sábado, 8 de setembro de 2012

Curiosity faz 1ª análise de atmosfera em Marte desde os anos 70

O veículo robótico Curiosity, da Nasa, está "farejando" a composição atmosférica de Marte. O jipe-robô, que está percorrendo a superfície marciana e colhendo amostras, sugou uma amostra do ar do planeta, que está sendo processada pelo seu sistema de análise, conhecido pela sigla Sam. É a primeira vez que a composição química da atmosfera marciana é analisada na própria superfície do planeta, desde os testes realizados pelas sondas Viking, na década de 70.


A análise ainda está em andamento, mas a expectativa é de que a substância dominante na atmosfera de Marte seja dióxido de carbono - a exemplo do que foi constatado pelas sondas Viking. Os cientistas da Nasa têm interesse em verificar se a Curiosity irá detectar a presença de metano. O gás já foi identificado por satélites e por telescópios terrestres e sua presença no planeta vermelho é intrigante.

Metano

De um modo geral, o metano tem vida curta e sua persistência por mais tempo sugere a existência de algum tipo de "reabastecimento", que pode estar ocorrendo de forma biológica ou geoquímica. Espera-se que o Sam possa esclarecer a questão.

Os resultados dessa primeira análise devem ser anunciados na semana que vem, de acordo com a cientista Joy Crisp, da equipe da Curiosity, mas ela advertiu que ainda levará algum tempo até que se possam determinar mais detalhes sobre a presença do metano na atmosfera marciana.

A Curiosity, também conhecida como Laboratório Científico Marciano (MSL, na sigla em inglês), já percorreu mais de 100 km desde a Cratera Gale, onde o veículo robótico pousou há um mês.
O veículo está se dirigindo a um ponto chamado de Glenelg, a cerca de 480 km de onde a Curiosity se encontra. Imagens de satélite indicam que Glenelg seria o ponto de encontro de três tipos de terrenos rochosos distintos. Geólogos acreditam que esse seria o local ideal para estudar a geologia da Cratera Gale.
Engenheiros resolveram interromper a trajetória do veículo por alguns dias para poder testar o longo braço robótico do veículo, de 2 m. O braço conta com uma câmera, uma broca e um espectrômetro. Seu propósito é o de recolher amostras de pó de rocha e de terra.

O braço, que conta com dispositivos que pesam trinta quilos, precisa ser movido de uma forma que leve em conta a gravidade de Marte, que equivale a 38% da gravidade terrestre. A missão vem também divulgando fotos realizadas pelo Equipamento Orbital de Reconhecimento de Marte, uma sonda que vem realizando fotos aéreas documentando a trajetória do veículo robótico.

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