domingo, 17 de novembro de 2013

Novo tipo de quasar é descoberto

Como a nossa Via Láctea, cada grande galáxia conhecida tem em seu centro um buraco negro supermassivo, alguns dos quais estão rodeados por um disco muito brilhante de gás quente chamado quasar.

© Universidade York (ilustração mostra o gás ao redor de buraco negro)
Agora, uma equipe de pesquisadores descobriu uma nova classe de quasares em galáxias distantes que mesmo as teorias mais atuais não tinham previsto.
“O gás neste novo tipo de quasar está se movendo em duas direções: uma parte em direção à Terra e a maior parte está se movendo em velocidades elevadas na direção do buraco negro do quasar. Assim como você pode usar o efeito Doppler para o som para saber se um avião está se afastando de você ou vindo na sua direção, foi utilizado o efeito Doppler para a luz para saber se o gás nestes quasares está se afastando da Terra, ou se está indo em direção aos buracos negros centrais, que têm uma massa de milhões a bilhões de vezes a do Sol”, disse o co-autor do estudo Niel Brandt, professor de astronomia e astrofísica da Universidade Penn State.
A matéria em torno destes buracos negros formam um disco que é maior do que a órbita da Terra em torno do Sol e mais quente do que a superfície do Sol. Estes quasares geram luz suficiente para serem vistos por todo o cosmo observável, se tornando um dos objetos mais brilhantes do Universo.
A equipe internacional de pesquisadores, liderada por Patrick Hall, da Universidade de York, em Toronto, no Canadá, descobriu os quasares incomuns com dados de um grande levantamento do céu, feito através do Sloan Digital Sky Survey (SDSS-III). “A matéria que cai em buracos negros não pode soar como surpreendente, mas o que encontramos é, de fato, muito misterioso e não foi previsto pelas teorias atuais.”, disse Hall.
Tal condição foi encontrada em apenas cerca de 1 em 10 mil quasares, e apenas 17 casos agora são conhecidos. “O gás no disco deve, eventualmente, cair no buraco negro do quasar, mas o que sempre foi visto até então era o gás sendo sempre soprado para longe do buraco negro com o calor e a luz do quasar, vindo em direção a nós em velocidades de até 20% a velocidade da luz”, disse Hall.
Hall disse que há uma possível explicação para esses objetos. “Pode ser que o gás se afastando de nós não esteja caindo no buraco negro, mas sim esteja orbitando em torno dele, um pouco acima do disco de gás quente, e está gradualmente sendo empurrado para longe do buraco negro”.
Para ajudar a entender o que é necessário rever nos modelos de quasares e seus fluxos de gás no disco, a equipe de pesquisadoes está observando esses quasares mais longe utilizando o telescópio Gemini Norte, no Havaí.

Fonte: Phys.Org, AstroNews blog


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