Há 3,5 bilhões de anos, os seres humanos poderiam ter
bebido água do planeta Marte e vivido ali por muito tempo, afirmou neste
domingo o cientista da Nasa Joahn Grotzinger.
Em declarações ao jornal La Tercera, Grotzinger destacou
que um ano depois que o robô Curiosity chegou com sucesso ao planeta
vermelho, "descobriu que é um meio ambiente similar à Terra, em que se
os seres humanos teriam estado há 3,5 bilhões de anos e poderiam ter
enchido um copo de água e provavelmente bebê-la".
O investigador indicou que o passo mais importante até agora foi
descobrir, a partir da análise de rochas no planeta, que existiu um meio
ambiente propício para a vida e que persistiu por centenas ou milhares
de anos.
O cientista americano ressalta que nesta terça-feira o
robô completará um ano em Marte - planeta que é circundado por dois
satélites-, onde em poucos meses conseguiu várias das metas propostas na
missão de dois anos: caracterizar a água e a atmosfera e achar meio
ambientes que no passado puderam suportar a vida.
Desde então, se transformou na missão mais popular da
agência espacial americana. Tem uma conta com mais de 1,3 milhão de
seguidores no Twitter e o Curiosity foi postulado como personagem do ano
pela revista Time.
"Foi um ano muito bom. Pudemos aterrissar, que era algo
sobre o qual todos estávamos nervosos e depois de oito meses conseguimos
a meta primária da missão: que a água não era ácida como as missões
anteriores detectaram, mas tinha um PH (potencial hidrogênio) neutro",
disse.
Grotzinger afirmou que embora Marte tenha perdido
umidade e hoje seja um deserto frio, as análises do Curiosity mostram
que "pôde ser um local onde microorganismos teriam vivido facilmente".
O cientista explica que o robô realiza atualmente sua
viagem mais longa na superfície de Marte. O trajeto foi iniciado em 4 de
julho e deverá percorrer oito quilômetros rumo ao monte Sharp, uma
montanha de 5.500 metros, em um deslocamento que poderá durar entre sete
e nove meses.
"Será uma longa viagem, nos deteremos em algumas
ocasiões para fazer medições, mas estamos comprometidos em dirigir ao
monte o mais rápido possível", comentou.
O cientista explicou que a ideia original da viagem era
aterrisar próximo de sua base, no centro da cratera Gale, pois as
imagens do planeta tomadas desde a órbita mostram camadas e camadas no
terreno que falam de diferentes idades geológicas, além de cores de
minerais que poderia ter água.
Grotzinger, chefe da missão do Curiosity, acredita que
nessa zona do planeta Marte, o quarto planeta do sistema solar mais
próximo ao sol, há mais possibilidades de encontrar meio ambientes
habitáveis.
Fonte: EFE
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