Segundo os pesquisadores, Einstein teria acertado inclusive na teoria da constante cosmológica, uma força que atuaria no universo, adicionada por ele à Teoria da Relatividade Geral, mas logo depois descartada. O físico chegou a declarar que chegar à hipótese de tal constante foi o pior erro de sua carreira.
A nova pesquisa, porém – que estudou o período entre 5 e 6 bilhões de anos atrás, quando o universo tinha quase a metade da idade atual –, concluiu que a expansão do universo pode ser explicada mediante apenas a Teoria da Relatividade Geral de Einstein e a constante cosmológica, uma combinação que representa a mais simples resposta para este fenômeno.
A famosa Teoria da Relatividade do físico alemão prediz a velocidade com que as galáxias se distanciam uma das outras e, consequentemente, a velocidade com que o universo deve estar se expandindo atualmente. Os resultados da nova pesquisa apoiam tal hipótese. "Esta é a melhor medição da distância intergaláctica já feita, o que significa que os cientistas estão mais perto do que no passado de compreender por que a expansão do universo está se acelerando", diz a física Rita Tojeiro, uma das autoras do estudo.
Acredita-se que o conceito de energia do vazio – que é a energia intrínseca ou fundamental existente em certo volume de espaço vazio, ou seja, ausente de matéria — seja protagonista em meio a todo esse processo. De acordo com alguns astrofísicos, esta energia está relacionada com o período inicial da expansão do universo e com a aceleração dessa expansão.
"Um dos altos da Teoria Geral da Relatividade de Einstein é que ela pode ser testada. Nossos resultados apoiam tal teoria e são totalmente consistentes com a noção de que a energia do vazio é a responsável pelo efeito de expansão do universo", explica Rita. Segundo ela, esta confirmação vai ajudar os físicos a compreenderem melhor o que origina esse misterioso processo e por que ele continua acontecendo.
Os cientistas esperam ainda avançar as pesquisas sobre a matéria escura, aquela que não emite luz ou radiação eletromagnética suficiente para ser detectada pelos meios técnicos atuais, mas cuja existência pode ser deduzida a partir de efeitos gravitacionais que ela causa na matéria visível, como as estrelas e as galáxias. O novo estudo também apoia a existência de tal matéria. "Criticamente, os resultados não encontram nenhuma evidência de que a matéria escura é simplesmente uma ilusão decorrente da nossa má compreensão sobre o universo", conta.
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