segunda-feira, 29 de julho de 2013

"Cometa do século" pode ser destruído pelo Sol, diz astrônomo

As últimas observações feitas do Ison, chamado de "cometa do século", indicam que ele pode ser uma grande decepção. Análise de Ignacio Ferrin, astrônomo da Universidade de Antióquia (Colômbia), conclui que a pedra de gelo tem um "peculiar comportamento" e pode acabar destruída ao se aproximar do Sol.

Descoberto em setembro de 2012 por dois astrônomos russos, o Ison foi chamado de "cometa do século" após algumas previsões que indicavam que ele poderia aparecer tão grande como a Lua Cheia para quem vê da superfície da Terra. Contudo, isso depende de sua passagem pelo Sol.


Ferrin, ao analisar as últimas observações do Ison, descobriu que o brilho do cometa se manteve constante por 132 dias, apesar de ele se aproximar cada vez mais da estrela. Esse dado peculiar pode ser explicado pela falta de água ou se uma superfície de rocha ou outro material esteja impedindo a sublimação da água ou outro volátil para o espaço.

Caso parecido foi o do cometa C/2002 O4 Hönig, que manteve o mesmo brilho durante 52 dias. Após esse período, ele se desintegrou, sem deixar resíduos observáveis. 
Os astrônomos não sabem qual é a situação atual do Ison, já que ele está escondido pelo brilho do Sol. Contudo, eles sabem de duas dificuldades que o cometa vai enfrentar. A primeira, a temperatura de 2,7 mil °C ao passar perto da estrela, o suficiente para derreter ferro e chumbo. Além disso, ele entrará no chamado limite de Roche, quando a força gravitacional do Sol poderá partir o núcleo do cometa. 

Esses dados indicam que o Ison pode não sobreviver ao encontro. Uma breve janela de observações, entre 7 de outubro e 4 de novembro, pode indicar a situação da pedra de gelo. Contudo, segundo o cientista, as condições de observação serão muito ruins para determinar o destino do cometa. "O futuro do cometa Ison não parece muito brilhante", conclui Ferrin.

Fonte: Terra

domingo, 28 de julho de 2013

Uma visita alienígena é mais fácil do que se pensava

Um novo estudo sugere que, usando tecnologia avançada e efeitos gravitacionais, as vastas distâncias do tempo e do espaço podem ser superadas dentro das leis da Física, permitindo um contato imediato com uma facilidade surpreendente.

Usando o efeito estilingue para impulsionar sondas autorreplicantes através do espaço interestelar, uma civilização extraterrestre avançada deve ser capaz de visitar todos os cantos da galáxia em um surpreendentemente curto espaço de tempo. O Paradoxo de Fermi está de volta: a aparente contradição entre as altas estimativas de probabilidade de existência de civilizações extraterrestres e a falta de evidências para tais civilizações ou o contato com elas.

Taxa exponencial de expansão

A hipotética sonda autorreplicante (SRP), ou sonda Von Neumann, é uma ideia que tem sido pensada desde a década de 1940. Criada pelo brilhante matemático John von Neumann, é um sistema não biológico que pode se replicar. Von Neumann não estava pensando em exploração e colonização do espaço na época, mas outros pensadores, como Freeman Dyson, Eric Drexler e Robert Freitas,adotaram sua ideia exatamente justamente para isso.
Uma vez lançada ao espaço, uma SRP poderia viajar para um sistema estelar vizinho, e por meio de aplicações da robótica, montagem molecular, e inteligência artificial, buscar recursos para construir uma réplica exata de si mesma. Tudo o que precisaria fazer é encontrar um asteroide com os recursos materiais adequados.


Estilingue dinâmico

E agora, com uma nova publicação de Arwen Nicholson e Duncan Forgan, do Instituto de Astronomia da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, o Paradoxo de Fermi apenas ficou consideravelmente pior.
Problemas potenciais ou inibidores para a propagação SRP incluem a energia e o tempo necessário para viajar a distância entre as estrelas – anos-luz. Uma sonda autoconstrutora requer motores de propulsão e uma fonte de combustível não só seria complicada, seria também muito demorada.
Mas, de acordo com o novo estudo, que foi publicado no Jornal Internacional da Astronomia, aliens (ou nossos descendentes no futuro) poderiam usar o efeito estilingue para impulsionar SRPs de estrela para estrela – um efeito já conhecido, usado para mover as sondas Voyager através do nosso sistema solar, pulando de planeta para planeta. Mas, para que funcione numa escala galáctica, as SRPs usariam manobras de estilingue em torno de estrelas, ganhando um impulso também a partir do movimento de cada estrela ao redor do centro galáctico – uma energia gigantesca, capaz de jogar estrelas e planetas pra fora da galáxia.

A autorreplicação em tempo real

Curiosamente, Nicholson e Forgan assumiram a hipótese de que a sonda recolhe matéria (como poeira e gás) a partir do meio interestelar à medida que viaja através do espaço. Ela pode, literalmente, construir réplicas de si mesma enquanto está viajando – sem precisar de paradas.
“Uma sonda pai chega a nova estrela destino, e antes de se lançar no próximo estilingue enquanto dá voltas em torno da estrela, libera uma sonda réplica”, eles observam no estudo. “Tanto a sonda pai quanto a réplica usam o estilingue para aumentar a sua velocidade. À medida que o impulso de velocidade a partir de uma trajetória estilingue depende do ângulo entre as estrelas, a sonda pai e a réplica vão conseguir diferentes impulsos de velocidade, e assim terão diferentes estrelas destino”.
Usando esta técnica, uma civilização alienígena poderia enviar sondas que viajam mais rápido que 10% da velocidade da luz para cada sistema solar único na galáxia em apenas 10 milhões de anos – uma quantidade de tempo significativamente menor do que a idade da Terra.

Então, por onde andariam essas sondas?

Isto significa que uma civilização alienígena poderia (e deveria) ter chegado em nosso sistema solar até agora.
Então, onde estão as sondas? Ou as colônias?
A primeira e desapontadora possibilidade é que estamos de fato sozinhos, e não existe civilização alienígena para enviar as sondas. Mas isso é estranho e altamente improvável.
Também é possível que as sondas já estejam aqui, mas sejam invisíveis para nós. Ou não temos a tecnologia para detectá-las, ou elas estão ociosas esperando por algum momento ou ato nosso – quem sabe passarmos por algum tipo de teste ou limiar tecnológico.
Uma coisa é certa: conforme concluíram os pesquisadores, o estilingue até a estrela mais próxima continua a ser a maneira mais eficaz em tempo e esforço para explorar uma população de estrelas.

Fonte: [Io9, Journal of Astrobiology]



quarta-feira, 24 de julho de 2013

Veja um buraco negro destroçar uma nuvem de gás

Enquanto se deslocava pela Via Láctea, uma nuvem de gás de origem desconhecida teve o azar de passar “perto” do buraco negro supermassivo que fica no centro da nossa galáxia, um encontro devidamente registrado por astrônomos do European Southern Observatory (ESO).
Quatro milhões de vezes mais massiva que o Sol, a nuvem de gás passou a uma distância de 25 bilhões de quilômetros do buraco negro – se chegasse um pouco mais perto, é provável que fosse completamente engolida. Ao invés disso, ela foi deformada e ganhou um formato alongado.


A dianteira da nuvem foi “esticada” por cerca de 160 bilhões de quilômetros em torno da órbita do buraco negro, e a força de atração fez com que ela atingisse a assustadora velocidade de 10 milhões de km/h (cerca de 1% da velocidade da luz).


Nos vídeos acima, você vê tanto as imagens reais quanto uma simulação feita por computador com base nos dados coletados pelos astrônomos – que precisaram de 20 horas de exposição e de um espectômetro infravermelho especial (SINFONI) para captar a fraca luz emitida pela nuvem.
Um artigo sobre a observação deve ser publicado em breve no periódico Astrophysical Journal.

Fonte: ESO,HYPESCIENCE


Imagem da Terra vista por nave espacial

Imagens coloridas da Terra foram feitas pela nave espacial Cassini da NASA, no último dia 19 de Julho de 2013 e mostram nosso planeta e a Lua como pontos brilhantes observados a 1,5 bilhões de quilômetros de distância.

© Cassini (Terra e Lua vista de Saturno)

Nas imagens da Cassini, a Terra e a Lua aparecem como meros pontos, a Terra, um pálido ponto azul e a Lua uma mancha branca, visível entre os anéis de Saturno. Essa foi a primeira vez que a câmera de mais alta resolução da sonda Cassini capturou a Terra e a Lua como dois objetos distintos.


© Cassini (Terra e Lua)

Essa imagem também marcou a primeira vez que as pessoas na Terra souberam que o planeta seria fotografado com antecedência de uma distância interplanetária. A NASA convidou o público para celebrar esse momento, encontrando o planeta Saturno no céu e mandando uma verdadeira onda para o planeta, de abraços, sorrisos e imagens. Mais de 20.000 pessoas ao redor do mundo participaram dessa iniciativa.
Imagens da Terra, feitas das fronteiras externas do Sistema Solar são raras pois desta distância, a Terra aparece muito próxima do Sol. Os detectores sensíveis da câmera podem ser danificados ao visarem diretamente para o Sol, do mesmo modo como o olho humano pode ter a retina danificada quando fazemos o mesmo. A Cassini foi capaz de fazer essa imagem devido ao fato do Sol estar temporariamente escondido atrás de Saturno do ponto de vista da nave.
Uma imagem de grande angular da Terra será parte de um mosaico, dos anéis de Saturno que os cientistas estão montando. Não se espera que essa imagem esteja pronta nas próximas semanas pois ela necessita de um certo tempo e de um grande desafio para ser constituída da maneira correta, já que a geometria precisa ser ajustada, além dos diferentes níveis de iluminação dos alvos.

Fonte: NASA, COSMONOVAS



sábado, 20 de julho de 2013

Neve num sistema planetário recém nascido

Uma equipe internacional de astrônomos conseguiu obter pela primeira vez a imagem de uma linha de neve num sistema planetário recém nascido.


© ESO (ilustração das linhas de neve em torno de estrela)
A linha de neve, situada no disco que rodeia a estrela do tipo solar TW Hydrae, promete ensinar-nos mais sobre a formação de planetas e cometas, incluindo os fatores que determinam a sua composição e consequentemente sobre a história do nosso próprio Sistema Solar.
Na Terra, as linhas de neve formam-se a altitudes elevadas, onde as temperaturas baixas transformam a umidade do ar em neve. Esta linha é claramente visível numa montanha, no local onde o pico coberto de neve termina e a face rochosa descoberta começa.


© ESO (linha de neve do monóxido de carbono)
As linhas de neve em torno das estrelas jovens formam-se de maneira semelhante, nas regiões distantes e frias dos discos de poeira, a partir dos quais se formam os sistemas planetários. Partindo da estrela em direção ao exterior, a água (H2O), é a primeira a congelar, formando a primeira linha de neve. Mais longe da estrela, à medida que as temperaturas descem, as moléculas mais exóticas podem congelar e transformar-se em neve, tais como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o monóxido de carbono (CO). Estes diferentes tipos de neve dão aos grãos de poeira uma camada exterior pegajosa e desempenham um papel importante, ajudando os grãos a ultrapassarem a sua tendência natural para se quebrarem por meio de colisões, e permitindo-lhes tornarem-se os blocos constituintes cruciais de planetas e cometas. A neve também aumenta a quantidade de matéria sólida disponível, podendo fazer acelerar drasticamente o processo de formação planetária.
Cada uma destas diferentes linhas de neve - água, dióxido de carbono, metano e monóxido de carbono - podem estar ligadas à formação de tipos particulares de planetas. Por exemplo, os planetas rochosos secos formam-se no lado interior da linha de neve da água (mais próximo da estrela), onde apenas a poeira pode existir. No outro extremo encontram-se os planetas gigantes gelados que se formam para lá da linha de neve do monóxido de carbono. Em torno de uma estrela do tipo solar, num sistema planetário como o nosso, a linha de neve da água corresponderia à distância entre as órbitas de Marte e Júpiter, e a linha de neve do monóxido de carbono corresponderia à órbita de Netuno.
A linha de neve descoberta pelo ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array ) é o primeiro indício que temos da linha de neve de monóxido de carbono em torno de TW Hydrae, uma estrela jovem situada a 175 anos-luz de distância da Terra. Os astrônomos acreditam que este sistema planetário em formação partilha muitas das características do nosso Sistema Solar, quando este tinha apenas alguns milhões de anos de idade.
“O ALMA deu-nos a primeira imagem real de uma linha de neve em torno de uma estrela jovem, o que é tremendamente excitante, pelo que podemos aprender sobre o período inicial da história do nosso Sistema Solar”, disse Chunhua “Charlie” Qi (Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, Cambridge, EUA), um dos autores principais do artigo científico que descreve este trabalho.
A presença da linha de neve do monóxido de carbono pode ter também consequências mais importantes do que apenas a formação de planetas. O gelo de monóxido de carbono é necessário à formação de metanol, que é um dos blocos constituintes das moléculas orgânicas mais complexas essenciais à vida. Se os cometas levarem estas moléculas a planetas recém formados, do tipo da Terra, estes planetas poderiam também ficar equipados com os ingredientes necessários à vida.
Até hoje, nunca se tinham obtido imagens diretas de linhas de neve, já que estas linhas se formam sempre no plano central relativamente estreito do disco protoplanetário e por isso, tanto a sua localização precisa como a sua extensão nunca tinham sido determinadas. Acima e abaixo da região estreita onde as linhas de neve existem, a radiação da estrela impede a formação de gelo. A concentração de gás e poeira no plano central é indispensável para isolar a área da radiação estelar, de modo a que o monóxido de carbono e outros gases possam arrefecer e congelar nesta zona.
A equipe de astrônomos conseguiu espreitar para o interior deste disco, onde a neve se formou, utilizando um truque. Em vez de procurarem a neve, que não pode ser observada diretamente, procuraram uma molécula chamada diazenylium (N2H+), a qual brilha intensamente na região do milímetro do espectro electromagnético e é por isso um alvo perfeito para um telescópio como o ALMA. Esta molécula frágil é facilmente destruída na presença de monóxido de carbono gasoso, por isso só aparecerá em quantidades susceptíveis de serem detectadas em regiões onde o monóxido de carbono se transformou em neve, não podendo por isso destruir a molécula. Ou seja, de uma maneira geral, a chave para encontrar a neve de monóxido de carbono consiste em encontrar diazenylium.
A sensibilidade e resolução únicas do ALMA permitiram aos astrônomos detectar a presença e traçar a distribuição de diazenylium, e com isso encontrar uma fronteira claramente definida a cerca de 30 UA (unidades astronômicas) da estrela (30 vezes a distância entre a Terra e o Sol), o que dá, efetivamente, uma imagem contrária da neve de monóxido de carbono no disco que rodeia TW Hydrae, que pode ser usada para ver a linha de neve do monóxido de carbono precisamente onde a teoria prevê que deva estar, na zona interior do anel de diazenylium.
“Nestas observações usamos apenas 26 das antenas ALMA, que serão um total de 66. Indicações de linhas de neve em torno de outras estrelas começam já a aparecer noutras observações ALMA, e estamos convencidos que futuras observações que usarão a rede total revelarão e fornecerão mais pistas sobre a formação e evolução de planetas. Aguardemos estes resultados“, conclui Michiel Hogerheijde do Observatório de Leiden, Holanda.
Os resultados foram publicados hoje na revista Science Express.

Fonte: ESO,Cosmonovas

quarta-feira, 17 de julho de 2013

O mistério do aspirador de pó gigante no fim do universo conhecido

Não importa o quão longe você vá no universo, você deve se sentir em casa, porque ele é praticamente o mesmo em todos os locais possíveis. Devido a isso, os cientistas acreditam que as leis da física não mudam e que o que encontramos em nossa vizinhança galáctica também podemos encontrar bilhões de anos-luz de distância. Esta teoria homogênea é chamada de princípio de Copérnico, e é um axioma sobre o qual grande parte do nosso conhecimento científico sobre o universo é construído.

Para a gravidade estar agindo sobre esses grupos da maneira que parece estar, teria que ter algo maciço no final do caminho. Por maciço, queremos dizer algo potencialmente muito maior do que qualquer coisa que já observada no universo conhecido, algo grande o suficiente para “sugar” aglomerados galácticos como poeira sugada por um aspirador de pó.
Mas se há algo lá fora tão grande assim, por que não podemos observá-lo? A resposta é que tal estrutura se encontra fora dos limites do universo observável, que tem um raio de cerca de 45,7 bilhões de anos-luz.
Isso significa que, dos quase 14 bilhões de anos que o universo existe, a luz do outro lado do universo conhecido não teve tempo suficiente de alcançar nossos telescópios.
Então, o que poderia ser? Existem diversas hipóteses. Uma atribui o fenômeno a algum tipo de matéria exótica ainda não conceituada que afeta a física de formas estranhas. Alguns até sugeriram que um universo vizinho poderia estar causando o “puxão” que suga os aglomerados.
No entanto, o que quer que seja, não se encaixa com a ideia de uniformidade universal. Se existem estruturas supermassivas desconhecidas em outras partes do universo, porque não há nenhuma perto de nós?
De qualquer maneira, devemos ser gratos de que não há, porque com uma atração tão forte como a que foi detectada, nossa vizinhança galáctica provavelmente se tornaria espaguete celeste e seria sugada para o esquecimento.
Fonte: EnvironmentalGrafitti, HypeScience

terça-feira, 16 de julho de 2013

Com nova descoberta, Hubble eleva para 14 número de luas em Netuno

O telescópio espacial Hubble descobriu uma nova lua na órbita de Netuno, elevando para 14 o número de satélites naturais ao redor do planeta gigante. A lua, denominada S/2004 N 1, tem diâmetro estimado em pouco mais de 19 quilômetros, o que a torna a menor do sistema netuniano. Ela é tão pequena e escura que tem o brilho aproximadamente 100 milhões de vezes mais fraco que o menor brilho de uma estrela possível de ser vista a olho nu.


 A novidade passou despercebida pela sonda Voyager 2, que cruzou Netuno em 1989 e explorou seus anéis e luas. O satélite foi descoberto em 1º de julho deste ano pelo cientista Mark Showalter, do Seti Institute, da Califórnia, enquanto estudava a região no entorno do planeta. "As luas e arcos orbitam muito rapidamente, então tivemos de inventar uma maneira de seguir seu movimento a fim de descobrir os detalhes do sistema", afirmou o pesquisador.
 O método desenvolvido para encontrar essa nova lua envolveu rastrear o movimento de um ponto branco que aparece repetidas vezes em mais de 150 imagens de arquivo de Netuno tiradas pelo Hubble entre 2004 e 2009.

Fonte: Terra

sábado, 13 de julho de 2013

Estrela em ciclo magnético hiperativo

O relacionamento entre estrelas e planetas normalmente é bastante unidirecional: a estrela governa seus servos celestiais, banhando-os com radiação e calor.

© IfA (ilustração da reversão de campo magnético em estrela)

Os pequenos planetas simplesmente são influenciados pela estrela progenitora. Mas às vezes um planeta é tão massivo, e está tão perto de sua estrela, que esse pequeno objeto pode exercer uma influência considerável em seu vizinho estelar.
Esse é o caso do planeta orbitando a estrela Tau Boötis (Tau Boo). O mundo gigante, com seis vezes a massa de Júpiter, foi descoberto em 1996 circulando a brilhante estrela a cerca de 50 anos-luz do Sol. Tau Boo b, como o planeta é conhecido, passa tão perto da estrela em sua órbita, menos de 1/20 da distância entre a Terra e o Sol, que arrasta a superfície estelar consigo, assim sincronizando a rotação da estrela com a órbita do planeta.
A interação gravitacional também pode levar a uma mudança hiperativa do campo magnético da estrela.
Novas pesquisas mostram que os polos magnéticos da estrela se revertem em escalas temporais de um ano terrestre ou menos, de modo que o campo magnético volta à sua orientação original a cada dois anos. O ciclo magnético da estrela Tau Boo é pelo menos 10 vezes mais rápido que o do Sol.
Os pesquisadores declaram que Tau Boo é apenas a segunda estrela, depois do Sol, que teve seu ciclo magnético completo documentado. Mas a progressão de Tau Boo é muito mais rápida que a do ciclo magnético correspondente do Sol, que demora 22 anos para ser completado.
A pesquisa confirma indicações anteriores do rápido ciclo magnético de Tao Boo com base em observações preliminares com apenas alguns anos.
“Quando você só tem três pontos de dados, você poderia dizer que existe a possibilidade de um ciclo, mas é bom obter mais pontos de dados para ter certeza”, explica a astrofísica Rim Fares, da University of Saint Andrews, na Escócia. Ela apresentou os novos dados esta semana, na Reunião Nacional de Astronomia do Reino Unido. 
De 2006 a 2011, Fares e seus colegas rastrearam o campo magnético de Tau Boo e de outras nove estrelas usando o telescópio Franco-Canadense-Havaiano em Mauna Kea, no Havaí, e telescópio Bernard Lyot, nos Pirineus Franceses.
As novas observações apoiam a sugestão, oferecida por Fares e seus colegas em 2009, de que o ciclo magnético da estrela dura cerca de dois anos, mas os pesquisadores não são capazes de medir precisamente a duração do ciclo. “Podemos ver a reversão a cada 12 meses. Será que outras reversões acontecem nesse intervalo? Não podemos ter certeza absoluta disso”, observa Fares.
A causa das rápidas oscilações de Tau Boo em seu campo magnético de grande escala ainda não foi identificada, mas o planeta próximo é um suspeito interessante. “Essa estrela é interessante porque tem um planeta muito massivo”, comenta Fares. “Ela tem um Júpiter quente muito massivo, em uma órbita muito próxima”. O arrasto gravitacional do planeta pode estar contribuindo com forças de cisalhamento para a camada convectiva da estrela, onde o plasma em rotação cria o campo magnético. 
Outros estudos de campos magnéticos de estrelas, com e sem planetas, ajudarão a esclarecer os efeitos que o mundo gigante Tau Boo b tem sobre sua estrela. Fares e seus colegas estão trabalhando para coletar dados de outras estrelas, mas até agora nenhuma delas mostrou um ciclo tão claro de reversão magnética. “Nós observamos algumas mudanças na polaridade, mas a maioria delas foram bem caóticas”, conta Fares. “Acho que precisamos observar muito mais para ter certeza de que existem ciclos nessas estrelas”.
A pesquisa foi enviada para publicação no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Fonte: Scientific American Brasil

terça-feira, 9 de julho de 2013

Você já ouviu falar em uma estrela anã marrom?

Em astronomia, quando um corpo celestial tem a composição como a de uma estrela, mas tem massa entre a de um planeta gigante e a de uma estrela pequenina. Ele é chamado de Anã Marrom. Este corpo é muito pequeno para iniciar reações nucleares pela qual as estrelas brilham, então, brilha no infravermelho. São conhecidas também como “estrelas falhadas”. Imagina-se que elas também sejam incrivelmente quentes.


Como as estrelas maiores, as anãs são resultado do colapso de nuvens de gás, mas elas não são grandes o suficiente para manter reações nucleares. Ao invés disso, elas brilham vermelho por causa do calor da sua formação, depois esmorecem. Mesmo assim, as anãs menos quentes já conhecidas poderiam “assar” aventureiros do espaço que se aproximassem.

Contudo, cientistas da Universidade da Pensilvânia detectaram, por meio de um telescópio da NASA, o brilho do que parece ser uma anã marrom com temperatura de 30°C. O objeto espacial gira em torno de uma estrela localizada a 63 anos-luz da Terra e tem massa sete vezes maior que a de Júpiter. Com esta massa, ele seria considerado um planeta. Mas os planetas são discos de gás e poeira que permanecem em torno de estrelas recentemente formadas e os cientistas dizem que este corpo, denominado WD 0806-661 B, está muito longe da estrela (quase 2500 vezes a distância da Terra para o Sol), então, chamá-lo de planeta acabou sendo descartado.
O WD 0806-661 B é mais quente que Júpiter, que chega a temperatura de – 149°C, mas mais frio que as anãs marrons conhecidas, é uma incógnita para os pesquisadores. 
Fonte: HypeSience,  [NewScientist]

domingo, 7 de julho de 2013

Galáxia antiga abriga ancestrais químicos

Quando os planetas se formaram primeiro no Universo?

 Apesar de descobrirmos centenas de exoplanetas e milhares de candidatos a exoplanetas na Via Láctea, nós precisamos olhar o processo de formação em galáxias muito mais distantes para descobrirmos as pistas iniciais dos nossos ancestrais químicos.

  

© ESO (ilustração da formação de um planeta)

A vida como conhecemos se desenvolve num planeta. Os planetas se formam de detritos deixados quando uma estrela nasce. A formação planetária necessita de elementos mais pesados do que o hidrogênio e o hélio, mas as primeiras estrelas eram feitas somente desses elementos formados no Big Bang. Desse modo foi preciso esperar por um tempo além de alguns ciclos de vida e morte estelar para que os elementos mais pesados fossem forjados pela fusão nuclear e pelas supernovas. Mas a questão permanece: em que momento na história inicial do Universo esses elementos estavam presentes para formar planetas?
Um grupo de astrônomos liderados por Jens-Kristian Krogager, um candidato a Ph.D no Instituto Neils Bohr, fez um detalhado inventário de uma galáxia muito distante, localizada numa posição no tempo quando o Universo tinha aproximadamente 2,8 bilhões de anos de vida, ou seja, cerca de 11 bilhões de anos atrás. Só para termos como referência o Sol tem aproximadamente 5 bilhões de anos, ou seja, esse período é bem antes dele ter se formado em sua nuvem original.
A galáxia bloqueia parte da luz até mesmo dos quasares mais distantes, assim seu espectro pode ser estudado por meio das linhas de absorção. O estudo detalhado analisa a emissão da galáxia com redshift de z=2,35 que causa absorção Lyman α no espectro do quasar SDSS J2222-0946. Elementos individuais no gás podem remover ou bloquear certos comprimentos de onda da luz de uma fonte localizada em segundo plano fornecendo o desvio para o vermelho e a distância da galáxia. Essa galáxia também tem linhas de emissão espectral de gás que foi excitado pela radiação emitida pelas regiões de formação de estrelas.
Usando o Very Large Telescope (VLT) do ESO no Chile e o telescópio espacial Hubble da NASA e ESA, os astrônomos observaram várias linhas de emissão e de absorção do oxigênio, nitrogênio, zinco, ferro, silício e magnésio para determinar com precisão quanto desses elementos pesados e potencialmente elementos de formação de planetas existiam no gás que formou as novas estrelas. Eles determinaram que aproximadamente um terço dos elementos pesados eram encontrados no Sol. Esses elementos tinham que terem sido formados por gerações anteriores de estrelas que viveram e morreram, criando o caminho agora para a formação potencial de planetas 6 bilhões de anos antes do Sol até mesmo ter nascido.
A galáxia parece formar estrelas numa taxa de aproximadamente 13 massas solares (M) por ano, só por comparação, a nossa galáxia forma uma massa solar por ano. A galáxia é um pequeno e alongado disco com uma massa de 2 bilhões de M, muito menor do que as grandes galáxias espirais e elípticas que nós observamos no Universo hoje.
O gás que foi estudado nas linhas de absorção e emissão localiza-se bem fora do disco, indicando uma fonte galáctica em funcionamento. Isso ocorre quando uma taxa elevada de formação de estrelas cria um grande número de supernovas que expelem gás interestelar para fora da galáxia desligando a formação de estrelas.
Galáxias jovens, pequenas, ricas em elementos pesados e com alta taxa de formação de estrelas foram os blocos fundamentais usados pelo Universo para gerar posteriormente galáxias como a Via Láctea. Elas trazem suas estrelas, planetas e gás que por meio de uma série de fusões formam as metrópoles estelares em que vivemos hoje. Esses sistemas possuem planetas rochosos e até mesmo habitáveis? Poderia a vida ter começado mais distante no passado do que o nosso próprio planeta? E se sim, para onde foi? Essas são as grandes questões que podemos especular, mas no mínimo estamos aprendendo sobre a maravilha da astrofísica durante o caminho.
A pesquisa foi publicada no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Fonte: Discovery,Cosmonovas.blogspot



sexta-feira, 5 de julho de 2013

Fãs tentam batizar lua de Plutão com referência a 'Star Trek', mas astrônomos vetam brincadeir

A União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) anunciou nesta terça-feira que Kerberos e Estige foram oficialmente reconhecidos como os nomes da quarta e da quinta lua de Plutão. A decisão frustra milhares de participantes de uma enquete promovida na internet para balizar o batismo dos corpos celestes descobertos nos últimos dois anos. O nome mais votado foi Vulcan, planeta natal do personagem Spock, da série Star Trek (Jornada nas Estrelas), mas a IAU não topou a brincadeira e optou pelo segundo e terceiro lugar na preferência do público.

A IAU é um órgão formado por astrônomos de todo o mundo e arbitra a nomeação de corpos celestiais. No momento de sua descoberta, esses novos objetos recebem nomes simples, para fins de catalogação (as duas luas de Plutão eram conhecidas, por exemplo, como P4 e P5). Mas, na hora de batizá-los oficialmente, a entidade segue certas regras, como a preferência por termos que façam referência a figuras mitológicas.
As novas luas de Plutão foram descobertas em 2011 e 2012, durante observações do planeta anão realizadas pelo astrônomo Mark Showalter, do Instituto Seti, usando o telescópio espacial Hubble, da Nasa. Kerberos está localizada entre as órbitas de Nix e Hidra, dois satélites maiores descobertos em 2005. Já Estige está entre Caronte, a maior e mais próxima lua de Plutão, e Nix. Ambas possuem órbitas circulares, percorrendo o mesmo plano que os outros satélites do sistema. Kerberos tem um diâmetro estimado de 13 a 34 quilômetros, enquanto Estige deve possuir um formato irregular com 10 a 25 quilômetros de extensão.

Depois da descoberta, Showalter decidiu realizar uma votação na internet para nomear os dois satélites. Na mitologia grega, Plutão é o deus do mundo inferior — a dimensão para onde as almas dos mortos são enviadas. Por isso, os nomes de todas as suas luas deveriam fazer alguma referência a essa lenda. Caronte é o barqueiro responsável por levar as almas até o mundo inferior, Hidra era uma serpente mitológica de nove cabeças, guardiã de uma das entradas para essa dimensão, e Nix, a deusa da noite. Assim, os dois novos satélites deveriam seguir essa mesma tendência. Mas não foi essa a opção do público.
Homenagem nas estrelas — A maior parte dos participantes — mais de 174.000 — escolheu Vulcan, o deus grego do fogo. Cérbero ficou em segundo lugar, com mais de 99.000 votos, e Estige, em terceiro, com mais de 87.000.
Vulcan é o nome de um planeta que aparece na série Jornada nas Estrelas. É a terra natal de Spock, um dos personagens mais famosos da história da ficção científica. Em uma tentativa de homenagear a série — e recebendo o apoio de atores que interpretaram os personagens — uma legião de fãs participou da enquete, tentando nomear um satélite real com o nome do planeta fictício.
Com a votação finalizada, Mark Showalter enviou o resultado para a IAU. Mas o órgão vetou a homenagem, alegando que o nome já havia sido usado para batizar um hipotético e já descartado planeta entre o Sol e Mercúrio, e que o termo não fazia referências ao mundo inferior. Assim, uma das luas de Plutão ficou com o nome de Cérbero, um cachorro de muitas cabeças que guarda o mundo inferior. Como já existe um asteroide chamado 1865 Cérbero, a entidade escolheu sua forma grega, Kerberos. O outro satélite acabou batizado de Estige, a deusa que governa o rio que leva ao mundo inferior.

Fonte: Revista Veja

terça-feira, 2 de julho de 2013

Decifrando o desastre do Proton-M

As ondas de choque do desastre ocorrido no Cosmódromo de Baikonur a 2 de Julho de 2013 ainda se vão fazer sentir durante muito tempo enquanto que a Comissão de Inquérito nomeada pela Roscosmos irá tentar decifrar o que correu mal e levou a que o foguetão 8K82KM Proton-M/DM-03 se despenhasse cerca de trinta segundos após o seu lançamento.
O foguetão 8K82KM Proton-M/DM-03 (5115106754 53543/2L) foi lançado às 0238:21,585UTC e a bordo transportava três satélites Uragan-M (nomeadamente os satélites n.º 48, 49 e 50) que iriam fazer parte da constelação GLONASS-M, o equivalente russo ao sistema de navegação e de geoposicionamento GPS norte-americano. O lançamento ocorreu a partir da Plataforma de Lançamento PU-24 do Complexo de Lançamento LC81, curiosamente a mesma plataforma a partir da qual a 2 de Abril de 1969 foi lançado o foguetão 8K82K Proton-K/D (В10723301) transportando a sonda 2M n.º 522 que deveria ser enviada para o planeta Marte. Este veículo acabaria por se despenhar num acidente muito semelhante ao registado a 2 de Julho.


Logo após abandonar a plataforma de lançamento (e a T+4s) o foguetão desviou-se da sua trajectória, apresentando uma inclinação cada vez mais acentuada em relação ao seu eixo longitudinal à medida que os motores iam tentando compensar os desvios registados. As oscilações aumentaram a T+12s com o veículo a adoptar posteriormente uma posição paralela ao solo enquanto iniciava um mergulho fatal. As forças aerodinâmicas exercidas sobre a estrutura do lançador, levaram à separação do estágio Blok DM-03 e da carenagem de protecção. Os estágios inferiores ficaram envolvidos em chamas enquanto que um dos depósitos se separava do primeiro estágio, com o impacto no solo a ocorrer logo de seguida a cerca de 1,5 km do posto de comando a T+32s.
O que terá acontecido? Alguns relatos apontam para o facto de o lançador parecer estar condenado no momento em que abandona a plataforma de lançamento com um dos motores a ser direccionado para uma posição extrema, fazendo com que fosse extremamente difícil para o sistema de controlo de voo corrigir a direcção errada da força com os restantes cinco motores que estavam a tentar compensar o desvio. Como o sistema de emergência está bloqueado nos primeiros 42 segundos de voo para impedir que o veículo possa cair sobre o complexo de lançamento, os motores continuaram em ignição propulsionando o foguetão até ao momento do impacto no solo. No entanto, qualquer tentativa para determinar a causa do acidente nesta fase (que pode estar relacionada com o sistema de orientação do lançador), é pura especulação.


Fonte: http://www.zenite.nu/orbita/ acesso em 02/07/2013