Com base no relatório, cuja autoria principal recai
sobre o astrônomo Bill Webber, professor da Universidade Estadual do
Novo México, a União Americana de Geofísica chegou a anunciar o feito
como definitivo, para logo se corrigir e descrever a posição da Voyager
como uma nova região do espaço. A agitação na comunidade científica foi
imediata, e a Nasa apressou-se em declarar que o limite do Sistema Solar
ainda não havia sido cruzado. Desde então, viu-se aumentada a
expectativa dessa confirmação e do que a Voyager encontrará no
desconhecido.
Transição
Para o doutor em Astrofísica Alexandre Zabot, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), não há um ponto que marque o fim do Sistema Solar. Ele fala em uma área de transição, passando de uma região onde o Sol é a maior influência para uma região onde as outras estrelas exercem esse papel. “Atualmente, as Voyagers estão nessa região de transição”, diz, referindo-se às sondas 1 e 2 - que distam 3 bilhões de quilômetros entre si.
Para o doutor em Astrofísica Alexandre Zabot, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), não há um ponto que marque o fim do Sistema Solar. Ele fala em uma área de transição, passando de uma região onde o Sol é a maior influência para uma região onde as outras estrelas exercem esse papel. “Atualmente, as Voyagers estão nessa região de transição”, diz, referindo-se às sondas 1 e 2 - que distam 3 bilhões de quilômetros entre si.
A Voyager 1 está a 18,4 bilhões de quilômetros da Terra.
Apesar de ter sido enviada ao espaço duas semanas depois da Voyager 2,
realizou trajetória elíptica que a colocou em vantagem na missão
interestelar e, por isso, recebeu o número 1.
Zabot acredita que há consenso na classe científica
quanto ao não ingresso da sonda no espaço interestelar. A dúvida,
explica o astrofísico, reside no desconhecimento quanto ao tamanho da
região de transição. Enquanto o fim não for alcançado, restará a dúvida
se as Voyagers estão mais perto da parte de fora do Sistema Solar ou da
parte de dentro.
“Sabemos que, quando este momento chegar, o campo
magnético não será mais o do Sol, e as principais partículas também não
serão mais oriundas dele, mas esse é um momento que ainda não chegou”,
afirma.
As estimativas do tempo restante para o meio
interestelar são imprecisas. Zabot entende que, com base em modelos e
observações astronômicas, é possível aguardar que a passagem por essa
região ocorra nos próximos anos, em menos de uma década. Em dezembro,
Edward Stone, cientista do projeto Voyager, declarou que a aposta da
Nasa é de alguns meses a dois anos.
Surpresas
Após as espaçonaves deixarem a região dominada pelo Sol, será possível analisar os dados obtidos e declarar, oficialmente, em que faixa de distâncias acaba o Sistema Solar. Essa será apenas mais uma das conquistas proporcionadas pela Voyager, entre aquelas que ainda são aguardadas com certa curiosidade.
Após as espaçonaves deixarem a região dominada pelo Sol, será possível analisar os dados obtidos e declarar, oficialmente, em que faixa de distâncias acaba o Sistema Solar. Essa será apenas mais uma das conquistas proporcionadas pela Voyager, entre aquelas que ainda são aguardadas com certa curiosidade.
Zabot acredita que o meio interestelar seja muito mais
calmo do que o ambiente do Sistema Solar, devido a menor quantidade de
partículas encontradas e a sua velocidade. Outro ponto aguardado
refere-se ao campo magnético, o qual, não sendo mais governado pelo Sol,
pode ser mais irregular.
“Podemos ter surpresas, mas não se sabe quais serão.
Seria interessante que as tivéssemos, pois poderíamos aprender muito a
partir delas”, afirma o astrofísico, lembrando que a Ciência respira
surpresas.
Vento solar
O principal indicativo considerado para declarar completa a transição das sondas à zona interestelar está no chamado vento solar, que são as partículas emitidas pelo astro (prótons e elétrons, principalmente). A Voyager 1 detectou uma queda abrupta de velocidade do vento solar, ou seja, um declínio da intensidade de partículas energéticas vindas do Sol. O fato aponta para uma aproximação da sonda do meio interestelar.
O principal indicativo considerado para declarar completa a transição das sondas à zona interestelar está no chamado vento solar, que são as partículas emitidas pelo astro (prótons e elétrons, principalmente). A Voyager 1 detectou uma queda abrupta de velocidade do vento solar, ou seja, um declínio da intensidade de partículas energéticas vindas do Sol. O fato aponta para uma aproximação da sonda do meio interestelar.
Conforme Zabot, todas as estrelas emitem essas
partículas a partir de suas atmosferas, atingindo os planetas. No caso
da Terra, podem danificar satélites ou afetar a saúde de astronautas em
órbita se não estiverem bem protegidos. “As auroras boreais e austrais
também são causadas por elas”, exemplifica.
Missão cumprida
A Voyager 1 foi lançada ao espaço em 5 de setembro de 1977, com a missão de visitar e estudar Júpiter e Saturno, os dois maiores planetas do Sistema Solar. Juntas, as sondas 1 e 2 revelaram detalhes dos anéis de Saturno, descobriram os anéis de Júpiter e passaram ainda por Urano, Netuno e 48 luas.
A Voyager 1 foi lançada ao espaço em 5 de setembro de 1977, com a missão de visitar e estudar Júpiter e Saturno, os dois maiores planetas do Sistema Solar. Juntas, as sondas 1 e 2 revelaram detalhes dos anéis de Saturno, descobriram os anéis de Júpiter e passaram ainda por Urano, Netuno e 48 luas.
A missão para a qual foi criada concluiu-se em 1980, mas
a Voyager 1 segue enviando informações importantes, embora a
comunicação com a Terra esteja cada vez mais lenta - os dados
transmitidos à Nasa demoram mais de 16 horas para serem detectados.
Para Alexandre Zabot, surpreende a capacidade dos
equipamentos a bordo continuarem funcionando, inclusive as antenas que
permitem a comunicação com a Terra. “Guardadas as devidas proporções, a
tecnologia a bordo das espaçonaves Voyager é muito avançada e robusta,
mesmo tendo sido feita há quase quatro décadas”, conclui.
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