A sonda Curiosity, da Nasa, encontrou indícios de que o local do seu
pouso em Marte já esteve cheio de água, elemento considerado crucial
para a possibilidade de ter havido vida no planeta, disseram cientistas
nesta quinta-feira. As informações são das agência Reuters e AFP.
Segundo a Nasa, esta rocha é na verdade formada por pequenos fragmentos fundidos
Foto: Nasa/JPL-Caltech/MSSS/Divulgação
A Curiosity, um laboratório móvel completo, do tamanho de um carro
pequeno, pousou em 6 de agosto dentro de uma depressão próxima ao
equador marciano. Análises de uma lasca de pedra encontrada nos
arredores indicam que ali já houve uma corredeira.
Imagens enviadas pela sonda e divulgadas nesta quinta-feira mostram
pedras arredondadas incrustadas na rocha. Rebecca Williams, cientista
ligada ao projeto, disse que essas pedras são grandes demais para terem
sido transportadas pelo vento. "O consenso da equipe científica é que
são seixos transportados pela água em um riacho vigoroso", disse ela.
Acredita-se, portanto, que a rocha tenha estado no leito de um antigo
rio com profundidade 10 a 50 cm.
Os tamanhos e as formas destas pedras dão uma ideia de velocidade e
distância do fluxo desta corrente, segundo os cientistas. "A partir do
tamanho do cascalho, se pode inferir que a água fluiu a 0,91 metro por
segundo", disse William Dietrich, da Universidade da Califórnia, um dos
cientistas da missão. Dietrich acredita que o rio possa ter chegado a 1
m.
A forma arredondada de algumas destas rochas indicam que foram
transportadas por longas distâncias da parte superior da bacia, onde um
"canal" chamado "Peace Vallis" se unia à corrente aluvial. "A forma
deste cascalho indica que foi transportado e o tamanho confirma que não
foi arrastado pelo vento, mas pelo fluxo d'água", disse Rebecca.
A abundância de canais na bacia aluvial sugere que estes fluxos
d'água foram contínuos ou repetidos durante um longo período de tempo e
não ocasionais ou de alguns poucos anos, explicaram os cientistas. Já
tinham sido observadas provas da presença de água em Marte no passado,
mas nunca tinham sido detectados sedimentos deixados pela água,
afirmaram.
A sonda se dirige agora a uma área conhecida como Glenelg, onde
três tipos diferentes de rocha se encontram. Os cientistas ainda não
decidiram se a lasca de rocha merece uma análise química, ou se há alvos
mais adequados para que a Curiosity procure elementos constitutivos da
vida e os minerais que os preservariam.
"A questão da habitabilidade vai além da simples observação da água
de Marte", disse o cientista John Grotzinger, do Instituto de Tecnologia
da Califórnia. "Certamente a água corrente é um lugar onde
micro-organismos poderiam ter vivido. Esse tipo em particular de rocha
pode ou não ser um bom lugar para preservar esses componentes que
associamos a um ambiente habitável", afirmou.
O Laboratório Curiosity de Ciência em Marte custou US$ 2,5 bilhões e é
a primeira missão de astrobiologia da Nasa desde as sondas Viking, na
década de 1970.
domingo, 30 de setembro de 2012
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Um novo cometa passará próximo a Terra em 2013 e poderá ser mais brilhante que a Lua cheia
Astrônomos russos usando o
telescópio da ISON descobriram um cometa chamado C/2012 S1, espera-se
que ele seja o visitante do nosso sistema solar mais brilhante do último
século, um cometa que será consideravelmente mais brilhante que
Hale-Bopp (1997) e o Cometa Harley (1986). O pedação de rocha e gelo
deverá permanecer visível por até três meses.
O C/2012 S1 foi descoberto
em 21 de setembro por Vitali Nevski e Artytom Novichonok. O objeto
atingirá seu periélio (o ponto mais próximo do Sol) em 28 de novembro de
2013 a uma distância de 0,012 AU, ou quase 2,9 milhões de quilômetros.
Em 1º de outubro de 2013, o cometa oscilará em direção a Marte e, então,
à Terra em 26 de dezembro de 2013.
Especialistas preveem que ele pode se
transformar em um incrível sinal no céu à noite, o medo porém é que ele
se desintegre ao se aproximar do sol, como já acontecido antes com
outros cometas.
O cometa é, no momento, bastante
discreto, mas na medida em que ele se aproximar do Sol, ficará bastante
brilhante, dizem os astrônomos. Ele será facilmente visível por
astrônomos amadores, mas experientes, usando equipamento CCD nos
próximos meses e será uma visão boa para binóculos em meados de setembro
do próximo ano, em seguida, a olho nu, em novembro. Dependendo do
brilho, o cometa deverá permanecer visível a olho nu do começo de
novembro de 2013 até meados de janeiro de 2014.
O C/2012 S1 não é o único cometa que
será visto aqui próximo a Terra, é esperado também o cometa Pan-STARRS
para março de 2013, embora segundo informações ele não será tão
brilhante quanto ao nome
Fonte: Gizmodo
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Sonda Curiosity analisa rocha pela primeira vez em Marte
Pela primeira vez, a sonda Curiosity analisou uma pedra em Marte
Foto: Nasa/Divulgação
A sonda Curiosity da Nasa, que está em Marte desde o dia 6 de
agosto, tocou em uma rocha com seu braço robótico no último sábado, 22
de setembro. Foi a primeira vez que a sonda analisou um material do
planeta vermelho tão de perto. Foram estudados os elementos químicos
presentes na pedra, chamada Jake Matjevic.
De acordo com o site da Nasa, o espectrômetro (APXS) da sonda entrou em contato com a pedra no 46º dia em que o robô está em solo marciano. A câmera "Mars Hand Lens Imager" (Mahli), localizada no mesmo braço robótico, foi usada para inspeções na rocha.
Com testes finais feitos a laser, a Curiosity encerrou o trabalho na Jake Matijevic na última segunda-feira. A sonda pousou em Marte há sete semanas e iniciou uma missão que terá dois anos de duração usando 10 instrumentos
Foto: Nasa/Divulgação
De acordo com o site da Nasa, o espectrômetro (APXS) da sonda entrou em contato com a pedra no 46º dia em que o robô está em solo marciano. A câmera "Mars Hand Lens Imager" (Mahli), localizada no mesmo braço robótico, foi usada para inspeções na rocha.
Com testes finais feitos a laser, a Curiosity encerrou o trabalho na Jake Matijevic na última segunda-feira. A sonda pousou em Marte há sete semanas e iniciou uma missão que terá dois anos de duração usando 10 instrumentos
Estrela supermassiva ilumina uma nebulosa
A bela Nebulosa do Casulo está localizada a
aproximadamente 4.000 anos-luz de distância da Terra na direção da
constelação de Cygnus (O Cisne).
© Jean-Charles Cuillandre (Nebulosa do Casulo)
Escondido
dentro do Casulo existe o desenvolvimento de um recente aglomerado
aberto de estrelas dominado por uma estrela massiva no centro da imagem
que abre um buraco na nuvem molecular existente através do qual a maior
parte do seu material flui. A mesma estrela, que foi formada a
aproximadamente 100.000 anos atrás, fornece a fonte de energia para a
maior parte da luz emitida e refletida a partir dessa nebulosa.
Estrelas
massivas brilham constantemente até o hidrogênio se fundir para formar
hélio (que leva bilhões de anos em uma pequena estrela, mas apenas
milhões em uma estrela de grande massa), quando se torna uma
supergigante vermelha e começa com um núcleo de hélio rodeado por uma
camada de refrigeração, cujo gás está em expansão. Durante os próximos
milhões de anos uma série de reações nucleares ocorrem formando
elementos diferentes nas camadas em torno do núcleo de ferro.
Quando
o núcleo entra em colapso, gerando uma uma supernova, ondas de choque
golpeiam as camadas externas da estrela. Se o núcleo estiver entre 1,5 a
3 massas solares, sobrevive, contrai para se tornar uma estrela de
nêutrons. Se o núcleo é muito maior do que três massas solares, o núcleo
se contrai para se tornar um buraco negro.
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
A lua vermelha de Júpiter
A lua Amalteia, de Júpiter, é um dos objetos mais vermelhos do Sistema Solar.
© NASA (ilustração de Júpiter e Almateia)
Ela
segue abaixo da órbita de Io (um dos quatro maiores satélites do
planeta), assim como Métis, Adrasteia e Tebe, mas é a maior desse grupo.
Amalteia
é o terceiro dos satélites conhecidos de Júpiter. Foi descoberto, a
exatamente 120 anos, em 9 de Setembro de 1892 por Edward Emerson Barnard
usando o seu telescópio refractor de 36" (91 cm) no Observatório Lick.
Amalteia foi a última lua a ser descoberta através de observações
visuais diretas (em oposição à fotografia), e a primeira lua a ser
descoberta desde que Galileu observou os quatro satélites galileanos em
1610. É o maior do grupo joviano de satélites interiores.
O
nome "Amalteia" não foi formalmente adotado pela União Astronômica
Internacional até 1975, embora tenha sido usado informalmente durante
muitas décadas antes da sua sugestão por Camille Fammarion. Antes de
1975 era mais conhecido simplesmente pela sua designação romana, como
"Júpiter V".
Amalteia é o segundo objeto mais
vermelho do Sistema Solar (Sedna é o primeiro), até mais vermelho que
Marte. A sua cor é provavelmente devida ao enxofre expelido pelos
inúmeros vulcões de Io. Observações feitas com o espectrômetro do Hubble
confirmam grande presença do enxofre que deixa Amalteia tão vermelha.
Aparecem áreas brilhantes de verde na maiores inclinações de Amalteia,
mas a natureza desta cor é ainda desconhecida.
Amalteia
tem uma forma irregular, com dimensões de 270x168x150 km; o longo eixo
está orientado na direção de Júpiter. É também altamente craterado,
algumas das quais são extremamente grandes relativamente ao tamanho da
lua. Pan, a maior cratera, mede 100 quilômetros de diâmetro e tem pelo
menos 8 km de profundidade. Outra cratera, Gaea, mede 80 km de diâmetro e
tem provavelmente o dobro da profundidade de Pan. Amalteia tem duas
montanhas conhecidas, Mons Lyctas e Mons Ida, que chegam a uma altura de
20 km.
A combinação entre a forma irregular de
Amalteia e o seu tamanho implica que Amalteia seja um corpo
razoavelmente forte e rígido; se fosse composto por gelo ou outros
materiais fracos, a sua própria gravidade teria deixado Amalteia num
corpo mais esférico. Tal como todas as luas de Júpiter, sofre a atração
das forças das marés de Júpiter, e o seu longo eixo aponta na direção do
planeta a todas as alturas. A sua composição é provavelmente mais
parecida com a de um asteroide do que com alguma das luas galileanas, e
eventualmente poderá ter sido capturado. Como Io, Amalteia liberta mais
calor do que recebe do Sol. É provavelmente devido às correntes
elétricas induzidas pela sua órbita através do campo magnético de
Júpiter.
Outro fato interessante sobre esse
satélite natural é que ele emite mais calor do que recebe do Sol. Há
duas hipóteses para isso: a energia que ele recebe do poderoso campo
magnético de Júpiter ou efeito do campo gravitacional do planeta gasoso.
Assim
como Tebe, completa uma rotação ao redor do seu eixo quando completa
uma volta ao redor de Júpiter, o que significa que mostra sempre a mesma
face para o planeta, do qual está distante 181.400 km. Por comparação, a
distância da Lua para a Terra é de 384.000 km. Essa proximidade de um
planeta deveria fazer com que Almateia fosse destruída pela gravidade.
Isso não ocorre por causa de seu tamanho pequeno (apenas 19 vezes menor
que Io).
Por outro lado, os astrônomos calculam
que o fim de Almateia será digno de uma tragédia grega: ela está tão
próxima de Júpiter que está destinada a cair e ser morta por seu
planeta.
sábado, 22 de setembro de 2012
Colonização de Marte será movida pelo turismo, diz astrofísico
Não é com alegria que o astrofísico Neil deGrasse Tyson prevê que o
turismo se tornará no futuro o maior responsável pelas missões
tripuladas para o espaço. O diretor do Planetário Hayden, no Museu
Americano de História Natural, em Nova Iorque, constitui-se de um dos
mais premiados cientistas americanos, um dos maiores entusiastas da
ciência como motor de desenvolvimento econômico e social e um dos
grandes críticos do corte de verbas da agência espacial americana, a
Nasa.
Tyson prevê: "Robôs vão continuar a explorar os planetas, luas e asteroides, mas as pessoas não vão participar, a menos que as culturas reconheçam o valor da exploração do espaço, como uma espécie de mola propulsora de inovação que serve à saúde de uma economia", acredita. "Provavelmente haverá colônias na Lua e em Marte, mas que serão conduzidas pelo turismo, e não por pesquisa".
Difundir a importância da exploração espacial e da ciência em geral é uma de suas missões. Em cada programa de televisão que aparece, o Tyson faz questão de tirar dúvidas e suscitar a curiosidade dos espectadores a respeito de asteroides, viagens espaciais e partículas químicas. Utilizando-se de redes sociais, como Reddit, e uma linguagem acessível e bem-humorada em suas explicações sobre o universo, ele busca popularizar a ciência: "Quando a aprendizagem deixa de ser divertida, ela torna-se dolorosa, e a gente para de aprender".
Referência quando se trata de astronomia, Tyson possui dez livros publicados sobre o assunto. O último foi lançado em fevereiro deste ano e é dedicado à exploração do espaço: Space Chronicles: Facing the Ultimate Frontier. Ele também colaborou com a Nasa em projetos sobre o futuro da exploração espacial e recebeu a maior condecoração dada a um civil, a Distinguished Public Service Medal.
No momento, Tyson está trabalhando em uma refilmagem da série de TV Cosmos, realizada pelo astrônomo Carl Sagan na década de 1980. A série, com 13 episódios, deve ir ao ar pela FOX em 2013. Tyson é tido por muitos como o substituto de Sagan. "Uma honra ser considerado na mesma frase", enfatiza o cientista. Confira a seguir a entrevista completa, concedida com exclusividade ao Terra:
Terra - Você é um grande fã do Isaac Newton. Para uma pessoa que não sabe a importância de Newton, que só ouviu falar na escola - o cara da maçã -, o que você falaria? Como explicar sua importância?
Neil deGrasse Tyson - Newton permitiu que a civilização fizesse a transição de ver a natureza como um lugar místico, além da compreensão da mente humana, para um lugar conhecido, em que podemos usar as leis da física para prever o comportamento da própria natureza. A revolução industrial não teria sido possível sem esta transição.
Terra - No que se refere à exploração do Sistema Solar, como você acha que ela estará daqui a 50, 100 e 200 anos?
Tyson - Quase não há investimento na propulsão do futuro: unidades de antimatéria, propulsão iônica, etc. Portanto não há razão para pensar que o Sistema Solar ficará menor. Robôs vão continuar a explorar os planetas, luas e asteróides, mas as pessoas não vão participar, a menos que as culturas reconheçam o valor da exploração do espaço, como uma espécie de mola propulsora de inovação que serve à saúde de uma economia. Provavelmente haverá colônias na Lua e em Marte, mas que serão conduzidas pelo turismo e não por pesquisa. O mesmo vale para visitas a asteroides, que serão movidas por interesses de mineração, e não de exploração.
Terra - As verbas da Nasa estão cada vez mais ameaçadas. A cada ano, elas caem mais. Diminuir essa verba é uma decisão adequada?
Tyson - As pessoas (os americanos) não reconhecem o valor total da Nasa para a economia. Trata-se da criação de uma nação inovadora, que tem o desejo incessante de sonhar com um amanhã que somente a ciência e a tecnologia podem trazer. E é aí que estão as sementes da economia do século 21.
Terra - É muito comum se deparar com pessoas que acham que o investimento em ciência básica é inútil. Elas acreditam que mandar uma sonda para Marte é um desperdício de dinheiro. Qual é a importância da ciência básica? Por que se busca uma partícula elementar ou se manda uma sonda para analisar a geologia de Marte?
Tyson - Cada máquina com um interruptor on-off em um hospital, trazido para o serviço de diagnosticar a condição do corpo humano, sem precisar cortar para abrí-lo, é baseado em um princípio da física, descoberto por um físico que não tinha interesse em medicina. Isso inclui todo o departamento de radiologia: máquinas de raios X, tomografias, tomografia computadorizada, ressonância magnética, eletrocardiogramas e eletroencefalogramas.
Enquanto isso, na década de 1930, Albert Einstein escreveu uma equação que permitiu que o laser fosse inventado. E podemos ter certeza de que ele não estava pensando em códigos de barras e cirurgia a laser na época. Então, negar o financiamento da ciência básica é arriscar seu futuro como participante no cenário mundial de tecnologia e inovações.
Terra - Muitos cientistas se declaram religiosos, mas muitos outros dizem que a religião atrapalha e freia a ciência. Por outro lado, muitos religiosos apoiam a ciência, enquanto outros criticam as pesquisas porque vão contra suas crenças. Ciência e religião podem coexistir pacificamente?
Tyson - É um fato empírico de que a ciência e a religião podem coexistir, porque ela coexiste em muitos cientistas e pessoas treinadas em ciência. Contudo é bastante revelador perceber que os percentuais de cientistas que são religiosos variam conforme o campo de estudo. Os menores são biólogos, físicos e astrofísicos, e os mais elevados são matemáticos e engenheiros. Assim, as profissões que estão mais próximas das operações da natureza são menos representadas entre cientistas religiosos.
Mais importante, os cientistas religiosos que são bem-sucedidos não usam a bíblia como referência para suas ideias sobre a natureza. Então, não se pode colocar junto os cientistas religiosos de sucesso com os fundamentalistas religiosos, que afirmam que Deus criou o universo em seis dias e que o mundo não tem mais do que 6 mil anos de idade. Eles não são a mesma comunidade de pessoas. Se você afirma que o seu texto religioso revelado é também uma cartilha sobre as operações da natureza, então você vive uma vida de conflito com a ciência.
Terra - O que você acha do trabalho do ex-mágico James Randi e do cientista Michael Shermer? Ambos defendem o ceticismo. Você se considera um cético também?
Tyson - Qualquer cientista também é um cético - que é como a ciência progride. Uma pessoa que não é cética está pronta para ser explorada por pessoas que têm algo a vender.
Terra - O governo brasileiro tem um grande programa de investimento em educação científica, chamado "Ciência Sem Fronteiras". A ideia é enviar estudantes brasileiros às universidades líderes no mundo e melhorar a qualidade da pesquisa e da educação no País. Você acha que esta é a solução?
Tyson - Uma ideia interessante. Ela certamente não pode machucar. Mas eu sempre abracei soluções heterodoxas para esse desafio. Você não pode fazer as pessoas se interessarem por ciência. Elas precisam se sentir compelidas a partir de dentro. Concordo com uma cultura aeroespacial ativa porque estimula a inovação em todos, mesmo quando você não está diretamente no campo aeroespacial. Isso porque os avanços na indústria aeroespacial tendem a ser mais púbicos do que avanços em outros campos. O Brasil tem a terceira maior indústria aeroespacial do mundo. E, na última vez que verifiquei, foi o inventor de um avião que podia funcionar com álcool.
A Embraer também domina os mercados de companhias aéreas regionais nos EUA. Esses tipos de inovações têm o poder de inspirar em um nível que não requerem programas para que as pessoas fiquem interessadas em campos STEM (na sigla, em inglês), que compreendem Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática.
Terra - Muitos criticam o programa, por exemplo, por excluir as ciências humanas e por ter sido feito muito rápido, sem um planejamento detalhado. O que você acha disso?
Tyson - Isso depende do porquê estão fazendo isso. Nada constrói "novas" economias como as inovações em ciência e tecnologia. Isso é conhecido desde a revolução industrial.
Se você está fazendo isso para estimular uma cultura mais "arredondada", então as artes precisam aterrissar bem ao lado das ciências. Enquanto a arte raramente leva a novas economias (com excessão onde a ciência tem permitido às artes expressar-se de uma nova forma), as artes podem impulsionar o turismo e enriquecer a vida de uma nação civilizada de todas as formas intangíveis, que contribuem para o porquê de alguém querer viver em um país e não em outro, e por que algumas pessoas, quando se mudam para lá, quererem ficar.
Terra - E você acha que este programa pode ajudar o Brasil a ganhar o Prêmio Nobel de Física, algum dia? Quais são as chances do Brasil?
Tyson - Minha escola (Escola Superior de Ciência do Bronx, em Nova York) conta sete prêmios Nobel entre seus graduados. Tudo em física. Este é um motivo de orgulho entre nós. E ele traça para uma cultura de pessoas que querem fazer ciência - que são obrigados a fazer ciência, porque eles veem quase diariamente o que a ciência pode fazer para a saúde, a riqueza e a segurança de uma nação.
Os avanços da era Apollo alteraram a mentalidade dos americanos. E este grupo de laureados estava entre eles. Eles se formaram no colegial, entre 1947 e 1966. Os EUA quebraram a barreira do som em 1947. O programa Apollo foi anunciado em 1962. Nós pousamos na lua em 1969. A nossa presença no espaço era uma força da natureza em si.
Terra - Como você vê sua popularidade crescente em redes sociais como Reddit? A internet tem força para popularizar a ciência?
Tyson - Sim. Mas a internet também tem o poder de popularizar a não ciência tão bem quanto o absurdo. Então, eu estou feliz em ser um participante, mas os desafios permanecem para aqueles que se preocupam com a alfabetização científica.
Terra - Em suas entrevistas, você sempre fala sobre ciência com bom humor, explicando os assuntos de forma divertida e fazendo piadas. Você acha que essa é uma forma de manter as pessoas mais interessadas? Elas entendem melhor a ciência dessa forma?
Tyson - Quem aí não gosta de rir? Quando a aprendizagem deixa de ser divertida, ela torna-se dolorosa e a gente para de aprender. E, além disso, acontece que eu acho o universo hilário.
Terra - Qual a influência de Carl Sagan em sua vida e no seu trabalho?
Tyson - Eu conheci ele enquanto estava no ensino médio. E nos encontramos várias vezes depois disso. Ele nunca foi meu mentor, como alguns têm presumido. Mas o meu primeiro encontro com ele foi eterno. Ele passou um tempo comigo - um aluno que ele nunca havia conhecido - simplesmente porque ele tinha ficado sabendo do meu interesse em astrofísica. Daquele momento em diante, eu passei a encontrar tempo para alunos que eu nunca havia visto antes, da mesma forma como Carl deu seu tempo para mim.
Terra - Muitas pessoas dizem que você é o substituto dele, o novo Carl Sagan, o novo porta-voz dos astrônomos. O que você acha disso?
Tyson - Uma honra ser considerado na mesma frase. Temos uma forte sobreposição em nossas declarações de missão pessoais, embora ele fosse muito mais vigilante no combate à pseudociência.
Terra - Com a morte de Armstrong, muitos relembraram seu grande feito, de ter sido o primeiro homem a pisar na lua, em 1969. Qual foi de fato a importância da chegada do homem à Lua?
Tyson - A morte de Armstrong é especialmente importante não porque ele pousou na Lua e deu os primeiros passos, mas porque, três anos depois, nós paramos de ir, e toda a era está recuando rapidamente para o passado, sem nada para mostrar desde então. Isso torna a morte de Neil Armstrong uma tragédia a lamentar mais do que uma vida para comemorar.
Terra - Há quem diga que a China será o próximo país a conquistar a Lua. Você acredita nisso? E que importância esse feito teria hoje?
Tyson - A China provavelmente vai realizar esta façanha. Eu não me preocupo com quem "deve" fazê-lo. Eles têm sido coerentes com as suas promessas e suas realizações no espaço. Então, eu não tenho nenhuma razão para duvidar de seus planos para os "taikonautas" visitarem a Lua em um futuro próximo.
Terra - Como estamos nos preparando para o dia 13 de abril de 2036? Quais seriam as consequências previsíveis do impacto do asteroide Apophis na Terra? (O asteroide tem 1 chance em 250 mil de atingir a Terra. Como lembra Tyson em outra entrevista, muita gente aposta na loteria com probabilidade de acerto bem menor.)
Tyson - Se Apophis atingir a Terra, ele provavelmente vai bater no Oceano Pacífico e causar um trilhão de dólares em danos materiais ao longo da costa oeste da América do Norte. Mas ninguém tem que morrer. Nós vamos saber com antecedência onde e quando ele vai bater.
Mas eu gostaria de desviar o asteróide, se ele vier ao nosso encontro, em vez de fugir dele. E a única maneira de desviá-lo é garantir que você tenha cientistas e engenheiros em seu meio, porque são eles que vão, naturalmente, pensar desta forma.
Tyson prevê: "Robôs vão continuar a explorar os planetas, luas e asteroides, mas as pessoas não vão participar, a menos que as culturas reconheçam o valor da exploração do espaço, como uma espécie de mola propulsora de inovação que serve à saúde de uma economia", acredita. "Provavelmente haverá colônias na Lua e em Marte, mas que serão conduzidas pelo turismo, e não por pesquisa".
Difundir a importância da exploração espacial e da ciência em geral é uma de suas missões. Em cada programa de televisão que aparece, o Tyson faz questão de tirar dúvidas e suscitar a curiosidade dos espectadores a respeito de asteroides, viagens espaciais e partículas químicas. Utilizando-se de redes sociais, como Reddit, e uma linguagem acessível e bem-humorada em suas explicações sobre o universo, ele busca popularizar a ciência: "Quando a aprendizagem deixa de ser divertida, ela torna-se dolorosa, e a gente para de aprender".
Referência quando se trata de astronomia, Tyson possui dez livros publicados sobre o assunto. O último foi lançado em fevereiro deste ano e é dedicado à exploração do espaço: Space Chronicles: Facing the Ultimate Frontier. Ele também colaborou com a Nasa em projetos sobre o futuro da exploração espacial e recebeu a maior condecoração dada a um civil, a Distinguished Public Service Medal.
No momento, Tyson está trabalhando em uma refilmagem da série de TV Cosmos, realizada pelo astrônomo Carl Sagan na década de 1980. A série, com 13 episódios, deve ir ao ar pela FOX em 2013. Tyson é tido por muitos como o substituto de Sagan. "Uma honra ser considerado na mesma frase", enfatiza o cientista. Confira a seguir a entrevista completa, concedida com exclusividade ao Terra:
Terra - Você é um grande fã do Isaac Newton. Para uma pessoa que não sabe a importância de Newton, que só ouviu falar na escola - o cara da maçã -, o que você falaria? Como explicar sua importância?
Neil deGrasse Tyson - Newton permitiu que a civilização fizesse a transição de ver a natureza como um lugar místico, além da compreensão da mente humana, para um lugar conhecido, em que podemos usar as leis da física para prever o comportamento da própria natureza. A revolução industrial não teria sido possível sem esta transição.
Terra - No que se refere à exploração do Sistema Solar, como você acha que ela estará daqui a 50, 100 e 200 anos?
Tyson - Quase não há investimento na propulsão do futuro: unidades de antimatéria, propulsão iônica, etc. Portanto não há razão para pensar que o Sistema Solar ficará menor. Robôs vão continuar a explorar os planetas, luas e asteróides, mas as pessoas não vão participar, a menos que as culturas reconheçam o valor da exploração do espaço, como uma espécie de mola propulsora de inovação que serve à saúde de uma economia. Provavelmente haverá colônias na Lua e em Marte, mas que serão conduzidas pelo turismo e não por pesquisa. O mesmo vale para visitas a asteroides, que serão movidas por interesses de mineração, e não de exploração.
Terra - As verbas da Nasa estão cada vez mais ameaçadas. A cada ano, elas caem mais. Diminuir essa verba é uma decisão adequada?
Tyson - As pessoas (os americanos) não reconhecem o valor total da Nasa para a economia. Trata-se da criação de uma nação inovadora, que tem o desejo incessante de sonhar com um amanhã que somente a ciência e a tecnologia podem trazer. E é aí que estão as sementes da economia do século 21.
Terra - É muito comum se deparar com pessoas que acham que o investimento em ciência básica é inútil. Elas acreditam que mandar uma sonda para Marte é um desperdício de dinheiro. Qual é a importância da ciência básica? Por que se busca uma partícula elementar ou se manda uma sonda para analisar a geologia de Marte?
Tyson - Cada máquina com um interruptor on-off em um hospital, trazido para o serviço de diagnosticar a condição do corpo humano, sem precisar cortar para abrí-lo, é baseado em um princípio da física, descoberto por um físico que não tinha interesse em medicina. Isso inclui todo o departamento de radiologia: máquinas de raios X, tomografias, tomografia computadorizada, ressonância magnética, eletrocardiogramas e eletroencefalogramas.
Enquanto isso, na década de 1930, Albert Einstein escreveu uma equação que permitiu que o laser fosse inventado. E podemos ter certeza de que ele não estava pensando em códigos de barras e cirurgia a laser na época. Então, negar o financiamento da ciência básica é arriscar seu futuro como participante no cenário mundial de tecnologia e inovações.
Terra - Muitos cientistas se declaram religiosos, mas muitos outros dizem que a religião atrapalha e freia a ciência. Por outro lado, muitos religiosos apoiam a ciência, enquanto outros criticam as pesquisas porque vão contra suas crenças. Ciência e religião podem coexistir pacificamente?
Tyson - É um fato empírico de que a ciência e a religião podem coexistir, porque ela coexiste em muitos cientistas e pessoas treinadas em ciência. Contudo é bastante revelador perceber que os percentuais de cientistas que são religiosos variam conforme o campo de estudo. Os menores são biólogos, físicos e astrofísicos, e os mais elevados são matemáticos e engenheiros. Assim, as profissões que estão mais próximas das operações da natureza são menos representadas entre cientistas religiosos.
Mais importante, os cientistas religiosos que são bem-sucedidos não usam a bíblia como referência para suas ideias sobre a natureza. Então, não se pode colocar junto os cientistas religiosos de sucesso com os fundamentalistas religiosos, que afirmam que Deus criou o universo em seis dias e que o mundo não tem mais do que 6 mil anos de idade. Eles não são a mesma comunidade de pessoas. Se você afirma que o seu texto religioso revelado é também uma cartilha sobre as operações da natureza, então você vive uma vida de conflito com a ciência.
Terra - O que você acha do trabalho do ex-mágico James Randi e do cientista Michael Shermer? Ambos defendem o ceticismo. Você se considera um cético também?
Tyson - Qualquer cientista também é um cético - que é como a ciência progride. Uma pessoa que não é cética está pronta para ser explorada por pessoas que têm algo a vender.
Terra - O governo brasileiro tem um grande programa de investimento em educação científica, chamado "Ciência Sem Fronteiras". A ideia é enviar estudantes brasileiros às universidades líderes no mundo e melhorar a qualidade da pesquisa e da educação no País. Você acha que esta é a solução?
Tyson - Uma ideia interessante. Ela certamente não pode machucar. Mas eu sempre abracei soluções heterodoxas para esse desafio. Você não pode fazer as pessoas se interessarem por ciência. Elas precisam se sentir compelidas a partir de dentro. Concordo com uma cultura aeroespacial ativa porque estimula a inovação em todos, mesmo quando você não está diretamente no campo aeroespacial. Isso porque os avanços na indústria aeroespacial tendem a ser mais púbicos do que avanços em outros campos. O Brasil tem a terceira maior indústria aeroespacial do mundo. E, na última vez que verifiquei, foi o inventor de um avião que podia funcionar com álcool.
A Embraer também domina os mercados de companhias aéreas regionais nos EUA. Esses tipos de inovações têm o poder de inspirar em um nível que não requerem programas para que as pessoas fiquem interessadas em campos STEM (na sigla, em inglês), que compreendem Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática.
Terra - Muitos criticam o programa, por exemplo, por excluir as ciências humanas e por ter sido feito muito rápido, sem um planejamento detalhado. O que você acha disso?
Tyson - Isso depende do porquê estão fazendo isso. Nada constrói "novas" economias como as inovações em ciência e tecnologia. Isso é conhecido desde a revolução industrial.
Se você está fazendo isso para estimular uma cultura mais "arredondada", então as artes precisam aterrissar bem ao lado das ciências. Enquanto a arte raramente leva a novas economias (com excessão onde a ciência tem permitido às artes expressar-se de uma nova forma), as artes podem impulsionar o turismo e enriquecer a vida de uma nação civilizada de todas as formas intangíveis, que contribuem para o porquê de alguém querer viver em um país e não em outro, e por que algumas pessoas, quando se mudam para lá, quererem ficar.
Terra - E você acha que este programa pode ajudar o Brasil a ganhar o Prêmio Nobel de Física, algum dia? Quais são as chances do Brasil?
Tyson - Minha escola (Escola Superior de Ciência do Bronx, em Nova York) conta sete prêmios Nobel entre seus graduados. Tudo em física. Este é um motivo de orgulho entre nós. E ele traça para uma cultura de pessoas que querem fazer ciência - que são obrigados a fazer ciência, porque eles veem quase diariamente o que a ciência pode fazer para a saúde, a riqueza e a segurança de uma nação.
Os avanços da era Apollo alteraram a mentalidade dos americanos. E este grupo de laureados estava entre eles. Eles se formaram no colegial, entre 1947 e 1966. Os EUA quebraram a barreira do som em 1947. O programa Apollo foi anunciado em 1962. Nós pousamos na lua em 1969. A nossa presença no espaço era uma força da natureza em si.
Terra - Como você vê sua popularidade crescente em redes sociais como Reddit? A internet tem força para popularizar a ciência?
Tyson - Sim. Mas a internet também tem o poder de popularizar a não ciência tão bem quanto o absurdo. Então, eu estou feliz em ser um participante, mas os desafios permanecem para aqueles que se preocupam com a alfabetização científica.
Terra - Em suas entrevistas, você sempre fala sobre ciência com bom humor, explicando os assuntos de forma divertida e fazendo piadas. Você acha que essa é uma forma de manter as pessoas mais interessadas? Elas entendem melhor a ciência dessa forma?
Tyson - Quem aí não gosta de rir? Quando a aprendizagem deixa de ser divertida, ela torna-se dolorosa e a gente para de aprender. E, além disso, acontece que eu acho o universo hilário.
Terra - Qual a influência de Carl Sagan em sua vida e no seu trabalho?
Tyson - Eu conheci ele enquanto estava no ensino médio. E nos encontramos várias vezes depois disso. Ele nunca foi meu mentor, como alguns têm presumido. Mas o meu primeiro encontro com ele foi eterno. Ele passou um tempo comigo - um aluno que ele nunca havia conhecido - simplesmente porque ele tinha ficado sabendo do meu interesse em astrofísica. Daquele momento em diante, eu passei a encontrar tempo para alunos que eu nunca havia visto antes, da mesma forma como Carl deu seu tempo para mim.
Terra - Muitas pessoas dizem que você é o substituto dele, o novo Carl Sagan, o novo porta-voz dos astrônomos. O que você acha disso?
Tyson - Uma honra ser considerado na mesma frase. Temos uma forte sobreposição em nossas declarações de missão pessoais, embora ele fosse muito mais vigilante no combate à pseudociência.
Terra - Com a morte de Armstrong, muitos relembraram seu grande feito, de ter sido o primeiro homem a pisar na lua, em 1969. Qual foi de fato a importância da chegada do homem à Lua?
Tyson - A morte de Armstrong é especialmente importante não porque ele pousou na Lua e deu os primeiros passos, mas porque, três anos depois, nós paramos de ir, e toda a era está recuando rapidamente para o passado, sem nada para mostrar desde então. Isso torna a morte de Neil Armstrong uma tragédia a lamentar mais do que uma vida para comemorar.
Terra - Há quem diga que a China será o próximo país a conquistar a Lua. Você acredita nisso? E que importância esse feito teria hoje?
Tyson - A China provavelmente vai realizar esta façanha. Eu não me preocupo com quem "deve" fazê-lo. Eles têm sido coerentes com as suas promessas e suas realizações no espaço. Então, eu não tenho nenhuma razão para duvidar de seus planos para os "taikonautas" visitarem a Lua em um futuro próximo.
Terra - Como estamos nos preparando para o dia 13 de abril de 2036? Quais seriam as consequências previsíveis do impacto do asteroide Apophis na Terra? (O asteroide tem 1 chance em 250 mil de atingir a Terra. Como lembra Tyson em outra entrevista, muita gente aposta na loteria com probabilidade de acerto bem menor.)
Tyson - Se Apophis atingir a Terra, ele provavelmente vai bater no Oceano Pacífico e causar um trilhão de dólares em danos materiais ao longo da costa oeste da América do Norte. Mas ninguém tem que morrer. Nós vamos saber com antecedência onde e quando ele vai bater.
Mas eu gostaria de desviar o asteróide, se ele vier ao nosso encontro, em vez de fugir dele. E a única maneira de desviá-lo é garantir que você tenha cientistas e engenheiros em seu meio, porque são eles que vão, naturalmente, pensar desta forma.
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Picture of Day!
O norueguês Arild Heitmann ficou com a segunda colocação na categoria "Terra e Espaço" por sua imagem Mundo Verde. A aurora boreal, aqui fotografada em Nordland Fylke, na Noruega, é provocada por mudanças no campo magnético terrestre. (Foto: Arild Heitmann)
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Curiosity encontra rocha com semelhanças de pirâmides egípcias
Mais uma do robô espacial Curiosity; a última foi à descoberta de uma
rocha com semelhanças a de uma pirâmide egípcia, nesta quarta-feira, 19
de setembro. A rocha foi denominada de Jake Matijevic, homenagem feita
ao engenheiro da NASA, que faleceu há exato um mês atrás, com 64 anos de
vida.
Matijevic era um dos responsáveis pela missão no planeta Vermelho e também por todas as missões anteriores. De acordo com a revista Época, o Curiosity descobriu a nova rocha entre o local de pouso do robô e uma área conhecida como Glenelg.
Vale salientar, que a NASA informou que este local possui três tipos diferentes de terreno, onde um deles possui uma cor mais clara, ao qual deixou os cientistas intrigados com a capacidade deste terreno reter durante a noite o calor acumulado durante o dia e também por sua composição pouco comum.
Matijevic era um dos responsáveis pela missão no planeta Vermelho e também por todas as missões anteriores. De acordo com a revista Época, o Curiosity descobriu a nova rocha entre o local de pouso do robô e uma área conhecida como Glenelg.
Vale salientar, que a NASA informou que este local possui três tipos diferentes de terreno, onde um deles possui uma cor mais clara, ao qual deixou os cientistas intrigados com a capacidade deste terreno reter durante a noite o calor acumulado durante o dia e também por sua composição pouco comum.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Robô Opportunity encontra mistério geológico em Marte
Na semana passada, o robô Opportunity capturou
imagens que estão intrigando os cientistas da Nasa. Em seu passeio pela
superfície de Marte, ele descobriu pequenos objetos esféricos
diferentes de qualquer coisa já encontrada pelos pesquisadores. A
Opportunity estava investigando o afloramento de uma rocha na superfície
da Cratera Endeavour quando encontrou as esferas, que medem cerca de
três milímetros cada uma.
Elas são diferentes de outras esferas encontradas pelo robô em várias
localidades desde 2004, quando ele pousou no planeta. As 'blueberries',
como ficaram conhecidas, foram formadas pela ação da água dentro das
rochas e serviram de evidência para os cientistas concluírem que Marte
havia sido úmido no passado. No entanto, as novas esferas não possuem a
alta concentração de ferro encontrada nas 'blueberries', mostrando ter
outra origem.
“Essa é uma das imagens mais extraordinárias de toda a missão”, disse Steve Squyres, pesquisador da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, e um dos principais investigadores da missão. "O afloramento está cheio desses pequenos objetos esféricos. Claro que inicialmente pensamos nas 'blueberries', mas descobrimos que isso é algo diferente. Nós nunca vimos uma acumulação tão densa de esferas em Marte”.
“Essa é uma das imagens mais extraordinárias de toda a missão”, disse Steve Squyres, pesquisador da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, e um dos principais investigadores da missão. "O afloramento está cheio desses pequenos objetos esféricos. Claro que inicialmente pensamos nas 'blueberries', mas descobrimos que isso é algo diferente. Nós nunca vimos uma acumulação tão densa de esferas em Marte”.
Segundo os cientistas, as esferas parecem ser duras por fora, e mais
moles por dentro. “Elas são diferentes em sua estrutura. Elas são
diferentes na composição e na distribuição. Logo, nós temos um
maravilhoso quebra-cabeça geológico em nossa frente. Existem muitas
hipóteses para explicar isso, mas não temos nenhuma favorita por
enquanto. Levará tempo até chegarmos a alguma conclusão”, disse Squyres.
Missões marcianas – Em 2003, a Nasa lançou as missões
Spirit e Opportunity para explorar Marte. Elas pousaram em 2004 e, desde
então, têm realizado missões na superfície do planeta. Ambas fizeram
importantes descobertas sobre o passado úmido do planeta, mostrando que
ele pode inclusive ter suportado vida microbiana. Em 2008, o Opportunity
chegou na cratera Endeavour, onde está até hoje, para analisar outros
tipos de evidências geológica
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Soyuz volta da ISS e aterrissa com sucesso no Cazaquistão
O módulo de descida da nave russa Soyuz TMA-04M, com três tripulantes a
bordo, aterrissou nesta segunda-feria com sucesso nas estepes do
Cazaquistão, informou o Centro do Controle de Voos (CCVE) da Rússia.
A cápsula, que trouxe de volta da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) os cosmonautas russos Gennady Padalka e Sergei Revin e o astronauta americano de origem porto-riquenha Joe Acaba, aterrissou às 2h53 (23h53 de domingo em Brasília), um minuto depois da hora prevista.
Os tripulantes da Soyuz TMA-04M ficaram quatro meses a bordo da plataforma orbital, na qual permanecem a astronauta americana Sunita Williams, o japonês Akihiko Hoshide e o russo Yuri Malenchenko.
Como estava programado, o módulo de descida pousou cerca de 80 km a nordeste de Arkalyk, cidade situada no centro do Cazaquistão. Imagens da aterrissagem da cápsula foram transmitidas ao vivo pela televisão russa a partir do CCVE.
A tripulação suportou perfeitamente o retorno à Terra e seu estado é satisfatório, como anunciado pelos alto-falantes da sala do Centro de Controle, informou a agência russa RIA Novosti.
Depois que as naves americanas foram retiradas de serviço as naves russas Soyuz são os únicos veículos usados para o revezamento das tripulações da ISS.
A cápsula, que trouxe de volta da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) os cosmonautas russos Gennady Padalka e Sergei Revin e o astronauta americano de origem porto-riquenha Joe Acaba, aterrissou às 2h53 (23h53 de domingo em Brasília), um minuto depois da hora prevista.
Os tripulantes da Soyuz TMA-04M ficaram quatro meses a bordo da plataforma orbital, na qual permanecem a astronauta americana Sunita Williams, o japonês Akihiko Hoshide e o russo Yuri Malenchenko.
Como estava programado, o módulo de descida pousou cerca de 80 km a nordeste de Arkalyk, cidade situada no centro do Cazaquistão. Imagens da aterrissagem da cápsula foram transmitidas ao vivo pela televisão russa a partir do CCVE.
A tripulação suportou perfeitamente o retorno à Terra e seu estado é satisfatório, como anunciado pelos alto-falantes da sala do Centro de Controle, informou a agência russa RIA Novosti.
Depois que as naves americanas foram retiradas de serviço as naves russas Soyuz são os únicos veículos usados para o revezamento das tripulações da ISS.
domingo, 16 de setembro de 2012
Astrônomo amador registra megaexplosão em Júpiter
Uma explosão ocorrida em Júpiter na segunda-feira foi tão grande que
acabou sendo observada até por astrônomos amadores. Suspeita-se que ela
tenha sido provocada pelo impacto de um asteroide ou de um cometa que
teria atingido o maior planeta do sistema solar logo abaixo da faixa
equatorial (linha imaginária que divide o planeta no meio).
"Foi um flash brilhante que durou apenas de 1,5 a 2 segundos", disse Dan Peterson, um astrônomo amador que mora em Racine, no estado de Wisconsin, nos EUA. Ele observava Júpiter por um telescópio quando notou o flash, por volta de 23h30 (1h30 no horário de Brasília).
Mais tarde, ele divulgou o que viu num fórum da internet que reúne astrônomos amadores. Em Dallas, no estado Americano do Texas, outro amador, chamado George Hall, leu a mensagem de Peterson e foi verificar seu telescópio, que havia passado a noite gravando imagens de Júpiter. E lá estava o flash, registrado em um vídeo.
Eu imagino que isso tenha sido causado por um cometa que não tenha sido detectado. Agora ele virou pó", disse Hall na mensagem que acompanhou o vídeo no fórum de astrônomos.
Levantou poeira — Os astrônomos vão procurar por mais sinais do impacto na atmosfera, como poeira que tenha se espalhado sobre o planeta após a explosão. Em 2010, astrônomos amadores observaram colisões de asteroides em Júpiter em duas ocasiões, em junho e agosto. À época, um grupo chegou a publicar um estudo no periódico Astrophysical Journal Letters, afirmando que o planeta é constantemente bombardeado por bolas de fogo.
"Júpiter é um grande aspirador de gravidade", disse o co-autor do estudo, o astrônomo Glenn Orton. "Está claro que pequenos objetos que datam da formação do Sistema Solar há 4,5 bilhões de anos ainda atingem Júpiter frequentemente."
"Foi um flash brilhante que durou apenas de 1,5 a 2 segundos", disse Dan Peterson, um astrônomo amador que mora em Racine, no estado de Wisconsin, nos EUA. Ele observava Júpiter por um telescópio quando notou o flash, por volta de 23h30 (1h30 no horário de Brasília).
Mais tarde, ele divulgou o que viu num fórum da internet que reúne astrônomos amadores. Em Dallas, no estado Americano do Texas, outro amador, chamado George Hall, leu a mensagem de Peterson e foi verificar seu telescópio, que havia passado a noite gravando imagens de Júpiter. E lá estava o flash, registrado em um vídeo.
Eu imagino que isso tenha sido causado por um cometa que não tenha sido detectado. Agora ele virou pó", disse Hall na mensagem que acompanhou o vídeo no fórum de astrônomos.
Levantou poeira — Os astrônomos vão procurar por mais sinais do impacto na atmosfera, como poeira que tenha se espalhado sobre o planeta após a explosão. Em 2010, astrônomos amadores observaram colisões de asteroides em Júpiter em duas ocasiões, em junho e agosto. À época, um grupo chegou a publicar um estudo no periódico Astrophysical Journal Letters, afirmando que o planeta é constantemente bombardeado por bolas de fogo.
"Júpiter é um grande aspirador de gravidade", disse o co-autor do estudo, o astrônomo Glenn Orton. "Está claro que pequenos objetos que datam da formação do Sistema Solar há 4,5 bilhões de anos ainda atingem Júpiter frequentemente."
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Fragmentos de raro meteorito 'não alterado' são encontrados no Saara
Vários fragmentos de um raro meteorito "não alterado" foram
encontrados nas areias do Saara Ocidental e serão agora analisados em
uma universidade de Agadir, no sul do Marrocos, na busca de possíveis
moléculas orgânicas e microdiamantes. A descoberta acaba de ser
divulgada, embora tenha acontecido no último dia 20 de maio.
Na ocasião, soldados marroquinos que estavam no território saaraui em Awsard, junto ao muro de contenção contra a Frente Polisário, disseram ter observado uma estrela fugaz de cor muito branca que terminou em uma série de explosões ensurdecedoras.
O fenômeno chamou atenção e as autoridades marroquinas enviaram uma missão ao local onde supostamente havia ocorrido a explosão: depois de poucas horas, duas pessoas tinham encontrado vários fragmentos do meteorito, que somavam mais de 300 gramas. Eram produtos do que os especialistas chamam de "chuva de meteoritos".
Os fragmentos estão hoje em posse do professor Abderrahman Ibhi, astrônomo da Universidade Ibn Zhor de Agadir, que relatou toda a história. Segundo Ibhi, trata-se de um meteorito asteroidal quase não alterado, já que foi encontrado pouco tempo após sua queda, quando o habitual é que apareçam muitos anos depois e estejam profundamente alterados pelo oxigênio e pela água, dois elementos que não estão em seu habitat original.
Ibhi especula que estes preciosos fragmentos procedem de um asteroide, imensas rochas de várias toneladas situadas entre Marte e Júpiter, que se chovam produzindo chuvas de meteoritos que viajam pelo espaço e, em alguns casos, chegam à Terra.
Os fragmentos de Awsard são de uma cor muito negra por ser um meteorito carbonatado, muito rico em carvão, o que permite a Ibhi supor que possa conter moléculas orgânicas, de grande valor científico porque poderiam dar pistas sobre a origem da vida na Terra, garante o especialista.
Além disso, Ibhi assegura que as rochas procedentes de meteoritos podem conter microdiamantes, mas tanto este detalhe como a questão das moléculas só poderão ser desvendadas após uma análise mais detalhada fora do Marrocos.
Na ocasião, soldados marroquinos que estavam no território saaraui em Awsard, junto ao muro de contenção contra a Frente Polisário, disseram ter observado uma estrela fugaz de cor muito branca que terminou em uma série de explosões ensurdecedoras.
O fenômeno chamou atenção e as autoridades marroquinas enviaram uma missão ao local onde supostamente havia ocorrido a explosão: depois de poucas horas, duas pessoas tinham encontrado vários fragmentos do meteorito, que somavam mais de 300 gramas. Eram produtos do que os especialistas chamam de "chuva de meteoritos".
Os fragmentos estão hoje em posse do professor Abderrahman Ibhi, astrônomo da Universidade Ibn Zhor de Agadir, que relatou toda a história. Segundo Ibhi, trata-se de um meteorito asteroidal quase não alterado, já que foi encontrado pouco tempo após sua queda, quando o habitual é que apareçam muitos anos depois e estejam profundamente alterados pelo oxigênio e pela água, dois elementos que não estão em seu habitat original.
Ibhi especula que estes preciosos fragmentos procedem de um asteroide, imensas rochas de várias toneladas situadas entre Marte e Júpiter, que se chovam produzindo chuvas de meteoritos que viajam pelo espaço e, em alguns casos, chegam à Terra.
Os fragmentos de Awsard são de uma cor muito negra por ser um meteorito carbonatado, muito rico em carvão, o que permite a Ibhi supor que possa conter moléculas orgânicas, de grande valor científico porque poderiam dar pistas sobre a origem da vida na Terra, garante o especialista.
Além disso, Ibhi assegura que as rochas procedentes de meteoritos podem conter microdiamantes, mas tanto este detalhe como a questão das moléculas só poderão ser desvendadas após uma análise mais detalhada fora do Marrocos.
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Picture of the day!
Imagem divulgada nesta quarta-feira pela Nasa mostra, ao centro, a câmera Mars Hand Lens Imager (Mahli), da Curiosity (a lente avermelhada). Em torno da câmera podem ser vistos LEDs brancos que servem para registrar imagens com pouca luminosidade. A foto da Mahli foi tirada para inspecionar a tampa da lente e checar se as luzes estão funcionando. A Mahli tem ainda LEDs com luz UV, que servem para destacar algumas substâncias
Telescópio mostra imagem de 'vassoura de bruxa' em nebulosa
A Nebulosa do Lápis aparece nesta nova imagem obtida no Observatório de La Silla do ESO, no Chile.
Fonte: ESO
© ESO (Nebulosa do Lápis)
Esta
peculiar nuvem de gás brilhante faz parte de um enorme anel de restos
deixados por uma explosão de supernova, que aconteceu há cerca de 11.000
anos. Esta imagem detalhada foi obtida pelo instrumento Wide Field
Imager montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros.
Apesar
da beleza aparentemente tranquila e imutável de um céu estrelado, o
Universo não é um local tranquilo. As estrelas nascem e morrem num ciclo
sem fim, e por vezes a morte de uma estrela cria vistas de beleza
inigualável quando a matéria é lançada para o espaço formando estranhas
estruturas no céu.
Esta nova imagem mostra a
Nebulosa do Lápis sob um fundo de céu estrelado. A Nebulosa do Lápis,
também conhecida como NGC 2736 e algumas vezes chamada o Raio de
Herschel, foi descoberta pelo astrônomo britânico John Herschel em 1835,
quando este se encontrava na África do Sul. Herschel descreveu-a como
sendo “um raio de luz extraordinariamente longo e fino mas
excessivamente tênue”. Esta nuvem de forma estranha é uma pequena parte
de um resto de supernova, situada na constelação austral da Vela. Uma
supernova é uma explosão estelar violenta, que resulta da morte de uma
estrela de elevada massa ou então de uma anã branca num sistema estelar
duplo. A estrutura resultante da explosão é chamada resto da supernova e
consiste no material ejetado que se expande a velocidades supersônicas
no meio interestelar circundante. As supernovas são a fonte principal de
elementos químicos pesados no meio interestelar, o que por sua vez leva
ao enriquecimento químico de uma nova geração de estrelas e planetas.
Os filamentos brilhantes foram criados pela morte violenta de uma
estrela, que aconteceu há cerca de 11 mil anos. A parte mais brilhante
parece um lápis; daí o seu nome, mas toda a estrutura tem mais a forma
tradicional de uma vassoura de bruxa.
O resto de
supernova da constelação da Vela é uma concha em expansão que teve
origem numa explosão de supernova. Inicialmente a onda de choque
deslocou-se com uma velocidade de milhões de quiômetros por hora, mas à
medida que se expandiu pelo espaço, teve que atravessar o gás entre as
estrelas, o que a travou consideravelmente, criando pregas de
nebulosidade com formas estranhas. A Nebulosa do Lápis é a região mais
brilhante desta enorme concha.
Esta nova imagem
mostra enormes estruturas filamentares, pequenos nós brilhantes de gás e
regiões de gás difuso. A aparência luminosa da nebulosa vem de regiões
densas de gás atingidas pela onda de choque da supernova. À medida que a
onda de choque viaja pelo espaço, vai interagindo com o material
interestelar. Inicialmente, o gás é aquecido a milhões de graus, mas
depois arrefece progressivamente e ainda está emitindo um brilho fraco,
obtido nesta imagem.
Ao observar as diferentes
cores da nebulosa, os astrônomos conseguem mapear a temperatura do gás.
Algumas regiões estão ainda tão quentes que a emissão é dominada por
átomos de oxigênio ionizado, que brilham em azul na imagem. Outras
regiões mais frias brilham em vermelho, devido à emissão do hidrogênio.
A
Nebulosa do Lápis mede cerca de 0,75 anos-luz de um lado ao outro e
desloca-se no meio interestelar a cerca de 650 mil quilômetros por hora.
Nota-se que mesmo estando a cerca de 800 anos-luz de distância da
Terra, a nebulosa muda notoriamente a sua posição no céu relativamente
às estrelas de fundo durante o período de uma vida humana. Mesmo após 11
mil anos a explosão de supernova ainda muda a face do céu noturno.
domingo, 9 de setembro de 2012
Descoberta do objeto mais vermelho do Sistema Solar faz 120 anos
O objeto mais vermelho do Sistema Solar - talvez seja assim que a lua
Amalteia, de Júpiter, mais se destaque. Ela segue abaixo da órbita de Io
(um dos quatro maiores satélites do planeta), assim como Métis,
Adrasteia e Tebe, mas é a maior desse grupo. Edward Emerson Barnard quem
descobriu Amalteia, no dia 9 de setembro de 1892.
Segundo a Universidade Livre de Bruxelas, acredita-se que a cor vermelha de Amalteia é resultado do enxofre expelido pelos inúmeros vulcões de Io. Observações feitas com o espectrômetro (instrumento que mede o espectro eletromagnético de um objeto) do Hubble confirmam grande presença do enxofre que deixa Amalteia tão vermelha.
Outra curiosidade sobre esse satélite natural é que ele emite mais calor do que recebe do Sol. Há duas hipóteses para isso: a energia que ele recebe do poderoso campo magnético de Júpiter ou efeito do campo gravitacional do planeta gasoso.
Assim como Tebe, completa uma rotação ao redor do seu eixo quando completa uma volta ao redor de Júpiter, o que significa que mostra sempre a mesma face para o planeta, do qual está distante 181.400 km. Para se ter ideia, a distância da Lua para a Terra é de 384 mil km. Essa proximidade de um planeta deveria fazer com que Almateia fosse destruída pela gravidade. Isso não ocorre por causa de seu tamanho pequeno (apenas 19 vezes menor que Io, ou 83,45 km).
Por outro lado, os astrônomos calculam que o fim de Almateia será digno de uma tragédia grega: ela está tão próxima de Júpiter que está destinada a cair e ser morta por seu planeta. Na mitologia grega, Amalteia era uma ninfa que cuidou de Zeus quando o deus era criança.
Segundo a Universidade Livre de Bruxelas, acredita-se que a cor vermelha de Amalteia é resultado do enxofre expelido pelos inúmeros vulcões de Io. Observações feitas com o espectrômetro (instrumento que mede o espectro eletromagnético de um objeto) do Hubble confirmam grande presença do enxofre que deixa Amalteia tão vermelha.
Outra curiosidade sobre esse satélite natural é que ele emite mais calor do que recebe do Sol. Há duas hipóteses para isso: a energia que ele recebe do poderoso campo magnético de Júpiter ou efeito do campo gravitacional do planeta gasoso.
Assim como Tebe, completa uma rotação ao redor do seu eixo quando completa uma volta ao redor de Júpiter, o que significa que mostra sempre a mesma face para o planeta, do qual está distante 181.400 km. Para se ter ideia, a distância da Lua para a Terra é de 384 mil km. Essa proximidade de um planeta deveria fazer com que Almateia fosse destruída pela gravidade. Isso não ocorre por causa de seu tamanho pequeno (apenas 19 vezes menor que Io, ou 83,45 km).
Por outro lado, os astrônomos calculam que o fim de Almateia será digno de uma tragédia grega: ela está tão próxima de Júpiter que está destinada a cair e ser morta por seu planeta. Na mitologia grega, Amalteia era uma ninfa que cuidou de Zeus quando o deus era criança.
sábado, 8 de setembro de 2012
Curiosity faz 1ª análise de atmosfera em Marte desde os anos 70
O veículo robótico Curiosity, da Nasa, está "farejando" a composição
atmosférica de Marte. O jipe-robô, que está percorrendo a superfície
marciana e colhendo amostras, sugou uma amostra do ar do planeta, que
está sendo processada pelo seu sistema de análise, conhecido pela sigla
Sam. É a primeira vez que a composição química da atmosfera marciana é
analisada na própria superfície do planeta, desde os testes realizados
pelas sondas Viking, na década de 70.
A análise ainda está em andamento, mas a expectativa é de que a substância dominante na atmosfera de Marte seja dióxido de carbono - a exemplo do que foi constatado pelas sondas Viking. Os cientistas da Nasa têm interesse em verificar se a Curiosity irá detectar a presença de metano. O gás já foi identificado por satélites e por telescópios terrestres e sua presença no planeta vermelho é intrigante.
Metano
De um modo geral, o metano tem vida curta e sua persistência por mais tempo sugere a existência de algum tipo de "reabastecimento", que pode estar ocorrendo de forma biológica ou geoquímica. Espera-se que o Sam possa esclarecer a questão.
Os resultados dessa primeira análise devem ser anunciados na semana que vem, de acordo com a cientista Joy Crisp, da equipe da Curiosity, mas ela advertiu que ainda levará algum tempo até que se possam determinar mais detalhes sobre a presença do metano na atmosfera marciana.
A Curiosity, também conhecida como Laboratório Científico Marciano (MSL, na sigla em inglês), já percorreu mais de 100 km desde a Cratera Gale, onde o veículo robótico pousou há um mês.
O veículo está se dirigindo a um ponto chamado de Glenelg, a cerca de 480 km de onde a Curiosity se encontra. Imagens de satélite indicam que Glenelg seria o ponto de encontro de três tipos de terrenos rochosos distintos. Geólogos acreditam que esse seria o local ideal para estudar a geologia da Cratera Gale.
Engenheiros resolveram interromper a trajetória do veículo por alguns dias para poder testar o longo braço robótico do veículo, de 2 m. O braço conta com uma câmera, uma broca e um espectrômetro. Seu propósito é o de recolher amostras de pó de rocha e de terra.
O braço, que conta com dispositivos que pesam trinta quilos, precisa ser movido de uma forma que leve em conta a gravidade de Marte, que equivale a 38% da gravidade terrestre. A missão vem também divulgando fotos realizadas pelo Equipamento Orbital de Reconhecimento de Marte, uma sonda que vem realizando fotos aéreas documentando a trajetória do veículo robótico.
A análise ainda está em andamento, mas a expectativa é de que a substância dominante na atmosfera de Marte seja dióxido de carbono - a exemplo do que foi constatado pelas sondas Viking. Os cientistas da Nasa têm interesse em verificar se a Curiosity irá detectar a presença de metano. O gás já foi identificado por satélites e por telescópios terrestres e sua presença no planeta vermelho é intrigante.
Metano
De um modo geral, o metano tem vida curta e sua persistência por mais tempo sugere a existência de algum tipo de "reabastecimento", que pode estar ocorrendo de forma biológica ou geoquímica. Espera-se que o Sam possa esclarecer a questão.
Os resultados dessa primeira análise devem ser anunciados na semana que vem, de acordo com a cientista Joy Crisp, da equipe da Curiosity, mas ela advertiu que ainda levará algum tempo até que se possam determinar mais detalhes sobre a presença do metano na atmosfera marciana.
A Curiosity, também conhecida como Laboratório Científico Marciano (MSL, na sigla em inglês), já percorreu mais de 100 km desde a Cratera Gale, onde o veículo robótico pousou há um mês.
O veículo está se dirigindo a um ponto chamado de Glenelg, a cerca de 480 km de onde a Curiosity se encontra. Imagens de satélite indicam que Glenelg seria o ponto de encontro de três tipos de terrenos rochosos distintos. Geólogos acreditam que esse seria o local ideal para estudar a geologia da Cratera Gale.
Engenheiros resolveram interromper a trajetória do veículo por alguns dias para poder testar o longo braço robótico do veículo, de 2 m. O braço conta com uma câmera, uma broca e um espectrômetro. Seu propósito é o de recolher amostras de pó de rocha e de terra.
O braço, que conta com dispositivos que pesam trinta quilos, precisa ser movido de uma forma que leve em conta a gravidade de Marte, que equivale a 38% da gravidade terrestre. A missão vem também divulgando fotos realizadas pelo Equipamento Orbital de Reconhecimento de Marte, uma sonda que vem realizando fotos aéreas documentando a trajetória do veículo robótico.
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Americana bate recorde feminino de caminhadas fora da ISS
A astronauta Sunita Williams marcou um novo recorde entre as mulheres no
âmbito espacial, nesta quarta-feira, ao superar a marca de 40 horas de
trabalho no exterior da Estação Espacial Internacional (ISS), informou a
Nasa (a agência espacial americana).
A Nasa detalhou que Sunita superou o recorde às 8h15 (horário de Brasília), na segunda jornada de trabalho no exterior da Estação Espacial ao lado do astronauta japonês Akihiko Hoshide.
Duas horas e 12 minutos após o início da jornada, Sunita, 46 anos, superou o recorde de horas de trabalho fora de uma nave ou estação espacial, que anteriormente pertencia à astronauta Peggy Whitson, que somou 39 horas e 46 minutos.
Na quinta-feira passada, Sunita e Hoshide trabalharam durante 8 horas e 17 minutos fora da ISS - um projeto de US$ 100 bilhões de que participam 16 nações - sendo o terceiro dia de trabalhos exteriores realizado por uma tripulação do posto orbital.
Em 2006, durante sua estada na ISS, Sunita tinha estabelecido um recorde mundial para mulheres com quatro dias de trabalhos extra-veiculares. Em uma missão posterior, a astronauta já havia batido outro recorde ao ficar por 195 dias no espaço, se tornando na mulher a ficar mais tempo fora da Terra.
Assim que a tripulação atual da ISS - que é comandada pelo russo Gennady Pedalka e ainda conta com seu compatriota Serguei Revin e o americano Joe Acaba - voltar à Terra, em 16 de setembro, Sunita será a comandante do posto orbital até janeiro de 2013.
A Nasa detalhou que Sunita superou o recorde às 8h15 (horário de Brasília), na segunda jornada de trabalho no exterior da Estação Espacial ao lado do astronauta japonês Akihiko Hoshide.
Duas horas e 12 minutos após o início da jornada, Sunita, 46 anos, superou o recorde de horas de trabalho fora de uma nave ou estação espacial, que anteriormente pertencia à astronauta Peggy Whitson, que somou 39 horas e 46 minutos.
Na quinta-feira passada, Sunita e Hoshide trabalharam durante 8 horas e 17 minutos fora da ISS - um projeto de US$ 100 bilhões de que participam 16 nações - sendo o terceiro dia de trabalhos exteriores realizado por uma tripulação do posto orbital.
Em 2006, durante sua estada na ISS, Sunita tinha estabelecido um recorde mundial para mulheres com quatro dias de trabalhos extra-veiculares. Em uma missão posterior, a astronauta já havia batido outro recorde ao ficar por 195 dias no espaço, se tornando na mulher a ficar mais tempo fora da Terra.
Assim que a tripulação atual da ISS - que é comandada pelo russo Gennady Pedalka e ainda conta com seu compatriota Serguei Revin e o americano Joe Acaba - voltar à Terra, em 16 de setembro, Sunita será a comandante do posto orbital até janeiro de 2013.
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Aos 35 anos, Voyager 1 é o objeto terrestre mais distante
A sonda espacial Voyager 1 completa 35 anos nesta quarta-feira. Lançada
no dia 5 de setembro de 1977, do Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), ela
foi planejada para visitar e estudar os dois maiores planetas do Sistema
Solar: Júpiter e Saturno. Essa missão inicial se encerrou em novembro
de 1980. Mas a sonda foi muito além: a jornada já a levou para 18
bilhões de quilômetros de distância do Sol, à camada exterior da
heliosfera, fronteira com o - até agora - insondável espaço
interestelar.
A campeã anterior, a Pioneer 10, foi ultrapassada em 1998. Com o feito, a Voyager 1 conquistou o recorde de objeto terrestre que viajou a maior distância no espaço. Em 15 de junho deste ano, cientistas da Nasa declararam que a sonda está próxima de se tornar a primeira nave produzida por humanos a deixar o Sistema Solar.
A Voyager 1 tinha companhia antes do lançamento: a Voyager 2, sua sonda irmã, lançada duas semanas antes, em outra trajetória. Hoje elas se encontram a bilhões de quilômetros de distância. "Composta por duas sondas espaciais, a Missão Voyager teve como objetivos o estudo e exploração, in loco, dos planetas gasosos do Sistema Solar, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno", explica José Leonardo Ferreira, doutor em Ciências Espaciais pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Curiosamente, a Voyager 2 foi lançada antes do que a 1 e está menos distante da Terra. Conforme Antonio Fernando Bertachini de Almeida Prado, doutor em Engenharia Espacial pela Universidade do Texas, os nomes (no caso, os números) foram dados pela ordem de chegada a Júpiter. "No espaço, para viajar entre os planetas, a linha reta não é a trajetória mais econômica (em termos de combustível) entre dois corpos celestes. Trajetórias elípticas são mais econômicas. A Voyager 1 seguiu um arco de elipse de período mais curto e, mesmo lançada depois da Voyager 2, chegou primeiro a Júpiter", justifica.
Trajetória de conquistas e descobertas
Segundo Ferreira, o período de lançamento das Voyager 1 e 2 foi determinado pelo posicionamento dos grandes planetas em relação à Terra, obedecendo às leis da mecânica celeste que possibilitam a utilização do efeito popularmente conhecido como estilingue gravitacional. "Ele permite que a sonda possa ser lançada para distâncias maiores, podendo, assim, atingir objetos mais distantes do Sol no Sistema Solar", esclarece o professor do Instituto de Física da Universidade de Brasília (UnB).
Para viabilizar a missão, Prado explica que foi utilizada a técnica de Swing-By, na qual uma passagem próxima a um planeta gera energia para a nave continuar a viagem. Dessa forma, foram feitas duas naves, cada qual com sua trajetória programada pelos seus objetivos. "A Voyager 2 teve uma trajetória diferente para que pudesse passar por Urano e Netuno, enquanto que a Voyager 1 visava a estudar os satélites de Júpiter e Saturno", aponta.
Dentre as conquistas e descobertas feitas pela Voyager 1 desde o seu lançamento, Ferreira destaca o estudo das luas galileanas Io e Europa, de Júpiter, além da lua Titã, de Saturno , que estão entre as maiores do Sistema Solar. Para Prado, o estudo da atmosfera de Titã foi importante, pois o satélite apresenta condições similares às da atmosfera terrestre na época do início da vida na Terra. O chefe da Divisão de Mecânica Espacial e Controle do Inpe aponta ainda outras importantes descobertas: o fato da Grande Mancha Vermelha ser um furacão na atmosfera de Júpiter; a existência de um anel em torno de Júpiter; atividades vulcânicas em Io; as três luas de Júpiter: Tebe, Métis e Adrastéia; e o estudo da atmosfera e das estruturas dos anéis de Saturno.
Com isso, a Voyager completou sua missão e seguiu viagem, atingindo o choque de terminação, última fronteira do Sistema Solar, em dezembro de 2004. Após Júpiter e Saturno, a Voyager 1 estudou a velocidade do vento solar, além da temperatura e níveis de radiação do espaço interplanetário.
A Voyager 1 ainda não cessou suas atividades, mas elas demoram cada vez mais para serem detectadas na Terra. Os dados enviados para a Nasa demoram cerca de 17 horas para chegar. "Essas ondas que trazem as informações da Voyager para a Terra viajam na velocidade da luz, que é grande, mas finita. Sendo assim, quanto mais longe a sonda está da Terra, maior o tempo que as ondas levam para chegar até nós", explica Prado.
O futuro da Voyager 1
Quando a Voyager 1 foi lançada, em 1977, era difícil imaginar que ela seguiria operando 35 anos depois, e com previsão de continuar ativa até 2020. "Nesta época, a Voyager 1 estará a 20 bilhões de km, 1 dia-luz de distância do sol", afirma Ferreira, pesquisador visitante do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na siga em inglês) da Nasa em 1987.
Conforme Prado, é difícil prever a duração de uma missão, ainda mais em um espaço ainda não estudado, sem saber os detalhes de radiação, que poderiam danificar os aparelhos. "Fica difícil colocar um prazo de validade, mas creio que ninguém imaginava tanto", diz.
Outro fato que torna ainda mais impressionante a Voyager 1 seguir funcionando e mandando informações é a sua tecnologia. Portando uma relíquia do início da era espacial, a sonda possui apenas 68 kilobytes de memória de computador, enquanto o menor iPod tem 8 gigabytes de memória, cerca de 100 mil vezes mais potente.
Mesmo assim, com pouca memória, a Voyager 1 registrou descobertas importantíssimas e a trajetória mais distante de um objeto terrestre. E por mais alguns anos, cada vez mais distante de casa, ela seguirá perscrutando um universo inexplorado pelos humanos. Até 2020, quando seus últimos sensores de comunicação com a Terra forem desligados. Para poupar energia, sua câmera já foi aposentada.
A campeã anterior, a Pioneer 10, foi ultrapassada em 1998. Com o feito, a Voyager 1 conquistou o recorde de objeto terrestre que viajou a maior distância no espaço. Em 15 de junho deste ano, cientistas da Nasa declararam que a sonda está próxima de se tornar a primeira nave produzida por humanos a deixar o Sistema Solar.
A Voyager 1 tinha companhia antes do lançamento: a Voyager 2, sua sonda irmã, lançada duas semanas antes, em outra trajetória. Hoje elas se encontram a bilhões de quilômetros de distância. "Composta por duas sondas espaciais, a Missão Voyager teve como objetivos o estudo e exploração, in loco, dos planetas gasosos do Sistema Solar, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno", explica José Leonardo Ferreira, doutor em Ciências Espaciais pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Curiosamente, a Voyager 2 foi lançada antes do que a 1 e está menos distante da Terra. Conforme Antonio Fernando Bertachini de Almeida Prado, doutor em Engenharia Espacial pela Universidade do Texas, os nomes (no caso, os números) foram dados pela ordem de chegada a Júpiter. "No espaço, para viajar entre os planetas, a linha reta não é a trajetória mais econômica (em termos de combustível) entre dois corpos celestes. Trajetórias elípticas são mais econômicas. A Voyager 1 seguiu um arco de elipse de período mais curto e, mesmo lançada depois da Voyager 2, chegou primeiro a Júpiter", justifica.
Trajetória de conquistas e descobertas
Segundo Ferreira, o período de lançamento das Voyager 1 e 2 foi determinado pelo posicionamento dos grandes planetas em relação à Terra, obedecendo às leis da mecânica celeste que possibilitam a utilização do efeito popularmente conhecido como estilingue gravitacional. "Ele permite que a sonda possa ser lançada para distâncias maiores, podendo, assim, atingir objetos mais distantes do Sol no Sistema Solar", esclarece o professor do Instituto de Física da Universidade de Brasília (UnB).
Para viabilizar a missão, Prado explica que foi utilizada a técnica de Swing-By, na qual uma passagem próxima a um planeta gera energia para a nave continuar a viagem. Dessa forma, foram feitas duas naves, cada qual com sua trajetória programada pelos seus objetivos. "A Voyager 2 teve uma trajetória diferente para que pudesse passar por Urano e Netuno, enquanto que a Voyager 1 visava a estudar os satélites de Júpiter e Saturno", aponta.
Dentre as conquistas e descobertas feitas pela Voyager 1 desde o seu lançamento, Ferreira destaca o estudo das luas galileanas Io e Europa, de Júpiter, além da lua Titã, de Saturno , que estão entre as maiores do Sistema Solar. Para Prado, o estudo da atmosfera de Titã foi importante, pois o satélite apresenta condições similares às da atmosfera terrestre na época do início da vida na Terra. O chefe da Divisão de Mecânica Espacial e Controle do Inpe aponta ainda outras importantes descobertas: o fato da Grande Mancha Vermelha ser um furacão na atmosfera de Júpiter; a existência de um anel em torno de Júpiter; atividades vulcânicas em Io; as três luas de Júpiter: Tebe, Métis e Adrastéia; e o estudo da atmosfera e das estruturas dos anéis de Saturno.
Com isso, a Voyager completou sua missão e seguiu viagem, atingindo o choque de terminação, última fronteira do Sistema Solar, em dezembro de 2004. Após Júpiter e Saturno, a Voyager 1 estudou a velocidade do vento solar, além da temperatura e níveis de radiação do espaço interplanetário.
A Voyager 1 ainda não cessou suas atividades, mas elas demoram cada vez mais para serem detectadas na Terra. Os dados enviados para a Nasa demoram cerca de 17 horas para chegar. "Essas ondas que trazem as informações da Voyager para a Terra viajam na velocidade da luz, que é grande, mas finita. Sendo assim, quanto mais longe a sonda está da Terra, maior o tempo que as ondas levam para chegar até nós", explica Prado.
O futuro da Voyager 1
Quando a Voyager 1 foi lançada, em 1977, era difícil imaginar que ela seguiria operando 35 anos depois, e com previsão de continuar ativa até 2020. "Nesta época, a Voyager 1 estará a 20 bilhões de km, 1 dia-luz de distância do sol", afirma Ferreira, pesquisador visitante do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na siga em inglês) da Nasa em 1987.
Conforme Prado, é difícil prever a duração de uma missão, ainda mais em um espaço ainda não estudado, sem saber os detalhes de radiação, que poderiam danificar os aparelhos. "Fica difícil colocar um prazo de validade, mas creio que ninguém imaginava tanto", diz.
Outro fato que torna ainda mais impressionante a Voyager 1 seguir funcionando e mandando informações é a sua tecnologia. Portando uma relíquia do início da era espacial, a sonda possui apenas 68 kilobytes de memória de computador, enquanto o menor iPod tem 8 gigabytes de memória, cerca de 100 mil vezes mais potente.
Mesmo assim, com pouca memória, a Voyager 1 registrou descobertas importantíssimas e a trajetória mais distante de um objeto terrestre. E por mais alguns anos, cada vez mais distante de casa, ela seguirá perscrutando um universo inexplorado pelos humanos. Até 2020, quando seus últimos sensores de comunicação com a Terra forem desligados. Para poupar energia, sua câmera já foi aposentada.
domingo, 2 de setembro de 2012
Telescópio detecta milhões de buracos negros
O telescópio especial Wide-Field Infrared Survey Explorer (WISE) da NASA
detectou milhões de buracos negros supermaciços e galáxias com
temperaturas extremamente altas, que estavam "escondidos" atrás de uma
nuvem de poeira interestelar.
© WISE (buracos negros descobertos)
O
WISE conseguiu captar comprimentos de ondas ligados ao calor dos
astros, o que fez com que eles conseguissem enxergar e mapear pela
primeira vez alguns dos objetos mais iluminados do Universo.
A expectativa dos cientistas é de que a descoberta os ajude a entender como as galáxias e buracos negros se formam.
Os
astrônomos já sabiam que a maioria das galáxias possuem buracos negros
no seu centro, que são "alimentados" com gases, poeira e estrelas ao seu
redor. Às vezes, os buracos negros soltam energia suficiente para
impedir a formação de estrelas.
A forma como
estrelas e buracos negros evoluem juntos, no entanto, continua sendo um
mistério para os cientistas. A esperança é que os dados do telescópio
WISE possibilitem novas descobertas neste ramo. O WISE tem capacidade de
detectar comprimentos de onda que ficam muito além do campo de visão
dos telescópios atuais. Isso permite ao equipamento fazer diversas
descobertas inéditas na ciência.
O telescópio
ganhou a fama de "caçador de buracos negros". "Nós encurralamos os
buracos negros", diz Daniel Stern, do Laboratório de Propulsão a Jato
(JPL), um dos autores dos três estudos.
O
pesquisador Stern e seus colegas usaram outro telescópio (Nustar) para
analisar os dados dos buracos negros captados pelo WISE e apresentaram
os dados em um artigo que será publicado na revista científica Astrophysical Journal.
Outros
dois estudos detalham galáxias com temperaturas extremamente altas e
com brilho intenso, que até recentemente não conseguiam ser detectadas. O
termo em inglês para essas galáxias é "hot dust-obscured galaxies".
Mais
de mil galáxias já descobertas são mais de cem vezes mais brilhantes
que o Sol da Via Láctea. Os dados da missão WISE estão sendo
disponibilizados ao público, para que todos os cientistas possam
contribuir nas pesquisas espaciais.
Fonte: NASA e BBC Brasil
sábado, 1 de setembro de 2012
Fenômeno raro, Lua Azul ocorrerá na noite desta sexta-feira
Um fenômeno raro no céu ocorrerá na noite desta sexta-feira, chamado de
Lua Azul. Segundo definição popular, uma Lua Azul é a segunda lua cheia
em um mesmo mês, que acontece com a frequência de uma vez a cada dois ou
três anos. De acordo com o físico do Observatório Astronômico do Centro
de Divulgação Científica e Cultural (CDCC) Jorge Honel, agosto terá a
segunda lua cheia por que a primeira ocorreu no primeiro dia do mês,
dando uma diferença de 29,53 dias entre uma e outra, ideal para o
fenômeno ocorrer.
Segundo ele, por causa dessa diferença de tempo para o fenômeno acontecer, fevereiro é o único mês do ano que não tem possibilidade de ocorrer a Lua Azul. Esse nome surgiu a partir do anuário astronômico americano do século XIX, quando um astrônomo deu o nome de Blue Moon para a segunda lua cheia que aconteceria em um mesmo mês. O nome, portanto, não está relacionado diretamente à cor do corpo celeste. Na língua inglesa, a expressão "a cada Lua Azul" é utilizada para indicar eventos possivelmente raros.
Diferente do que o nome indica, o fenômeno não apresenta um brilho mais intenso, não tem uma coloração azulada e não sofrerá nenhuma mudança de fato. Para o astrônomo da Fundação Planetário do Rio de Janeiro Naelton Mendes de Araújo, o fenômeno é mais cultural do que astronômico. Ela poderá ser vista de qualquer lugar do mundo e é uma lua cheia normal. A próxima Lua Azul está prevista para ocorrer em julho de 2015.
A última vez que o fenômeno apareceu no céu foi no dia 31 de dezembro de 2009, o tipo mais raro de ocorrência. Segundo Honel, o dia é considerado difícil de ocorrer por coincidir com a véspera de Ano Novo. "Todos os meses que têm 31 dias estão sujeitos a ter a Lua Azul, e por causa do período lunissolar (calendário baseado nos movimentos da Lua e do Sol), em determinados meses o fenômeno pode ocorrer mais facilmente", explica.
Fonte: Terra.com
Segundo ele, por causa dessa diferença de tempo para o fenômeno acontecer, fevereiro é o único mês do ano que não tem possibilidade de ocorrer a Lua Azul. Esse nome surgiu a partir do anuário astronômico americano do século XIX, quando um astrônomo deu o nome de Blue Moon para a segunda lua cheia que aconteceria em um mesmo mês. O nome, portanto, não está relacionado diretamente à cor do corpo celeste. Na língua inglesa, a expressão "a cada Lua Azul" é utilizada para indicar eventos possivelmente raros.
Diferente do que o nome indica, o fenômeno não apresenta um brilho mais intenso, não tem uma coloração azulada e não sofrerá nenhuma mudança de fato. Para o astrônomo da Fundação Planetário do Rio de Janeiro Naelton Mendes de Araújo, o fenômeno é mais cultural do que astronômico. Ela poderá ser vista de qualquer lugar do mundo e é uma lua cheia normal. A próxima Lua Azul está prevista para ocorrer em julho de 2015.
A última vez que o fenômeno apareceu no céu foi no dia 31 de dezembro de 2009, o tipo mais raro de ocorrência. Segundo Honel, o dia é considerado difícil de ocorrer por coincidir com a véspera de Ano Novo. "Todos os meses que têm 31 dias estão sujeitos a ter a Lua Azul, e por causa do período lunissolar (calendário baseado nos movimentos da Lua e do Sol), em determinados meses o fenômeno pode ocorrer mais facilmente", explica.
Fonte: Terra.com
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