sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Astrônomos mapeiam o superaglomerado de galáxias do qual a Via Láctea faz parte

De tempos em tempos, a ciência faz descobertas que nos obrigam a redimensionar completamente aquilo que conhecemos sobre a realidade. Este artigo publicado ontem pela revista Nature é daqueles que atingem em cheio uma das perguntas fundamentais do ser humano – onde estamos? Até então, sabíamos que a Terra é parte do Sistema Solar, que por sua vez pertence à Via Láctea, localizada no Grupo Local, que abriga 35 entre as bilhões de galáxias que compõem o Universo.
Uma equipe de astrônomos acaba de acrescentar mais uma coordenada ao nosso endereço cósmico: eles descobriram que a vizinhança da Via Láctea está inserida nas periferias de um superaglomerado com cerca de 100 mil galáxias e uma extensão de 520 milhões de anos luz, ao qual deram o nome de Laniakea, termo que na língua havaiana carrega o poético significado de “céu imensurável”.


“Isso não é muito diferente de descobrir pela primeira vez que sua cidade natal é, na verdade, parte de um país muito maior que faz fronteira com outras nações”, disse o líder do estudo Brent
Tully ao site The Daily Galaxy. Para conseguir elaborar o complexo mapa em 3D, os pesquisadores analisaram os padrões de movimento e velocidade de diversas galáxias, e assumiram que cada uma pertence à estrutura cuja gravidade a está atraindo. 
Além de conseguir mapear o mega-aglomerado, os astrônomos também contextualizaram o chamado Grande Atrator, uma fortíssima anomalia gravitacional que influencia o deslocamento de objetos a milhões de anos-luz de distância e há décadas intrigava os estudiosos. A pesquisa revelou que ele funciona como uma espécie de vale, que atrai os filamentos galácticos como se fossem riachos imersos em enormes porções de vácuo. Como a natureza nunca cansa de nos surpreender, nada impede que nossa concepção de lar vá ainda mais além da Laniakea. “Nós podemos descobrir que vamos ter que inventar um outro nome para algo ainda maior de que somos parte – consideramos isso como uma possibilidade real”, disse Tully ao site Space.

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