Presidente da agência espacial brasileira diz que base de lancamento não ficará pronta até o fim de 2013, como prometeu o ex-ministro Aloisio Mercadante.
O lançamento do primeiro foguete ucraniano-brasileiro, o Cyclone-4,
previsto para novembro de 2013, não deve ocorrer até 2014. A informação
foi divulgada pelo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), o
matemático José Raimundo Coelho, durante uma apresentação da 64ª reunião
anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).
Raimundo falou a VEJA no evento que ocorre até sexta-feira (27), em São
Luís.
No início do ano, o então ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação,
Aloizio Mercadante, anunciou que o Cyclone-4 seria lançado no fim de
2013. Contudo, Coelho disse que visitou o canteiro de obras no Centro
Espacial de Alcântara e percebeu, em conversas informais com os
funcionários, que o sítio de lançamento não ficará pronto. "O lançamento
do Cyclone-4 só deve ocorrer em 2014", disse. A ACS,
empresa binacional (Brasil e Ucrânia) criada para administrar os
lançamentos do novo foguete, está executando a fase final de construção
do foguete. "As peças já chegaram à base de Alcântara por avião e
navio", disse Coelho.
O Brasil pretende entrar no competitivo e restrito mercado de
lançamento de satélites para abocanhar uma fatia dos 200 bilhões de
dólares que giram anualmente entre os países lançadores. Atualmente,
poucas nações concorrem entre si nesse mercado. Alguns exemplos são
França, Japão, Estados Unidos, China e Rússia.
Coelho explicou que o Centro Espacial de Alcântara está em uma posição
privilegiada para o lançamento de satélites geoestacionários de
comunicação e meteorológicos, os mais visados do mercado de lançamentos.
"O custo para uma operação de lançamento a partir de Alcântara é 30%
menor", explicou o matemático. Isso ocorre porque a base está próxima do
equador, local onde a força de rotação da Terra é mais bem aproveitada
para impulsionar os satélites em suas órbitas.
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