sábado, 27 de abril de 2013

Einstein ainda está certo

Astrônomos usaram o Very Large Telescope (VLT) do ESO e radiotelescópios de todo o mundo para encontrar e estudar um par estelar bizarro, constituído pela estrela de nêutrons de maior massa conhecida até hoje e uma estrela anã branca.

© ESO/L. Calçada (ilustração de um pulsar e uma anã branca)

Este estranho sistema binário permite testar a teoria da gravitação de Einstein, a relatividade geral, de maneiras que não tinham sido possíveis até hoje. Até agora, as novas observações estão exatamente de acordo com as previsões da relatividade geral e são inconsistentes com algumas teorias alternativas.
Uma equipe internacional descobriu um sistema binário exótico, constituído por uma estrela de nêutrons, pequena mas excepcionalmente pesada, que gira em torno de seu próprio eixo 25 vezes por segundo, e por uma estrela anã branca que a orbita a cada duas horas e meia. A estrela de nêutrons é um pulsar que emite ondas de rádio, que podem ser observadas a partir da Terra com radiotelescópios. Além de ser muito interessante por si só, este par incomum é também um laboratório único para testar os limites das teorias físicas.
O pulsar chamado PSR J0348+0432 é o que resta da explosão de uma supernova. Ele tem duas vezes mais massa que o Sol, mas tem um diâmetro de apenas 20 quilômetros. A gravidade em sua superfície é mais de 300 bilhões de vezes mais intensa que a sentida na Terra, e em seu centro cada pedaço do tamanho de um cubo de açúcar tem mais de um bilhão de toneladas de matéria comprimidas. A sua companheira anã branca é apenas um pouco menos exótica: trata-se de um resto brilhante de uma estrela muito mais leve, que perdeu a sua atmosfera e que lentamente vai se apagando.
“Observei este sistema com o VLT do ESO, procurando variações na radiação emitida pela anã branca, causadas pelo seu movimento em torno do pulsar”, diz John Antoniadis, um estudante de doutorado no Instituto Max Planck de Rádio Astronomia (MPIfR) em Bonn, e autor principal do artigo científico que descreve estes resultados. “Uma análise rápida fez-me perceber que o pulsar é um verdadeiro peso pesado. Tem duas vezes a massa do Sol, o que o torna  a estrela de nêutrons de maior massa conhecida até hoje e é também um excelente laboratório para a física fundamental”.
A teoria da relatividade geral de Einstein, que explica a gravidade como uma consequência da curvatura do espaço-tempo criada pela presença de matéria e energia, tem resistido a todos os testes desde o primeiro momento da sua publicação, há quase um século atrás. Mas ela não pode ser a explicação derradeira e deverá, em última instância, perder a sua validade. A relatividade geral não é consistente com outra grande teoria física do século XX, a mecânica quântica. Ela também prevê singularidades para certas circunstâncias, quando algumas quantidades tendem para o infinito, tal como no centro de um buraco negro.
Os físicos construíram outras teorias de gravidade que levam a previsões diferentes das da relatividade geral. Para algumas destas alternativas, as diferenças são percebidas apenas para campos gravitacionais extremamente fortes, os quais não podem ser encontrados no Sistema Solar. Em termos de gravidade, o PSR J0348+0432 é de fato um objeto extremo, mesmo quando comparado com outros pulsares que foram usados em testes de alta precisão da relatividade geral de Einstein. O primeiro pulsar binário, PSR B1913+16, foi descoberto por Joseph Hooton Jr. e Russell Hulse, que ganharam por isso o Prêmio Nobel da Física em 1993. Os cientistas mediram de forma exata as variações nas propriedades deste objeto, mostrando que eram precisamente consistentes com as perdas de energia de radiação gravitacional previstas pela relatividade geral.
Em campos gravitacionais tão fortes, pequenos aumentos na massa podem levar a grandes variações no espaço-tempo em torno destes objetos. Até agora, os astrônomos não tinham ideia do que podia acontecer na presença de uma estrela de nêutrons de massa tão elevada como a PSR J0348+0432. Este objeto oferece a oportunidade única de levar estes testes a território desconhecido.
A equipe combinou as observações da anã branca, obtidas pelo VLT, com o sinal muito preciso do pulsar obtido pelos radiotelescópios. Este trabalho utilizou dados dos radiotelescópios de Effelsberg, Arecibo e Green Bank, além dos telescópios ópticos Very Large Telescope e William Herschel Telescope.
Um sistema binário tão próximo emite ondas gravitacionais e perde energia, o que faz com que o período orbital varie de uma pequena quantidade, sendo que as previsões para esta variação feitas pela relatividade geral e pelas outras teorias são diferentes.
“As nossas observações em rádio foram tão precisas, que já conseguimos medir a variação do período orbital com valores da ordem de 8 milionésimos de segundo por ano, exatamente como previsto pela teoria de Einstein”, diz Paulo Freire, outro integrante da equipe.
Este é apenas o começo dos estudos detalhados sobre este objeto único, e os astrônomos irão utilizá-lo para testar a relatividade geral com cada vez mais precisão, à medida que o tempo passa.
Os resultados deste estudo foram publicados hoje na revista Science.

Fonte: ESO

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Calor do nascimento de estrelas afeta galáxias

Astrônomos utilizando o telescópio espacial Hubble mostraram pela primeira vez que a explosão resultante da formação de estrelas tem um impacto muito maior do que os limites da galáxia onde elas se encontram.


© NASA/ESA (starburst na galáxia M82)

Esses eventos de energia podem after o gás galáctico em distâncias até 20 vezes maiores do que o tamanho visível da galáxia, alterando a forma como a galáxia evolui, e como a matéria e a energia se espalham pelo Universo.
Quando as galáxias formam novas estrelas, por vezes ocorrem episódios de atividade intensa conhecidos como starbursts (explosão de estrelas). Esses eventos ocorriam com frequência nos primórdios do Universo, mas são mais raras em galáxias próximas. Durante essas explosões, centenas de milhões de estrelas nascem, e seu efeito combinado pode formar um poderoso vento que viaja para além da galáxia.
Até então, se sabia que esses ventos afetavam a galáxia progenitora, mas o novo estudo desenvolvido por pesquisadores das agências espaciais americana (NASA) e europeia (ESA) mostra que o efeito é muito mais intenso do que se imaginava. A equipe internacional de astrônomos responsável pelo estudo observou 20 galáxias próximas, algumas das quais passavam por uma starburst. Eles descobriram que os ventos que acompanhavam o processo de formação das estrelas eram capazes de ionizar gases a até 650 mil anos-luz do centro da galáxia, distância cerca de 20 vezes superior ao seu tamanho visível.
Essa é a primeira evidência direta da observação de explosões estelares locais impactando grande quantidade de gás ao redor da galáxia que habitam, e tem consequências significativas sobre como a galáxia continua a evoluir e formar galáxias.

Fonte: NASA e ESA

terça-feira, 23 de abril de 2013

Magnetosfera, a “bolha magnética” que protege a Terra

Costumamos imaginar a Terra girando ao redor do sol tranquilamente, sem grandes complicações. Contudo, as coisas são, na verdade, um pouco mais “dramáticas”: enquanto nosso planeta avança pelo espaço, é constantemente bombardeado por partículas solares energizadas. Felizmente, a Terra conta com a proteção da magnetosfera, uma espécie de “bolha” na qual boa parte dessas partículas bate e é desviada.

A imagem acima é uma representação do que a Terra enfrenta em seu trajeto. Na parte “dianteira” do planeta se forma uma região em que o conflito com as partículas solares é especialmente forte, chamada “bow shock” (que pode ser traduzido como “choque de proa” e é parecido com o que se forma na proa de um navio que se desloca pelo mar).


Analisando dados coletados pela espaçonave da NASA WIND (que já viajou 17 vezes até os limites da magnetosfera entre 1998 e 2002), cientistas não só conseguiram criar uma representação consistente do fenômeno, como também puderam começar a entender melhor esse cenário.
“A frente da magnetosfera fica bem na linha entre o Sol e a Terra, por isso é um lugar crucial para entendermos coisas pequenas que podem ter consequências grandes”, destaca o pesquisador David Sibeck, do Centro de Voo Espacial Goddard em Greenbelt (EUA). “O que acontece no campo magnético da Terra depende do que está acontecendo na frente, no choque de proa”.
De acordo com Sibeck, a maneira como as partículas e também ondas de energia atingem a magnetosfera interfere na quantidade delas que consegue atravessá-la. “Uma vez dentro da magnetosfera, podem criar poderosas tempestades solares e impactar comunicações e satélites de GPS do qual dependemos diariamente”.
[Daily Mail UK, NASA]


 

sábado, 20 de abril de 2013

Para marcar 23 anos no espaço, Hubble mostra nova imagem de nebulosa

Para celebrar os 23 anos de observação no espaço, as agências espaciais americana (Nasa) e europeia (ESA) divulgaram nesta sexta-feira uma nova imagem feita pelo telescópio espacial Hubble de uma das nebulosas mais apreciadas por astrônomos amadores e profissionais, a Cabeça de Cavalo. A foto mostra a imagem sob uma forte luz, coberta por nuvens de poeira.


Nesses 23 anos de observação, que serão completados na próxima semana, o telescópio espacial produziu centenas de imagens astronômicas impressionantes. Muitas delas são de nebulosas - local de formação de novas estrelas - cobertas de nuvens de gás e com um colorido característico.

A nova imagem capturada para marcar esse momento mostra parte do céu na constelação de Orion. Também conhecida como Barnard 33, esta é uma das nebulosas mais conhecidas devido à forma de sua nuvem escura de poeira e gases, semelhante à cabeça de um cavalo. A nebulosa está situada a 1,3 mil anos luz da Terra.

Somos todos poeira de estrela: restos de supernova podem ser encontrados em bactérias pré-históricas

Um material que não se forma na Terra (isótopo Ferro-60) foi encontrado em 2004 no fundo do Oceano Pacífico e, de acordo com as análises da época, a fonte teria sido uma supernova ou, mais precisamente, seus restos que chegaram ao nosso planeta 2,2 milhões de anos atrás. Agora, um grupo de pesquisadores liderado pelo físico Shawn Bishop, da Universidade Tecnológica de Munique (Alemanha) investiga se é possível encontrar esse “metal extraterrestre” em fósseis.


Entre os candidatos estão fósseis de bactérias pré-históricas que absorvem ferro do ambiente para produzir minúsculos cristais magnéticos e, com eles, se orientar a partir do campo magnético da Terra.
 A equipe adquiriu amostras de sedimentos do fundo daquela região do Pacífico que datam de 1,7 milhões a 3,3 milhões de anos atrás. Em seguida, dividiram o material em camadas correspondentes a intervalos de 100 mil anos e usaram processos químicos para extrair ferro unicamente de fontes biológicas – evitando pegar Ferro-60 que teria vindo de rochas continentais, por exemplo.
De acordo com análises preliminares, existem, sim, traços do “ferro extraterrestre”, que teria chegado ao planeta junto com destroços radioativos de uma estrela – não se sabe qual, mas acredita-se que ela fizesse parte dos conjuntos estelares de Escorpião e Centauro e estivesse a 424 anos-luz do sol.[Nature, Icarus]

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O que acontece quando você torce um pano no espaço?

Minha suspeita é que vai espirrar água para todas as direções e a sua? Seja qual for acho difícil que você acerte.
 Neste vídeo o astronauta e comandante da Estação Espacial Internacional Chris Hadfield fez o mais simples dos experimentos para satisfazer a nossa curiosidade.
 Como o Chris explica a água não sai flutuando pela estação espacial, mas fica na superfície externa do pano e nas mãos do astronauta por causa da tensão superficial e da falta de gravidade.

Fonte: Youtube, HypeScience

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Céu foi inundado com raios gama

Nesse momento, os céus estão sendo inundados com a mais brilhante emissão de raios gama já vista por astrônomos.
Os raios gama são a fonte de luz de maior energia do universo. Essa emissão superbrilhante vem de Markarian 421, um blazar que abriga um buraco negro supermassivo.


 

Blazar é um corpo celeste que apresenta uma fonte de energia muito compacta e altamente variável associada a um buraco negro supermassivo do centro de uma galáxia ativa. O buraco negro supermassivo dos blazares espirra grandes quantidades de luz em todo o espectro eletromagnético conforme se alimenta de matéria circundante
 Por pura coincidência, um programa para estudar Markarian 421 tinha apenas começado, por isso dezenas de telescópios do mundo o estavam observando quando ele emitiu os raios gama.


Galáxias ativas emitem jatos de luz até trilhões de vezes mais energéticos do que a luz que somos capazes de ver. Cientista sabem que blazares soltam jatos apontando em direção a Terra; o que permanece um mistério é como raios gama são criados em tais energias extraordinárias.
O brilho visto na semana passada foi sem precedentes na história das observações. “Estou em estado de choque e pavor sobre quão brilhante ele é”, disse Julie McEnery, cientista do telescópio de raios gama Fermi.
Além do Fermi, outros grandes observatórios na Terra e no espaço estão trocando seus registros do blazar para estudar sua estrutura. O trabalho duro começa agora: os astrofísicos vão tentar determinar como o blazar ficou mais brilhante em diferentes partes do espectro em diferentes épocas, para refinar seus modelos de como as partículas em movimento rápido dentro dos jatos dão lugar à luz de alta energia.
“Isso vai nos dar muito mais informações sobre como essas partículas se energizam para fornecer esse evento espetacular”, explicou Greg Madejski, cientista do telescópio de raios-X NuStar

sábado, 13 de abril de 2013

Canadense Vira Novo Astro do Espaço

Chris Hadfield, astronauta canadense, que está na Estação Espacial Internacional (ISS - na sigla ingles), mostra como é viver no espaço e vira sensação na internet e astro espacial.



O astronauta de 53 anos é o primeiro comandante canadense da Estação Espacial Internacional e até aprendeu russo para pilotar melhor as naves Soyuz. Além disso, recebeu diversos prêmios - uma medalha da Nasa, por exemplo, de "trabalho excepcional", e a medalha de ouro do jubileu da rainha - e doutorados honorários. Além disso, tem muita experiência no espaço - foi ele, inclusive, que instalou o braço mecânico da estação em 2006.

Através de seus videos na web que ele vem se tornando febre entre os mais aficionados e os leigos que se interessam por curiosidades como comer, se barbear, chorar, malhar e beber agua no espaço.

Abaixo alguns videos do novo fenomeno da internet.


                                                    
                                                             Como se barbear no espaço.



             
                                                Como lavar as mãos no espaço.





                                    Como se exercitar na Estação Espacial em gravidade Zero!               
            Música de fundo muito boa


Cortando as unhas



Fazendo um lanche rápido em orbita da terra.



Como seria escovar os dentes no espaço?


E como seria ficar com raiva ou triste no espaço e chorar?



Como agir em determinados acidentes.




Uma breve vida no Espaço. Enjoy


Escrito por: Felipe da Costa

Explicando como o universo começou

O universo é extremamente enorme e complexo, mas isso não significa que os humanos não estejam tentando entendê-lo.


E, para tanto, surgiu o ramo da cosmologia, que estuda a estrutura, a evolução e a composição do universo. Seus pesquisadores analisam o que aconteceu, o que está acontecendo e o que deve acontecer no universo, tudo para descobrir como ele surgiu em primeiro lugar.
Edwin Hubble foi o primeiro a descobrir que o universo estava expandindo, ao notar que as galáxias pareciam estar se distanciando cada vez mais. Isso implicava que tudo deveria ter começado com uma explosão monumental de um ponto infinitamente quente e pequeno. Na época, tal fenômeno foi chamado, ironicamente, de Big Bang. A piada se tornou séria quando as evidências para o evento se acumularam, e o nome ficou.


Depois da explosão que literalmente deu origem a tudo, o universo esfriou para formar estrelas e galáxias. Os cosmologistas têm varias ideias de como isso aconteceu, mas, hoje em dia, nossas melhores chances de provar o que realmente ocorreu estão com os físicos de partículas, que tentam recriar as condições desse início do universo em laboratório.
Eles estudam matérias e forças em energias cada vez mais altas, antes com raios cósmicos, e agora com aceleradores de partículas, que colidem partículas subatômicas. Quanto maior a energia do acelerador, mais longe no tempo os cientistas são capazes de “ver” – entender as condições.
Hoje, as coisas são feitas em sua maioria de átomos, mas, centenas de segundos depois do Big Bang, o espaço estava muito quente para os elétrons e prótons se juntarem e formarem núcleos e átomos – a temperatura alta superava as forças que normalmente os mantêm juntos. Ao invés disso, o universo consistia em um mar de partículas subatômicas.
Mais do que isso, microssegundos depois do Big Bang, prótons e nêutrons estavam apenas começando a se formar a partir de quarks, um dos blocos fundamentais de construção do Modelo Padrão da Física. Ainda antes disso, a energia era alta demais até mesmo para os quarks ficarem juntos. Os físicos acreditam que, testando subpartículas em energias ainda maiores, eles podem ter uma ideia de como era esse momento inicial no qual todas as forças eram iguais, o que tornaria a compreensão da origem do universo muito mais fácil.
Mas, para conseguir tal façanha,eles precisam construir aceleradores maiores, e trabalhar muito para combinar todo o conhecimento humano das coisas enormes do universo com as coisas mais minúsculas nele. E nós estaremos aguardando ansiosamente pelo próximo passo no desvendamento desse mistério colossal.

Fonte: HypeScience, Youtube,[TEDEducation, BrasilEscola]

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Uma bolha verde fantasma

A nova imagem a seguir obtida com o Very Large Telescope (VLT) do ESO mostra a nebulosa planetária IC 1295, verde e brilhante, que rodeia uma estrela moribunda tênue situada a cerca de 3.300 anos-luz de distância, na constelação do Escudo.


© ESO/VLT (nebulosa planetária IC 1295)
Esta é a imagem mais detalhada deste objeto obtida até hoje.
Estrelas do tamanho do Sol terminam as suas vidas sob a forma de anãs brancas, estrelas pequenas e tênues. Na transição final para a “reforma”, a atmosfera é lançada para o espaço. Durante apenas alguns milhares de anos, estes objetos encontram-se rodeados por espectaculares nuvens brilhantes e coloridas de gás ionizado, conhecidas como nebulosas planetárias.
Esta imagem da nebulosa planetária IC 1295 tem a característica particular de ser composta por inúmeras conchas que a fazem parecer um micro-organismo visto através do microscópio, com as muitas camadas correspondendo às várias membranas de uma célula.
Estas bolhas são formadas pelo gás que constituía a atmosfera da estrela e que foi expelido pelas reações de fusão instáveis, acontecendo no núcleo da estrela, que geram liberação de energia súbita, como se fossem enormes jorros termonucleares. O gás brilha devido à intensa radiação ultravioleta emitida pela estrela moribunda. Os diferentes elementos químicos brilham com diferentes cores e o proeminente tom esverdeado da IC 1295 vem do oxigênio ionizado.
No centro da imagem podemos ver um ponto brilhante azul esbranquiçado situado no coração da nebulosa, que é o que resta do núcleo queimado da estrela. O fraco brilho desta minúscula anã branca vem da energia térmica armazenada que, por sua vez, irá ser dissipada lentamente, ao longo de muitos bilhões de anos, à medida que a anã branca arrefece.
Estrelas com a massa do Sol e com massas que podem ir até oito vezes a massa solar, darão origem a nebulosas planetárias na fase final das suas vidas. O Sol tem 4,6 bilhões de anos e viverá ainda muito provavelmente mais quatro bilhões de anos.
Apesar do seu nome, as nebulosas planetárias não têm nada a ver com planetas. Este termo descritivo foi usado em algumas das primeiras descobertas destes objetos incomuns e deveu-se à semelhança visual apresentada entre eles e os planetas exteriores Urano e Netuno, quando observados através dos telescópios da época. Observadores antigos, como por exemplo William Herschel, que descobriu muitas nebulosas planetárias e especulou sobre a sua origem e composição, já sabiam que estes objetos não eram planetas que se encontravam em órbita do Sol, já que não se moviam relativamente às estrelas de fundo. Através de observações espectroscópicas no século XIX, descobriu-se que estes objetos eram, na realidade, gás brilhante.
Esta imagem obtida pelo VLT do ESO, situado no Cerro Paranal no deserto do Atacama, no norte do Chile, foi auxiliada pelo instrumento FORS (sigla do inglês FOcal Reducer Spectrograph). Foram feitas exposições em três filtros diferentes, na luz azul (mostradas em azul), na radiação visível (mostradas em verde) e na luz vermelha (mostradas em vermelho), que foram combinadas nesta imagem.

Fonte: ESO

quarta-feira, 10 de abril de 2013

A estrela que “dobra” a luz de sua vizinha

Do tamanho da Terra, porém com uma massa equivalente à do sol, uma anã branca (“sobra” de uma estrela que entrou em colapso) observada por um grupo de cientistas tem um campo gravitacional tão forte que é capaz de distorcer a luz de uma estrela (anã vermelha) próxima a ela.


“É tão pesada que a anã vermelha, embora fisicamente maior, circula ao seu redor”, aponta o pesquisador Phil Muirhead, do Instituto Tecnológico da Califórnia (EUA). O tempo de órbita é extremamente curto (1,4 dias) e indica que, daqui a “apenas” alguns bilhões de anos, a anã vermelha pode acabar sendo despedaçada pela outra estrela. “Esse sistema é especialmente interessante porque nos permite caracterizar uma fase pacífica antes que a violenta transferência de massa comece”.

Nem a luz escapa

A distorção de raios de luz causada por campos gravitacionais estava prevista na Teoria Geral da Relatividade de Einstein – e, embora seja constantemente observada por astrônomos, raramente foi vista em sistemas formados por apenas duas estrelas.
Esse fenômeno ajuda cientistas a encontrar planetas pouco iluminados – equipamentos como o Telescópio Espacial Kepler conseguem identificar alterações na luz de estrelas causadas pela gravidade de planetas que as orbitam. No estudo, o cálculo da massa da anã branca foi feito com base na distorção da luz.


domingo, 7 de abril de 2013

Primeira visita guiada ao Observatório Astronômico Otton de Alencar da Universidade Estadual do Ceará (Uece)

Nessa sexta feira última (05/04) ocorreu a primeira visita guiada ao observatório Otton de Alencar na Universidade Estadual do Ceara, Uece, com a colaboração de estudantes e bolsistas da propria Uece.

As atividades de observação deste mês fazem parte do Global Astronomy Month (GAM 2013). “Esse mês foi escolhido pela Astronomers Without Bordes (Astrônomos Sem Fronteiras) para realizar atividades simultâneas com relação à Astronomia em várias partes do mundo” Luidhy Santana.

Observatorio Otton de Alencar- UECE
 A programação da visita de observação conta com visualização dos planetas Júpiter e Saturno e de nebulosas por meio de telescópio. Além da sessão de observação dos astros com instrumentos, haverá ainda um momento de observação e identificação de constelações, bem como uma palestra curta sobre os objetos que serão observados.

Júpiter

Saturno

Órion

 Infelizmente por motivos metereologicos não foi possivel fazer a observação por meio do telescópio, pois o céu se encontrava com bastante nuvens. 
Os guias foram os alunos do curso de Física da Uece, Luidhy Santana, bolsista da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), e Diego Max, bolsista da Uece. A palestra sobre os objetos que serão observados foi proferida por Felipe da Costa Gomes e Felipe Neres, enquanto  o momento de identificação das constelações será realizado por Rafael Albuquerque, ambos estudantes de Física da Uece.
Na próxima semana será feita uma nova visita, porém com a visualização através do telescópio.



NASA ENCONTRA AGUA OXIGENADA EM LUA DE JUPITER

A Nasa divulgou nesta sexta-feira (5) a descoberta de peróxido de hidrogênio em abundância em uma das luas de Júpiter. Essa substância é popularmente conhecida como água oxigenada e pode funcionar como uma importante fonte de energia para micro-organismos.

A lua de Júpiter rica em água oxigenada é a Europa, já conhecida por ter um oceano debaixo de sua crosta de gelo. Esses oceanos têm entre 2 e 3 vezes mais água do que os da Terra.
Os cientistas não confirmam que exista vida nesta lua, mas ela é considerada uma das principais candidatas a abrigar vida no Sistema Solar. Além de água, Europa tem uma superfície rica em componentes essenciais para o surgimento de vida, como carbono, nitrogênio, fósforo e enxofre.

Os pesquisadores analisaram dados do Telescópio Keck II, que fica no Havaí (EUA), ao longo de quatro noites de setembro de 2011. Os resultados mostram que a água oxigenada é difundida em grande parte da superfície de Europa. As maiores concentrações são atingidas em regiões onde a água do gelo é quase pura, com pouca contaminação de enxofre.

A água oxigenada foi encontrada em pontos da superfície da lua longes dos oceanos. Apesar da distância, o estudo afirma que, se a substância na superfície de Europa se misturasse com o oceano, poderia ser uma fonte de energia importante para gerar vida.

O principal autor do estudo Kevin Hand, do Laboratório de Propulsão a Jato, explica que a disponibilidade de oxidantes como a água oxigenada na Terra foram fundamentais para a ascensão de formas de vida complexas e multicelulares no planeta. A pesquisa foi publicada recentemente no periódico científico Astrophysical Journal Letters.

A Galáxia do Olho Negro

A imagem a seguir mostra a bela e brilhante galáxia espiral M64 (Messier 64), normalmente chamada de Galáxia do Olho Negro ou a Galáxia da Bela Adormecida, devido a sua aparência de pálpebras pesadas em visões telescópicas.

© Martin Pugh (galáxia M64)

A M64 está localizada a aproximadamente 17 milhões de anos-luz de distância da Terra na constelação do céu do hemisfério norte Coma Berenices. De fato, ser chamada de Galáxia do Olho Vermelho também seria um apelido apropriado com base nessa imagem colorida, que é na verdade uma composição de imagens obtidas com filtros de banda larga e banda estreita. As enormes nuvens de poeira que obscurecem a região central da M64 no seu lado visível são concatenadas com o brilho avermelhado do hidrogênio associado com as regiões de formação de estrelas. Mas essas não são as únicas características marcantes da galáxia. 

Observações mostram que a M64 é na verdade composta por dois sistemas concêntricos, em rotação contrária de estrelas, um localizado numa parte interna com 3.000 anos-luz de raio e outro se estendendo a aproximadamente 40.000 anos-luz de raio, os dois girando em direções opostas. O olho empoeirado e a rotação bizarra é provavelmente o resultado de uma fusão ocorrida a um bilhão de anos atrás de duas galáxias diferentes.

Fonte: NASA

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Os aparelhos para “malhar” no espaço

O astronauta canadense Chris Hadfield, comandante da Estação Espacial Internacional, respondeu em um vídeo uma dúvida dos curiosos: como os astronautas fazem exercício no espaço, em gravidade zero?



Parece divertidíssimo flutuar no meio das estrelas, mas o fato é que a falta de gravidade pode ser muito prejudicial aos astronautas. Com a falta de resistência, eles perdem coordenação muscular,  massa muscular, massa óssea, etc. Para se ter uma ideia,um astronauta perde, em média, 2% de sua massa óssea para cada mês que passa no espaço.
Sendo assim, eles precisam malhar. E, aparentemente, fazem basicamente as mesmas coisas que fazemos aqui na Terra: correm em uma esteira, levantam peso, etc. No entanto, eles precisam ficar cuidadosamente amarrados por uma corda – por causa da mesma chatinha gravidade zero. Além disso, precisam malhar pelo menos duas horas todos os dias para manter sua massa muscular e óssea.

No vídeo acima, da CSA (agência espacial canadense), é possível ver alguns dos aparelhos que se encontram lá na estação, e como os astronautas se arramam ou os utilizam para poder se exercitar com sucesso.

Fonte:[Gizmodo]

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Rocha encontrada no Marrocos pode ter vindo de Mercúrio

Uma rocha esverdeada foi encontrada no ano passado no Marrocos, e agora os cientistas dizem que ela provavelmente teve origem no planeta mais interno do nosso sistema solar: Mercúrio.
O anúncio foi feito pelo especialista em meteorito Anthony Irving. Segundo ele, a rocha espacial verde-ervilha, apelidada de “NWA 7325″, tem pelo menos 4,56 bilhões de anos, e não vem de Marte nem de um asteroide, mas sim de Mercúrio – se a hipótese for confirmada, será a primeira vez que um pedaço de tal planeta é descoberto na Terra.



“Pode ser uma amostra de Mercúrio, ou pode ser uma amostra de um corpo menor do que Mercúrio, mas parecido com ele”, disse Irving. De acordo com o especialista, a composição química da rocha é diferente de qualquer outro meteorito marciano que ele já viu, ou de qualquer meteorito originado de um asteroide.
NWA 7325 tem uma intensidade magnética menor – o magnetismo passou do campo magnético de um corpo cósmico para a rocha – do que qualquer outra rocha já encontrada.
Dados enviados da nave Messenger da NASA, atualmente em órbita em Mercúrio, mostram que o magnetismo baixo do planeta se assemelha ao encontrado em NWA 7325.
Outras observações da Messenger também corroboram a teoria de Irving. Cientistas familiarizados com a composição geológica e química de Mercúrio pensam que a superfície do planeta é muito pobre em ferro. O meteorito também é pobre em ferro, o que sugere que o lugar de onde a rocha veio deve ser no mínimo semelhante a Mercúrio.
Segundo Irving, em última análise, apenas o retorno de uma amostra de Mercúrio pode fornecer uma resposta definitiva quanto às origens da rocha. Infelizmente, isso pode levar algum tempo.Mercúrio é, historicamente, um assunto frequentemente negligenciado na investigação científica. A Messenger é a primeira nave espacial a orbitar o planeta, e só está lá desde 2011.

Veja o artigo completo de Irving descrevendo a rocha (em inglês) aqui.[io9]



terça-feira, 2 de abril de 2013

Via Láctea pode estar cercada por cerca de 2.000 buracos negros errantes

Galáxias e seus buracos negros centrais supermassivos cresceram em conjunto, como resultado de colisões e fusões entre inúmeras galáxias menores antigas.

Segundo a teoria, cada galáxia pode ter um buraco negro em seu centro. Conforme as galáxias se fundem, seus buracos negros centrais se fundem também, construindo um objeto supermassivo com milhões de vezes a massa do sol.
No entanto, galáxias às vezes se fundem sem combinarem seus buracos negros centrais, lançando um desses objetos para fora da nova formação, para as profundezas do espaço. Colisões entre buracos negros também criam ondas gravitacionais, o que pode “chutar” um buraco negro recém-fundido para fora de sua galáxia hospedeira.
De acordo com uma simulação de computador feita pelos pesquisadores Valery Rashkov e Piero Madau da Universidade da Califórnia em Santa Cruz (EUA), um número impressionante desses buracos negros “abandonados” pode ser encontrado no halo da Via Láctea, uma região periférica gigante de gás que fica além das estrelas da nossa galáxia.
Há uma variação considerável em termos de quantos buracos negros podem existir lá fora – Rashkov e Madau acreditam que esse número pode variar de tão baixo quanto 70 a tão alto quanto 2.000.
Esses objetos são o que os pesquisadores chamam de “sementes” de buracos negros. Eles têm um tamanho intermediário e já foram encontrados no centro de coleções de estrelas e gás – essas estruturas não eram grandes o suficiente para serem consideradas galáxias em seu próprio direito, mas se combinaram com outros blocos para formar galáxias como a Via Láctea.
Embora um bom número destes buracos negros relativamente pequenos se uniu para formar a atual safra de buracos negros supermassivos que fica no centro de galáxias como a nossa, o caos dessas fusões intergalácticas pode ter deixado alguns dos buracos negros menores presos nas regiões mais distantes do espaço.
Enquanto a maioria desses buracos negros seria praticamente impossível de detectar, alguns podem ter trazido aglomerados de estrelas e matéria escura junto com eles. Se esse for o caso, os pesquisadores devem ser capazes de detectar a luz fraca desses objetos no halo da Via Láctea com telescópios atuais ou futuros, o que pode nos dizer mais sobre como eles foram formados.