Depois de entrar em órbita, a sonda não conseguiu estabelecer sua própria localização de forma automática, com base nas estrelas, o que impediu o acionamento dos motores para seu primeiro impulso rumo a Marte.
Contudo, como ela se encontra em uma órbita estável, os controladores têm três dias para atualizar o software e tentar corrigir a falha, sem perder a janela de lançamento.
Novas atualizações serão publicadas conforme a situação se modifique.
Notícia original
Solo de Fobos
A Rússia acaba de lançar a sonda Phobos-Grunt rumo à lua Fobos, de Marte.
O nome da missão, Phobos-Grunt, significa "solo de Fobos", uma referência ao principal objetivo científico da sonda espacial, que é coletar e trazer de volta à Terra amostras da lua Fobos.
A missão marca também a estreia da China no chamado "espaço distante" - além da nossa Lua: a sonda leva a bordo o pequeno satélite chinês Yinghuo-1, que irá se separar da Phobos-Grunt e passar dois anos observando Marte.
Os cientistas levantam duas hipóteses sobre a origem de Fobos: a primeira é que a lua é um asteroide vindo do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, tendo sido capturada pela gravidade do planeta.
Outros, contudo, acreditam que Fobos seja um pedaço ejetado de Marte pelo choque de asteroides, algo que deve ter ocorrido há cerca de 4 bilhões de anos.
A missão poderá finalmente decidir quem tem razão.
Amostras da lua de Marte
Apesar de a Rússia não ter tido sorte em suas tentativas anteriores de explorações além da Lua, a missão é uma pechincha em comparação com projetos da NASA e da ESA: cerca de US$160 milhões.
O projeto é uma herança das sondas Luna, que trouxeram amostras da Lua nos anos 1970 - embora todos os equipamentos sejam novos e atualizados.
A Phobos-Grunt pesa 13,5 toneladas, mas seus equipamentos científicos se restringem a 50 quilogramas.
Espera-se que a missão consiga trazer 200 gramas de "solo" de Fobos - essencialmente poeira de rochas - de volta à Terra.
Se tudo correr bem - e especialistas argumentam que a missão tem muitos riscos associados com cada fase de sua operação - a Phobos-Grunt deverá chegar a Marte em Outubro de 2012, pousando em Fobos em Fevereiro de 2013.
Os esperados 200 gramas de poeira da exolua deverão chegar de volta à Terra em Agosto de 2014.
A missão continua
As amostras coletadas permitirão tanto uma datação da lua quanto testar a teoria de sua origem como material ejetado de Marte.
Alguns cientistas estão particularmente interessados na eventual identificação de alguma matéria orgânica, embora seja uma hipótese muito improvável - mesmo na hipótese de ser um pedaço arrancado de Marte, seriam rochas ígneas, com pouca concentração de uma eventual matéria orgânica presente na superfície do planeta na época.
Depois de despachar de volta a tão esperada amostra, o restante da sonda Phobos-Grunt continuará na superfície de Fobos, coletando dados e transmitindo-os à Terra.
Os equipamentos científicos incluem vários espectrômetros e cromatógrafos, além de gravímetro, sismógrafo, termodetector e radar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário