Astrônomos acreditavam há muito tempo que a estrela
Tau Ceti, visível a olho nu a partir da Terra, brilhasse solitária na
noite, mas cientistas acabam de descobrir cinco planetas em sua órbita,
um deles situado na chamada zona habitável.
© J. Pinfield (ilustração do sistema planetário Tau Ceti)
Tau
Ceti faz parte da constelação da Baleia e não fica apenas próxima do
Sol, a 12 anos-luz, mas também é muito semelhante a ele, em massa e
irradiação. No passado, muitos olhares se voltaram para essa estrela em
busca de vida extraterrestre, mas em vão.
Nenhum planeta foi observado no entorno de Tau Ceti até que uma equipe internacional teve a ideia de testar uma nova técnica de coleta de dados astronômicos, capaz de detectar sinais duas vezes mais potentes.
"Escolhemos Tau Ceti porque achamos que ela não comportaria nenhum sinal. E é tão brilhante e similar ao nosso Sol que constitui uma cobaia ideal para testar nosso método de detecção de planetas de pequena proporção", explicou Hugh Jones, da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, responsável pelo estudo.
Os cinco planetas descobertos têm massa entre duas e seis vezes a da Terra. O que está na zona habitável fica em uma região nem muito quente, nem muito fria, o que permite a existência de uma atmosfera, de água em estado líquido na superfície, e portanto, talvez uma forma de vida.
"Tau Ceti é uma de nossas vizinhas cósmicas mais próximas, tão brilhante que poderíamos chegar a estudar as atmosferas de seus planetas em um futuro não muito distante", afirmou James Jenkins, da Universidade do Chile, que participou da pesquisa.
A descoberta confirma a nova ideia de "que quase todas as estrelas têm planetas e que a galáxia deve, portanto, conter um grande número de planetas potencialmente habitáveis de tamanho próximo ao nosso", acrescentou Steve Vogt, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, nos EUA.
Pesquisadores do Observatório Europeu do Sul (ESO) estimaram recentemente que bilhões de planetas como esse existiriam na Via Láctea, dos quais uma centena está na vizinhança do nosso Sol.
Um estudo foi publicado na revista Astronomy & Astrophysics.
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