quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A Nebulosa Planetária da Aranha Vermelha

A Nebulosa Planetária da Aranha Vermelha mostra a complexa estrutura que pode resultar quando uma estrela normal ejeta seus gases externos e torna-se uma estrela do tipo anã branca.


© Carlos Milovic (NGC 6537)

Oficialmente chamada de NGC 6537, essa nebulosa planetária simétrica com dois lobos abriga uma das anãs brancas mais quentes já observadas, provavelmente como parte de um sistema binário de estrelas. Ventos internos emanando das estrelas centrais visíveis no centro, foram medidos e excedem os 1.000 quilômetros por segundo. Esses ventos expandem a nebulosa, fluem ao longo da parede da nebulosa, e causam ondas de gás quente e poeira que colidem. Os átomos capturados nessas ondas de colisão irradiam a luz mostrada na imagem acima obtida pelo telescópio espacial Hubble. A Nebulosa da Aranha Vermelha localiza-se no centro da constelação do Arqueiro (Sagittarius). A sua distância não é muito bem conhecida mas tem sido estimada em algo em torno de 4.000 anos-luz.

Fonte: NASA

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Phobos: a lua condenada de Marte

Phobos é uma lua condenada. Marte, o planeta vermelho que recebeu esse nome em homenagem ao deus romano da guerra, possui duas pequenas luas, Phobos e Deimos, que tiveram seus nomes derivados do grego para Medo e Pânico.

© NASA/HiRISE (Phobos)

Essas luas marcianas podem muito bem serem asteroides capturados originados no cinturão principal de asteroides que se localiza entre Marte e Júpiter, ou talvez possam ser originadas de regiões mais distantes ainda do nosso Sistema Solar. A maior lua, Phobos, é vista como um objeto semelhante a um asteroide repleto de crateras nessa bela imagem colorida feita pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter, registrada numa resolução de aproximadamente sete metros por pixel. Mas a órbita de Phobos está localizada tão perto de Marte, aproximadamente 5.800 quilômetros acima da superfície (só para se ter um comparativo, a nossa Lua fica a aproximadamente 400.000 km), que as forças gravitacionais de maré estão puxando a lua cada vez mais para baixo, ou seja, para mais próximo do planeta. Em 100 milhões de anos estima-se que Phobos será provavelmente destruída pelas tensões geradas pelas forças de maré, e que os detritos originados dessa destruição formarão um anel de decaimento ao redor do planeta Marte.

Fonte: NASA

Chegada do homem a Marte pode ser ameaça para o planeta

Cientistas afirmam que a chegada do homem a Marte pode ser uma grande ameaça para o planeta vermelho, uma vez que trilhões de micróbios viajariam com cada astronauta que pisar em solo marciano. Enquanto esses micróbios evoluíram em milhares de anos para ajudar as pessoas a fazerem tudo, desde digestão a impedir bactérias de prejudicar vidas, não existe explicação em como eles poderiam interagir com o ambiente do planeta.


De acordo com o jornal britânico Daily Mail, agências espaciais estão repensando maneiras de minimizar os riscos de contaminação. "Se tivermos astronautas humanos em Marte, não existe forma de esteriliza-los. Eles estariam 'vomitando' milhares de micróbios a cada segundo. Seria um grande problema", explicou Cynthia Phillips, do Instituto de Pesquisa à Inteligência Extraterrestre, dos Estados Unidos.
Robôs como a Curiosity da Nasa, que pousou em Marte no dia 5 de agosto, podem ser limpos, mas ainda não existe forma de fazer o mesmo com exploradores humanos. Os dados que a sonda Curiosity está coletando do território vermelho podem ajudar cientistas a entender o quão sensível a superfície do planeta pode ser para contaminação.
O fundador da empresa americana SpaceX, Elon Musk, afirmou que pretende mandar astronautas para Marte em 15 anos; e a empresa holandesa Mars One quer pousar uma nave com quatro pessoas no planeta em 2023 como os primeiros passos para estabilizar uma colônia permanente por lá. O Tratado do Espaço Externo de 1967 diz que países podem ser responsáveis por atividades interplanetárias de empresas privadas em suas fronteiras, e podem ser levados a julgamento internacional com acusações de contaminações a outro planeta.
"Se você quer ser um bom cidadão do Sistema Solar, seguirá as regras de proteção planetária, assim como você recolhe o lixo e não espalha poluição no país", afirma Cassie Conley, oficial de proteção planetária da Nasa.

Estudo identifica sistema de pulsar com órbita mais rápida já observada.

Um pulsar que viaja pelo espaço com uma estrela companheira, completando a órbita mais rápida já vista para esse tipo de sistema, foi detectado por uma equipe de astrônomos, que publicou o estudo na revista “Science” desta quinta-feira (25).

Um pulsar é uma estrela de nêutrons, um objeto compacto e muito denso, muitas vezes com grande rotação, formado durante a explosão de uma estrela massiva, ou supernova.
O pulsar desse estudo está localizado na constelação do Centauro e foi chamado de chamado PSR J1311-3430. Ele gira 390 vezes por segundo em torno de seu próprio eixo e tem uma estrela companheira que gira ao seu redor. A dupla faz uma órbita em torno de seu centro de massa comum em apenas 93 minutos. A velocidade do pulsar chega a 13 mil quilômetros por hora, e a da parceira é ainda maior: 2,8 milhões de quilômetros por hora.
Segundo os cientistas, liderados por Holger Pletsch, do Instituto Max Planck de Física Gravitacional, na Alemanha, esse é o mais curto período orbital conhecido de todos os pulsares que habitam sistemas binários – em que dois corpos giram em volta de um centro comum, ligados gravitacionalmente.


De acordo com a equipe, a descoberta pode ajudar a entender a origem e a evolução desses tipos raros de pulsares, que têm centenas de rotações por segundo e incorporam matéria de suas estrelas companheiras.
O novo pulsar foi apelidado de "viúva negra", pois está "sugando" o astro companheiro – este já identificado anteriormente por telescópios ópticos. O nome, segundo os astrônomos, é uma alusão à espécie de aranha em que a fêmea mata o macho após a cópula.
Isso porque, no futuro, a PSR J1311-3430 pode acabar evaporando por inteiro a parceira – que é feita basicamente de gás hélio – e ficar sozinha. Cada vez mais, as duas estão se aproximando, e atualmente ficam a 1,4 vez a distância da Terra em relação à Lua.

Algumas estrelas de nêutrons giram em torno de seu próprio eixo e emitem ao espaço feixes de raios gama semelhantes a um farol. Esse sinal radioativo também revela muito sobre a companheira, que no atual caso é pequena e extremamente densa – com pelo menos oito vezes a massa de Júpiter e apenas 60% do raio desse planeta. Em relação ao Sol, a densidade do astro que acompanha a PSR J1311-3430 é cerca 30 vezes maior.
Desde 2008, o lançamento do telescópio espacial de raios gama Fermi, da Nasa, tem colaborado para que os astrônomos detectem um grande número de pulsares – esse novo foi encontrado graças à técnica, após uma análise de dados obtidos ao longo de quatro anos. O primeiro pulsar rápido foi descoberto há 30 anos, por outros métodos.
Os cientistas planejam agora novas observações em frequências mais altas de radiação para determinar com precisão a distância entre esse pulsar e a Terra, por exemplo.


domingo, 28 de outubro de 2012

Maior complexo astronômico no Atacama revela imagens do projeto

O maior projeto de astronomia terrestre via rádio do mundo, em construção pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) e parceiros internacionais – como o Brasil – no deserto do Atacama, no norte do Chile, teve novas imagens divulgadas nesta sexta-feira (26). A obra deve ser concluída em março de 2013.

 Várias antenas de rádio foram instaladas nessa região árida do Planalto de Chajnator para compor o telescópio de última geração Alma (sigla de Atacama Large Millimeter/Submillimeter Array), que deve estudar a radiação produzida por alguns dos objetos mais frios do Universo.

Essas antenas serão articuladas como um telescópio gigante único, capaz de captar comprimentos de ondas de luz mil vezes mais longos do que qualquer objeto visível a olho nu, além de corpos mais frios do que registram os telescópios infravermelhos, que são bons em observar planetas distantes e sóis, mas acabam perdendo alguns planetas e nuvens de gases onde as estrelas se formam.


Abaixo, à esquerda, aparece o solo árido do deserto do Atacama, que é considerado o mais seco do mundo e cujo clima com baixíssima umidade ajuda a não ter interferência de outros sinais de rádio. Além disso, o telescópio, extremamente sensível, está instalado em uma região a quase 5 mil metros de altitude, o que facilita as observações.
À direita, aparece a primeira imagem antecipada pelo Alma, há um ano, que revela um par de galáxias espirais que se colidem a 70 milhões de anos-luz de distância da Terra, na constelação do Corvo. A imagem combinou dois comprimentos de onda diferentes, durante os testes iniciais feitos em luz visível.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Violando a simetria da inversão temporal

Prevista há meio século, a assimetria da inversão temporal na física de partículas só agora foi claramente demonstrada.


© SLAC (detector BaBar)

As interações fracas de partículas elementares têm sido conhecida por serem assimétricas sob CP, a operação combinada de P paridade e de conjugação de carga C, a substituição de partículas por suas antipartículas. Mas a invariância absoluta sob CPT, a combinação de CP com reversão do tempo T, é um teorema alicerce do modelo padrão da teoria de partículas. Por isso, prevê que as interações fracas deve violar a invariância T para compensar a violação de CP. Mas só agora tem a primeira evidência clara e direta da violação de T. Durante uma década, até seu encerramento em 2008, o PEPII colisor elétron-pósitron no SLAC National Accelerator Laboratory, operado pela Universidade de Stanford, foram produzidos 200 milhões de pares de mésons B neutros em estados quânticos emaranhados de tal forma que o modo de decaimento de um méson B instantaneamente fixa o estado de seu parceiro, talvez um milímetro de distância. Carregando o pesado quark bottom, o méson B é cerca de cinco vezes a massa do próton, e que vive um mísero picosegundo. A equipe que utilizou o detector do colisor BaBar já explorou o emaranhamento para determinar que as taxas de transição entre os autoestados do méson B dependem da direção temporal de uma forma que só pode ser atribuída à violação da simetria de T. O sinal da violação de T corresponde a uma significância de 14 desvios padrão (σ), e a sua amplitude é consistente com a preservação da simetria CPT.


Fonte: Physics Today

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Foguete russo Soyuz é erguido no Cazaquistão para missão espacial

O foguete russo Soyuz TMA-06M foi erguido neste domingo (21) no cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, em preparação ao lançamento da aeronave, previsto para esta terça-feira (23).



A missão terá destino a Estação Espacial Internacional (ISS) e levará três astronautas: o americano Kevin Ford, da agência espacial americana (Nasa), e os cosmonautas russos Oleg Novitsky e Yevgeny Tarelkin. Eles ficarão por cerca de seis meses na ISS, com outros três astronautas que já estão em órbita. O foguete será lançado da rampa 31, que ficou desativada desde 1984. A viagem da Soyuz até a ISS deve durar dois dias.

domingo, 21 de outubro de 2012

Rastro do cometa Halley cria chuva de meteoros na madrugada

Como ocorre nessa época do ano, a Terra passa pelo rastro de um cometa. Os detritos, ao entraram na atmosfera do planeta, causam um espetáculo à parte - a chuva de meteoros oriónidas, que tem seu momento de maior intensidade na madrugada de domingo.


"O pico ocorrerá de sábado para domingo (...) uma coisa interessante é que o cometa cujo rastro causa esse fenômeno é o Halley", afirma o astrônomo Bruno Mendonça, da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro. O astrônomo diz, contudo, que a chuva deste ano não deve saltar aos olhos - a Nasa afirma que, normalmente, a oriónidas tem cerca de 20 meteoros por hora.
O cometa Halley passa próximo à Terra a cada 76 anos e, durante essa passagem, deixa um rastro de detritos. O nosso planeta atravessa esse rastro duas vezes por ano, e quando os detritos atingem a atmosfera eles queimam e causam a chuva de meteoros. As duas chuvas causadas pelo Halley são chamadas de aquáridas (que ocorre em abril e maio) e de oriónidas.
Mendonça explica que esses fenômenos ocorrem todos os anos e, de tempos em tempos (geralmente, de décadas em décadas) passam por uma chuva de maior intensidade, com frequência de vários meteoros por minuto. Mas não é o caso desta oriónidas.
Quem quiser ver o espetáculo, deverá olhar para a constelação de Órion (as famosas "Três Marias" - as estrelas Mintaka, Alnilan e Alnitaka - ficam no centro da constelação) na madrugada. É possível ver a chuva em grandes e iluminadas cidades, mas em locais com pouca iluminação fica mais fácil ver as estrelas cadentes menos intensas.


Fonte: Terra.com

sábado, 20 de outubro de 2012

Em 4 bilhões de anos, colisão com a galáxia de Andrômeda acabará com a Via Láctea

Em quatro bilhões de anos, pouco menos do que se passou desde a criação da Terra, a Via Láctea deixará de existir. Pelo menos na forma como ela é conhecida hoje. A galáxia caminha para uma inevitável colisão com Andrômeda, uma galáxia quase do mesmo tamanho que a nossa, situada a 2,5 milhões de anos-luz de distância.


Quando isso acontecer, o corpo galáctico resultante deverá ser elíptico em vez do conhecido formato esperial da Via Láctea, segundo os cálculos dos astrônomos Roeland van der Marel e Sangmo Tony Sohn, do Space Telescope Science Institute, em Maryland, nos Estados Unidos.  Os resultados serão publicados no periódico americano Astrophysical Journal.

Uma única galáxia — Os pesquisadores chegaram a tal conclusão depois de fazer uma análise meticulosa da posição de Andrômeda entre 2002 e 2010, usando dados do telescópio Hubble. Andrômeda é galáxia espiral mais próxima da Via Láctea.

Há décadas cientistas sabem que Andrômeda está se aproximando da Via Láctea (a uma velocidade de 110 quilômetros por segundo) e que eventualmente elas entrariam em colisão por causa da força da gravidade. Contudo, como os astrônomos só conseguiam medir a velocidade da galáxia distante em relação ao plano visível a partir da Terra, ninguém sabia se o encontro futuro seria uma grande fusão ou uma passagem 'de raspão'.
Com a precisão do Hubble, os astrônomos conseguiram as informações que faltavam para entender o movimento de Andrômeda. Ao calcular que a velocidade lateral da galáxia é muito menor que a velocidade na linha de visão com a Terra, a equipe de van der Marel mostrou que uma fusão entre a Via Láctea e Andrômeda é inevitável.

A simulação mostra que as duas galáxias vão se encontrar em quatro bilhões de anos. Nos dois bilhões de anos seguintes, elas vão formar uma única galáxia.

Expulsos de casa - De acordo com os astrônomos, a colisão entre a Via Láctea e Andrômeda certamente ejetará o Sistema Solar para fora da posição atual, a 26.000 anos-luz do centro da galáxia. As simulações mostram que há 10% de chance de o Sol ser exilado para mais de 160.000 anos-luz distante do novo centro galáctico, para uma região remota e gelada.


Fonte: Revista Veja

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Robô Curiosity descobre rocha incomum em Marte

A primeira rocha analisada em Marte pelos instrumentos do robô Curiosity tem uma composição química mais variada do que o esperado pelos cientistas da Nasa, a agência espacial americana. A composição da amostra, que tem o tamanho de uma bola de futebol, se parece com a de rochas pouco comuns na Terra. "Ela é muito similar a um tipo de rocha que se encontra em regiões vulcânicas", disse o pesquisador Edward Stolper, do Instituto de Tecnologia da Califórnia e um dos principais cientistas da missão.


Na Terra, estas rochas se formam no manto do planeta, debaixo da crosta, a partir da cristalização de magma, a uma pressão muito alta. "Essa é uma hipótese lógica para explicar sua origem. Mas neste momento, com apenas uma amostra deste tipo encontrada, é difícil saber se esta rocha foi produzida pelo mesmo processo que se conhece na Terra", disse o cientista.
Laboratório marciano - A rocha, que foi batizada de "Jake Matijevic" em homenagem a um cientista da missão falecido recentemente, foi examinada de forma remota pelos aparelhos do Curiosity.  A fim de obter sua composição química, foram usados aparelhos como o espectômetro de raios-X por radiação alfa (APXS), montado no braço robótico do robô, e o laser ChemCam, situado no topo do mastro do laboratório móvel. "Ela se mostrou uma pedra marciana estranha, com pouca quantidade de magnésio e ferro", afirmou Ralf Gellert, um dos pesquisadores da missão.
O Curiosity, que conta com um total de dez instrumentos científicos, também analisará em breve a composição da primeira amostra de areia marciana.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Exoplaneta num sistema com quatro estrelas

Uma equipe internacional de astrônomos anunciou a descoberta de um planeta que tem seu céu iluminado por quatro estrelas, o primeiro sistema planetário deste tipo identificado até hoje.




© NASA (exoplaneta e suas quatro estrelas)
O planeta, batizado PH1, situado a cerca de 5 mil anos-luz da Terra (um ano-luz corresponde a 9,461 trilhões de km), está em órbita de duas estrelas, e duas outras giram em torno destas.
Segundo os astrônomos, apenas seis planetas são conhecidos até hoje por ficarem em órbita em torno de duas estrelas, porém sem outras estrelas distantes orbitando seu sistema. Esse sistema planetário circumbinário duplo foi inicialmente descoberto por dois astrônomos amadores americanos, Kian Jek e Robert Gagliano, que utilizaram o site Planethunters.org.
Astrônomos profissionais americanos e britânicos realizaram em seguida observações e medições com os telescópios Keck, situados no monte Mauna Kea, no Havaí. "Os planetas circumbinários representam o que há de mais extremo na formação planetária", afirma Meg Schwamb, uma pesquisadora da Universidade de Yale (Connecticut, nordeste), principal autora desta pesquisa apresentada na conferência anual da divisão de Planetologia da American Astronomical Society reunida em Reno, Nevada (Estados Unidos).
"A descoberta de tais sistemas estelares nos obriga a repensar como esses planetas podem se formar e evoluir em um ambiente como este", acrescenta ela em um comunicado. Esta descoberta foi publicada online no site arXiv.org e foi submetida a publicação no Astrophysical Journal.
O PH1, um planeta gasoso gigante do mesmo tamanho de Netuno e com cerca de seis vezes o da Terra, orbita em torno das duas primeiras estrelas, de massas respectivamente de 1,5 e 0,41 massa solar, em 138 dias. As duas outras estrelas fazem parte desse sistema planetário a uma distância de cerca de mil vezes a que separa a Terra do Sol.
O site Planet Hunters faz parte do Zooniverse, e foi criado em 2010 para estimular os astrônomos amadores a identificarem exoplanetas - planetas situados fora do Sistema Solar - com os dados coletados pelo telescópio espacial americano Kepler. Lançado em março de 2009, o Kepler tem como objetivo pesquisar exoplanetas semelhantes à Terra em órbita em torno de outras estrelas.


Fonte: AFP

domingo, 14 de outubro de 2012

Buraco negro monstruoso e longínquo

Olhando em direção à borda do Universo cientistas da Universidade de Cambridge observaram um buraco negro supermassivo quase imperceptível.


© WISE e UKIDSS (imagem em infravermelho do buraco negro)

Uma grossa poeira encobre o buraco negro monstruoso, mas que emite grandes quantidades de radiação através de interações violentas e colisões com sua galáxia tornando-os visíveis na parte infravermelha do espectro eletromagnético. A equipe publicou os seus resultados nos anúncios jornal Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

O objeto mais remoto no estudo encontra-se numa colossal distância de 11 bilhões de anos-luz da Terra. O buraco negro supermassivo, chamado ULASJ1234+0907, está localizado na direção da constelação de Virgo, a Virgem, já viajou quase 10 trilhões de quilômetros através do cosmos. O buraco negro tem mais de 10 bilhões de vezes a massa do nosso Sol e 10.000 vezes mais massivo que o buraco negro central na Via Láctea, tornando-o um dos buracos negros mais maciços já visto. Os pesquisadores dizem que pode haver mais de 400 buracos negros gigantes na região do Universo que podemos observar.
"Estes resultados podem ter um impacto significativo sobre os estudos de buracos negros supermassivos", disse o Dr. Manda Banerji, principal autor do estudo. 

A equipe de Cambridge usando dados em infravermelho obtidos pelo UK Infrared Telescope (UKIRT) observou através da poeira e localizou o buracos negro gigante pela primeira vez.

"Estes resultados são particularmente interessantes porque mostram que nossos novos levantamentos em infravermelho estão encontrando buracos negros supermassivos que são invisíveis em pesquisas ópticas", diz Richard McMahon, co-autor do estudo. "Estes novos quasares são importantes porque podem ser captados quando eles estão sendo alimentados através de colisões com outras galáxias. As observações com o novo telescópio Atacama Large Millimeter Array (ALMA) no Chile vai nos permitir testar diretamente essa imagem pela detecção da radiação na frequência de microondas emitidas pelas grandes quantidades de gás nas galáxias em colisão".

Enormes buracos negros residem nos centros de todas as galáxias. Os astrônomos prevêem que o crescimento do mais maciço desses fenômenos cósmicos crescem devido às colisões violentas com outras galáxias. Interações galácticas desencadeiam a formação de estrelas, que fornece mais combustível para os buracos negros para devorar. E é durante este processo que espessas camadas de poeira escondem os buracos negros.


O buraco negro ULASJ1234+0907 pode ser comparado com o relativamente perto e bem estudado buraco negro constituinte da galáxia Markarian 231, que se encontra a apenas 600 milhões de anos-luz de distância, e parece ter ocorrido recentemente uma violenta colisão com outra galáxia produzindo proliferação de poeira. Por outro lado, o exemplo mais extremo do buraco negro recém-descoberto, mostra que as condições no Universo primitivo eram mais turbulentas e inóspitas do que hoje.

Fonte: Royal Astronomical Society

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Estrutura espiral de uma estrela moribunda

Astrônomos descobriram uma estrutura em espiral totalmente inesperada na matéria que circunda a estrela evoluída R Sculptoris.

© ESO (estrela gigante vermelha R Sculptoris)

Esta é a primeira vez que uma estrutura deste tipo, juntamente com uma concha esférica exterior, é encontrada em torno de uma estrela gigante vermelha. É também a primeira vez que astrônomos conseguem obter informação completa em três dimensões de uma espiral desta natureza. A estranha forma foi provavelmente criada por uma estrela companheira escondida, que orbita a gigante vermelha. Este trabalho é um dos primeiros resultados científicos do ALMA a ser publicado e sairá esta semana na revista Nature.
Uma equipe de astrônomos, utilizando o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), o mais poderoso telescópio milimétrico/submilimétrico do mundo, descobriu uma estrutura em espiral surpreendente no gás que rodeia a estrela gigante vermelha R Sculptoris. Este fato significa que existe provavelmente uma estrela companheira que orbita a estrela, mas que nunca foi vista anteriormente. Outra surpresa foi a descoberta de que a gigante vermelha ejetou muito mais material do que o esperado.
A R Sculptoris é o exemplo de uma estrela que se encontra no ramo assintótico das gigantes (AGB na sigla em inglês). São estrelas com massas iniciais entre as 0,8 e 8 massas solares, que se encontram nos últimos estágios das suas vidas. São gigantes vermelhas frias que apresentam acentuada perda de massa sob a forma de fortes ventos estelares e são tipicamente variáveis de longo período. A sua estrutura consiste num pequeníssimo núcleo central de carbono e oxigênio, rodeado por uma concha em combustão de hélio e hidrogênio, seguida de um enorme envelope convectivo. O Sol irá eventualmente evoluir para a fase de estrela AGB
.
A concha ejetada que se forma em torno das estrelas AGB é composta por gás e grãos de poeira. Os grãos de poeira podem ser encontrados ao procurar emissão térmica, emissão esta que vai desde o infravermelho longínquo até aos comprimentos de onda do milímetro. No milímetro a emissão que vem da molécula de CO permite aos astrônomos obter mapas de alta resolução da emissão de gás proveniente dos fortes ventos estelares gerados pelas estrelas AGB. Estas observações descrevem também, de forma excelente, a distribuição do gás em torno destes objetos. A alta sensibilidade do ALMA torna possível obter diretamente imagens da zona de condensação da poeira e da estrutura do material em torno das estrelas AGB, mostrando detalhes menores que 0,1 segundos de arco.

Uma estrutura em espiral similar, mas sem a concha circundante, foi observada pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA na estrela LL Pegasi. No entanto, ao contrário das novas observações do ALMA, estes dados não permitiram que a estrutura 3D completa fosse estudada. As observações do Hubble detectam a poeira, enquanto que as do ALMA detectam a emissão molecular.
"Já tínhamos visto anteriormente conchas em torno de estrelas deste tipo, mas esta é a primeira vez que vemos uma espiral de matéria saindo da estrela, juntamente com a concha circundante," diz o autor principal do artigo científico que descreve os resultados, Matthias Maercker (ESO e Instituto de Astronomia Argelander, Universidade de Bonn, Alemanha).

Uma vez que ejetam grandes quantidades de matéria, as gigantes vermelhas, como a R Sculptoris, contribuem muito para a poeira e gás que constituem a matéria prima na formação de futuras gerações de estrelas, sistemas planetários e, consequentemente, vida.
Quando estas novas observações foram obtidas, o ALMA distanciou-se logo em termos de qualidade dos outros observatórios submilimétricos. As observações preliminares mostraram claramente uma concha esférica em torno da R Sculptoris, mas nem a estrutura em espiral nem a companheira foram observadas.
"Quando observamos a estrela com o ALMA, nem metade das antenas estavam ainda operacionais. É realmente excitante imaginar o que a rede ALMA completa conseguirá observar quando estiver terminada em 2013", acrescenta Wouter Vlemmings (Universidade de Tecnologia Chalmers, Suécia), co-autor do estudo.

No final das suas vidas, as estrelas com até oito massas solares transformam-se em gigantes vermelhas e libertam enormes quantidades de matéria sob a forma de um denso vento estelar. Durante a fase de gigante vermelha, as estrelas sofrem periodicamente pulsações térmicas. Este fenômeno corresponde a fases de curta duração, em que se verificam explosões de combustão de hélio na concha que envolve o núcleo estelar. Uma pulsação térmica faz com que a matéria seja expelida para fora da estrela a uma taxa muito elevada, o que origina a formação de uma grande concha de poeira e gás em torno da estrela. Depois da pulsação, a taxa à qual a estrela perde massa volta ao seu valor normal.
As pulsações térmicas ocorrem com intervalo de 10 mil a 50 mil anos, durando apenas algumas centenas de anos. As novas observações de R Sculptoris mostram que esta estrela sofreu uma pulsação térmica há cerca de 1.800 anos, a qual durou cerca de 200 anos. A estrela companheira moldou o vento de R Sculptoris em forma espiral.

"Ao aproveitar o poder do ALMA para observar pequenos detalhes, podemos compreender muito melhor o que acontece com a estrela antes, durante e depois da pulsação térmica, através do estudo da forma da concha e da estrutura em espiral," diz Maercker. "Sempre esperamos que o ALMA nos desse uma nova visão do Universo, mas já está descobrindo coisas novas e inesperadas, com uma das primeiras configurações de observação é verdadeiramente excitante."

De modo a descrever a estrutura observada em torno de R Sculptoris, a equipe de astrônomos efetuou simulações de computador para seguir a evolução de um sistema binário. Estes modelos se ajustam muito bem às novas observações do ALMA. O sistema aqui modelado consiste numa estrela primária AGB em pleno processo de pulsação térmica e numa pequena estrela companheira. A separação entre as estrelas utilizada na simulação é de 60 unidades astronômicas, com uma massa total do sistema de 2 massas solares. O período orbital é de 350 anos.

"É um verdadeiro desafio tentar descrever de forma teórica todos os detalhes observados pelo ALMA, mas os nossos modelos de computador mostram que estamos realmente no caminho certo. O ALMA está nos dando novas pistas sobre o que se passa nestas estrelas e o que pode acontecer ao Sol daqui a alguns bilhões de anos," diz Shazrene Mohamed (Instituto de Astronomia Argelander, Bonn, Alemanha e Observatório Astrônomico da África do Sul), co-autor do estudo.
"Num futuro próximo, observações de estrelas como R Sculptoris pelo ALMA nos ajudarão a compreender como é que os elementos de que somos constituídos chegaram a locais como a Terra, e também nos fornecerão pistas de como é que o futuro longínquo da nossa própria estrela poderá ser," conclui Matthias Maercker.


Fonte: ESO

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Novo buraco negro em nossa galáxia

O satélite Swift da NASA detectou recentemente uma crescente onda de alta energia de raios X de uma fonte na direção do centro da nossa galáxia, a Via Láctea.


© NASA (ilustração da emissão de raios X em buraco negro)
A explosão, produzida por uma rara nova de raio X, anunciou a presença de um até então desconhecido buraco negro de massa estelar.
Uma nova de raios X é um curta fonte de raios X que aparece de repente, atinge o seu pico de emissão em alguns dias e depois desaparece ao longo de um período de meses. A explosão ocorre quando uma torrente de gás armazenado, inesperadamente corre em direção a um dos objetos mais compactos conhecidos, uma estrela de nêutrons ou um buraco negro.
O objeto foi nomeado Swift J1745-26 após identificação das coordenadas da sua posição no céu, a nova está localizada a poucos graus do centro de nossa galáxia em direção à constelação de Sagitário. Embora os astrônomos não sabem a sua distância precisa, eles acham que o objeto reside cerca de 20.000 a 30.000 anos-luz de distância, na região interior da galáxia. Observatórios terrestres detectaram emissões de infravermelho e rádio, mas espessas nuvens de poeira que obscurecem o objeto impediram a sua detecção, desde a captura do Swift J1745-26 em luz visível. A nova apresentou pico em raios X de alta energia, acima de 10.000 eV (elétron-volts), ou vários milhares de vezes maior que a luz visível em 18 de setembro, quando atingiu uma intensidade equivalente ao da famosa Nebulosa do Caranguejo, uma remanescente de supernova que serve como um alvo de calibração de alta energia aos observatórios e é considerada uma das mais brilhantes fontes além do sistema solar. Na quarta-feira, o Swift J1745-26 foi 30 vezes mais brilhantes em raios X do que quando foi descoberto e ele continuou a brilhar.
O padrão observado é de uma nova de raios X onde o objeto central é um buraco negro. Uma vez que os raios X desaparecerem, será possível medir a sua massa e confirmar seu status buraco negro. O buraco negro tem de ser membro de um sistema binário de raios X de baixa massa (LMXB), que inclui uma estrela normal como o Sol. Um fluxo de gás flui da estrela normal e entra em um disco de armazenamento em torno do buraco negro. Na maioria dos LMXBs, o gás colapsa para dentro, esquenta enquanto se dirige para o interior do buraco negro, e produz um fluxo constante de raios X. Mas em certas condições, o fluxo estável dentro do disco depende da taxa de matéria que flui a partir da estrela companheira.
Cada explosão limpa o disco interno, e com pouca ou nenhuma matéria caindo em direção ao buraco negro, o sistema deixa de ser uma fonte brilhante de raios X. Décadas mais tarde, depois do gás estiver suficiente acumulado no disco externo, ele envia um dilúvio de gás em direção ao buraco negro, resultando em uma nova explosão de raios X. Esse fenômeno, chamado de ciclo limite térmico viscoso, ajuda os astrônomos explicarem as explosões transitórias em uma ampla gama de sistemas, a partir de discos protoplanetários ao redor de estrelas jovens até buracos negros supermassivos no coração de galáxias distantes.

Fonte: NASA

sábado, 6 de outubro de 2012

Apenas 11 equipes no planeta terão acesso a amostras de asteroide

Em 2010, a sonda japonesa Hayabusa completou uma missão inédita na pesquisa espacial: ela chegava à Terra com as primeiras amostras coletadas em um asteroide e trazidas para o planeta. Agora, 11 equipes de pesquisadores ao redor do planeta vão ter acesso a 70 pequenos grãos que o robô conseguiu pegar na pedra de 500 m.


Uma delas, da Universidade de Manchester, por exemplo, recebeu sete grãos por ter o sistema mais sensível para detectar os raros gases xenônio e criptônio.
O time da Inglaterra - liderado por Henner Busemann e com pesquisadores da Alemanha, Suécia e Suíça - espera descobrir o quão rapidamente e através de quais processos a superfície foi modificada e se material do asteroide Itokawa acabou na Terra - acredita-se que substâncias importantes do nosso planeta vieram desses corpos, como a água.
"Meteoritos são amostras que caíram na Terra de asteroides, e aprendemos muito com eles", diz Busemann em nota da universidade. "Contudo, esses grãos são únicos porque nós sabemos de qual dos milhões de asteroides eles vieram e eles não foram expostos ao ambiente da Terra. Estamos aprendendo muito sobre como os asteroides se formam e evoluem."
Segundo a universidade, Itokawa foi apenas o terceiro corpo do qual o ser humano conseguiu coletar amostras e trazer à Terra. Além das missões Apollo e Luna, que visitaram nosso satélite natural, a Stardust conseguiu amostras do cometa Wild 2. O estudo atual pretende entender melhor os primórdios do Sistema Solar, na época da formação dos planetas, há cerca de 4,5 bilhões de anos.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

ESO comemora 50º aniversário e publica foto de Nebulosa de Thor

Hoje, 5 de outubro de 2012, o Observatório Europeu do Sul (ESO) celebra 50 anos desde a assinatura da sua convenção fundadora. Durante o último meio século, o ESO tornou-se o observatório astronômico terrestre mais produtivo do mundo. Nesta manhã foram feitas, pela primeira vez, observações de um objeto escolhido pelo público, com o Very Large Telescope (VLT) do ESO.


A vencedora de um concurso de aniversário apontou o VLT para a nebulosa Elmo de Thor, sendo que as observações foram transmitidas ao vivo pela internet. Além disso, para assinalar a ocasião, o ESO e os seus parceiros estão organizando muitas outras atividades nos 15 Estados Membros do ESO.
A assinatura da Convenção do ESO a 5 de outubro de 1962 e a fundação do ESO foi o culminar do sonho dos astrônomos líderes de cinco países europeus - Alemanha, Bélgica, França, Holanda e Suécia. Estes países resolveram unir forças no sentido de construírem um telescópio grande que lhes desse acesso ao magnifico e rico céu austral.

"Cinquenta anos depois, as esperanças originais dos cinco membros fundadores não só se tornaram realidade, como também foram largamente ultrapassadas", diz Tim de Zeeuw, Diretor Geral do ESO. "O ESO embarcou completamente no desafio de conceber, construir e operar as infraestruturas de observação terrestres mais poderosas do planeta", completa.

Operando três locais de observação únicos e de vanguarda no Chile - La Silla, Paranal e Chajnantor - o ESO tornou-se um líder no seio da comunidade de investigação astronômica. No Paranal, o ESO opera o VLT, o observatório óptico terrestre mais avançado do mundo, o qual, desde a primeira luz em 1998, tem sido o grande motor por trás duma nova era de descobertas. No Planalto do Chajnantor, no norte do Chile, o ESO e os seus parceiros internacionais estão construindo um telescópio astronômico revolucionário - ALMA, o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array, que ajudará a descobrir os mistérios do Universo frio.

O observatório original do ESO em La Silla é ainda muito produtivo e permanece na vanguarda da pesquisa astronômica. Em particular, o instrumento HARPS, montado no telescópio de 3,6 metros, é o descobridor de exoplanetas mais bem sucedido do mundo.
O próximo grande telescópio do ESO encontra-se apenas a alguns anos de distância. O European Extremely Large Telescope (E-ELT) de 39 metros será o "maior olho no céu do mundo". Com as primeiras observações previstas para o início da próxima década, o E-ELT abordará os maiores desafios científicos da nossa época e poderá revolucionar a nossa percepção do Universo, do mesmo modo que o telescópio de Galileu o fez há mais de 400 anos atrás.

Para celebrar o 50º aniversário, o ESO e os seus parceiros estão organizando muitos eventos e iniciativas públicas durante 2012. Uma série de eventos públicos especiais coordenados estão acontecendo nesta sexta-feira nos 15 Estados Membros, assim como muitas exposições do Universo Deslumbrante.
Como parte das celebrações de aniversário, e pela primeira vez, esta manhã o VLT apontou para um objeto no céu escolhido por membros do público - a nebulosa Elmo de Thor, uma maternidade estelar na constelação do Cão Maior. Esta nebulosa foi escolhida no recente concurso Escolha o que o VLT vai observar (ann12060). As observações foram feitas por Brigitte Bailleul - vencedora do concurso Tuíte até ao VLT! - e foram transmitidas ao vivo pela internet a partir do observatório do Paranal.

Esta imagem, obtida sob excelentes condições de observação, típicas do Paranal, é a mais detalhada até hoje deste objeto. "Com o VLT, o ALMA e o futuro E-ELT, o ESO está a entrar numa nova era, uma que nem mesmo os iniciais sonhos ambiciosos dos membros fundadores do ESO poderiam ter previsto. A todos os que tornaram isto possível, obrigado da parte do ESO!" conclui Tim de Zeeuw.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Dupla de buracos negros desafia teoria

Cientistas americanos encontraram um agrupamento de estrelas, dentro da Via Láctea, no qual foram detectados dois buracos negros ao invés de um.

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© B. Bivort (ilustração da coexistência de dois buracos negros)
O aglomerado globular M22, formado por até 1 milhão de estrelas, contém pelo menos dois buracos negros, uma descoberta que modifica a teoria mais sólida até o momento. Segundo esta mesma teoria, nestes agrupamentos de estrelas são gerados centenas de buracos negros, mas a maioria deles é expulso para o exterior por conta da força gravitacional, fazendo com que só um permaneça dentro do aglomerado.
"Os processos físicos que esperamos que aconteçam estão, de fato, tendo um lugar no aglomerado. Os buracos negros são mais massivos que as estrelas, o que faz com que migrem ao centro do aglomerado e interajam entre eles, o que por sua vez faz com que muitos buracos negros sejam expulsos do agrupamento", explicou o astrônomo Jay Strader, da Michigan State University (EUA).
No entanto, a descoberta de dois buracos negros em um aglomerado demonstra que seu processo de expulsão não é tão eficiente como diz a maioria das teorias. "Quando restam poucos buracos negros, não acho que interajam e se expulsem entre eles tão rapidamente, por isso que alguns permanecem mais tempo do que se pensava até agora", acrescentou o pesquisador.
De fato, Strader estima que este agrupamento, situado na constelação de Sagitário e que orbita em torno da Via Láctea como se fosse um satélite, poderia abrigar uma população de cerca de 5 a 100 buracos negros.


© NOAO/A. Block (localização dos buracos negros)
A descoberta aconteceu a partir de imagens da M22, um dos aglomerados de estrelas mais próximos da Terra, obtidas pelo Very Large Array (VLA), um observatório radio-astronômico situado no Novo México (EUA). A equipe de Strader calculou, além disso, que a massa de cada um destes buracos negros variaria entre 10 e 20 vezes a do Sol.
Outros pesquisadores tinham detectado a coexistência de mais de um buraco negro em outros agrupamentos, mas até agora tinha sido impossível determinar suas massas.
Strader ressaltou que estes são os primeiros buracos negros, situados em um agrupamento, que são detectados por emissões de rádio ao invés de raios X, o que significa que estariam aumentando de tamanho.

Fonte: EFE e Nature