais encontrada,” acrescenta Lorenzo Monaco (ESO, Chile), que também participou neste estudo.

É igualmente surpreendente a falta de lítio na SDSS J102915+172927. Uma estrela tão velha deveria ter uma composição semelhante àquela do Universo pouco depois do Big Bang, com apenas um pouco mais de metais. No entanto, a equipe descobriu que a proporção de lítio na estrela é pelo menos cinquenta vezes menor que a esperada devido à matéria produzida pelo Big Bang.
É um mistério como é que o lítio produzido logo após o início do Universo foi destruído nesta estrela.
Os pesquisadores também apontam para o fato desta estrela incomum não ser provavelmente única. “Identificamos várias outras estrelas candidatas que podem ter níveis de metais semelhantes, ou até inferiores, aos da SDSS J102915+172927. Planejamos agora observar estes candidatos com o VLT para verificarmos se é realmente este o caso,” conclui Caffau.

Fonte: ESO

Neil Armstrong, 1º homem a pisar na Lua, morre aos 82 anos

O ex-astronauta americano Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua, morreu aos 82 anos, segundo reportagens na mídia dos Estados Unidos neste sábado. Armstrong tinha sido submetido a uma cirurgia no coração no começo deste mês para desobstruir artérias.
Como comandante da missão Apollo 11, Armstrong se tornou o primeiro ser humano a pisar na Lua em 20 de julho de 1969. Em nota, a família afirmou que Armstrong morreu devido a complicações cardiovasculares, mas não revelou o local onde ele estava. Os familiares o descrevem como um carinhoso marido, pai, avô, irmão e amigo, além de "um relutante herói americano que sempre acreditou que estava fazendo o seu trabalho."



Coração
Armstrong descobriu durante exames em um hospital que quatro artérias coronárias estavam entupidas e teve que passar por uma cirurgia de emergência no início de agosto. O ex-astronauta vivia em Cincinnati, onde fica o hospital no qual fez os exames e foi operado.

À TV NBC, Gene Cerman (que esteve na Lua na Apollo 17) relatava uma conversa que teve à época com Carol Armstrong (mulher de Neil) e ela afirmou que ele se recupera bem após o procedimento.
O astronauta tinha uma vida recatada. Sua última aparição pública foi no Congresso, em novembro do ano passado, quando defendeu a Nasa - a agência espacial americana - dos cortes no orçamento e recebeu uma medalha dos parlamentares.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Estrela destruindo um planeta

Astrônomos testemunharam a primeira evidência da destruição de um planeta por sua estrela envelhecida.


© ESO (ilustração de uma estrela gigante vermelha)
Um destino semelhante ocorrerá aos planetas interiores do nosso Sistema Solar, quando o Sol se tornar uma gigante vermelha e se expandir por todo o caminho além da órbita da Terra daqui a cinco bilhões de anos.
O pesquisador Alex Wolszczan, da Pennsylvania State University, nos EUA, encontrou evidências do desaparecimento de um planeta que foi devorado por sua estrela. Ele também é o descobridor do primeiro planeta já encontrado fora do nosso Sistema Solar.
A estrela gigante vermelha é chamada BD+48 740, e é mais velha do que o Sol, tendo agora um raio cerca de 11 vezes maior que nossa estrela.
"Nossa análise espectroscópica detalhada revela que esta estrela vermelha gigante contém uma quantidade anormalmente elevada de lítio, um elemento raro criado principalmente durante o Big Bang 13,7 bilhões de anos atrás", disse Monika Adamow da Universidade Nicolaus Copernicus em Torun, na Polônia.
O lítio é facilmente destruído nas estrelas, e é por sua abundância anormalmente alta nesta antiga estrela que torna o fato tão incomum. No caso da BD+48 740 é provável que a produção de lítio foi provocada por uma massa do tamanho de um planeta que mergulhou na estrela e aqueceu-se, enquanto foi absorvido pela estrela.
A outra evidência da descoberta é a órbita altamente elíptica do planeta maciço, que tem pelo menos 1,6 vezes a massa de Júpiter.
"Nós descobrimos que este planeta gira em torno da estrela em uma órbita que é apenas ligeiramente maior do que a de Marte em seu ponto mais estreito, mas é muito mais extensa em seu ponto mais distante", disse Andrzej Niedzielski, também da Universidade Nicolaus Copernicus. "Tais órbitas são incomuns em sistemas planetários em torno de estrelas evoluídas e, de fato, a órbita do planeta ao redor da BD+48 740 é a mais elíptica detectada até agora."
Como as interações gravitacionais entre planetas são responsáveis ​​por tais órbitas peculiares, os astrônomos suspeitam que o mergulho do planeta na estrela poderia ter ocasionado uma explosão de energia, jogando-o em uma órbita excêntrica como um bumerangue.
"Pegar um planeta no ato de ser devorado por uma estrela é uma proeza quase improvável de conseguir por causa da rapidez comparativa do processo, mas a ocorrência de tal colisão pode ser deduzida a partir da forma como isso afeta a química estelar", disse Eva Villaver da Universidade Autônoma de Madri, na Espanha.
As observações foram realizadas com o telescópio Hobby-Eberly, no Observatório McDonald, no Texas, empregado na busca de exoplanetas, quando foi detectados indícios da destruição do planeta desaparecido.

Fonte: Astrophysical Journal Letters

Origens das explosões estelares

Um estudo observou pela primeira vez a explosão de uma supernova do tipo Ia e descobriu uma das causas para esse tipo de evento.


© Science (explosão de uma supernova)

As supernovas Ia são ótimas para se medir distâncias cósmicas porque são brilhantes o suficiente para serem registradas através do Universo e têm relativamente a mesma luminosidade em qualquer lugar, ou seja, quanto mais brilhante, mais próxima ela está. Foi com elas, por exemplo, que cientistas descobriram que a expansão do Universo está acelerando. Os astrônomos criaram diversas teorias da formação das supernovas, mas nunca observaram como uma dessas explosões começa.

Agora, uma equipe internacional conseguiu essa observação e coletou evidências de que essas supernovas são formadas por um sistema que contêm uma estrela gigante vermelha e uma anã branca. Além disso, eles afirmam que o sistema começa como uma nova antes de terminar sua vida como uma destrutiva supernova.
Eles registraram a supernova que chamaram de PTF 11kx, que explodiu a 600 milhões de anos-luz da Terra na constelação do Lince. Apesar dessas evidências, outras observações indiretas não indicam a presença de uma gigante vermelha nas origens de explosões Ia, o que evidencia que essas supernovas têm diversas formas de serem geradas.

"Esta descoberta nos dá a oportunidade de refinar e aprimorar a exatidão de nossas medições cósmicas", diz Peter Nugent, do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, na Universidade de Berkeley (Califórnia), coautor do estudo.

"É uma surpresa total descobrir que supernovas termonucleares, as quais parecem tão similares, vem de diferentes tipos de estrelas", diz Andy Howell, do Observatório Las Cumbres, também na Califórnia. A teoria mais aceita até agora era de que esse tipo de evento originava de um sistema com duas anãs brancas. "Como esses eventos podem parecer tão iguais se eles têm origens diferentes?"
Nugent destaca que observar a origem de uma supernova Ia é algo muito raro, já que esse tipo de explosão, por si só, já é considerado raro; em uma galáxia, costuma ocorrer apenas uma ou duas vezes a cada século. Para isso, os cientistas usaram um telescópio robótico montado no Observatório Palomar, no sul da Califórnia. Quando ele faz um registro, a informação percorre uma rápida rede de fibra ótica com mais de 600 km até o laboratório de Berkeley. Lá, supercomputadores analisam os números e identificam eventos importantes para os pesquisadores.

Em 16 de janeiro de 2011, o laboratório recebeu um aviso. O pesquisador Jeffrey Silverman fez observações do evento e achou fortes sinais de cálcio no gás e poeira que o cercavam, o que é extremamente incomum. Os dados eram tão estranhos que Nugent e os colegas Alex Filippenko e Joshua Bloom fizeram um pedido e conseguiram interromper outras observações no telescópio Keck, no Havaí, para ver a supernova.

Os registros no observatório havaiano indicavam nuvens de gás e poeira que eram lentas demais para serem de uma supernova, mas muito rápidas para serem ventos estelares. Eles suspeitaram que essas nuvens eram os restos de erupções de uma anã branca que de tempos em tempos explodia como uma nova e teria tido sua última erupção décadas atrás.

Os cientistas então criaram a hipótese de que essa anã branca estaria recebendo material de uma gigante vermelha próxima e teria chegado a um ponto crítico, no qual explodiu, se destruindo, como uma supernova. Se a hipótese estivesse correta, a onda de explosão acertaria em algum momento o material emitido pelas erupções de nova. Foi exatamente o que eles observaram.

Nos dias seguintes, o sinal de cálcio caiu até desaparecer completamente. Contudo, 58 dias após a explosão, a quantidade de cálcio no sistema teve um aumento súbito, o que indicava que o material da supernova finalmente colidiu com o da nova.

Um sistema parecido, denominado RS Ophiuchi é bem conhecido dos astrônomos e está próximo de nós. Ele fica a "apenas" 5 mil anos-luz na nossa própria galáxia. Isso permite que os astrônomos identifiquem que ele também é formado por uma anã-branca que orbita uma gigante vermelha. Contudo, em muitas novas (como em RS Ophiuchi), a anã-branca perde mais massa ao explodir do que ganha de sua companheira, por isso, a maioria desses sistemas não deve acabar em uma explosão maior. "Como olhamos para milhares de sistemas e o PTF 11kx é o único que encontramos (que se transformou em uma supernova), nós pensamos que é provavelmente um fenômeno raro. Contudo, esses sistemas podem ser mais comuns, e a natureza está apenas escondendo suas assinaturas de nós", diz Silverman.

Fonte: Science

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Há 37 anos, Nasa lançava sonda Viking 1 rumo a Marte

Há 37 anos, em 20 de agosto de 1975, a Nasa entrou para a história com o lançamento da sonda Viking 1 rumo a Marte. Esse foi o primeiro teste da agência espacial de uma nave enviada da Terra para pousar no planeta vermelho. Mais tarde, a agência enviaria a Viking 2 ao espaço. As duas missões foram responsáveis pelas primeiras imagens em alta resolução de terras marcianas.


"A equipe do Viking não conhecia a atmosfera marciana muito bem, não tínhamos ideia sobre o terreno ou as rochas, e ainda tentamos fazer um pouso suave na superfície", conta Gentry Lee, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês), na Califórnia, Estados Unidos. "Estávamos apavorados e entusiasmados. Todos explodiram de alegria e orgulho quando vimos que havíamos de fato pousado com segurança", conta.

A Viking 1 pousou no planeta vermelho em 19 de junho de 1976. A segunda sonda, Viking 2, foi lançada em 9 de setembro de 1975 e entrou em órbita marciana em 7 de agosto de 1976. Elas foram originalmente criadas para uma função de apenas 90 dias, mas continuaram coletando dados por mais de seis anos. Cerca de 4,5 imagens de Marte foram acumuladas pelas sondas, sem contar com as mais de 50 mil fotos obtidas pelos satélites que acompanhavam as sondas, mapeando 97% do planeta.

As primeiras medidas da atmosfera e superfície do planeta vermelho também foram providenciadas pela sonda. Até 2006, esses dados ainda estavam sendo analisados e interpretados. As informações sugeriam que Marte era bem diferente do planeta atual.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Nasa descobre que sensor da sonda Curiosity quebrou

A Nasa (a agência espacial americana) admitiu nesta terça-feira seu primeiro fracasso desde a chegada do Curiosity a Marte: a perda de um dos dois sensores para medir a velocidade do vento. Os dados do sensor, situado na extremidade do robô, chegam "saturados", disse Ashwin Vasavada, um dos responsáveis da estação meteorológica do Curiosity.


"Nossa equipe acredita que alguns filamentos da placa do circuito estão abertos, provavelmente rompidos, e depois de alguns dias de análise pensamos que se trata de um dano permanente". O sensor funcionou perfeitamente durante a viagem de oito meses a Marte e o dano foi causado durante ou após o pouso, disse Vasavada, destacando que o segundo sensor está "plenamente operacional". "Não detectamos qualquer outro problema com os instrumentos até o momento", concluiu Vasavada.
Pronta para circular em Marte
A pouco mais de duas semanas de sua chegada a Marte e após uma intensa série de testes, a sonda começará a dar suas primeiras voltas no planeta vermelho a partir de quarta-feira, anunciou a Nasa. A Curiosity, um robô de US$ 2,5 bilhões cuja missão é encontrar condições geológicas que indicam que Marte pode ter abrigado vida, chegou ao planeta em 6 de agosto passado e, desde então, é submetida a uma série de testes para garantir que seu equipamento - especialmente 10 instrumentos científicos a bordo - funciona corretamente.
Parece pronta, finalmente, para circular e iniciar sua missão científica, destacou a Nasa nesta quarta-feira. "Ontem (segunda), fizemos um teste de direção", disse Mike Watkins, um dos chefes da missão Curiosity no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) de Pasadena (Califórnia).
O robô, do tamanho de um carro pequeno e com seis rodas, sendo quatro giratórias, tem o sistema de direção em perfeito funcionamento e já pode circular, destacou a Nasa. "Faremos nosso primeiro teste de deslocamento amanhã", disse Watkins. "Avançaremos uns três metros, vamos girar e depois retroceder um pouco...".
Se o teste, que deve durar "menos de meia hora", for bem sucedido, a Curiosity abandonará a zona onde pousou "em três ou quatro dias", disse Watkins. Curiosity avançará em direção a Glenelg, a cerca de 500 m de sua atual posição na cratera Gale, em direção oposta a seu objetivo final, o Monte Sharp. Seu alvo no momento é a confluência de três capas geológicas diferentes, de grande interesse para os cientistas.
Nos primeiros dias, a Curiosity deverá avançar em um ritmo moderado, a "10, 20 ou 30 m por dia", disse Watkins. "Depois, acredito que vamos andar mais de 100 m por dia".

 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Nasa anuncia a próxima sonda que explorará Marte

A Nasa anunciou nesta segunda-feira que a próxima sonda a explorar Marte vai estudar o interior do planeta vermelho para entender porque ele evoluiu de maneira tão diferente da Terra. A InSight deverá ser lançada em 2016, afirma a agência espacial americana.


O robô deverá usar instrumentos para determinar se o núcleo do planeta é líquido (como o da Terra) ou sólido e estudar as placas tectônicas de Marte. O estudo, afirma a agência, ajudará os cientistas a entender como os planetas rochosos se formam e evoluem.
"A exploração de Marte é um prioridade para a Nasa, e a escolha da InSight assegura que vamos continuar a revelar os mistério do planeta vermelho e preparar o terreno para uma futura missão humana para lá", diz o diretor da Nasa, Charles Bolden.
A missão, liderada pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês), da Nasa, terá cooperação do Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES) e do Centro Aeroespacial Alemão. A sonda deve pousar em solo marciano em setembro de 2016 e a missão primária deve durar dois anos.
A InSight venceu outras duas missões propostas à agência - uma para explorar a lua Titã (que pode abrigar vida) de Saturno, e a outra, um cometa. O robô será baseado na tecnologia usada na sonda Phoenix, que descobriu água próximo às regiões polares do planeta. O custo, excluindo-se o valor do lançamento e serviços relacionados, está orçado em US$ 425 milhões.

sábado, 18 de agosto de 2012

Curiosity registra temperaturas superiores a 0ºC em Marte


A temperatura na cratera marciana Gale, local onde a Curiosity pousou que tem uma paisagem "parecida com a do Arizona", superou 0ºC, informou esta sexta-feira o chefe da missão. John Grotzinger, chefe científico da missão no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), em Pasadena (Califórnia), comemorou que os cientistas tenham novamente, graças à sonda, uma estação meteorológica em Marte.
"Posso dizer que a temperatura máxima de ontem na superfície de Marte perto do robô foi superior a 0ºC, disse Grotzinger em entrevista coletiva, afirmando que a medição exata era de "276 Kelvin", ou 2,85°C.
"Esta é uma referência muito importante para a ciência, pois a última estação meteorológica de longa duração em Marte remonta exatamente a 30 anos, quando a sonda Viking 1 deixou de se comunicar com a Terra em 1982", disse.
Grotzinger também apresentou novas fotos, em uma das quais se podem ver claramente as diferentes camadas de rochas das colinas cor de argila aos pés do Monte Sharp, que o robô deve subir durante seus dois anos de missão.
"A borda da cratera (Gale) se parece um pouco com o deserto de Mojave (na Califórnia) e agora o que veem é semelhante à região de Four Corners (cruz formada pelas quatro esquinas dos estados de Colorado, Arizona, Utah e Novo México), ou de Sedona, no Arizona, onde essas colinas e mesetas também são vistas", disse o cientista.
"Deve haver minerais hidratados em todas estas camadas", acrescentou. Os cientistas acreditam que a área da cratera de Gale tinha água no passado e as antigas formações geológicas do Monte de Sharp podem ter conservado vestígios da vida passada.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Empresa holandesa prepara para 2023 viagem a Marte... só de ida

A partir de 2023 turistas poderão viajar a Marte com passagem de ida simples, que será financiada com a cobertura da aventura, promete uma empresa holandesa, enquanto o veículo-robô Curiosity da Nasa (a agência espacial americana) faz as primeiras explorações no planeta vermelho.


"A conquista de Marte é a etapa mais importante da história da humanidade", disse à AFP Bas Lansdorp, engenheiro mecânico de 35 anos que criou a empresa "Mars One", decidido a prosseguir com sua ideia, apesar do ceticismo dos especialistas.
Uma particularidade do projeto é que, por enquanto, não haverá viagem de volta, impossível do ponto de vista técnico, explicou Bas Lansdorp. O empresário avalia o custo da viagem em US$ 6 bilhões, mais de duas vezes os US$ 2,5 bilhões da missão da sonda Curiosity, que posou em Marte em 5 de agosto para investigar se o entorno do planeta foi propício à vida microbiana no passado.
A seleção de astronautas, sua vida diária em Marte e a viagem de sete meses serão material para programas de televisão destinados a financiar a aventura. Bas Lansdorp explicou ter tido a ideia do financiamento do projeto ao conversar com o compatriota Paul Römer, um dos criadores do reality show Big Brother, exibido pela primeira vez na Holanda, em 1999.
Alguns especialistas se questionam sobre a ética do projeto ou sua possibilidade técnica, embora outro holandês, Gerard't Hoofd, prêmio Nobel de Física em 1999, apoie a empresa holandesa e seja um de seus embaixadores.
"Sempre houve aventureiros para lançar viagens ao desconhecido. Pensemos nos vikings que foram para a América, em Cristóvão Colombo", argumentou, em declarações à AFP. O engenheiro Lansdorp, que trabalhou com energia eólica, admite que falta concretizar vários aspectos do projeto.
Só a metade das missões das grandes agências espaciais lançadas desde 1960 para pousar em Marte teve sucesso. Mas a Mars One prevê criar no planeta uma colônia a partir de 2023. O presidente americano, Barack Obama, estabeleceu como meta enviar homens a Marte antes de 2030.
Bas Lansdorp e sua equipe, formada por um físico, um desenhista industrial e um especialista de comunicação empresarial, contam em manter o controle sobre a "coordenação geral" do projeto. A realização técnica ficará a cargo de empresas privadas especializadas.

Possível... em teoria

A seleção e o treinamento dos candidatos astronautas deveriam começar, em 2013, e o envio dos módulos habitacionais, das provisões e dos veículos robotizados estão previstos entre 2016 e 2022.
Em abril de 2023, os quatro primeiros homens e mulheres pousarão em Marte. Outros astronautas (21 no total em 2033) se somarão. A temperatura média no planeta é de -55°C e a atmosfera é composta em 95% de dióxido de carbono.
Os astronautas instalarão a colônia e realizarão pesquisas científicas. Seu oxigênio será produzido a partir da água presente sob a forma de gelo no subsolo.
"Penso que restam perguntas que não têm sido examinadas em profundidade", avalia Chris Welch, professor de engenharia espacial da Universidade Internacional para o Espaço (ISU), sediada em Estrasburgo (nordeste da França).
"De um ponto de vista técnico, diria que é metade/metade", acrescentou Welch, explicando que a produção de oxigênio a partir do gelo é "possível em teoria", embora extremamente incerta.

Buracos negros escondidos no Universo

A galáxia NGC 1068 ou M77 é mostrada a seguir com um buraco negro ativo em seu núcleo.



© Chandra (galáxia NGC 1068)

Astrônomos ao estudarem galáxias extremas semelhantes no infravermelho descobriram que o material que obscurece o núcleo pode estar localizado sobre uma região estendida, e não confinado em uma área pequena.

No centro da maioria das galáxias, incluindo a nossa Via Láctea existe um buraco negro supermassivo. O material que cai no interior do buraco negro aquece e pode irradiar de forma dramática, por vezes, também impulsiona a ejeção de jatos bipolares de partículas carregadas. Nesses chamados núcleos galácticos ativos (AGN) observou-se dois aspectos: brilhante, gás quente movendo-se rapidamente com características de emissão de poeira, ou poeira de absorção com modesto deslocamneto de gás.

De acordo com o modelo "unificado" do AGN, essas e a maioria das outras variações na aparência são principalmente devido ao ângulo em que uma galáxia e seu motor central são vistos. No primeiro caso, a galáxia é vista de frente, e com movimento rápido de gás perto do buraco negro é claramente visível. Neste último caso, toda a galáxia, bem como uma região obscurecida pela poeira em torno do buraco negro é visto de lado, tal região bloqueia a nossa visão do gás que se move rapidamente, ocorrendo absorção no infravermelho devido à poeira.

Os astrônomos do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (CfA) Andy Goulding, Bill Forman, Christine Jones, e Markos Trichas realizaram um estudo sobre a origem dessa absorção no infravermelho.
Eles utilizaram o espectrômetro infravermelho do telescópio espacial Spitzer para examinar a presença de poeira em todos os 20 AGNs próximos com colunas extremamente grandes de gás neutro (espessura Compton AGN).

Os espectros fornecem medidas quantitativas de formação de estrelas, bem como a absorção de poeira. Foi encontrado que, em uma minoria significativa de casos, a poeira absorvente é espalhada sobre uma região maior, em apoio de uma variante do modelo unificado. Os pesquisadores alertam que esses tipos de AGNs têm níveis anormalmente elevados de formação estelar.


Fonte: Astrophysical Journal

domingo, 12 de agosto de 2012

Após Curiosity, incertezas rondam programa da Nasa em Marte

Curiosity faz um auto-retrato em 360ºC, tirada de uma das câmeras localizada no mastro vertical do robô
Foto: Nasa/Divulgação

A chegada da nave da NASA em Marte, levando o robô Curiosity nesta semana, preparou o terreno para uma potencialmente mudança na missão para saber se o planeta mais parecido com a Terra já teve a chance de desenvolver vida, embora as missões de acompanhamento só existam em rascunhos.
Os Estados Unidos havia planejado uma equipe com a Europa em um trio de missões a partir de 2016 que culminaria com o retorno de amostras de rochas de Marte para a Terra, um esforço que o Conselho Nacional de Pesquisa considera prioridade máxima em ciência planetária para a próxima década.
Citando preocupações com o orçamento, a administração de Obama colocou um fim na participação da Nasa no programa europeu ExoMars no início do ano, levando a agência espacial dos EUA a reexaminar suas opções antes que mais uma oportunidade de voo apareça. Terra e Marte se alinham favoravelmente para lançamentos a cada 26 meses.
Um relatório da NASA, que deverá ser divulgado neste mês, deverá destacar alternativas de menor custo para as missões em Marte que poderão ser lançadas em 2018 e 2020.
Uma segunda missão espacial para acompanhar as descobertas do Curiosity ou para explorar outros três locais de aterrissagem identificados originalmente para o Curiosity poderiam ser "o próximo passo lógico", disse o chefe do programa de exploração em Marte, Doug McCuistion. Mas ele duvida que terá o dinheiro para isso.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Foto do Dia!





Spirit/Opportunity (left), Sojourner (center), Curiosity (right)






Credits: Nasa/Facebook

Nave da NASA explode durante a realização de testes





Um projeto da NASA que pretende levar veículos para a Lua apresentou problemas durante a realização de testes no Centro Espacial Kennedy.
Segundo informações divulgadas pela própria NASA, ontem (09) o veículo do projeto Morpheus levantou do chão e, em seguida, sofreu uma falha nos componentes de hardware. Isso o impediu de manter um voo estável e acabou com a explosão da nave experimental.
A Agência afirma ainda que ninguém ficou ferido e os bombeiros do Centro Espacial logo cuidaram de apagar o incêndio. É comum que esse tipo de falha aconteça na fase de testes de novos projetos, afinal, são testes! Tudo o que der errado durante irá ajudar os engenheiros a construir o melhor sistema possível.
A espaçonave do projeto Morpheus custou cerca de R$ 7 milhões para ser construída e foi projetada para ser totalmente autônoma, com capacidade para transportar até 500 kg pela superfície lunar.

Confira no vídeo como foi essa experiência frustrada com a nave:


quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Nasa divulga foto aérea de onde robô Curiosity pousou em Marte

Trinta e seis horas depois do pouso marciano do robô Curiosity, a Nasa divulgou na última terça-feira uma imagem aérea do local onde o veículo não tripulado de exploração planetária tocou o solo, descrevendo-a como "cena do crime". A chegada ao planeta vermelho, em 6 de agosto, do Laboratório Científico de Marte (MSL, na sigla em inglês), apelidado Curiosity, foi a manobra mais complexa feita até agora para colocar um veículo robótico na superfície do planeta mais próximo da Terra.


A viagem exigiu um escudo protetor de calor, um paraquedas supersônico e uma grua espacial movida por um foguete espacial. O processo, conhecido como EDL (sigla em inglês para entrada na atmosfera, descida e aterrissagem), foi denominado "Sete minutos de terror" pela Nasa, mas transcorreu sem problemas, em uma operação que o presidente americano, Barack Obama, qualificou de "façanha sem precedentes da tecnologia".

Para esta manobra, um escudo de calor protegeu o Curiosity durante sua entrada na atmosfera marciana, enquanto um paraquedas foi utilizado para reduzir a velocidade, e a nave espacial perdeu a carcaça traseira. Uma espécie de mochila acionada pelo foguete permitiu a descida do veículo robótico de quase uma tonelada antes que cordas de nylon o colocassem suavemente em solo marciano. A grua espacial foi projetada para se preparar e cair em algum lugar ao norte de Marte. A última foto em preto e branco divulgada foi tirada a 300 km de distância do MSL pela sonda Orbitador de Reconhecimento de Marte (MRO, na sigla em inglês), um dos satélites artificiais do planeta vermelho enviados para observação.

A foto mostra o MSL com a agora desaparecida grua espacial 650 metros a noroeste. O paraquedas e o escudo posterior da nave espacial, que se separaram antes de o Curiosity pousar, caíram 615 metros a sudoeste do Curiosity. O escudo protetor de calor parece ter ficado 1,2 metros a sudeste do veículo-robô. "Esta é como uma foto da cena do crime", disse Sarah Milkovich, principal pesquisadora da câmara HiRISE do orbitador MRO. "Esperamos que as próximas imagens sejam ainda melhores, com mais detalhes", disse, acrescentando que as áreas escuras da foto mostram a poeira levantada quando o veículo pousou.

A equipe do EDL revisou as últimas fotos e disse que "a distribuição (dos restos da descida) parece a esperada", informou o diretor da missão, Mike Watkins. Os restos da descida provavelmente ficarão em Marte. Não há planos de recuperá-los e retorná-los à Terra. A Nasa continua fazendo testes com os diferentes instrumentos do Curiosity, cujo objetivo é procurar vestígios da existência de vida em Marte, que no passado foi mais úmido do que agora. Até hoje a maioria dos controles se saiu bem e o veículo parece estar em boas condições para iniciar sua tarefa.

Nesta quarta-feira, a Nasa planeja erguer à distância o mastro do Curiosity pela primeira vez. Espera-se que mais imagens, inclusive algumas de cor e alta resolução, cheguem nos próximos dias. Mas o veículo não começará a se deslocar por Marte até dentro de várias semanas e poderia demorar um ano antes de alcançar o Monte Sharp, um de seus alvos específicos. Joy Crisp, outra cientista do MSL, disse que a última análise mostra que o veículo está a 6,5 km da base da montanha, mas é provável que se escolha uma rota mais sinuosa que aumente esta distância. O MSL é um veículo de propulsão nuclear desenhado para uma missão robótica de dois anos em Marte, embora os cientistas esperassem que o laboratório móvel estivesse operacional o dobro do previsto quando foi projetado.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Curiosity: Nasa divulga primeiro vídeo colorido de Marte

A Nasa publicou nesta terça-feira o primeiro vídeo com imagens coloridas do pouso da sonda Curiosity em Marte. As imagens mostram os dois minutos e meio finais de descida do veículo ao planeta vermelho, quando o escudo térmico que protegia o jipe foi liberado.


O vídeo, feito em stop motion, técnica de animação fotográfica que une quado a quadro, juntou 297 imagens do pouso da Curiosity em Marte na última segunda-feira. No total, a nave fez mais de 1,5 mil imagens somente na aterrissagem. O robô registra tudo em alta resolução. Na superfície marciana, o robô explorador Curiosity analisará durante os próximos dois anos a possibilidade de ter existido ou existir vida no planeta.

Busca por vida

A Curiosity é a maior e mais bem equipada sonda em Marte. São 10 instrumentos científicos que deixam o robô 10 vezes mais pesado e com o dobro do comprimento que a Spirit e a Opportunity, lançadas em 2003.
Ao contrário das "irmãs" mais velhas, a Curiosity é capaz de colher (após pulverizar, triturar e/ou "explodir" com um laser) amostras de solo e rocha e analisá-las em um "laboratório" interno - ou com suas muitas câmeras e espectrômetros (equipamento que analisa o espectro eletromagnético).

Segundo o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês), da Nasa, o robô é capaz de passar por obstáculos de até 65 cm de altura e percorrer até 200 m por dia no terreno marciano. Um gerador radioativo, alimentado por plutônio-238, vai produzir energia suficiente para um ano marciano (687 dias da Terra), tempo previsto para a missão.

O local onde a sonda vai pousar não foi escolhido ao acaso. A cratera Gale seria um dos locais potencias para a existência de vida em Marte. Contudo, a sonda não foi projetada para determinar se existe - ou existiu - vida no planeta, já que não carrega instrumentos para registrar processos biológicos nem registrar imagens microscópicas. A ideia é preparar o terreno para futuras missões com esses objetivos e até para uma possível missão tripulada.


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Obama diz que pouso de sonda em Marte é um 'triunfo sem precedentes'

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, qualificou nesta segunda-feira de "feito histórico" a chegada a Marte da sonda Curiosity, que pousou no planeta vermelho após uma viagem de 567 milhões de km.


"Este é um triunfo da tecnologia sem precedentes", acrescenta o comunicado presidencial, para quem esta missão prova que inclusive as coisas mais difíceis não resistem ao engenho humano.

A Nasa confirmou que a nave, de uma tonelada, pousou na cratera Gale após uma complexa manobra durante o qual se denominou "sete minutos de terror" desde sua entrada na atmosfera marciana.

Como havia sido planejado, a cápsula abriu um gigantesco paraquedas para frear a queda. A cerca de 20 metros do solo, um sistema baixou o Curiosity, que abriu suas seis rodas e iniciou a aventura em Marte.
O robô está equipado com ferramentas que podem, entre outras coisas, perfurar rochas e coletar amostras de materiais do solo para analisar a composição mineral local.

A poucas horas de o jipe tocar a superfície do planeta vermelho, ainda no domingo (5), o site da Nasa informou que o robô estava com "boa saúde".

"Estou inteiro e a salvo na superfície de Marte", diz uma mensagem no blog da Nasa, que deu lugar a uma comemoração com aplausos e abraços entre o pessoal de sala de controle do Laboratório de Propulsão em Pasadena, Califórnia.

sábado, 4 de agosto de 2012

Supertempestade solar pode matar milhões, alerta relatório


Uma gigantesca liberação de partículas geomagnéticas vindas do Sol poderia destruir mais de 300 dos 2.100 transformadores de alta voltagem que são a espinha dorsal da rede elétrica dos EUA, segundo a Academia Nacional de Ciências americana. Cientistas estimam que, no pior cenário, milhões de pessoas poderiam acabar mortas.

O Sol está em um período de atividade intensa, conhecido como "máximo solar", que deve atingir seu auge em 2013. Por isso, há um ímpeto por parte de um grupo de agências federais para buscar maneiras de preparar os EUA para uma grande tempestade solar nesse ano.

Especialistas dos EUA estimam em até 7% o risco de uma grande tempestade em 2013. Pode parecer pouco, mas os efeitos seriam tão amplos - semelhantes à colisão com um grande meteorito - que o fato tem atraído a atenção das autoridades.

Apagões isolados podem causar caos, como ocorreu em julho, na Índia, quando mais de 600 milhões de pessoas ficaram sem energia durante várias horas em dois dias consecutivos. Já um blecaute de longa duração, como o que poderia acontecer no caso de uma enorme tempestade solar, teria efeitos mais profundos e custosos.

Há discordâncias sobre o custo, mas especialistas do governo dos EUA e da iniciativa privada admitem que se trata de um problema complexo, que exige uma solução coordenada. Um relatório da Academia Nacional de Ciências estimou que cerca de 365 transformadores de alta voltagem no território continental dos EUA poderiam sofrer falhas ou danos permanentes, que exigiriam a substituição do equipamento.

A troca poderia levar mais de um ano, e o custo dos danos no primeiro ano após a tempestade poderia chegar a US$ 2 trilhões, disse o relatório. As áreas mais vulneráveis ficam no terço leste dos EUA, do meio-oeste à costa atlântica, e no noroeste do país.

A rede elétrica nacional foi construída ao longo de décadas para transportar a eletricidade ao preço mais baixo entre os locais de geração e consumo. Uma grande tempestade solar tem a capacidade de derrubar a rede, segundo o relatório dos cientistas.

De acordo com estimativas do relatório, mais de 130 milhões de pessoas nos EUA poderiam ser afetadas. Andres disse que no pior cenário a cifra de mortos poderia chegar a milhões.

Outros países também sentiriam o impacto se uma supertempestade solar atingisse seu sistema de energia, mas o dos EUA é tão amplo e interconectado que qualquer grande impacto teria resultados catastróficos no país.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Astrônomos acreditam ter descoberto forma de supernova

Uma equipe de astrônomos japoneses acredita ter descoberto a forma de uma supernova, explosão que ocorre quando a vida de uma estrela massiva chega ao fim. O grupo afirma que as estrelas explodem em três dimensões, contrariando a teoria difundida de explosão bipolar. As observações foram feitas pela Câmera e Espectrógrafo Óptico de Objetos Fracos do Subaru, telescópio do Observatório Astronômico Nacional do Japão no Havaí. As informações são do Daily Mail.


A supernova ocorre quando estrelas de massa superior a oito massas solares terminam suas vidas com uma explosão brilhante. A explosão resultante e a ejeção massiva de elementos enriquece a composição química do universo, e acredita-se que possam "espalhar ingredientes" para a existência de vida. No entanto, os pesquisadores sabem pouco sobre como essas explosões ocorrem.

Cientistas têm teorizado que as explosões aconteceriam de uma das duas formas: ou seriam explosões bipolares causada por rotação, ou explosões granulosas em três dimensões, impulsionadas por convecção. As últimas pesquisas apontam a teoria tridimensional estaria correta.

"Embora pareça fácil ver a forma de uma supernova simplesmente tirando uma foto dela, observá-la é uma tarefa desafiadora. Como a maioria das supernovas acontecem em galáxias a milhões, ou centena de milhões de anos-luz de distância, elas ficam parecidas com um ponto, ainda que elas se expandam em uma velocidade de 10 mil km/s", explicou a equipe.

A equipe japonesa usou um método especial de detecção para revelar a forma da supernova. Os astrônomos mediram a chamada "polarização", que fornece informações sobre a direção da vibração de ondas eletromagnéticas de vários tipos de explosões. Eles, então, realizaram simulações numéricas para emissões, baseados no que se sabe sobre supernovas, descobrindo padrões diferentes de polarização para explosões bipolares e granulosas.

Os astrônomos detectaram a polarização dos dois tipos de supernova, o que indicou que as supernovas não são, normalmente, redondas. Eles também descobriram que cada uma tem vários ângulos de polarização, o que consiste com a teoria das explosões em 3D.