© NASA (ilustração da Via Láctea)
Uma
nova técnica revelou as idades dessas estrelas, e aplicar o mesmo
método a outras deve propiciar uma compreensão melhor de como a galáxia
se reuniu após o Big Bang.
Para deduzir a
evolução precoce da Via Láctea, os astrônomos tem que medir as idades
das estrelas mais velhas. A maioria das estrelas da galáxia, incluindo o
Sol, reside em um disco fino, mas as estrelas antigas ficam em um halo
em torno desse disco. Os membros mais brilhantes do halo são um
aglomerado de estrelas embaladas chamado globulares, cuja idade é
determinada pela cor e brilho de suas muitas estrelas. Porém, para toda
estrela em um aglomerado globular, existem cerca de 100 estrelas no halo
por conta própria, e datá-las tem sido um grande desafio.
O
astrônomo Jason Kalirai, do Instituto de Ciências do Telescópio
Espacial, em Baltimore, Maryland, nos Estados Unidos, criou um novo modo
para medir as idades das estrelas individuais do halo. A técnica
explora o conceito básico da evolução estelar: quanto mais pesada é uma
estrela, mais rapidamente ela morre. Estrelas de halo morrem se
transformando em gigantes vermelhas, e depois em anãs brancas, estrelas
densas um pouco maiores que a Terra. Anãs brancas não têm atividade
nuclear, então, esfriam e desaparecem, e com elas suas idades. Assim, as
mais quentes e mais brilhantes dessas estrelas apagadas entraram no
estágio de anãs brancas mais recentemente.
O
astrônomo Timothy Beers, diretor do Observatório Nacional de Kitt Peak,
no Arizona, afirma que o método utilizado por Kalirai pode ser usado
para datar outras estrelas no halo interno, mas também no externo, que
prevalece além da borda do disco estelar da Via Láctea.
Kalirai
espera, baseado em simulações de como as galáxias se formam, que o halo
exterior da Via-Láctea seja mais velho. Suas estrelas provavelmente
surgiram cerca de 13,5 bilhões de anos atrás em pequenas galáxias que a
Via Láctea incorporou.
Se Kalirai conseguir
estabelecer as idades de diferentes partes do halo, astrônomos poderão
ter uma ideia mais clara da sequência de eventos que levaram à formação
da galáxia logo após o Big Bang.
Primeiramente,
Kalirai analisou anãs brancas quentes do aglomerado globular de estrelas
mais próximo, o M4, que fica na constelação de Escorpião e tem 12,5
bilhões de anos. Os espectros das anãs brancas indicam que as estrelas
são 53% mais massivas que o Sol.
Então, o
astrônomo estudou quatro anãs brancas quentes que não residem em um
aglomerado globular, mas que pertencem ao halo interno, o componente do
halo que domina nas imediações do Sol. As quatro são tão quentes, de 14
mil a 20 mil Kelvin, que elas são azuis, demonstrando que viraram anãs
brancas há pouco tempo. Kalirai descobriu que elas são 55% mais massivas
que o Sol, mais massivas que as recém-formadas anãs brancas do M4, e
então veio de progenitores mais pesados e de menor duração.
Segundo
o relatório publicado por Kalirai, as quatro anãs brancas significam
que a idade do halo interior é de cerca 11,4 bilhões de anos, mais jovem
que o mais velho aglomerado globular, que tem 13,5 bilhões de anos.
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