domingo, 29 de julho de 2012

Foguete brasileiro-ucraniano só deve ser lançado em 2014

Presidente da agência espacial brasileira diz que base de lancamento não ficará pronta até o fim de 2013, como prometeu o ex-ministro Aloisio Mercadante.


O lançamento do primeiro foguete ucraniano-brasileiro, o Cyclone-4, previsto para novembro de 2013, não deve ocorrer até 2014. A informação foi divulgada pelo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), o matemático José Raimundo Coelho, durante uma apresentação da 64ª reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). Raimundo falou a VEJA no evento que ocorre até sexta-feira (27), em São Luís.

No início do ano, o então ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, anunciou que o Cyclone-4 seria lançado no fim de 2013. Contudo, Coelho disse que visitou o canteiro de obras no Centro Espacial de Alcântara e percebeu, em conversas informais com os funcionários, que o sítio de lançamento não ficará pronto. "O lançamento do Cyclone-4 só deve ocorrer em 2014", disse. A ACS, empresa binacional (Brasil e Ucrânia) criada para administrar os lançamentos do novo foguete, está executando a fase final de construção do foguete. "As peças já chegaram à base de Alcântara por avião e navio", disse Coelho.

O Brasil pretende entrar no competitivo e restrito mercado de lançamento de satélites para abocanhar uma fatia dos 200 bilhões de dólares que giram anualmente entre os países lançadores. Atualmente, poucas nações concorrem entre si nesse mercado. Alguns exemplos são França, Japão, Estados Unidos, China e Rússia.

Coelho explicou que o Centro Espacial de Alcântara está em uma posição privilegiada para o lançamento de satélites geoestacionários de comunicação e meteorológicos, os mais visados do mercado de lançamentos. "O custo para uma operação de lançamento a partir de Alcântara é 30% menor", explicou o matemático. Isso ocorre porque a base está próxima do equador, local onde a força de rotação da Terra é mais bem aproveitada para impulsionar os satélites em suas órbitas.

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