terça-feira, 31 de julho de 2012

Órbitas de asteroides que podem ameaçar a Terra

A NASA divulgou um diagrama que ilustra as diferenças entre as órbitas de um típico asteroide próximo da Terra (em azul) e um asteroide potencialmente perigoso (PHA, na sigla em inglês, em vermelho).


© NASA (órbitas de asteroides próximo da Terra)

Os PHAs são um subconjunto de asteroides próximos da Terra (NEAs) e têm órbitas próximas à do nosso planeta, chegando a cerca de 8 milhões de km. Eles também são grandes o suficiente para sobreviver à passagem pela atmosfera terrestre e causar danos regionalmente, ou em maior escala.

O Sol fica no centro da população de asteroides, enquanto as órbitas de Mercúrio, Vênus e Marte estão em cinza na imagem divulgada. A órbita terrestre está destacada em verde entre Vênus e Marte. Como indica o diagrama, os PHAs tendem a ter órbitas mais semelhantes à órbita terrestre do que os asteroides próximos. As órbitas dos asteroides são obtidas através de simulações, descrevendo o como pode ser o caminho destes objetos em torno do Sol.

Os pontos ao fundo são baseados em dados do NEOWISE, o "caçador de asteroides" da NASA na missão WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer), que varreu o Sol duas vezes com luz infravermelha, antes de entrar em modo de hibernação em 2011. Os pontos azuis e laranjas representam uma simulação da população de asteroides próximos da Terra e PHAs, respectivamente, que têm mais de 100 m.

O NEOWISE forneceu a melhor noção geral até o momento dos PHAs, refinando as estimativas de seu número, tamanhos, tipos, órbitas e riscos potenciais. A equipe do NEOWISE estima que de 20 a 30% dos PHAs que se pensou existir foram efetivamente descobertos em maio de 2012, data da imagem divulgada hoje.

Fonte: NASA

domingo, 29 de julho de 2012

Casf faz primeiro registro do Cometa Panstarrs no Ceará, novas fotos do céu profundo e registra também a conjunção da Lua com os planetas Júpiter e Vênus dia 15.07.2012.

O cometa  C/2011 L4 Panstarrs foi descoberto em 5 de junho de 2011 pela equipe do telescópio Panstarrs-1, de 1800 milímetros, localizado no Havaí. 
Quando foi descoberto, C/2011 L4 Panstarrs se localizava muito além da órbita de Júpiter, a 1.4 bilhões de km do Sol. No momento da foto feita pela equipe do CASF (Dennis, Hilbernon e Paulo Régis) o cometa estava a 1.2 bilhões de km do Sol com magnitude em torno de 12,5. Realmente um bom trabalho da equipe local considerando a distancia e a magnitude. O telescópio utilizado, o Coruja I, também permitiu o registro visual do cometa. Outros registros deste cometa no Brasil foram feitos por observadores de Campo Grande-MS, de São Jose dos Campos e Araçatuba-SP e em Alto Paraíso de Goiás. 
 
 
Estimativas mostram que C/2011 L4 Panstarrs deverá ser visível a olho nu em março de 2013 e poderá dar um show nos céus quando estará a apenas 45 milhões de quilômetros do Sol. É esperar e conferir.
Na mesma noite os membros do Casf fizeram mais algumas imagens de objetos do céu profundo como a da Nebulosa Trífida abaixo.
 
 
 
A Nebulosa Trífida  é uma região da via láctea composta de gás estelar e poeira onde estar a ser formar  novas estrelas.
Os membros do Casf. também apreciaram e registraram fotograficamente a conjunção entre a Lua e os Planetas Júpiter e Vênus. Abaixo foto da conjunção tirada por Dennis Weaver do Casf.
 
Conjunção é a aproximação angular de dois ou mais astros no céu. Ocorre quando dois ou mais objetos aparentemente se aproximam um do outro no firmamento. Dizemos aparentemente porque isso só ocorre visualmente. Na realidade Lua, Júpiter e Vênus estão bem distantes entre si, mas suas posições em relação à Terra nos deu a impressão de que estavam muito próximos.
 
 

Foguete brasileiro-ucraniano só deve ser lançado em 2014

Presidente da agência espacial brasileira diz que base de lancamento não ficará pronta até o fim de 2013, como prometeu o ex-ministro Aloisio Mercadante.


O lançamento do primeiro foguete ucraniano-brasileiro, o Cyclone-4, previsto para novembro de 2013, não deve ocorrer até 2014. A informação foi divulgada pelo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), o matemático José Raimundo Coelho, durante uma apresentação da 64ª reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). Raimundo falou a VEJA no evento que ocorre até sexta-feira (27), em São Luís.

No início do ano, o então ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, anunciou que o Cyclone-4 seria lançado no fim de 2013. Contudo, Coelho disse que visitou o canteiro de obras no Centro Espacial de Alcântara e percebeu, em conversas informais com os funcionários, que o sítio de lançamento não ficará pronto. "O lançamento do Cyclone-4 só deve ocorrer em 2014", disse. A ACS, empresa binacional (Brasil e Ucrânia) criada para administrar os lançamentos do novo foguete, está executando a fase final de construção do foguete. "As peças já chegaram à base de Alcântara por avião e navio", disse Coelho.

O Brasil pretende entrar no competitivo e restrito mercado de lançamento de satélites para abocanhar uma fatia dos 200 bilhões de dólares que giram anualmente entre os países lançadores. Atualmente, poucas nações concorrem entre si nesse mercado. Alguns exemplos são França, Japão, Estados Unidos, China e Rússia.

Coelho explicou que o Centro Espacial de Alcântara está em uma posição privilegiada para o lançamento de satélites geoestacionários de comunicação e meteorológicos, os mais visados do mercado de lançamentos. "O custo para uma operação de lançamento a partir de Alcântara é 30% menor", explicou o matemático. Isso ocorre porque a base está próxima do equador, local onde a força de rotação da Terra é mais bem aproveitada para impulsionar os satélites em suas órbitas.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Há 41 anos, Apollo 15 levava o primeiro carro a chegar à Lua

Na manhã de 26 de julho de 1971, um foguete Saturn V (o mais poderoso já feito pelo homem) era lançado com os astronautas e o equipamento da missão Apollo 15. Na bagagem, a maior quantidade de equipamentos de pesquisa científica já levados pelas missões tripuladas à Lua. Curiosamente, no "porta-malas" do Saturn V ainda ia o primeiro carro a chegar ao nosso satélite natural.


O lunar roving era movido a eletricidade e servia para levar a tripulação e o equipamento pela superfície lunar. Ele chegava a no máximo 16 km/h e enfrentava inclinações de até 25 graus. Ao invés de um volante, um controle - parecido com aquele de aviões de caça - ficava entre os dois bancos e permitia que ele fosse dirigido tanto pela esquerda, quanto pela direita. Ele suportava até 696 kg (sendo que o próprio veículo pesava 206 kg), tinha 3 m de comprimento, 2,1 m de largura e 114 cm de altura.

Os astronautas pousaram no início da noite (no Brasil) de 30 de julho. Lá eles permaneceram até 3 de agosto - um deles permaneceu em órbita no módulo de comando. Outra curiosidade é que, na saída, eles deixaram um satélite para analisar a massa da Lua, mudanças gravitacionais e a interação com o campo magnético da Terra. A chegada ao planeta ocorreu em 7 de agosto.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Detector de partículas tentará encontrar 'universo negro invisível'

Um detector de partículas pesando 7 t instalado há mais de um ano na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) tentará estabelecer se existe um "universo negro" invisível entretecido no cosmos, disse nesta quarta-feira um cientista do projeto.


O detector, chamado Espectrômetro Magnético Alfa (AMS, na sigla em inglês), já quebrou todos os recordes ao registrar cerca de 17 bilhões de raios cósmicos, armazenando seus dados para análises, disse o físico Samuel Ting, ganhador do Prêmio Nobel, em entrevista coletiva. "A questão é: onde o universo é feito de antimatéria? Ela pode estar por aí, num lugar bem longe, produzindo partículas que poderíamos detectar com o AMS", afirmou.

Físicos dizem que o "Big Bang", explosão primordial que originou o universo há cerca de 13,7 bilhões de anos, deve ter criado quantidades iguais de matéria e de antimatéria. Mas então a antimatéria teria, praticamente, sumido. A razão disso é um dos grandes segredos do cosmos, investigado por meio do AMS e de estudos feitos no Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), onde Ting falou.

Alguns pesquisadores acreditam que a "matéria invisível", uma forma que ocupa até 25% do universo conhecido, estaria ligada à antimatéria. Mas outros dizem que isso é altamente improvável. Esses cientistas argumentam que a antimatéria não poderia sobreviver muito perto de partes visíveis do cosmo onde, segundo as observações mais recentes, são ocupadas pela matéria escura, o que às vezes gera um "véu" entre planetas e estrelas.

A matéria e a antimatéria são quase idênticas, com a mesma massa, mas "spin" (rotação) e cargas energéticas opostas. Elas podem formar partes diferentes de algumas partículas elementares, mas, caso se misturem, se destroem instantaneamente.

Ting concedeu a entrevista coletiva junto a uma equipe de astronautas dos Estados Unidos que levou o detector - desenvolvido e construído pelo Cern - até a ISS em maio do ano passado, na última missão do ônibus espacial Endeavour.

Ele disse que até agora o detector de U$ 2 bilhões, com seus poderosos ímãs que distorcem as partículas com cargas negativas e positivas em direções diferentes, está funcionando perfeitamente e que nenhum dos sistemas reservas precisou ser acionado.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Tempestade de cometas ao redor de estrela

A ilustração abaixo mostra uma tempestade de cometas ao redor de uma estrela próxima da nossa conhecida como Eta Corvi.


© NASA (tempestade de cometas ao redor da estrela Eta Corvi)

Evidências que suportam essa ilustração veem de observações feitas com o telescópio espacial Spitzer da NASA, que com seus detectores infravermelhos registraram indicativos de que cometas foram recentemente disparados após a colisão de um corpo rochoso. Nessa concepção artística, um grande cometa é observado se chocando com um planeta rochoso, enviando gelo e poeira rica em carbono ao espaço, enquanto também se choca com a água e com os compostos orgânicos na superfície do planeta. Um brilhante flash vermelho  foi  registrado no momento do impacto do cometa com o planeta. A estrela amarela-branca Eta Corvi é mostrada à esquerda com muitos outros cometas indo em sua direção.
O Spitzer detectou assinaturas espectrais de gelo de água, de material orgânico e de rocha ao redor da Eta Corvi, ingredientes fundamentais para os cometas. Essa é a primeira vez que evidências como essas de uma tempestade de cometas foram registradas ao redor de uma estrela. A estrela Eta Corvi está na idade certa, cerca de um bilhão de anos, de ter a experiência de um bombardeamento de cometas como o que ocorreu no Sistema Solar quando ele tinha entre 600 e 800 milhões de anos de existência, momento esse da história planetária conhecido como Bombardeamento Denso Tardio.
Os cientistas dizem que este bombardeio foi disparado no nosso Sistema Solar pela migração dos planetas externos, que se chocaram com os cometas congelados enviando-os em direção à região interna do Sistema Solar. Os cometas se chocaram com a nossa Lua e atingiram os planetas internos. Esses cometas podem ter trazido materiais para a Terra que ajudaram a iniciar a vida.

Fonte: NASA

terça-feira, 24 de julho de 2012

Cargueiro russo Progress M-15M não consegue reacoplar-se à ISS

A nave de carga russa Progress M-15M não conseguiu nesta terça-feira reengatar-se à Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês) durante o teste de um novo sistema de aproximação e acoplamento automático, informou o Centro de Controle de Voos Espaciais (CCVE) da Rússia.


"São desconhecidas as causas da falha", disse um porta-voz do CCVE citado pela agência Interfax. O porta-voz explicou que o novo sistema de aproximação e engate automático do cargueiro, que na véspera fora desenganchado da plataforma orbital, alertou do risco de uma avaria e abortou a manobra quando o Progress se encontrava a uma distância de 15 quilômetros da ISS.
Segundo a fonte do CCVE, os especialistas trabalham atualmente para esclarecer as causas da falha, enquanto a segunda tentativa de acoplamento foi programada para as 22h de 28 de julho (horário de Brasília).
Atualmente, a bordo da plataforma se encontra uma expedição integrada por seis tripulantes: os russos Yuri Malenchenko, Gennady Padalka e Sergei Revin, os americanos Sunita Williams e Joe Acaba e o japonês Akihiko Hoshide.

Determinada a distância de uma galáxia antiga

Uma equipe internacional de astrônomos liderada por Fabian Walter do Instituto Max Planck para a Astronomia (MPIA) em Heidelberg, na Alemanha, conseguiu pela primeira vez determinar a distância da galáxia HDF850.1.


© NASA/MPIA (região do Hubble Deep Field onde está a HDF850.1)
Esta galáxia é uma das mais produtivas na formação estelar no Universo observável. A galáxia está a uma distância de 12,5 bilhões de anos-luz. Assim, a vemos quando o Universo tinha menos de 10% de sua idade atual. Além disso, a HDF850.1 faz parte de um grupo de cerca de uma dúzia de protogaláxias que se formaram nos primeiros bilhões de anos de história cósmica.
A galáxia HDF850.1 foi descoberta em 1998. É famosa por produzir novas estrelas a uma taxa extraordinária, mesmo em escalas astronômicas: uma massa acumulada de mil sóis por ano. Para efeito de comparação: uma galáxia comum como a nossa não produz mais do que uma massa solar de novas estrelas por ano.
O "Hubble Deep Field", onde HDF850.1 está localizada, é uma região no céu que proporciona uma visão quase inigualável nos confins do espaço. Ele foi primeiramente estudado extensivamente usando o telescópio espacial Hubble. No entanto, observações com luz visível apenas revelam uma parte da imagem cósmica, e observações em diferentes comprimentos de onda foram exploradas. No final de 1990, os astrônomos usando o telescópio James Clerk Maxwell no Havaí pesquisaram a região usando a radiação submilimétrica. Este tipo de radiação, com comprimentos de onda entre alguns décimos de milímetro e um milímetro, é particularmente adequada para a detecção de nuvens frescas de gás e poeira.
Os pesquisadores foram pegos de surpresa quando perceberam que a HDF850.1 era a mais brilhante fonte de emissão submilimétrica neste campo, porém era completamente invisível nas observações do telescópio espacial Hubble!
A invisibilidade da galáxia não é um grande mistério. As estrelas são formadas de densas nuvens de gás e poeira. Estas nuvens densas são opacas à luz visível, escondendo a galáxia nesta região do espectro. A radiação submilimétrica passa através das densas nuvens de poeira, mostrando o seu interior. Mas, uma faixa muito estreita do espectro torna muito difícil determinar o redshift da galáxia.
Agora, a equipe conseguiu resolver o mistério. Aproveitando recentes atualizações para o interferômetro IRAM no Plateau de Bure, nos Alpes Franceses, que combina seis antenas de rádio que agem como um telescópio gigantesco milimétrico, foi possível identificar linhas espectrais necessárias para a determinação de distâncias precisas. "É a disponibilidade de instrumentos mais poderosos e sensíveis recentemente instalados no interferômetro IRAM, que nos permitiu detectar estas linhas fracas na HDF850.1 e, finalmente, encontrar o que tinha sido em vão durante os últimos 14 anos", explica Pierre Cox, diretor do IRAM.
O resultado é uma surpresa: a galáxia está a uma distância de 12,5 bilhões de anos-luz da Terra (redishit z ~ 5,2).
A combinação com as observações obtidas no National Science Foundation's Karl Jansky Very Large Array (VLA), em seguida, revelou que uma grande fração da massa da galáxia está na forma de moléculas, a matéria-prima para futuras estrelas. A fração é muito maior do que é encontrado nas galáxias do Universo local.
Uma vez que a distância é conhecida, foi possível mostrar que a galáxia faz parte do que parece ser uma forma primitiva de aglomerado de galáxias, um dos dois únicos grupos conhecidos até o momento.
Novos interferômetros mais poderosos que operam em comprimentos de onda milimétrica e submilimétrica, tais como: o NOEMA, a futura extensão do interferômetro do Plateau de Bure, e o ALMA, uma rede de antenas que está sendo construída por um consórcio internacional no deserto do Atacama, no Chile, irão cobrir estes comprimentos de onda em detalhes sem precedentes. Eles devem permitir determinações à distância e estudo mais detalhado de galáxias, invisíveis nos comprimentos de onda ópticos, que estavam ativamente formando estrelas no Universo primordial.

Fonte: Nature

domingo, 22 de julho de 2012

Há 43 anos, homem chegava à Lua com computador de 2 kb de RAM

Computador da nave era pior que celulares atuais
Foto: Nasa/ Divulgação


O salto que a humanidade deu há exatos 43 anos ocorreu no tempo previsto pela Nasa. Mas o pequeno passo para o homem, não. Eram 23h56 de 20 de julho de 1969 quando Neil Armstrong empreendeu o derradeiro movimento que o levou do último degrau da escada do módulo para a superfície da Lua. A transmissão das imagens do astronauta saltitando pelo satélite natural não representou apenas a soberania espacial dos Estados Unidos, a concretização da profecia de John F. Kennedy proferida oito anos antes e todos os avanços científicos resultantes do programa Apollo. Os registros daqueles momentos mostraram a todos quão longe o ser humano poderia chegar com computadores inferiores ao celular que você tem no bolso hoje. Armstrong e Buzz Aldrin sabiam disso. E não puderam nem pensar em cumprir a programação, de tão extasiados que estavam por terem pousado em segurança. Em vez de dormirem após a aterrissagem e deixarem a nave apenas às 3h16 do dia 21, eles resolveram iniciar logo a próxima fase da missão.

Assassinado em 1963, o presidente americano John F. Kennedy não pode acompanhar a conquista da Lua. Mas todos sabiam que o impulso inicial daquela viagem partiu dele. Em plena Guerra Fria, os Estados Unidos estavam perdendo em importante batalha para a União Soviética: a corrida espacial. Em 1957, os soviéticos chocaram o resto do mundo ao mandar ao espaço o primeiro satélite artificial, Sputnik 1, e a cadelinha Laika. No dia 12 de abril de 1961, mais um revés para os americanos: o cosmonauta russo Yuri Gagarin se tornou o primeiro homem a orbitar a Terra. Por isso, quando Kennedy anunciou o objetivo de enviar uma missão tripulada à Lua até o fim da década de 1960, poucos acreditaram que o intento se confirmaria - e que os soviéticos não chegariam lá antes.
"A chegada do homem à Lua representou um esforço científico e tecnológico que, na época, ninguém imaginava possível", relata José Monserrat Filho, chefe de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB) e professor de Direito Espacial.
Em uma mensagem especial ao congresso americano no dia 25 de maio de 1961, Kennedy expôs a relação entre os avanços soviéticos e o novo objetivo de seu país. "Se nós queremos vencer a batalha que está acontecendo ao redor do mundo entre a liberdade e a tirania, as dramáticas conquistas no espaço nas últimas semanas devem deixar claro para todos nós, assim como o fez Sputnik em 1957, o impacto dessa aventura nas mentes de homens de todos os lugares que estão decidindo que caminho eles devem seguir", alertou o presidente.
"Eu acredito que esta nação deva se comprometer em atingir o objetivo, antes que esta década termine, de pousar um homem na Lua e trazê-lo de volta a salvo para a Terra. Nenhum projeto espacial será mais impressionante para a humanidade ou mais importante para a exploração do espaço a longo termo; e nenhum será tão difícil e caro para realizar. Não será apenas um homem indo para a Lua - se isto se confirmar, será uma nação inteira. Porque todos nós precisamos trabalhar para colocar ele lá".
Oito anos depois do discurso, Armstrong fincou a bandeira americana na superfície lunar, em uma missão chamada Apollo 11. Esse desfecho só foi possível devido à disputa com os russos, que incrementou o investimento e o empenho dos EUA para alcançar tal feito. "O objetivo principal não era estudar a Lua, e sim mostrar seu poderio tecnológico e político e provar para a União Soviética a sua liderança na corrida espacial", explica Monserrat.

Calculadora científica

O poderio tecnológico dos EUA naquela época não impressionaria um soviético hoje. A chegada do homem à Lua ocorreu com uma tecnologia bastante rudimentar quando cotejada com a atual. É até difícil comparar o computador da Apollo 11, o Apollo Guidance Computer (AGC), com os PCs e Macs que qualquer criança maneja em 2012. Um tablet ou smartphone de última geração, seja dotado de iOS ou de Android, seria tecnologia extraterrestre para aquela época. De acordo com Rui Barbosa, historiador espacial e editor do site Boletim Em Órbita, o processador 8088, concorrente mais próximo, fabricado em 1981, possuía oito vezes mais memória do que o computador utilizado na Apollo.
Lançada de um foguete Saturn V do Kennedy Space Center, na Flórida, a espaçonave Apollo tinha três partes: o módulo de comando, a única parte que voltou à Terra; o módulo de serviço, que continha propulsor, sistema elétrico, oxigênio e água; e o módulo lunar, utilizado para pousar na Lua. Apesar de ser tripulada por três astronautas, a missão foi dividida de forma que Michael Collins permanecesse no módulo de comando, na órbita lunar, enquanto Buzz Aldrin e Neil Armstrong pousassem na Lua com o Módulo Lunar.
Esse módulo também tinha um AGC, a fim de que os astronautas pudessem se orientar e pousar no satélite. Ele pesava 32kg, tinha 2 kb de memória RAM e não ostentava disco rígido, além de oferecer um poder de processamento de 2.048 MHz (o equivalente a uma calculadora científica atual) - um iPhone 4s, por exemplo, pesa 140g e possui 64gb de armazenamento, 512 mb de memória RAM e processamento de 800 MHz dual-core.
Não por acaso, nos momentos que antecederam o pouso o computador começou a emitir sinais de erro e a reiniciar. Isso ocorreu devido a uma sobrecarga de informações computadas pelos astronautas naqueles minutos decisivos.
Assim, com a tecnologia daquela época, o fator humano contava ainda mais. Os astronautas eram submetidos a baterias intensivas de testes e simulações, nas quais se tentavam prever todos os problemas que poderiam ocorrer durante as missões. E eles de fato ocorriam. "Se hoje o treino dos astronautas é um treino intensivo, naqueles dias os astronautas eram verdadeiros super-homens; os melhores escolhidos entre os melhores", acrescenta o historiador espacial Rui Barbosa.

Avanço científico

O retorno à Terra rendeu diversos avanços científicos. Segundo Barbosa, muitas áreas se beneficiaram das tecnologias desenvolvidas para o programa Apollo. "A corrida à Lua levou a avanços tecnológicos ímpares na nossa história recente", afirma.
Um dos exemplos é a eletrônica. "Ela não era tão miniaturizada como hoje em dia. Na verdade, a eletrônica moderna nasceu juntamente com a era espacial", diz Naelton Mendes de Araújo, astrônomo da Fundação Planetário do Rio de Janeiro. Além dela, outros avanços foram possíveis a partir da conquista da Lua. Diversos materiais modernos, como as espumas sintéticas, metais, plásticos, entre outros, foram elaborados para as missões lunares.
Áreas como a aeronáutica e a engenharia foram algumas das que se beneficiaram com os avanços tecnológicos, com novos mecanismos de propulsão de foguetes, controles mecânicos e eletrônicos na ausência de gravidade, além dos estudos sobre fisiologia humana no espaço, reciclagem de fluídos, equipamentos da manutenção física, materiais isoladores, sistemas de filtragem, refeições desidratadas, sensores de medição de gases, computação e software, comunicação a grandes distâncias etc. "A comunicação via satélite foi uma das maiores heranças da era da corrida espacial", completa Araújo.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Achado possível exoplaneta menor que a Terra

Um exoplaneta menor que a Terra foi detectado pelo telescópio espacial Spitzer da NASA.



© NASA/JPL-Caltech (ilustração de exoplaneta menor que a Terra)

O exoplaneta, denominado UCF-1.01, está a uma distância de 33 anos-luz e tem dois terços do tamanho das Terra. "Nós encontramos fortes evidências de um planeta muito pequeno, muito quente e muito próximo", diz Kevin Stevenson, da Universidade da Flórida Central.

Os exoplanetas giram em torno de estrelas além do nosso Sol, por isso, poucos menores do que a Terra foram encontrados até o momento. O Spitzer tem realizado estudos de trânsito em exoplanetas conhecidos, mas é primeira vez que o UCF-1.01 foi identificado com o telescópio.

O candidato a exoplaneta foi encontrado por acaso nas observações do Spitzer. Os pesquisadores estudavam outro exolplaneta que gira em torno da estrela anã GJ 436. Nos dados do telescópio, os astrônomos notaram mudanças constantes na quantidade de luz infravermelha emitida pela estrela, sugerindo que um outro planeta poderia estar bloqueando uma pequena fração dessa luz.

Essas observações permitiram identificar algumas propriedades do exoplaneta. O diâmetro do UCF-1.01 seria de 8.400 km, cerca de dois terços da Terra. Ele giraria em torno da estrela anã a cerca de sete vezes a distância entre a Terra e a Lua, e seu ano duraria apenas 1,4 dias terrestres. Dada a proximidade em relação à estrela - mais perto do que Mercúrio e o nosso Sol - o exoplaneta teria uma temperatura de mais de 600ºC na superfície. Se o UCF-1.01 teve uma atmosfera, ela provavelmente já evaporou. Joseph Harrington, co-autor da pesquisa, também da Universidade da Flórida Central, sugeriu que o calor poderia mesmo ter derretido a superfície do exoplaneta, que ficaria coberto de magma.

Além do UCF-1.01, os pesquisadores acreditam que possa haver um terceiro planeta, apelidado de UCF-1.02, orbitando a estrela GJ 436. Os supostos exoplanetas têm uma massa muito pequena para serem medidas, e a massa é uma das informações necessárias para confirmar uma descoberta, por isso, eles ainda são chamados cautelosamente de "candidatos".


Fonte: NASA

quarta-feira, 18 de julho de 2012

O coração de um quasar brilhante

Uma equipe internacional de astrônomos observou o coração de um quasar distante com uma precisão sem precedentes.


© ESO (ilustração do quasar 3C 279)

As observações, obtidas ao ligar pela primeira vez o telescópio Atacama Pathfinder Experiment (APEX) com dois outros telescópios situados em continentes diferentes, são um passo crucial em direção ao objetivo científico do projeto “Telescópio de Horizonte de Eventos”: obter imagens de buracos negros de grande massa situados no centro da nossa própria Galáxia e de outras galáxias.

Os astrônomos ligaram o APEX, no Chile, com o Submillimeter Array (SMA), no Havaí, EUA e o Submillimeter Telescope (SMT), no Arizona, EUA. Deste modo, conseguiram fazer a observação direta mais precisa até hoje do centro de uma galáxia distante, o quasar brilhante 3C 279, que contém um buraco negro de elevada massa - cerca de um bilhão de vezes a do Sol - e encontra-se tão distante da Terra que a sua radiação demorou mais de 5 bilhões de anos para chegar até nós. O APEX é uma colaboração entre o Instituto Max Planck para a Rádio Astronomia (MPIfR), o Observatório Espacial Onsala (OSO) e o ESO. A operação do APEX está a cargo do ESO.

Os telescópios foram ligados usando a técnica conhecida como Interferometria de Linha de Base Muito Longa (VLBI, sigla do inglês Very Long Baseline Interferometry). Telescópios maiores obtêm observações mais precisas e a interferometria permite que vários telescópios trabalhem como um só, tão grande como a separação entre eles. Utilizando a técnica VLBI, conseguimos obter as observações mais precisas ao tornar a separação entre telescópios tão grande quanto possível. Para as observações do quasar, a equipe usou três telescópios para criar o interferômetro com distâncias intercontinentais de 9.447 km do Chile ao Havaí, 7.174 km do Chile ao Arizona e 4.627 km do Arizona ao Havaí. Ligar o APEX no Chile à rede foi crucial, já que este telescópio contribuiu com as maiores distâncias.

As observações foram feitas em ondas de rádio, em um comprimento de onda de 1,3 milímetros. Esta é a primeira vez que observações em um comprimento de onda tão curto foram feitas utilizando distâncias tão grandes. As observações atingiram uma precisão, ou resolução angular, de 28 microsegundos de arco - valor 8 bilhões de vezes menor que um grau angular. Com este valor é possível distinguir detalhes dois milhões de vezes mais precisos do que o conseguido pelo olho humano. As observações foram tão precisas que se observaram escalas menores que um ano-luz ao longo do quasar, o que é um feito extraordinário tendo em conta que o objeto que se encontra a vários bilhões de anos-luz de distância.

Estas observações representam um passo importante no sentido de obter imagens de buracos negros de elevada massa e das regiões que os rodeiam. No futuro pensa-se ligar entre si ainda mais telescópios, de modo a criar o chamado Telescópio de Horizonte de Eventos. Ele será capaz de obter imagens da sombra do buraco negro de elevada massa que se situa no centro da nossa Via Láctea, assim como de outros buracos negros situados em outras galáxias próximas. A sombra, uma região escura vista em contraste com um fundo mais brilhante, é causada pela curvatura da luz devido ao buraco negro e seria a primeira evidência observacional direta da existência do horizonte de eventos de um buraco negro, a fronteira a partir da qual nem mesmo a luz consegue escapar.

A experiência marca a primeira vez que o APEX fez parte de observações VLBI e é o ápice de três anos de trabalho árduo no local onde está instalado o APEX, a uma altitude de 5.000 metros, no planalto do Chajnantor nos Andes chilenos, onde a pressão atmosférica é apenas metade da pressão ao nível do mar. Para que o APEX estivesse pronto para o VLBI, cientistas da Alemanha e da Suécia instalaram novos sistemas digitais de aquisição de dados, um relógio atômico muito preciso e gravadores de dados pressurizados capazes de gravar 4 gigabits por segundo durante muitas horas sob condições ambientais muito adversas. Os dados - 4 terabytes para cada telescópio - foram enviados para a Alemanha em discos rígidos e processados no Instituto Max Planck para a Rádio Astronomia, em Bonn.

A bem sucedida contribuição do APEX é também importante por outra razão. O APEX partilha a sua localização e muitos aspectos da sua tecnologia com o novo telescópio Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA). O ALMA encontra-se atualmente em construção e no final será uma rede de 54 antenas com 12 metros de diâmetro, como a antena do próprio APEX, mais 12 antenas menores com um diâmetro de 7 metros. A possibilidade de ligar o ALMA à rede está atualmente sendo estudada. Com a área coletora das antenas do ALMA, que tem aumentado cada vez mais, as observações poderiam atingir uma sensibilidade 10 vezes melhor do que a destes testes iniciais, o que colocaria a sombra do buraco negro de elevada massa da Via Láctea ao nosso alcance em futuras observações.


Fonte: ESO

domingo, 15 de julho de 2012

Após quase 9 meses, nave Curiosity está prestes a pousar em Marte


Em três semanas, os engenheiros do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês), da agência espacial americana Nasa, estarão assistindo ao tão esperado pouso do robô Curiosity em Marte. O projeto completará 10 anos e 2,5 bilhões de dólares, incluindo o trabalho de cinco mil pessoas em 37 estados diferentes. Além disso, a quase 248 milhões de km de casa, o destino da mais ambiciosa máquina já enviada ao espaço por humanos tocará o solo do planeta vermelho por sete minutos.

Após uma jornada de quase nove meses, o laboratório da Nasa programou para que o robô faça o pouso em Marte no dia 5 de agosto, às 14h31 (horário de Brasília). Considerada a sonda mais completa já enviada ao planeta vizinho, a Curiosity foi lançada em 26 de novembro de 2011 em um foguete Atlas V, da Nasa. Segundo o jornal americano LA Times, ao se aproximar de Marte, a nave irá se transformar, passando de uma velocidade de 20,9 mil km/h para 27 km/h, enquanto usa 76 dispositivos pirotécnicos, cordas, facas e o maior paraquedas supersônico já construído.

A sequência inteira terá de ser movida por conta própria, uma vez que a distância do planeta vermelho da Terra é tão grande que cientistas não poderão pilotar a máquina remotamente. Eles terão de enviar o último comando à espaçonave com duas horas de antecedência. Assim que entrar em território marciano, a Curiosity enviará um alerta à Nasa, mas a mensagem levará 14 minutos para alcançar a Terra. Isso significa que, quando a mensagem for recebida pelos cientistas, o robô estará na superfície por sete minutos, ou intacta, ou destruída. Serão os "sete minutos de terror", segundo a Nasa.
Um dos engenheiros do JPL, Devin Kipp, afirma que Marte é um lugar muito difícil de pousar uma máquina. "É conhecido por comer espaçonaves", disse.

Curiosity

A sonda é não apenas a mais moderna, mas também a mais bem equipada a já chegar a Marte. São 10 instrumentos científicos que deixam o robô 10 vezes mais pesado e com o dobro do comprimento que as sondas Spirit e Opportunity, lançadas em 2003.

Ao contrário das irmãs mais velhas, a Curiosity é capaz de colher (após pulverizar, triturar e/ou "explodir" com um laser) amostras de solo e rocha e analisá-las em um "laboratório" interno - ou com suas muitas câmeras e espectrômetros (equipamento que analisa o espectro eletromagnético).

Segundo o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês), da Nasa, o robô é capaz de passar por obstáculos de até 65 cm de altura e percorrer até 200 m por dia no terreno marciano. Um gerador radioativo, alimentado por plutônio-238, vai produzir energia suficiente para um ano marciano (687 dias da Terra), tempo previsto para a missão.

O local onde a sonda vai pousar não foi escolhido ao acaso. A cratera Gale seria um dos locais potencias para a existência de vida em Marte. Contudo, a sonda não foi projetada para determinar se existe - ou existiu - vida no planeta, já que não carrega instrumentos para registrar processos biológicos nem registrar imagens microscópicas. A ideia é preparar o terreno para futuras missões com esses objetivos e até para uma possível missão tripulada.

sábado, 14 de julho de 2012

Ilhas na fotosfera solar

Navegando num mar de plasma e ancoradas nos campos magnéticos, as manchas solares são ilhas escuras de tamanhos planetários localizadas na fotosfera solar, a superfície brilhante do Sol.


© NASA (ilustração da ejeção de massa coronal)

Elas são escuras pois elas são levemente mais frias do que a superfície ao redor. A imagem acima mostra em detalhe um grupo de manchas solares registrado em 11 de Julho de 2012. O campo de visão da imagem acima se espalha por aproximadamente 160.000 quilômetros. Esse grupo de manchas está localizado no centro da chamada região ativa AR1520, que atualmente cruza a face visível do Sol.

 
© Alan Friedman (região AR 1520)

De fato, uma flare solar de classe X 1.4 e uma ejeção de massa coronal entraram em erupção na AR1520 no dia 12 de Julho de 2012 lançando ao espaço parte da energia armazenada nos campos magnéticos dessa região. Como foi lançada em direção a Terra, espera-se que essa ejeção de massa coronal chegue hoje na Terra disparando tempestades geomagnéticas. Como resultado dessa interação auroras podem ocorrer durante o final de semana em alguns pontos da Terra e esse fenômeno pode-se juntar à conjunção de brilhantes planetas e da Lua crescente, que irá acontecer também durante o fim de semana.


© Cosmonovas (Lua, Júpiter, Vênus e Aldebaran)

Fonte: NASA

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Morte estelar provocada por buraco negro

A imagem abaixo é uma simulação que mostra o gás de uma estrela que está sendo arrancado por forças de maré à medida que ele cai em direção ao buraco negro.


© NASA (gás da estrela sendo arrancado pelo buraco negro)

Uma parte desse gás está sendo ejetado a altas velocidades no espaço.
Usando observações feitas com telescópios no espaço e em Terra, os astrônomos reuniram a evidência mais direta até o momento desse violento processo, ou seja, um buraco negro supermassivo corrompendo uma estrela localizada bem próxima. O projeto orbital Galaxy Evolution Explorer (GALEX) e o telescópio Pan-STARRS1 montado no cume do monte Haleakala no Havaí foram usados para ajudar a identificar o resquício estelar.

Uma flare na luz ultravioleta e na luz óptica revelou que o gás caindo no buraco negro é rico em hélio que foi expelido pelo sistema. Quando a estrela esta se partindo, parte do material colapsa em direção ao buraco negro enquanto o resto é ejetado em alta velocidade. A flare e as propriedades fornecem uma assinatura desse cenário e nos dá detalhes sem precedentes sobre essa verdadeira vítima estelar.

Para definir completamente a possibilidade de que um núcleo ativo está iluminando a galáxia, ao invés de ser uma estrela sendo corrompida, a equipe de pesquisadores usou o observatório de raios X Chandra da NASA para estudar o gás quente. O Chandra mostrou que as características do gás não se ajustam  a um núcleo ativo de galáxias.

A galáxia onde o buraco negro supermassivo está corrompendo a estrela é conhecida como PS1-10jh e está localizada a aproximadamente 2,7 bilhões de anos-luz da Terra. Os astrônomos estimam que o buraco negro supermassivo da galáxia PS1-10jh tenha uma massa de alguns milhões de sóis, tamanho esse comparável ao buraco negro supermassivo da nossa Via Láctea.


Fonte: NASA

Galáxia M101 no século 21

Uma das últimas entradas do famoso catálogo de Charles Messier, a grande e bonita galáxia espiral M101 definitivamente não é uma das menos importantes.


© NASA/ESA (galáxia M101)

Com aproximadamente 170.000 anos-luz de diâmetro, essa galáxia é enorme, quase com o dobro do tamanho da Via Láctea. A M101 foi também uma das nebulosas espirais originais observadas por Lord Rosse através do grande telescópio do século 19, o Leviatã de Parsontown. Em contraste com o que foi observado no século 19, a imagem acima é a mais moderna já feita da galáxia M101. Essa é uma imagem feita com múltiplos comprimentos de onda obtidos pelos telescópios espaciais do século 21. Para compor a imagem foram usados os comprimentos de onda desde os raios X (alta energia) até o infravermelho (baixa energia). 
Podemos então observar na imagem acima em roxo os dados obtidos pelo observatório de raios X Chandra, em azul os dados capturados pelo GALEX (Galaxy Evolution Explorer), em amarelo os dados obtidos pelo telescópio espacial Hubble e em vermelho os dados obtidos pelo telescópio espacial Spitzer. Enquanto que os dados de raios X traçam a localização do gás aquecido a milhões de graus ao redor das estrelas explosivas, estrelas de nêutrons e sistemas binários de buracos negros da M101, os dados de energia mais baixa identificam as estrelas e a poeira que define os grandes braços espirais da M101. Também conhecida como a Galáxia do Cata-Vento, a M101 localiza-se na borda da constelação Ursa Maior, a aproximadamente 25 milhões de anos-luz de distância da Terra.

Fonte: NASA

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Água da Terra veio do Cinturão de Asteroides, indica estudo

Muitos cientistas acreditam que a água que veio parar na Terra foi formada nos confins do Sistema Solar, além de Netuno. Contudo, um estudo divulgado nesta quinta-feira e que será publicado amanhã na Science indica que a substância veio de um região muito mais próxima - o Cinturão de Asteroides (entre Marte e Júpiter) - através de meteoritos e asteroides o que contradiz algumas das principais teorias sobre a evolução do Sistema Solar.


Muitos cientistas acreditam que nosso planeta era quente demais nos seus primórdios para ter água e, portanto, a substância deve ter vindo de fora. Uma das hipóteses afirma que ela se formou na região transneptuniana (que fica além de Netuno, o último planeta conhecido do sistema) e depois se moveu para mais perto do Sol junto com cometas, meteoritos e asteroides. Contudo, é possível saber a distância em que as moléculas de água se formaram em relação ao Sol ao analisar os isótopos de hidrogênio presentes. Quanto mais longe da estrela, haverá menos radiação e, portanto, mais deutério (o átomo de hidrogênio "pesado", que tem um próton, um nêutron e um elétron, ao contrário do mais comum, que tem apenas um próton e um elétron).
O novo estudo comparou a presença de deutério no gelo trazido por condritos (um tipo de meteorito) e indicou que ela foi formada muito mais próxima de nós, no Cinturão de Asteroides (esses meteoritos não contêm mais água, mas a substância fica registrada através de um tipo de mineral chamado de silicato hidratado, e é o hidrogênio presente nele que é investigado). Além disso, comparando com os isótopos de cometas, a pesquisa indica que esses corpos se formaram em regiões diferentes dos asteroides e meteoritos e, portanto, não atuaram na origem da água no nosso planeta.
"Dois modelos dinâmicos têm os cometas e os meteoritos condritos se formando na mesma região, e alguns destes objetos devem ter sido injetados na região em que a Terra se formava. Contudo, a composição da água de cometa é inconsistente com nossos dados de meteoritos condritos. O que realmente deixa apenas os asteroides como fonte da água na Terra", diz ao Terra Conel Alexander, do Instituto Carnegie, líder do estudo.

Debate reacendido

Em 2011, a hipótese de que os cometas tiveram pouca importância na origem da água na Terra já estava com pouca força. Mas um estudo divulgado na revista Nature usou o telescópio Herschel, da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), para descobrir que a composição do cometa Hartley 2 tem uma quantidade de deutérios similar à encontrada no oceano. Foi o primeiro cometa com essa composição, já que outros seis analisados anteriormente tinham uma quantidade de deutério muito diferente dos mares da Terra.
Contudo, o novo estudo também refuta essa possibilidade. Segundo os pesquisadores, o cometa não traz apenas água, mas também outras substâncias (inclusive orgânicas) que contêm hidrogênio. E a quantidade de deutério presente nos cometas ainda fica acima daquela observada no nosso planeta, o que impede que esses corpos sejam considerados como uma importante fonte de água.
"A recente medição do cometa Hartley 2 tem uma composição isotópica de hidrogênio parecida com à da Terra, mas nós argumentamos que todo o cometa, incluindo a matéria orgânica, é provavelmente rica demais em deutério para ser uma fonte da água da Terra", diz Alexander.
Sobram duas possíveis fontes, que devem ter atuado juntas: rochas do Cinturão de Asteroides e gases (hidrogênio e o oxigênio) que existiam na nebulosa na qual o Sistema Solar se formou. O estudo foi conduzido por pesquisadores do Instituto Carnegie (EUA), Universidade da Cidade de Nova York, Museu de História Natural de Londres e da Universidade de Alberta, no Canadá.

Vênus, Júpiter e estrela gigante podem ser vistos a olho nu até dia 20

Pessoas que gostam de acordar cedo terão uma bela surpresa até o dia 20 de julho. Nesse período, haverá uma conjunção planetária entre Vênus, Júpiter e a estrela Aldebaran (a supergigante vermelha e a mais brilhante da constelação de Touro). O fenômeno poderá ser visto a olho nu entre 4h30 e 6h, dependendo da região onde a pessoa estiver.


Dizemos de modo geral que uma conjunção ocorre quando os astros estão angularmente próximos no céu, ou seja, na mesma direção. Eles poderão ser vistos no horizonte nascente, isto é, no lado leste, onde 'nasce' o Sol, No entanto, eles estarão com pouca elevação", explica o professor Jair Barroso, do Observatório Nacional.
Segundo Barroso, as regiões mais próximas do equador, como o Norte do país, por exemplo, poderão ver o fenômeno com mais facilidade. Ele explica que o fator longitude afeta o melhor horário para se observar a conjunção. "Tomando como referência a hora de Brasília (fuso de 3h), cidades da costa nordeste assistirão bem aos astros entre 4h30 e 5h. Já as cidades a oeste do meridiano de Brasília, e dentro do mesmo fuso horário, verão melhor um pouco mais tarde, entre 5h30 e 6h", esclarece. O professor ressalta ainda que o horizonte nascente precisar estar livre de obstáculos, como, por exemplo, edifícios e morros.
"Sugiro que todos os educadores e estudantes acompanhem o fenômeno até mesmo após o dia 15 de julho, pois o evento é extremamente didático. Além de despertar o interesse pela ciência, a observação desse acontecimento permite uma melhor compreensão em relação aos movimentos da Terra e dos astros no Universo. Além disso, todos assistirão a um verdadeiro espetáculo ao ver a 'dança' dos dois planetas com seus 'colegas' celestes", incentiva.
O astrônomo e coordenador da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), Dr. João Batista Garcia Canalle, explica que Vênus e Júpiter, durante alguns dias, vão formar uma linha reta com Aldebaran. Na mesma direção, mas do lado oposto à estrela e mais próximo de Júpiter, os mais atentos poderão se deslumbrar com a beleza das Plêiades, grupo de estrelas da constelação de Touro. E bem à direita da conjunção, poderão ver as famosas Três Marias da constelação de Órion. "Os mais felizardos serão os moradores de pequenas cidades ou zonas rurais, já que as luzes das cidades grandes ofuscam o brilho dos astros", lembra.
Canalle enfatiza ainda que esses dois planetas são os mais brilhantes do sistema solar. Vênus é o que mais se destacará no céu. Júpiter terá um tom ligeiramente amarelado e estará num ponto mais alto em relação aos outros astros da conjunção. E no dia 15, em especial, terão a ilustre companhia da Lua em fase minguante.
"Ela terá uma luz bem cinzenta. Isso é causado pelo reflexo da luz do Sol na Terra. E com a presença dos planetas e da brilhante Aldebaran, o céu terá uma beleza única", reforça o astrônomo, que já alertou a todos os professores e escolas participantes da OBA sobre o fenômeno.
Ainda segundo Barroso, no dia 21 de agosto, poderemos ver a conjunção entre Marte, a estrela Espiga (15ª estrela mais brilhante) e Saturno. "Eles estarão próximos no céu, porém no lado do poente, ao anoitecer, e também poderão ser vistos a olho nu perto da Lua crescente, formando, assim, um quadrilátero", explica.

Descoberta a quinta lua de Plutão

As agências espaciais europeia (ESA) e americana (NASA) divulgaram nesta quarta-feira a descoberta de uma nova lua em Plutão feita com o uso do telescópio Hubble.


© Hubble(Plutão e suas 5 luas)
A imagem feita pelo Hubble mostra a recém-descoberta lua P5, ao lado das já conhecidas Nix, Hidra (Hydra), Caronte (Charon) e P4, que orbitam o planeta anão Plutão (Pluto).
Segundo as agências, estima-se que ela tenha entre 10 e 25 km, formato irregular e uma órbita de aproximadamente de 95 mil km ao redor do planeta anão.
A maior lua de Plutão, Caronte, foi descoberta em 1978. Somente em 2006, o Hubble foi achar mais dois corpos ao redor do planeta anão, as luas Nix e Hidra. Em 2011, foi encontrado o quarto satélite natural, chamado por enquanto de P4. A nova lua é designada temporariamente como "S/2012 (134340) 1", ou apenas P5.
Mas por que Plutão, um corpo tão pequeno que nem é considerado planeta, tem tantos satélites naturais? Uma teoria afirma que isso seria resultado de um choque com outro objeto transneptuniano (aqueles que ficam além de Netuno, o último planeta do Sistema Solar). Os escombros dessa colisão teriam dado origem a P5 e suas "irmãs".
O time de astrônomos, liderados pelo Instituto SETI (Search for Extra-Terrestrial Intelligence), utilizou nove conjuntos de imagens registrados pelo telescópio entre 26 de junho e 9 de julho deste ano.
A sonda New Horizons está a caminho de Plutão e deve fazer o primeiro sobrevoo em 2015; o resultado, espera a NASA, serão as primeiras imagens detalhadas já feitas do planeta anão e suas luas, que estão tão distantes que até mesmo o Hubble tem dificuldade em registrá-los.

Fonte: ESA e NASA

terça-feira, 10 de julho de 2012

Astrônomos descobrem mudança na atmosfera de exoplaneta


Imagem é uma interpretação da evaporação da atmosfera do exoplaneta em resposta a uma poderosa erupção de sua estrela anfitriã
Foto: Nasa/ Divulgação


Um time de astrônomos, usando dados do telescópio Hubble da Nasa, detectou mudanças significantes na atmosfera de um planeta localizado além do sistema solar. O exoplaneta HD 189733b está situado tão perto de sua estrela que completa uma órbita a cada 2,2 dias.

No fim de 2011, o telescópio da Nasa mostrou que a atmosfera superior estava correndo a uma velocidade de 481,5 mil km/h. Momentos antes da observação do telescópio, a Nasa detectou a estrela estilhaçando uma forte chama de raio-X, poderosa o bastante para explodir parte da atmosfera do planeta.

O exoplaneta é similar a Júpiter, mas aproximadamente 14% maior e mais massivo. O planeta completa uma volta ao redor de sua estrela a uma distância de 3 milhões de milhas, cerca de 30 vezes mais perto do que a distância entre a Terra e o Sol. Sua estrela, de nome 189733A, é cerca de 80% o tamanho e massa do Sol.
A imagem acima é uma interpretação da evaporação da atmosfera do exoplaneta em resposta a uma poderosa erupção de sua estrela anfitriã.
 

Novos estudos refutam existência de vida com base em arsênio

Dois estudos publicados neste domingo (8) pela revista “Science” refutam uma descoberta de 2010, que descrevia bactérias com o elemento químico arsênio em sua formação.
A vida como conhecemos só pode ser formada por carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre. A existência de uma bactéria com arsênio em sua formação significaria a possível existência de formas de vida bem diferentes, o que incluiria seres fora da Terra.


Em dezembro de 2010, a revista “Science” publicou uma pesquisa assinada por Felisa Wolfe-Simon, do Instituto de Astrobiologia da Nasa, que descrevia uma bactéria encontrada no Lago Mono, no estado norte-americano da Califórnia. Essa bactéria teria o arsênio no lugar do fósforo, em sua composição.
Desde então, muitos cientistas vêm questionando a pesquisa. Neste domingo, foram publicados resultados obtidos por duas equipes diferentes, que fizeram testes independentes com a mesma bactéria. Nenhuma das duas encontrou arsênio na composição da bactéria, e os autores de ambas acreditam que uma contaminação possa ter alterado os resultados do estudo original.
Segundo uma nota emitida pela revista “Science”, os novos trabalhos mostram que a espécie “não quebra as duradouras regras da vida, ao contrário do que Wolfe-Simon tinha interpretado com os dados de seu grupo”.
Contudo, Felisa Wolfe-Simon continua segura de que suas conclusões iniciais estão corretas. Por e-mail, ela informou à agência Associated Press que “não há nada nos dados desses novos artigos que contradiga nossos dados publicados”.

domingo, 8 de julho de 2012

Gigante vermelha infla uma bolha de gás

Uma estrela brilhante é circundada por uma tênue concha de gás nessa incomum imagem feita pelo telescópio espacial Hubble.


© Hubble (gigante vermelha U Camelopardalis)
A estrela U Camelopardalis, ou simplesmente U Cam, é uma estrela que está perto do fim da sua vida. À medida que seu combustível começa a acabar, ela se torna instável. A cada poucos milhares de anos, ela expele uma concha esférica de gás enquanto que uma camada de hélio ao redor de seu núcleo começa a fundir. O gás ejetado na última erupção da estrela é claramente visível nessa imagem como uma apagada bolha de gás ao redor da estrela.
A U Cam é um exemplo de uma estrela de carbono. Esse é um tipo bem raro de estrela que tem como característica ter uma atmosfera  que contém mais carbono do que oxigênio. Devido à sua baixa gravidade superficial, normalmente metade da massa total de uma estrela de carbono pode ser perdida por meio de poderosos ventos estelares.
Localizada na constelação de Camelopardalis, A Girafa, perto do Polo Celeste Norte, a U Cam por si só é na verdade muito menor do que aparece nessa imagem do Hubble. De fato, a estrela cabe perfeitamente dentro de um único pixel no centro da imagem. Seu brilho, contudo, é suficiente para oprimir a capacidade da Advanced Camera for Surveys do Hubble a fazer a estrela parecer bem maior do que ela realmente é.
A concha de gás, que é tanto muito maior e muito mais apagada do que a sua estrela progenitora, é visível com detalhes impressionantes nessa bela imagem do Hubble. Embora esse fenômeno que ocorre no final da vida de uma estrela seja irregular e instável, a concha de gás expelida pela U Cam é quase uma esfera perfeita.

Fonte: ESA

Buraco negro descontrolado na Via Láctea

A imagem abaixo mostra uma vista oblíqua da nossa galáxia, a Via Láctea.


© ESA (buraco negro arremessado através do plano da Via Láctea)

O sistema que contém o buraco negro GRO J1655-40 está cruzando o espaço a uma taxa de 400.000 quilômetros por hora (111,11 km/s) - 4 vezes mais rápido que a velocidade média das estrelas na vizinhança galáctica. A estrela amarela é o nosso Sol. O buraco negro foi formado no disco a uma distância superior a 3 kpc (kiloparsec = 9,25 x1016 km) do centro galáctico e deve ter sido ejetado para uma órbita excêntrica pela explosão de supernova da estrela progenitora. O momento linear e a energia cinética descontrolados deste buraco negro binário são comparáveis ​​aos de estrelas de nêutrons solitárias e pulsares de milisegundos. O GRO J1655-40 é o primeiro buraco negro que há evidências de um movimento de fuga transmitida por um impulso em uma explosão de supernova.
 
Para efeito de comparação, o Sol e outras estrelas próximas têm velocidades típicas da ordem de 20 km/s em relação à velocidade média de estrelas se movendo com a rotação do disco galáctico, que apoia a ideia de que o buraco negro se frmou a partir do colapso do núcleo de uma estrela massiva. Como o núcleo entrou em colapso, as suas camadas exteriores explodiu como uma supernova deixando o sistema remanescente movendo-se através da galáxia com uma velocidade anormalmente elevada.

Fonte: ESA

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Sonda capta imagens em alta resolução de crateras em Marte

A Mars Express, sonda da Agência Espacial Europeia (ESA) em Marte, capturou imagens de uma área no desfiladeiro Valles Marineris mostrando uma grande variedade de características tectônicas e de impacto. As imagens mostram cordilheiras rugosas, algumas falhas incomuns de interseção e uma cratera elíptica rodeada por partículas ejetadas (conhecidas como ejecta) na forma de borboleta e com uma aparência "semelhante a um fluido".

 A Mars Express, da ESA, capturou imagens de uma área no desfiladeiro Valles Marineris
Foto: ESA /DLR/FU Berlin/Divulgação


A Mars Express, sonda da Agência Espacial Europeia (ESA) em Marte, capturou imagens de uma área no desfiladeiro Valles Marineris mostrando uma grande variedade de características tectônicas e de impacto. As imagens mostram cordilheiras rugosas, algumas falhas incomuns de interseção e uma cratera elíptica rodeada por partículas ejetadas (conhecidas como ejecta) na forma de borboleta e com uma aparência "semelhante a um fluido".
No dia 17 de abril, a sonda apontou a câmera de alta resolução para a região chamada Melas Dorsa no planeta vermelho. A área fica nas montanhas vulcânicas de Marte entre Sinai e Thaumasia Plana, a 250 km ao sul do cânion Melas Chasma, que é parte doValles Marineris.

 Crateras elípticas - como esse exemplo de 16 km de largura - se formam quando asteroides ou cometas atingem a superfície do planeta em um ângulo raso (com medida igual a 0º ou 180º)
Foto: ESA /DLR/FU Berlin/Divulgação

Crateras elípticas se formam quando asteroides ou cometas atingem a superfície do planeta em um ângulo raso (com medida igual a 0º ou 180º). Cientistas sugerem que um padrão do ejecta "fluidizado" indica a presença de gelo subsuperficial, derretido com o impacto. Impactos subsequentes teriam criado as pequenas crateras no cobertor do ejecta.

A borda de outra grande cratera é visível, mas parece ter sido quase enterrada em alguma época distante por poeira e cinzas vulcânicas. Isso faz com que um estudo detalhado seja quase impossível. Contudo, o centro mostra depósitos concêntricos que poderiam fornecer esclarecimentos sobre a composição do material vulcânico que a enterrou.
Diversas cordilheiras rugosas podem ser vistas. Elas se formam quando forças de compressão horizontais na crosta as empurram para cima. Os sulcos são cortados por falhas de deslocamento, o que realça as diferentes fases tectônicas responsáveis pela formação da região.


A borda de outra grande cratera é visível, mas parece ter sido quase enterrada em alguma época distante por poeira e cinzas vulcânicas
Foto: ESA /DLR/FU Berlin/Divulgação 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Estrela semelhante ao Sol perde brilho em apenas 2 anos, diz estudo

Pesquisa publicada na "Nature"  aponta acontecimento dramatico "misterioso". Estrela está localizada a 465 anos-luz da terra.


Uma estrela semelhante ao Sol sofreu um dramático escurecimento em um curto espaço de tempo, aponta estudo realizado pela Universidade da Califórnia, dos Estados Unidos, e divulgado pela revista “Nature”.
A pesquisa, publicada na edição impressa desta quinta-feira (5) relata que a estrela TYC 8241 26521, localizada a 456 anos-luz da Terra, perdeu em 30 vezes seu fluxo de radiação infravermelha em apenas dois anos e houve ainda um rápido desaparecimento dos restos de poeira em uma região equivalente ao nosso Sistema Solar.
Com os resultados, os cientistas sugerem que o sistema passou por um acontecimento dramático, mas afirmam que não existe atualmente nenhuma explicação ou modelo que detalhe tais observações.


Fonte: G1.com

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Cientistas do CERN descobrem partícula subatômica inédita que pode ser a 'partícula de Deus'

Cientistas anunciaram nesta quarta-feira (4) a existência de uma partícula subatômica inédita até então. Eles acreditam que se trate do “bóson de Higgs”, a “partícula de Deus”, única partícula prevista pelas teorias da física que ainda não tinha sido detectada em laboratórios, e que vinha sendo perseguida ao longo dos últimos anos.

A nova partícula tem características “consistentes” com o bóson de Higgs, mas os físicos ainda não afirmam com certeza que se trate da “partícula de Deus”. Para isso, eles vão conduzir novos experimentos para observar se a partícula se comporta com as características esperadas do bóson de Higgs.

O “bóson de Higgs” ganhou o apelido de “partícula de Deus” em 1993, depois que o físico Leon Lederman, ganhador do Nobel de 1988, publicou o livro “The God Particle” (literalmente “a partícula de Deus”, em inglês), voltado a explicar toda a teoria em volta do bóson de Higgs para o público leigo. Ainda não há edição desse livro em português.

O anúncio foi feito em Genebra, na Suíça, sede do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em inglês). As conclusões foram baseadas em dados obtidos no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), acelerador de partículas construído pelo Cern debaixo da Terra na fronteira entre a França e a Suíça, considerado a máquina mais poderosa do mundo.

A descoberta foi confirmada por especialistas do CMS e do Atlas, dois grupos de pesquisa independentes que fazem uso do LHC. Apesar de usarem o mesmo acelerador de partículas, as duas colaborações científicas trabalham com detectores diferentes e seus resultados são paralelos.

Os cientistas medem a massa das partículas como se fosse energia. Isso porque toda massa tem uma equivalência em energia. Se você calcula uma, tem o valor das duas. A unidade de medida usada é o gigaelétron-volt, ou "GeV".

No anúncio, o CMS disse que observou um “novo bóson com a massa de 125,3 GeV” – com margem de erro de 0,6 GeV para mais ou para menos – “em 4,9 sigmas de significância”. Esses “sigmas” medem a probabilidade dos resultados obtidos. O valor de 4,9 sigmas representa uma chance menor que um em 1 milhão de que os resultados sejam mera coincidência. Por isso, os cientistas consideram esse número como uma confirmação da descoberta.

Paralelamente, o grupo Atlas afirmou que “exclui a não-existência de uma partícula com a massa de 126,5 GeV, com a probabilidade de 5 sigmas”.

“Eu não tenho muita dúvida de que, na física de partículas, é o evento mais importante dos últimos 30 anos”, afirmou Sérgio Novaes, pesquisador da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), que faz parte da colaboração CMS. "Eu acho que é um momento histórico que a gente está vivendo", completou.

Em 2011, pesquisadores dos dois grupos de pesquisa do Cern já haviam “encurralado” o bóson de Higgs, quando identificaram a faixa em que encontrariam a partícula – a massa estaria entre 115 GeV e 130 GeV.

Na última segunda, pesquisadores norte-americanos também tinham encontrado “forte evidência” da existência da partícula, em experiências com um acelerador próprio.

Fonte: G1.com













Diretores e pesquisadores comemoram os resultados divulgados pelo Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) nesta quarta-feira
Foto: AFP

Passar seis meses no espaço é desafio para o corpo humano

Não foi só de comemoração o domingo dos astronautas que retornaram da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Depois de seis meses, o russo Oleg Kononenko, o americano Donald Pettit e o holandês André Kuipers experimentaram novamente a gravidade terrestre. A partir de agora, além de matar a saudade de familiares e amigos, eles enfrentarão minuciosos exames e tratamentos médicos. Ficar meio ano longe da Terra acarreta diversos problemas físicos, como perda de densidade óssea, desequilíbrio hormonal e envelhecimento precoce.


No espaço, os astronautas convivem com a microgravidade, a aparente ausência de peso do corpo. Nessa situação, perde-se tonicidade muscular e densidade óssea. "Nossos corpos reduzem a produção de células ósseas, porque não há compressão nos ossos para estimular essa produção", explica o astronauta brasileiro Marcos Pontes, atualmente na reserva da Força Aérea Brasileira. "Isso causa um tipo de osteoporose induzida pela microgravidade, que se agrava com o tempo de exposição". A cada mês, os astronautas podem perder até 1,5% da massa do fêmur, por exemplo.

Esteira espacial
A fim de dirimir esses efeitos, os astronautas empreendem exercícios físicos em duas sessões diárias. "Precisamos fazer esteira (presos por elásticos) e exercícios de musculação (elásticos)", conta Pontes. A esteira da ISS apareceu em uma foto do astronauta holandês André Kuipers, que ficou famoso por publicar nas redes sociais imagens da missão, de exercícios físicos a brincadeiras com uma gota de água em microgravidade.
Os danos à estrutura óssea dos astronautas são tema de um dos experimentos realizados na ISS. A fim de reduzir a perda de densidade dos ossos, o médico japonês Toshio Matsumoto teve a ideia de utilizar bifosfonatos, que já são usados no tratamento de osteoporose. Assim, os astronautas foram divididos em dois grupos: um que recebeu o medicamento antes de deixar a Terra e outro que o obteve no espaço.

Envelhecimento precoce
Mas os ossos e os músculos não são os únicos afetados pelo ambiente extraterrestre. A microgravidade também acarreta desorientação espacial e redistribuição dos líquidos no corpo, o que provoca desconforto, dores de cabeça, coriza, alterações cardiovasculares, alteração da pressão intraocular, desidratação, entre outros sintomas. A altitude de órbita, fora da proteção da atmosfera, promove uma carga intensa de radiação e deterioração de recomposição celular (causa envelhecimento precoce), como atesta o astronauta brasileiro, que passou 10 dias no espaço em 2006: "Eu e meu companheiro de missão, Valeri Tokarev, por exemplo, além de perda de densidade óssea, tonicidade muscular, envelhecimento e exposição à intensa radiação, também tivemos, ao voltar, intensas alergias, hemorragias nos ouvidos externos e alterações hormonais que perduram até hoje, exigindo tratamento e causando alterações de equilíbrio químico e peso".

Astronautas cadentes
Após seis meses longe da Terra, em condições físicas tão debilitantes, os astronautas certamente ficam felizes com a perspectiva do retorno. Mas a viagem parece rápida demais: "Voltarei neste Soyuz. De 28 mil km/h para 0 km/h. Nós sentamos na cápsula do meio. O resto vai pegar fogo", publicou no Twitter o holandês no dia 25 de junho.
Pontes revela alguns detalhes do percurso, que dura pouco mais de três horas. "Ao desconectar da ISS, fazemos duas órbitas checando os sistemas da Soyuz. Estamos a 28 mil km/h e cerca de 400 km de altitude. Depois, efetuamos uma queima de reentrada, para reduzir a velocidade e começar a reduzir altitude. A espaçonave se separa em três partes com explosões. A temperatura no painel de proteção térmico chega a mais de 1.500°C. Temos vibrações e aumento de fator de carga. Depois vêm a abertura do paraquedas e o impacto no deserto do Cazaquistão".

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Nasa apresenta cápsula espacial que pode levar homem a Marte

A Orion, cápsula espacial da Nasa, chegou ao Centro Espacial John F. Kennedy, na Flórida, informou a Nasa nesta segunda-feira. A nave está sendo desenvolvida para levar astronautas para asteroides, para a lua e, eventualmente, para Marte, substituindo os ônibus espaciais.


A cápsula, construída pela Lockheed-Martin, tem lançamento previsto para 2014, a bordo de um foguete Delta 4 não tripulado - apesar de a nave ter sido projetada para levar uma tripulação de até quatro integrantes. "Não é um gráfico do Powerpoint, é uma nave espacial de verdade", brincou Bob Cabana durante a cerimônia para marcar a chegada da nave ao Centro.

O lançamento de 2014 vai testar a blindagem de calor, os paraquedas e outros sistemas da nave. Espera-se chegar a aproximadamente 5,5 mil km acima da Terra - para se ter uma ideia, a Estação Espacial Internacional (ISS) orbita a cerca de 380 km do planeta. Em seguida, a Orion deverá voltar com 84% da força que uma nave espacial voltando da lua teria. Humanos não voam a tantos milhares de quilômetros acima da Terra desde 1972, quando a Missão Apollo para a Lua chegou ao fim.
Um segundo teste será realizado em 2017 usando o sistema de lançamento espacial da Nasa, que pretende colocar a cápsula em torno da lua, novamente sem tripulação. O terceiro teste, previsto para 2021, deverá incluir astronautas. Em 2025, a Nasa quer enviar astronautas para explorar um asteroide próximo a Terra, e em 2030 o objetivo será ir a Marte.

Com a aposentadoria dos ônibus espaciais, a Nasa depende da Rússia para enviar tripulações à ISS. Para quebrar o monopólio do País, a agência espacial fez parceria com quatro companhias interessadas em desenvolver naves espaciais para transportar astronautas do governo, bem como pesquisadores privados e turistas à estação e a outras órbitas próximas a Terra. O administrador da Nasa Charlie Bolden afirmou hoje que novas parcerias devem ser anunciadas neste mês.

Com informações da Reuters