A Shenzhou 9 aterrissou ao norte do país. Apesr do forte impacto e sacudidas da nave, astronautas nada sofreram.
A nave espacial chinesa Shenzhou 9, lançada ao espaço no último dia 16,
retornou nesta sexta-feira (29) à Terra após completar com sucesso o
primeiro acoplamento espacial manual realizado pela China.
A nave aterrissou por volta das 10h locais (23h de Brasília) no condado
de Siziwang, ao norte da região autônoma da Mongólia Interior (norte da
China). O pouso esteve longe de ser suave, pois ao tocar o solo o
módulo capotou. Pôde-se escutar um forte barulho da batida no terreno.
Apesar da violência do impacto e das sacudidas da nave, os astronautas
nada sofreram e deixaram o módulo como heróis nacionais.
Após 13 dias de missão, os astronautas Jing Haipeng, Liu Wang e Liu
Yang, esta última a primeira mulher chinesa a viajar ao espaço, voltaram
para casa em boas condições, segundo a equipe médica que os atendeu
após a aterrissagem.
Os astronautas foram recebidos com uma breve cerimônia, após
adaptarem-se à gravidade da Terra e saírem da nave, uma hora depois da
aterrissagem.
A tripulação do Shenzhou IX entrará para a história da China por
completar com sucesso a quarta missão tripulada produzida pelo país
asiático e conseguir realizar o primeiro acoplamento manual entre uma
nave chinesa e o módulo espacial Tiangong I, embrião da futura base
espacial do gigante asiático.
"Esta conquista teve um significado muito importante para a corrida
espacial chinesa", destacou o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, no
Centro de Controle Aeroespacial de Pequim.
A China, o terceiro país a levar astronautas ao espaço, quer demonstrar
com seu programa espacial que está capacitada tecnologicamente para
trabalhar em bases permanentes no cosmos, em resposta à reserva de
países como os Estados Unidos quanto à sua participação na Estação Espacial Internacional (ISS).
O país asiático espera instalar seu primeiro laboratório no espaço em
2016 e dispor de uma base permanente até o final desta década.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Nave chinesa se separa de módulo manualmente e supera maior desafio
A nave espacial chinesa Shenzhu IX se separou do módulo Tiangong-1 utilizando pela primeira vez um sistema manual pilotado por um dos três astronautas que devem retornar à Terra na sexta-feira.
Os três astronautas, incluindo uma mulher pela primeira vez, se instalaram a bordo da Shenzhu IX antes do desacoplamento, que foi comandado por Liu Wang, o astronauta que coordenou o primeiro acoplamento manual em órbita da China, realizado no domingo passado.
O acoplamento manual era a principal tarefa da missão Shenzhu IX dentro do programa de voo tripulado chinês, que pretende dotar a China de uma estação orbital tripulada permanente até 2020, seguindo o modelo da antiga estação russa Mir ou da Estação Espacial Internacional (ISS).
O domínio do acoplamento orbital é uma etapa crucial na conquista espacial, superada por russos e americanos nos anos 70. O presidente chinês, Hu Jintao, felicitou na terça-feira os três cosmonautas, Jing Haipeng, Liu Yang e Liu Wang, em uma conversa exibida ao vivo na televisão.
O primeiro acoplamento entre o módulo Tiangong-1, lançado em 29 de setembro do ano passado, e uma nave não tripulada, Shenzhu VIII, aconteceu em 3 de novembro.
A Shenzhu IX, primeira missão tripulada chinesa a executar um acoplamento orbital, se uniu primeiro a Tiangong-1 de maneira automática, antes da separação para o imediato acoplamento manual.
O retorno à Terra dos três taikonautas, como são chamados os astronautas na China, está previsto para a noite desta quinta-feira na Mongólia, após uma missão de três dias.
Este é o quarto voo espacial tripulado do país e o mais longo. Em 2003, a China se tornou o terceiro país do mundo a enviar homens ao espaço por seus próprios meios, depois da União Soviética e dos Estados Unidos.
Fonte:AFP
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Nova maneira de estudar atmosferas de exoplanetas
Uma nova técnica permitiu aos astrônomos estudarem pela primeira vez a
atmosfera de um exoplaneta em detalhe, embora este não passe em frente
da sua estrela hospedeira.
Fonte: ESO
© ESO (ilustração do exoplaneta Tau Boötis b)
Uma
equipe internacional utilizou o Very Large Telescope (VLT) do ESO para
captar diretamente o fraco brilho do planeta Tau Boötis b. A equipe
estudou a atmosfera do planeta e determinou pela primeira vez a sua
órbita e massa de forma precisa; resolvendo assim um velho problema de
15 anos. Surpreendentemente, a equipe também descobriu que a atmosfera
do planeta parece ser mais fria a maior altitude, o contrário do que se
esperava. Os resultados serão publicados amanhã na revista Nature.
O
planeta Tau Boötis b foi um dos primeiros exoplanetas a ser descoberto
em 1996 e continua a ser um dos sistemas planetários mais próximos que
se conhece. Embora a sua estrela hospedeira seja facilmente visível a
olho nu, o planeta propriamente dito não o é, e até agora conseguia
apenas detectar-se pelo efeito gravitacional que exerce sob a estrela.
Tau Boötis b é um planeta grande e quente do tipo de Júpiter que orbita
muito próximo da estrela hospedeira.
Tal como a
maioria dos exoplanetas, este planeta não transita o disco da sua
estrela (como o recente trânsito de Vênus). Até agora estes trânsitos
eram essenciais para o estudo das atmosferas dos exoplanetas: quando um
planeta passa em frente da sua estrela deixa uma marca das
características da atmosfera na radiação estelar. Como nenhuma radiação
estelar atravessa a atmosfera de Tau Boötis b em nossa direção, isso
implicava que até agora a atmosfera do planeta não podia ser estudada.
No
entanto, depois de 15 anos tentando estudar o fraco brilho emitido por
exoplanetas quentes do tipo de Júpiter, os astrônomos conseguiram pela
primeira vez determinar a estrutura da atmosfera de Tau Boötis b e
deduzir a sua massa de forma precisa. A equipe utilizou o instrumento
CRICES (CRyogenic InfraRed Echelle Spectrometer) montado no VLT,
instalado no Observatório do Paranal do ESO, no Chile. Os astrônomos
combinaram observações infravermelhas de alta qualidade (em comprimentos
de onda da ordem dos 2,3 microns) com uma técnica nova que consegue
extrair o fraco sinal emitido pelo planeta, da radiação muito mais forte
emitida pela estrela hospedeira. Em comprimentos de onda
infravermelhos, a estrela hospedeira emite menos radiação que no regime
óptico, por isso este é o comprimento de onda favorável para separar o
fraco sinal emitido pelo planeta. Este método utiliza a velocidade do
planeta em órbita da sua estrela hospedeira para separar a emissão
planetária da emissão estelar e também da emissão vinda da própria
atmosfera terrestre. A mesma equipe de astrônomos testou esta técnica
anteriormente num planeta que transita, medindo a velocidade orbital
durante a sua passagem em frente ao disco estelar.
O
autor principal do estudo Matteo Brogi (Observatório de Leiden,
Holanda) explica: "Graças à elevada qualidade das observações fornecidas
pelo VLT e pelo CRICES conseguimos estudar o espectro do sistema com
muito mais detalhe do que o que era possível até agora. Apenas 0,01% da
radiação observada é emitida pelo planeta, enquanto que o resto vem da
estrela, por isso não foi nada fácil separar esta contribuição".
A
maioria dos planetas que orbitam outras estrelas foram descobertos pelo
efeito gravitacional que exercem nas estrelas hospedeiras, o que limita
a informação que podemos retirar sobre a sua massa: apenas podemos
calcular um limite inferior para a massa do planeta. Isto deve-se ao
fato da inclinação da órbita ser geralmente desconhecida. Se a órbita do
planeta está inclinada relativamente à linha de visão entre a Terra e a
estrela, então um planeta com maior massa causa o mesmo efeito de
movimento para trás e para a frente da estrela que um planeta mais leve
numa órbita menos inclinada, não sendo possível separar os dois efeitos.
Esta nova técnica é muito mais poderosa. Conseguir observar a radiação
que vem diretamente do planeta permitiu aos astrônomos medir o ângulo da
órbita do planeta e consequentemente determinar a sua massa de forma
precisa. Ao traçar as variações do movimento do planeta à medida que
este orbita a estrela, a equipe pôde determinar, pela primeira vez, que
Tau Boötis b orbita a sua estrela hospedeira com um ângulo de 44 graus e
tem uma massa igual a seis vezes a massa do planeta Júpiter no nosso
Sistema Solar.
© ESO (visão de campo amplo da estrela hospedeira)
"As
novas observações do VLT solucionam o problema, presente há 15 anos, da
massa de Tau Boötis b. E a nova técnica significa também que agora
podemos estudar as atmosferas de exoplanetas que não transitam as suas
estrelas, e também medir as suas massas de forma precisa, o que era
impossível antes", diz Ignas Snellen (Observatório de Leiden, Holanda), co-autor do artigo científico que descreve o trabalho.
Além
de detectar o brilho da atmosfera e medir a massa de Tau Boötis b, a
equipe estudou a atmosfera e mediu a quantidade de monóxido de carbono
presente, assim como a temperatura a diferentes altitudes por meio da
comparação entre as observações e modelos teóricos. Um resultado
surpreendente deste trabalho é de que as novas observações indicam que a
temperatura da atmosfera decresce com a altitude. Este resultado é o
oposto do esperado da inversão de temperatura - um aumento da
temperatura com a altitude - encontrada em outros exoplanetas quentes do
tipo de Júpiter. Pensa-se que as inversões térmicas são caracterizadas
pelas bandas moleculares em emissão no espectro, em vez das em absorção,
tal como observado na fotometria de exoplanetas quentes do tipo de
Júpiter com o telescópio espacial Spitzer. O exoplaneta HD209458b é o
melhor exemplo de inversões térmicas em atmosferas de exoplanetas. Esta
observação apoia modelos nos quais a emissão ultravioleta forte
associada a atividade cromosférica, semelhante à exibida pela estrela
hospedeira de Tau Boötis b - é responsável pela inibição da inversão
térmica.
As observações do VLT mostram que a
espectroscopia de alta resolução obtida por telescópios terrestres é uma
ferramenta valiosa na análise detalhada das atmosferas de exoplanetas
que não transitam. A detecção de diferentes moléculas no futuro
permitirá aos astrônomos aprender mais sobre as condições atmosféricas
do planeta. Ao medir estas condições atmosféricas ao longo da órbita do
planeta, os astrônomos poderão até ser capazes de encontrar variações
atmosféricas entre as manhãs e as tardes do planeta.
terça-feira, 26 de junho de 2012
"Podemos encontrar planeta como a terra até 2022."
Os astrofísicos não descartam a possibilidade de encontrar um
pequeno planeta similar à Terra em menos de 10 anos, declarou nesta
segunda-feira Ignaci Ribas, um dos organizadores do "Cool Stars 17", a
reunião internacional sobre estrelas frias que ocorre em Barcelona. Em
entrevista, Ribas explicou que os especialistas já identificaram mais de
800 planetas ao redor das estrelas frias e que falta muito pouco para
encontrarem um que seja muito parecido ao nosso.
Segundo o especialista, apesar de saberem onde esse planeta se encontra, a atual tecnologia ainda não é eficaz para este tipo de experiência. No entanto, se este planeta fosse habitado por seres inteligentes, Ribas destacou que seria possível conversar com eles através de sinais de rádio, embora essa troca de mensagens poderia demorar mais de 100 anos.
Ribas destacou que os planetas se concentram ao redor das estrelas frias, que representam 80% das que se veem e há no universo, entre elas o Sol. Esses astros são chamados de "frios" porque sua temperatura está abaixo dos 6 mil graus. Em nossa galáxia há cerca de 200 mil estrelas frias, e as estrelas quentes, que representam 20%, possuem uma temperatura que oscila entre 20 mil e 50 mil graus.
Durante o encontro realizado em Barcelona, os especialistas constataram que as estrelas frias podem ser 10% maior do que se pensava, um dado que possui muita importância na hora de buscar modelos de estudo.
Os especialistas envolvidos no "Cool Stars 17" também destacaram a chamada "música das estrelas", ou seja, as vibrações que esses corpos celestes possuem e que, de acordo com os astrofísicos, aparecem como uma série de frequências, algo similar as notas musicais.
Segundo Ribas, que é astrofísico do Instituto de Ciências do Espaço do CSIC-IEEC, o tom emitido pelas estrelas frias permite a identificação de seu tamanho, sua composição e até sua evolução.
Neste encontro em Barcelona também foram apresentados alguns resultados da missão Kepler (da Nasa), que possui o objetivo de detectar planetas extra-solares através destas frequências com uma técnica similar à sismografia, mas adaptada ao espaço.
Segundo o especialista, apesar de saberem onde esse planeta se encontra, a atual tecnologia ainda não é eficaz para este tipo de experiência. No entanto, se este planeta fosse habitado por seres inteligentes, Ribas destacou que seria possível conversar com eles através de sinais de rádio, embora essa troca de mensagens poderia demorar mais de 100 anos.
Ribas destacou que os planetas se concentram ao redor das estrelas frias, que representam 80% das que se veem e há no universo, entre elas o Sol. Esses astros são chamados de "frios" porque sua temperatura está abaixo dos 6 mil graus. Em nossa galáxia há cerca de 200 mil estrelas frias, e as estrelas quentes, que representam 20%, possuem uma temperatura que oscila entre 20 mil e 50 mil graus.
Durante o encontro realizado em Barcelona, os especialistas constataram que as estrelas frias podem ser 10% maior do que se pensava, um dado que possui muita importância na hora de buscar modelos de estudo.
Os especialistas envolvidos no "Cool Stars 17" também destacaram a chamada "música das estrelas", ou seja, as vibrações que esses corpos celestes possuem e que, de acordo com os astrofísicos, aparecem como uma série de frequências, algo similar as notas musicais.
Segundo Ribas, que é astrofísico do Instituto de Ciências do Espaço do CSIC-IEEC, o tom emitido pelas estrelas frias permite a identificação de seu tamanho, sua composição e até sua evolução.
Neste encontro em Barcelona também foram apresentados alguns resultados da missão Kepler (da Nasa), que possui o objetivo de detectar planetas extra-solares através destas frequências com uma técnica similar à sismografia, mas adaptada ao espaço.
sábado, 23 de junho de 2012
Planetas vizinhos têm a órbita mais próxima
Astrônomos americanos encontraram dois planetas vizinhos com a órbita
mais próxima já identificada no Universo, com quase 2 milhões de
quilômetros na menor distância.
Fonte: Science
© CfA (vulcanismo no planeta rochoso pelas marés gravitacionais)
Essa
é apenas cinco vezes a extensão entre a Terra e a Lua, o que deixa os
"novos" planetas 20 vezes mais perto um do outro que todos os do nosso
Sistema Solar.
O planeta mais interno, batizado
de Kepler-36b, orbita a principal estrela de seu sistema a cada 13,8
dias, a uma distância de 17,7 milhões de km; enquanto o outro,
Kepler-36c, completa uma volta a cada 16,2 dias, a uma distância de 19,3
milhões de km. Como comparação, Mercúrio leva 88 dias para fazer o
movimento de translação em torno do Sol.
O Kepler-36b é um planeta rochoso, com 1,5 vez o raio e 4,5 vezes a massa da Terra. Já o outro é um gigante gasoso, com 3,7 vezes o raio e 8 vezes a massa terrestre.
A dupla de planetas orbita uma estrela ligeiramente mais quente e cerca de 2 bilhões de anos mais velha que o Sol, situada a 1.200 anos-luz da Terra.
Os corpos têm densidades diferentes e estão perto demais de sua estrela, motivo pelo qual ficam fora da chamada "zona habitável", região de um sistema onde a água líquida pode existir na superfície.
Foram usadas informações do telescópio Kepler da NASA que mede o brilho de mais de 150 mil estrelas para procurar planetas em trânsito.
A equipe responsável pelo trabalho foi liderada pelo pesquisador Josh Carter, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian (CfA), em Cambridge, Massachusetts, e pelo professor de astronomia Eric Agol, da Universidade de Washington, em Seattle.
O Kepler-36b é um planeta rochoso, com 1,5 vez o raio e 4,5 vezes a massa da Terra. Já o outro é um gigante gasoso, com 3,7 vezes o raio e 8 vezes a massa terrestre.
A dupla de planetas orbita uma estrela ligeiramente mais quente e cerca de 2 bilhões de anos mais velha que o Sol, situada a 1.200 anos-luz da Terra.
Os corpos têm densidades diferentes e estão perto demais de sua estrela, motivo pelo qual ficam fora da chamada "zona habitável", região de um sistema onde a água líquida pode existir na superfície.
Foram usadas informações do telescópio Kepler da NASA que mede o brilho de mais de 150 mil estrelas para procurar planetas em trânsito.
A equipe responsável pelo trabalho foi liderada pelo pesquisador Josh Carter, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian (CfA), em Cambridge, Massachusetts, e pelo professor de astronomia Eric Agol, da Universidade de Washington, em Seattle.
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Buracos negros são devoradores compulsivos?
De acordo com a teoria geral da relatividade, um buraco negro é uma região do espaço da qual nada, nem memo objetos que se movam a velocidade da luz. podem escapar. Este é o resultado da deformação do espaço-tempo causada por uma matéria maciça e altamente compacta.
Quando a matéria que o buraco negro está engolindo vai caindo, ela aquece à medida que aproxima-se do buraco negro e, eventualmente, sua temperatura fica tão alta, que ela brilha. Se há muita matéria sendo devorada, dizemos que o buraco negro é bastante ativo. Os buracos negros mais ativos geram núcleos galácticos extremamente ativos, conhecidos como quasares, que costumam apresentar um brilho equivalente ao de um trilhão de sóis, mais brilhante até do que uma galáxia.
Sempre se acreditou que a maioria dos quasares resultava de eventos extremos, como colisões de galáxias, que alimentavam o buraco negro com uma quantidade enorme de matéria em um único evento. Mas também se sabia que existiam os quasares mais tranquilos, que devoravam sua matéria lentamente, “em pequenos lanches”, por assim dizer.
O professor Kevin Schawinski, um astrônomo da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, resolveu testar esta crença sobre os buracos negros dos quasares, e num estudo examinou 30 quasares da coleção de imagens do telescópio Hubble e do telescópio Spitzer. Neste estudo, a equipe descobriu que das 30 galáxias examinadas, 26 não apresentavam sinais de colisões de galáxias, e apenas uma delas tinha sinais claros de uma colisão. Mas mesmo o equipamento do Hubble não é capaz de fazer um zoom nas galáxias observadas, de forma que eles não sabem ainda qual o processo que está alimentando estes quasares. Schawinski acha que é uma combinação de fatores, como movimentos aleatórios de gases, disparos de supernovas, a absorção de pequenos corpos, e correntes de gases e estrelas alimentando o buraco negro central.
Os cientistas estão apostando suas fichas no telescópio espacial James Webb (STJW), a ser lançado em 2018. Ele pode ajudar os cientistas a resolver este enigma, pois vai operar na faixa do infravermelho, e será capaz de examinar em detalhe o que o Hubble e o Spitzer apenas descobriram existir.
Fonte: Hypescience, LiveScince,Gomes,F.C.
Quando a matéria que o buraco negro está engolindo vai caindo, ela aquece à medida que aproxima-se do buraco negro e, eventualmente, sua temperatura fica tão alta, que ela brilha. Se há muita matéria sendo devorada, dizemos que o buraco negro é bastante ativo. Os buracos negros mais ativos geram núcleos galácticos extremamente ativos, conhecidos como quasares, que costumam apresentar um brilho equivalente ao de um trilhão de sóis, mais brilhante até do que uma galáxia.
Sempre se acreditou que a maioria dos quasares resultava de eventos extremos, como colisões de galáxias, que alimentavam o buraco negro com uma quantidade enorme de matéria em um único evento. Mas também se sabia que existiam os quasares mais tranquilos, que devoravam sua matéria lentamente, “em pequenos lanches”, por assim dizer.
O professor Kevin Schawinski, um astrônomo da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, resolveu testar esta crença sobre os buracos negros dos quasares, e num estudo examinou 30 quasares da coleção de imagens do telescópio Hubble e do telescópio Spitzer. Neste estudo, a equipe descobriu que das 30 galáxias examinadas, 26 não apresentavam sinais de colisões de galáxias, e apenas uma delas tinha sinais claros de uma colisão. Mas mesmo o equipamento do Hubble não é capaz de fazer um zoom nas galáxias observadas, de forma que eles não sabem ainda qual o processo que está alimentando estes quasares. Schawinski acha que é uma combinação de fatores, como movimentos aleatórios de gases, disparos de supernovas, a absorção de pequenos corpos, e correntes de gases e estrelas alimentando o buraco negro central.
Os cientistas estão apostando suas fichas no telescópio espacial James Webb (STJW), a ser lançado em 2018. Ele pode ajudar os cientistas a resolver este enigma, pois vai operar na faixa do infravermelho, e será capaz de examinar em detalhe o que o Hubble e o Spitzer apenas descobriram existir.
Fonte: Hypescience, LiveScince,Gomes,F.C.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Sonda da NASA explora bordas do sistema solar
A distância entre a Terra e o sol, que é mensurada em quase 150 milhões de quilômetros, equivale a uma Unidade Astronômica (1 UA). Em uma zona localizada a quase 120 UA, nas bordas do sistema solar, navega uma sonda espacial que está há mais de 34 anos em operação no espaço. A Voyager 1, controlada pela NASA, parece ter ingressado em uma nova região do universo da qual se conhece muito pouco.
A tal área, que estaria próxima das fronteiras para o desconhecido no sistema solar, é chamada pelos pesquisadores de “região de estagnação”. Nesse ponto do espaço, já não há sequer a influência do chamado vento solar, que consiste da emissão constante de partículas provenientes de nosso astro central.
Mudanças físicas começam a ficar nítidas nesta localidade do espaço. O campo magnético do sistema solar, por exemplo, fica comprimido, e expulsa partículas altamente energéticas para fora, no espaço interestelar. Uma espécie de “purgatório cósmico”, enfim. Isso faz do Voyager 1 o artefato espacial mais distante da Terra. A fronteira final do sistema solar é chamada de “heliopausa”.
A sonda Voyager 1 continua avançando em direção a essa linha fronteiriça, e os cientistas não sabem prever ao certo o que ainda está por vir. O artefato espacial tem combustível e condições tecnológicas para operar até 2020, e tudo o que for descoberto daqui em diante deve ser novidade.
Fonte:Hypescience
terça-feira, 19 de junho de 2012
Estudo indica que nêutrons viajam entre universos paralelos
Os físicos teóricos Zurab Berezhiani e Fabrizio Nesti, na Universidade de l'Áquila (Itália) reanalisaram os dados experimentais. Eles mostram na publicação especializada European Physical Journal C que o desaparecimento parece depender da direção e da força do campo magnético aplicado.
Os pesquisadores criaram a hipótese de que os nêutrons oscilam entre os dois universos com seus "nêutrons espelho". Cada uma dessas partículas teria a capacidade de transitar da sua "irmã" e de volta.
E os físicos acreditam que outras partículas, como próton e elétron, também teriam suas irmãs espelho - mas apenas as neutras conseguiriam oscilar entre universos. Estas não seriam afetadas pelas forças forte e fraca do nosso universo (responsáveis pela união do átomo), mas teriam suas próprias relações de força forte e fraca.
A hipótese de viagem entre universos paralelos coincidiria com a relação entre o desaparecimento temporário e o campo magnético e também com o que já foi descoberto sobre o fenômeno. Os cientistas afirmam que essa oscilação, contudo, dura apenas alguns segundos.
A hipótese afirma ainda que a Terra é cercada por um campo magnético formado quando o planeta captura partículas espelho que flutuam pela galáxia como matéria escura. Ou seja, a hipótese ainda explicaria que a matéria escura seria resultado da oscilação das partículas espelho vindas de galáxia paralela à nossa.
Os pesquisadores afirmam que, caso seja sustentada por mais estudos, essa hipótese explicaria várias dúvidas da física, como a própria natureza da matéria escura. "Este resultado, se confirmado por futuros experimentos, terá as mais profundas consequências para a física de partículas, astrofísica e cosmologia", dizem os físicos no artigo.
Com informações do TG Daily.
Anel nebuloso em Titã
A sonda Cassini obteve a imagem a seguir enquanto ela observava o lado escuro de Titã, a maior lua de Saturno.
Fonte: NASA
© NASA/Cassini (satélite Titã)
A
sonda captou um anel, parecido com um halo ao redor do satélite, que
foi produzido pela luz do Sol dispersada através da periferia da
atmosfera de Titã.
Uma névoa de alta altitude e
de cobertura global circula todo o satélite Titã, que possui um diâmetro
de 5.150 km. Essa névoa é a responsável por espalhar a luz do Sol e
produzir esse anel. A imagem acima foi feita quando a sonda Cassini
observava diretamente a face de Titã, que fica voltada para o planeta
Saturno.
A imagem acima foi feita usando a
câmera de grande angular da sonda Cassini através do filtro verde da luz
visível no dia 30 de Janeiro de 2012. A imagem foi obtida a uma
distância aproximada de 197.000 quilômetros de Titã, e o conjunto,
Sol-Titã-Cassini estavam em fase com um ângulo de 162 graus. A escala da
imagem é de 12 quilômetros por pixel.
A missão Cassini-Huygens é um projeto cooperativo da NASA, da Agência Espacial Europeia e da Agência Espacial Italiana.
'Disco voador' é visto nas ruas dos Estados Unidos
Centenas de pessoas em Washington, nos Estados Unidos,
ficaram chocadas ao ver, na noite passada, o que parecia ser um disco
voador sendo transportado em uma avenida da cidade. O assunto virou um
dos principais nas redes sociais da internet, com postagem de fotos que
mostrava o objeto sendo carregado por um caminhão por volta das 23h.
Segundo o jornal britânico Daily Mail, o mistério terminou quando a Polícia Estadual de Maryland revelou que a "nave espacial" era, na verdade, um veículo militar não tripulado sendo transportado para a Estação Aeronaval de Patuxent River, no sul de Maryland. O veículo será o primeiro feito especialmente para decolar e aterrissar em um porta-aviões, revelou a estação.
Segundo o jornal britânico Daily Mail, o mistério terminou quando a Polícia Estadual de Maryland revelou que a "nave espacial" era, na verdade, um veículo militar não tripulado sendo transportado para a Estação Aeronaval de Patuxent River, no sul de Maryland. O veículo será o primeiro feito especialmente para decolar e aterrissar em um porta-aviões, revelou a estação.
Com 1ª astronauta chinesa, nave Shenzhou 9 acopla a módulo espacial
A nave espacial chinesa Shenzhou 9 acoplou no módulo especial Tiangong-1, 343 km acima da Terra, na madrugada desta segunda-feira, segundo informações do Controle Espacial Chinês. A tripulação, que inclui Liu Yang, a primeira chinesa a viajar ao espaço, deve entrar no módulo experimental dentro de algumas horas.
Além de Liu, outros dois astronautas fazem parte da missão: Jing Haipeng e Liu Wang. O grupo deve trabalhar e dormir na Tiangong-1, que, de acordo com a mídia chinesa, possui bicicletas ergométricas e uma cabine de teleconferências. A TV estatal local divulgou imagens do acontecimento.
Em análise, a Agência Reuters destacou o feito com um importante passo para os projetos chineses de produzir tecnologia suficiente para manter astronautas no espaço por longos períodos.
A corrida espacial chinesa ainda está bastante atrasada em comparação às duas maiores potências da área: Estados Unidos e Rúsia. A Tiangong 1, por exemplo, é apenas um módulo experimental e não pode ser considerada uma estação espacial.
Enquanto americanos não devem testar novas foguetes antes de 2017 e a Rússia divulgou não considerar novos projetos espaciais como prioritários, a China cresce no segmento.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
China lança com sucesso primeira mulher astronauta ao espaço
A famosa frase do antigo presidente Mao Tsé-tung ecoa mais uma vez pela China: "As mulheres detêm metade do céu". Hoje, um terço do espaço sideral será de Liu Yang, 33 anos, que divide a Shenzou-9 com outros dois astronautas, Jing Haipeng e Liu Wang. A missão, que partiu neste sábado, às 18h37 (hora local) de Jiuquan, durará uma semana.
A manobra marca a entrada à segunda fase do Projeto 921 - o projeto espacial de Pequim, criado em 1999. Em 2003, o país asiático conseguiu completar a primeira fase do Projeto 921 ao enviar seu primeiro astronauta, Yang Liwei. Em nove anos, o país envia agora uma tripulante feminina, que passou por uma série de testes e teve de cumprir uma lista de exigências (ter um filho de parto normal e bons dentes). Os Estados Unidos demoraram 21 anos para ter a primeira astronauta mulher.
O Projeto 921 chinês quer ir além e tem o aporte financeiro de Pequim até completar sua terceira e última fase, em 2020. O país não só quer se equiparar em conquistas aos americanos e russos, mas quer garantir sua independência com rapidez. O plano envolve a instalação de uma estação espacial independente até 2020 e conquistar a Lua em 2025. A China não faz parte da Estação Espacial Internacional, que integra EUA, Japão, Rússia, Europa e Canadá.
Durante coletiva de imprensa realizada em Jiuquan, noroeste chinês, na sexta-feira, a astronauta, ex-piloto do PLA (People's Liberation Army, o exército do Partido Comunista Chinês), e a oitava mulher a viajar ao espaço, disse ser "grata ao país e às pessoas, e honrada por poder representar milhões de mulheres chinesas no espaço". Liu Yang será responsável por testes médicos em órbita.
O comandante da espaçonave é Jing, o primeiro chinês a caminhar no espaço quando comandou o lançamento da Shenzhou-7, em 2008. A missão fez da China a terceira nação a conquistar, a passos, o espaço, e as ambições espaciais do país seguem como uma importante coluna nos planos de desenvolvimento do país, que busca firmar-se como um polo científico ao contrário da famosa "fábrica mundial".
Os três astronautas fizeram mais de 1,5 mil exercícios para garantir o sucesso na acoplagem ao Tiangong-1, o laboratório em órbita desde o ano passado. Os três são pilotos do PLA e membros do Partido Comunista.
Emergentes lideram exploração espacial para salvar o planeta
Com cortes orçamentários, derivados da crise econômica que amarga desde 2008, os EUA estão ficando para trás na corrida espacial, com países latino americanos, árabes e asiáticos - em especial a China - apostando recursos no desenvolvimento da tecnologia necessária para explorar o universo.
Poucos países aparecem como opções economicamente viáveis para a exploração espacial em troca da salvação do planeta Terra e as grandes apostas são as nações da Eurásia - Rússia, Índia e China. Esta era a mensagem do 60º Congresso Anual da Federação Astronômica Internacional, realizado em 2010 na Coreia do Sul. De volta à Ásia, este ano será a vez de Pequim receber a Assembleia Geral da Federação.
A reunião deverá ser marcada pelas histórias de sucesso da China na causa da exploração espacial, cujos investimentos subiram dez vezes em uma década. Pequim não só está apostando em suas viagens siderais próprias, como está desenvolvendo acordos internacionais para levar outras nações ao espaço em troca dos resultados de pesquisa obtidos. É o caso na Nigéria que, em 2005 assinou um acordo com o país asiático para o lançamento de um satélite de comunicação em 2007.
A ideia é que as economias emergentes, com mais gás financeiro, liderem a corrida espacial e possam instalar mais satélites que auxiliem nas pesquisas climáticas
Os buracos negros supermassivos estão crescendo mais rápido que suas galáxias
Novas evidências do observatório de raios X Chandra desafia idéias
dominantes sobre como buracos negros supermassivos crescem nos centros
das galáxias.
Fonte: NASA e Daily Galaxy
© Chandra (galáxias NGC 4342 e NGC 4291)
Sabe-se
que um buraco negro supermassivo e o bojo de estrelas no centro da sua
galáxia anfitriã crescem no mesmo ritmo, ou seja, um maior bojo possui
um maior buraco negro.
Um novo estudo de dados do Chandra revelou duas galáxias vizinhas, cujos buracos negros supermassivos estão crescendo mais rápido do que as próprias galáxias. A massa de um buraco negro gigante no centro de uma galáxia é tipicamente uma pequena fração (cerca de 0,2 por cento) da massa contida no bojo, ou a região de densidade estrelas de enchimento, que o rodeia.
Os objetivos do estudo mais recente do Chandra, as galáxias NGC 4342 e NGC 4291, tem buracos negros que são 10 vezes a 35 vezes mais massivo do que deve ser comparado com seus bojos. As novas observações com o Chandra mostram que os halos ou envelopes maciços de matéria escura em que estas galáxias residem, também estão com sobrepeso. O novo estudo sugere que os dois buracos negros supermassivos e sua evolução estão presos aos seus halos de matéria escura e eles não crescem em conjunto com os bojos galácticos.
Nesta perspectiva, os buracos negros e halos de matéria escura não estão acima do peso, mas a massa total das galáxias é muito baixo. "Isso nos dá mais provas de uma ligação entre dois dos fenômenos mais misteriosos e mais obscuros da astrofísica - buracos negros e matéria escura - nestas galáxias", disse Akos Bogdan, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica (CFA) em Cambridge, que liderou o novo estudo.
As galáxias NGC 4342 e NGC 4291 estão perto da Terra em termos cósmicos, com distâncias de 75 milhões e 85 milhões de anos-luz, respectivamente. Os astrônomos haviam observado que estas galáxias hospedam buracos negros com massas relativamente grandes. Com base nas novas observações do Chandra, no entanto, foi possível excluir um fenômeno conhecido como força de maré. Ela ocorre quando algumas das estrelas de uma galáxia são arrancadas pela força da gravidade durante um encontro com outra galáxia. Se tal despojamento ocorreu, os halos também na maior parte teria sido extraído. Porque a matéria escura se estende mais longe das galáxias, é mais tênues para eles do que as estrelas e é mais provável ser puxado.
Para afastar o efeito de maré, os astrônomos usaram o Chandra para procurar evidências do calor, gás emitindo raios X em torno das duas galáxias. Como a pressão do gás quente - estimada a partir de imagens de raios X - equilibra a atração gravitacional de toda a matéria na galáxia, os novos dados do Chandra pode fornecer informações sobre os halos de matéria escura. O gás quente foi encontrado amplamente distribuído em torno de ambas NGC 4342 e NGC 4291, o que implica que cada galáxia tem um halo de matéria escura invulgarmente grande e que essa força de maré é improvável.
"Esta é a evidência mais clara que temos, no universo próximo, os buracos negros que crescem mais rápido do que a sua galáxia hospedeira", disse o co-autor Bill Forman, também do CFA.
Um novo estudo de dados do Chandra revelou duas galáxias vizinhas, cujos buracos negros supermassivos estão crescendo mais rápido do que as próprias galáxias. A massa de um buraco negro gigante no centro de uma galáxia é tipicamente uma pequena fração (cerca de 0,2 por cento) da massa contida no bojo, ou a região de densidade estrelas de enchimento, que o rodeia.
Os objetivos do estudo mais recente do Chandra, as galáxias NGC 4342 e NGC 4291, tem buracos negros que são 10 vezes a 35 vezes mais massivo do que deve ser comparado com seus bojos. As novas observações com o Chandra mostram que os halos ou envelopes maciços de matéria escura em que estas galáxias residem, também estão com sobrepeso. O novo estudo sugere que os dois buracos negros supermassivos e sua evolução estão presos aos seus halos de matéria escura e eles não crescem em conjunto com os bojos galácticos.
Nesta perspectiva, os buracos negros e halos de matéria escura não estão acima do peso, mas a massa total das galáxias é muito baixo. "Isso nos dá mais provas de uma ligação entre dois dos fenômenos mais misteriosos e mais obscuros da astrofísica - buracos negros e matéria escura - nestas galáxias", disse Akos Bogdan, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica (CFA) em Cambridge, que liderou o novo estudo.
As galáxias NGC 4342 e NGC 4291 estão perto da Terra em termos cósmicos, com distâncias de 75 milhões e 85 milhões de anos-luz, respectivamente. Os astrônomos haviam observado que estas galáxias hospedam buracos negros com massas relativamente grandes. Com base nas novas observações do Chandra, no entanto, foi possível excluir um fenômeno conhecido como força de maré. Ela ocorre quando algumas das estrelas de uma galáxia são arrancadas pela força da gravidade durante um encontro com outra galáxia. Se tal despojamento ocorreu, os halos também na maior parte teria sido extraído. Porque a matéria escura se estende mais longe das galáxias, é mais tênues para eles do que as estrelas e é mais provável ser puxado.
Para afastar o efeito de maré, os astrônomos usaram o Chandra para procurar evidências do calor, gás emitindo raios X em torno das duas galáxias. Como a pressão do gás quente - estimada a partir de imagens de raios X - equilibra a atração gravitacional de toda a matéria na galáxia, os novos dados do Chandra pode fornecer informações sobre os halos de matéria escura. O gás quente foi encontrado amplamente distribuído em torno de ambas NGC 4342 e NGC 4291, o que implica que cada galáxia tem um halo de matéria escura invulgarmente grande e que essa força de maré é improvável.
"Esta é a evidência mais clara que temos, no universo próximo, os buracos negros que crescem mais rápido do que a sua galáxia hospedeira", disse o co-autor Bill Forman, também do CFA.
Como pode a
massa de um buraco negro crescer mais rápido do que a massa estelar da
sua galáxia anfitriã? Os autores do estudo sugerem que uma grande
concentração de gás girando lentamente no centro galático é o que o
buraco negro consome na fase inicial de sua existência. Ela cresce
rapidamente, e à medida que cresce, a quantidade de gás que pode crescer
junto aumenta com a produção de energia a partir da acreção. Uma vez
que o buraco negro atinge uma massa crítica, explosões movidas pelo
consumo contínuo de gás impedem o resfriamento e limita a produção de
novas estrelas.
O estudo também foi aceito para publicação no Astrophysical Journal.
O estudo também foi aceito para publicação no Astrophysical Journal.
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Um alinhamento casual entre galáxias
O telescópio espacial Hubble mostra uma rara visão de um par de galáxias sobrepostas, chamado de NGC 3314.
Fonte: NASA
© Hubble (NGC 3314)
As
duas galáxias aparecem na imagem acima como se estivessem colidindo,
mas na verdade elas estão separadas por dezenas de milhões de anos-luz,
ou algo em torno de dez vezes a distância entre a Via Láctea e a sua
vizinha, a galáxia de Andrômeda. A coincidência desse alinhamento como
visto da Terra, fornece uma imagem única da silhueta dos braços espirais
da galáxia espiral mais próxima, conhecida como NGC 3314A.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Nasa lança hoje telescópio que permite ver detalhes do universo
A Nasa vai lançar na tarde desta quarta-feira o telescópio NuSTAR (Nuclear Spectorscopic Telescope Array - ou Matriz de Telescópios Eletroscópicos Nucleares) de raios-X, capaz de examinar o universo e os buracos negros com uma resolução nunca antes vista, o que permitirá conhecer melhor a evolução do cosmo.
O NuSTAR será colocado em órbita por um foguete Pegasus, lançado em pleno voo por um avião Lockeed L-1011, uma grande aeronave com três turbinas batizado de Stargazer, da Base de Testes Reagan, no atol Kwajalein, nas Ilhas Marshall, Pacífico.
Depois do lançamento, o Stargazer lançará o foguete às 15H30 GMT (12h30 de Brasília). O Pegasus levará o NuStar à órbita terrestre baixa, informou a Nasa.
O NuSTAR será o primeiro telescópio espacial capaz de criar imagens cósmicas a partir de raios-X de alta energia, do mesmo tipo que os utilizados para gerar imagens do esqueleto humano ou para escanear bagagens nos aeroportos, afirmaram os astrofísicos.
O telescópio vai gerar imagens com uma resolução dez vezes maior do que a obtida com os telescópios atuais e será mais de cem vezes mais sensível do que seus antecessores que funcionam na mesma parte do espectro eletromagnético. Ele poderá, assim, captar a alta energia dos raios-X através da poeira e do gás que obstruem a observação das galáxias, os buracos negros e as estrelas de nêutrons situadas no coração da Via Láctea.
O objetivo da missão é trabalhar em concordância com outros telescópios no espaço, como o observatório de raios-X da Nasa Chandra, que estuda os raios-X de baixa energia, ou o XMM-Newton, da Agência Espacial Europeia, informou a Nasa.
Em sua primeira fase de dois anos, a missão NuSTAR mapeará certas regiões do céu para recensear as estrelas mais profundas e distantes, bem como buracos negros de diferentes tamanhos. Para isso, examinará as regiões que rodeiam o centro da Via Láctea.
O novo telescópio também fará observações do universo profundo, além da Via Láctea, permitindo compreender melhor as emissões de partículas das galáxias mais extremas, como a Centaurus A, onde ficam os buracos negros supermaciços.
Fonte: AFP
O encontro de galáxias vizinhas
Os estudos recentes com o telescópio Green Bank do NSF (National Science
Foundation) evidenciam que duas galáxias vizinhas da nossa Via Láctea
podem ter tido um encontro próximo há bilhões de anos atrás.
Fonte: National Radio Astronomy Observatory
© NRAO (gráfico mostra a ponte gasosa entre M31, à direita, e M33)
As
novas observações confirmam uma descoberta controversa em 2004, de
hidrogênio gasoso fluindo entre a gigante Galáxia de Andrômeda, também
conhecida como M31, e a Galáxia do Triângulo, ou M33.
"As propriedades deste gás indicam que estas duas galáxias podem ter passado perto uma da outra no passado distante," afirma Jay Lockman, do NRAO (National Radio Astronomy Observatory). "Ao estudar o que pode ser uma ligação gasosa entre as duas, podemos saber mais sobre a evolução de ambas as galáxias," acrescenta.
As duas galáxias, estão cerca de 2,6 e 3 milhões de anos-luz, respectivamente, da Terra, e fazem parte do Grupo Local de galáxias que inclui a nossa própria Via Láctea e cerca de 30 outras.
A "ponte" de hidrogênio entre as galáxias foi descoberta em 2004 por astrônomos que usavam o WSRT (Westerbork Synthesis Radio Telescope) nos Países Baixos, mas outros cientistas questionaram a descoberta por motivos técnicos. Estudos detalhados com o altamente sensível telescópio Green Bank confirmaram a existência da ponte, que exibe seis densos aglomerados de gás ao longo da mesma.
Observações destes aglomerados mostram que partilham aproximadamente a mesma velocidade relativa em relação à Terra que as duas galáxias, fortalecendo o argumento de que fazem parte de uma ponte entre as duas.
Quando as galáxias passam perto umas das outras, são formadas "caudas de marés", gás atraído para o espaço interestelar a partir das galáxias sob a forma de longas correntes. "Nós pensamos que é muito provável que o hidrogênio gasoso que vemos entre M31 e M33 seja o resto de uma cauda de maré que foi formada durante um destes encontros, provavelmente há bilhões de anos atrás," afirma Spencer Wolfe, da Universidade da Virginia Oeste. "O encontro tem que ter ocorrido há muito tempo atrás, porque nenhuma das duas galáxias mostra qualquer evidência de perturbações atuais," afirma.
"O gás estudado possui emissão no rádio extremamente tênue, que além do alcance da maioria dos radiotelescópios," acrescenta Lockman. "Planejamos usar as capacidades avançadas do telescópio Green Bank para continuar o trabalho, aprender mais sobre o gás e, quem sabe, sobre as histórias orbitais das duas galáxias," acrescenta.
"As propriedades deste gás indicam que estas duas galáxias podem ter passado perto uma da outra no passado distante," afirma Jay Lockman, do NRAO (National Radio Astronomy Observatory). "Ao estudar o que pode ser uma ligação gasosa entre as duas, podemos saber mais sobre a evolução de ambas as galáxias," acrescenta.
As duas galáxias, estão cerca de 2,6 e 3 milhões de anos-luz, respectivamente, da Terra, e fazem parte do Grupo Local de galáxias que inclui a nossa própria Via Láctea e cerca de 30 outras.
A "ponte" de hidrogênio entre as galáxias foi descoberta em 2004 por astrônomos que usavam o WSRT (Westerbork Synthesis Radio Telescope) nos Países Baixos, mas outros cientistas questionaram a descoberta por motivos técnicos. Estudos detalhados com o altamente sensível telescópio Green Bank confirmaram a existência da ponte, que exibe seis densos aglomerados de gás ao longo da mesma.
Observações destes aglomerados mostram que partilham aproximadamente a mesma velocidade relativa em relação à Terra que as duas galáxias, fortalecendo o argumento de que fazem parte de uma ponte entre as duas.
Quando as galáxias passam perto umas das outras, são formadas "caudas de marés", gás atraído para o espaço interestelar a partir das galáxias sob a forma de longas correntes. "Nós pensamos que é muito provável que o hidrogênio gasoso que vemos entre M31 e M33 seja o resto de uma cauda de maré que foi formada durante um destes encontros, provavelmente há bilhões de anos atrás," afirma Spencer Wolfe, da Universidade da Virginia Oeste. "O encontro tem que ter ocorrido há muito tempo atrás, porque nenhuma das duas galáxias mostra qualquer evidência de perturbações atuais," afirma.
"O gás estudado possui emissão no rádio extremamente tênue, que além do alcance da maioria dos radiotelescópios," acrescenta Lockman. "Planejamos usar as capacidades avançadas do telescópio Green Bank para continuar o trabalho, aprender mais sobre o gás e, quem sabe, sobre as histórias orbitais das duas galáxias," acrescenta.
terça-feira, 12 de junho de 2012
Sonda robótica investigará vida em Marte com novo enfoque
Nos próximos meses, um robô-geólogo chegará a Marte para
experimentar uma nova estratégia na busca por vida fora da Terra. Em vez
de empreender uma caçada a micróbios como a das missões Viking nos anos
1970, o Mars Science Laboratory da Nasa, apelidado de Curiosity
(Curiosidade), procurará locais que podem ter abrigado e preservado a
vida.
"O termo 'detecção de vida' é tão mal definido e tão difícil de averiguar que não dá um bom ponto de partida", disse o geólogo John Grotzinger, do Instituto de Tecnologia da California (Caltech). Em vez disso, a nova missão da Nasa em Marte, cujo pouso está previsto para o dia 6 de agosto, é antes de tudo uma expedição geológica a um local intrigante chamado Cratera Gale, situada ao sul do equador marciano.
Os cientistas acreditam que a cratera tenha sido formada entre 3,5 bilhões e 3,8 bilhões de anos atrás, quando Marte, a Terra e o restante dos planetas do Sistema Solar eram frequentemente bombardeados por meteoritos.
A característica mais impressionante da Gale não é a marca de 154 km de extensão no solo, mas uma montanha de 5 km de altura de fragmentos que se ergue a partir do chão da cratera. Os cientistas acreditam que a montanha, localizada no centro da bacia, seja formada por sedimentos remanescentes do que um dia preencheu a cratera.
Com o tempo, por um processo não muito bem compreendido, o sedimento foi levado embora, deixando o que hoje é conhecido como Monte Sharp. Os cientistas esperam que ele revele a história geológica de Marte, como nenhuma outra formação pode fazer na Terra.
"Não há lugar na Terra onde você pode ir para obter toda a história de uma vez", disse Grotzinger a jornalistas durante uma viagem de campo no mês passado ao Death Valley, na California, um dos poucos locais onde o registro geológico da Terra está exposto.
"Na Gale, você não precisa reconstruir as camadas. Você pode ver como elas são, das mais antigas às mais novas. Você tem a seta do tempo sempre apontada na direção correta. Está tudo exposto de forma muito simples", afirmou Grotzinger.
"O termo 'detecção de vida' é tão mal definido e tão difícil de averiguar que não dá um bom ponto de partida", disse o geólogo John Grotzinger, do Instituto de Tecnologia da California (Caltech). Em vez disso, a nova missão da Nasa em Marte, cujo pouso está previsto para o dia 6 de agosto, é antes de tudo uma expedição geológica a um local intrigante chamado Cratera Gale, situada ao sul do equador marciano.
Os cientistas acreditam que a cratera tenha sido formada entre 3,5 bilhões e 3,8 bilhões de anos atrás, quando Marte, a Terra e o restante dos planetas do Sistema Solar eram frequentemente bombardeados por meteoritos.
A característica mais impressionante da Gale não é a marca de 154 km de extensão no solo, mas uma montanha de 5 km de altura de fragmentos que se ergue a partir do chão da cratera. Os cientistas acreditam que a montanha, localizada no centro da bacia, seja formada por sedimentos remanescentes do que um dia preencheu a cratera.
Com o tempo, por um processo não muito bem compreendido, o sedimento foi levado embora, deixando o que hoje é conhecido como Monte Sharp. Os cientistas esperam que ele revele a história geológica de Marte, como nenhuma outra formação pode fazer na Terra.
"Não há lugar na Terra onde você pode ir para obter toda a história de uma vez", disse Grotzinger a jornalistas durante uma viagem de campo no mês passado ao Death Valley, na California, um dos poucos locais onde o registro geológico da Terra está exposto.
"Na Gale, você não precisa reconstruir as camadas. Você pode ver como elas são, das mais antigas às mais novas. Você tem a seta do tempo sempre apontada na direção correta. Está tudo exposto de forma muito simples", afirmou Grotzinger.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Anãs marrons são mais raras no Universo
A análise de imagens do telescópio WISE (Wide-Field Infrared Survey
Explorer) da NASA mostra que a quantidade de anãs marrons nas
vizinhanças do Sol é inferior ao que se pensava.
Fonte: NASA
© NASA (anãs marrons identificadas estão circuladas)
Todas
as anãs marrons conhecidas dentro de 26 anos-luz estão circuladas. Os
círculos azuis são as anãs marrons previamente conhecidas, e os círculos
vermelhos são as anãs marrons identificadas pela primeira vez pelo
WISE.
A conclusão pode ter implicações nas
teorias sobre a formação de estrelas. Segundo as estimativas anteriores,
haveria tantas anãs marrons como estrelas de outros tipos, mas os
pesquisadores dizem agora que a proporção é de apenas uma para seis
estrelas normais.
As anãs marrons são consideradas estrelas falhadas e têm baixa luminosidade, pelo que foram descobertas há menos de duas décadas. Estão geralmente associadas a sistemas binários e podem ter massas de até 75 vezes a de Júpiter. A partir desse limite, há massa suficiente para ocorrer a fusão de hidrogênio no núcleo e formar uma estrela brilhante.
De acordo com a teoria, as anãs marrons estão num intervalo entre a formação de planetas gigantes e de estrelas. As novas observações podem ser insuficientes para detectar planetas algumas vezes maiores do que Júpiter e cuja proporção nesta parte da galáxia se desconhece. Nas imediações do Sol, num raio de 26 anos-luz, os cientistas da NASA calculam agora que haverá 33 anãs marrons para 211 estrelas.
As conclusões do estudo deverão ser publicadas no Astrophysical Journal. O WISE foi lançado em 2009 e é um telescópio que explora a região infravermelha do espectro eletromagnético e foi concebido para fazer imagens globais do Universo, tendo concluído a missão principal por duas vezes. Já sem o combustível para manter temperaturas muito baixas, a máquina foi entretanto reutilizada para observar objetos no Sistema Solar, principalmente no estudo de objetos no cinturão de asteroides e da zona da galáxia próxima do Sol, com destaque para a observação das anãs marrons.
As anãs marrons são consideradas estrelas falhadas e têm baixa luminosidade, pelo que foram descobertas há menos de duas décadas. Estão geralmente associadas a sistemas binários e podem ter massas de até 75 vezes a de Júpiter. A partir desse limite, há massa suficiente para ocorrer a fusão de hidrogênio no núcleo e formar uma estrela brilhante.
De acordo com a teoria, as anãs marrons estão num intervalo entre a formação de planetas gigantes e de estrelas. As novas observações podem ser insuficientes para detectar planetas algumas vezes maiores do que Júpiter e cuja proporção nesta parte da galáxia se desconhece. Nas imediações do Sol, num raio de 26 anos-luz, os cientistas da NASA calculam agora que haverá 33 anãs marrons para 211 estrelas.
As conclusões do estudo deverão ser publicadas no Astrophysical Journal. O WISE foi lançado em 2009 e é um telescópio que explora a região infravermelha do espectro eletromagnético e foi concebido para fazer imagens globais do Universo, tendo concluído a missão principal por duas vezes. Já sem o combustível para manter temperaturas muito baixas, a máquina foi entretanto reutilizada para observar objetos no Sistema Solar, principalmente no estudo de objetos no cinturão de asteroides e da zona da galáxia próxima do Sol, com destaque para a observação das anãs marrons.
domingo, 10 de junho de 2012
China lançará voo espacial tripulado em junho
A China fará o lançamento do próximo voo espacial tripulado, batizado Shenzhu IX, em meados de junho para a primeira missão orbital com mais de um taikonauta — nome dado aos astronautas chineses — a bordo. Três farão parte da missão. A informação foi divulgada pela a agência oficial chinesa, Xinhua.
Em outubro de 2011, a missão Shenzhu VIII permitiu à China executar pela primeira vez o acoplamento de duas naves sem tripulação que orbitavam a Terra. O voo anterior chinês, o Shenzhu VII, ocorreu em setembro de 2008.
A Shenzhu IX ("Nave divina") e seu lançador, um foguete Longa Marcha 2F, foram colocados na rampa da base de Jiuquan (noroeste da China). "Atualmente, todos os preparativos para uma ligação entre o módulo Tiangong-1 ("Palácio celeste") e a Shenzhu IX com pessoas a bordo têm um bom desenvolvimento", destacou a Xinhua.
Estação espacial - Em 29 de setembro de 2011, um foguete Longa Marcha 2F lançou o Tiangong-1, o primeiro módulo de estação orbital da China. Um mês depois, o país conseguiu executar o acoplamento da Tiangong-1 e da nave Shenzu VIII, que não estava tripulada.
sábado, 9 de junho de 2012
Buracos negros expulsos do núcleo de galáxias
Buracos negros com milhões e até bilhões de vezes a massa do Sol podem
estar flutuando à deriva na escuridão do espaço intergaláctico, viajando
a velocidades de até milhões de quilômetros por hora.
Fonte: Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics
© NASA (sistema CID-42)
Estes
gigantescos monstros cósmicos teriam sido expulsos do núcleo de
galáxias por poderosas ondas gravitacionais durante seu processo de
fusão, indica estudo feito com base em dados do observatório espacial de
raios X Chandra da NASA.
“É difícil acreditar
que um buraco negro supermaciço com milhões de vezes a massa do Sol
possa ser movido, muito menos expulso de uma galáxia a velocidades
enormes”, diz Francesca Civano, do Centro Harvard-Smithsonian de
Astrofísica (CfA) e principal autora do estudo, que será publicado na
próxima edição do periódico The Astrophysical Journal. Estes novos
dados, no entanto, apoiam a ideia de que as ondas gravitacionais,
fissuras no tecido do espaço-tempo previstas por Albert Einstein, mas
nunca detectadas diretamente, podem exercer uma força poderosa.
Civano
e sua equipe chegaram à conclusão com base no comportamento de um
sistema conhecido como CID-42, localizado a cerca de 4 bilhões de
anos-luz da Terra. Observações em luz visível feitas com o telescópio
espacial Hubble e os telescópios em terra Magellan e VLT identificaram
duas fortes e distintas fontes de luz no objeto, que acredita-se ser
resultado da fusão recente de duas galáxias. Os dados sugerem que as
fontes de luz estão se afastando a uma velocidade de pelo menos 5
milhões de quilômetros por hora.
Enquanto isso,
observações prévias do Chandra haviam detectado uma brilhante emissão de
raios X na região, provavelmente causada por material superaquecido
sendo devorado por um ou mais buracos negros. Estas observações, no
entanto, não tinham resolução suficiente para identificar se as emissões
vinham de uma ou das duas fontes de luz visível. Para esclarecer a
dúvida, a câmera de alta resolução do Chandra foi apontada diretamente
para o CID-42, e os dados mostraram que as emissões de raios X vinham de
apenas uma das fontes de luz.
Diante disso, os
astrônomos acreditam que quando as duas galáxias colidiram, os buracos
negros supermaciços em seus núcleos também se chocaram. Eles então
teriam se fundido em um único buraco negro gigantesco, mas as intensas
ondas gravitacionais do processo teriam também provocado um arremesso
que acabou por lançá-lo rumo para fora da galáxia resultante. Já a outra
fonte de luz visível seria um brilhante aglomerado de estrelas deixado
para trás pela fusão das galáxias.
Embora também
acreditem que a expulsão de um buraco negro gigante pelo arremesso de
ondas gravitacionais seja um evento raro, devido a vastidão do Universo,
muitos deles podem estar viajando à deriva no espaço intergaláctico.
Estes
buracos negros seriam totalmente invisíveis para nós, já que eles já
teriam consumido todo gás em volta deles depois de terem sido expulsos
de sua galáxia.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
As cores do asteroide Vesta
Um novo vídeo da missão Dawn da NASA revela a grande variedade da superfície do gigantesco asteroide Vesta.
© NASA/Dawn (o asteroide Vesta em cores)
A
animação mostra imagens coloridas de forma falsa para destacar a
variedade da superfície, sobre um modelo tridimensional do terreno de
Vesta construído a partir de observações feitas pela sonda Dawn. Essa
visualização permite uma visão detalhada da variação da propriedade dos
materiais do Vesta no contexto de sua topografia.
As
cores foram cuidadosamente escolhidas para destacar as diferenças na
composição da superfície que são muito sútis para serem observadas pelo
olho humano. Os cientistas ainda estão analizando o significado de
algumas cores com relação à composição da superfície do asteroide. Mas o
que fica claro logo de cara é que o material laranja expelido de
algumas crateras de impacto é diferente do material ao redor da
superfície. A cor verde mostra uma abundância relativa de ferro. Partes
da imensa bacia de impacto de Vesta conhecida como Rheasilvia, no
hemisfério sul do asteroide, têm áreas com menos ferro do que outras
áreas próximas. A Dawn imageou boa parte da superfície do asteroide
Vesta com sua câmera de enquadramento para poder entregar essa
visualização tridimensional. Como algumas áreas no hemisfério norte
estavam na sombra no momento em que as imagens foram obtidas pela
câmera, a Dawn espera melhorar a cobertura do hemisfério norte do
asteroide com observações adicionais. Devido à geometria de visualização
da sonda Dawn, uma porção montanhosa do polo sul do Vesta não foi
imageada de forma adequada ainda.
A sonda está
atualmente fazendo o seu movimento em espiral para deixar a órbita de
baixa altitude para alcançar uma órbita mais elevada de 680 quilômetros
de distância do asteroide onde executará a fase científica final da sua
missão em Vesta. A sonda Dawn está programada para partir da órbita do
Vesta no dia 26 de Agosto de 2012 rumo ao maior asteroide do Sistema
Solar, o Ceres.
Veja o vídeo elaborado pela NASA por intermédio da sonda Dawn:
Fonte: NASA
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Planeta Vermelho: primeira colônia humana em Marte virará reality show
O projeto, financiado por uma empresa
holandesa independente, deve ser todo televisionado. A ideia é começar a
treinar astronautas no próximo ano e transformar a seleção e o
treinamento do programa em um evento de mídia similar a um reality show.
“Nós enxergamos isso como uma jornada que pertence a todos nós e é por
essa razão que daremos cada passo juntos,” declarou um porta-voz da The Dutch. “A nossa forma de financiar a missão será transformar a viagem para Marte no maior evento midiático da história”
A cada dois anos o grupo receberá mais
quatro moradores. A estrutura no planeta deve começar a ser montada já
em 2016, quando satélites de comunicação vão ser enviados para Marte. Em
2018 uma expedição planetária verificará o local para escolher o melhor
lugar para a construção da habitação dos humanos. Em 2020 as estruturas
habitacionais serão montadas, e no dia 20 de setembro de 2022 a equipe
deixará a Terra e viajará para Marte. A viagem levará sete meses, com
previsão de chegada em abril de 2023.
A companhia holandesa responsável pelo
projeto é apoiada pelo vencedor do prêmio Nobel de Física, Gerard’t
Hooft, além do co-criador do Big Brother, Paul Romer. Eles negociam com
fornecedores independentes de produtos espaciais, como a Space X que, recentemente, lançou o primeiro foguete privado para a Estação Espacial.
“O mundo todo poderá assistir e ajudar
nas decisões conforme as equipes forem selecionadas. Eles acompanharão o
treino intenso e a preparação para a missão e, claro, observarão a
chegada dos escolhidos a Marte. Os astronautas dividirão suas
experiências conosco conforme constroem seu novo lar, conduzem
experimentos e exploram o planeta vermelho.”
Paul Romer comentou a surpresa que foi
receber a notícia do projeto. “Quando os fundadores do ‘Marte I’ me
abordaram perguntando quando poderiam conversar comigo sobre uma missão
para Marte, minha primeira resposta foi: essas pessoas são loucas. O que
eles podem fazer que a NASA não poderia?’”, disse.
“Essa conversa deixou as coisas claras
pra mim. Eles são tão criativos e o conceito de uma missão ‘só de ida’
é, ao mesmo tempo, chocante e emocionante. Esses aspectos que me
trouxeram a ideia de transformar a missão no maior evento midiático do
mundo. A realidade encontra o show sem uma necessidade de fim e com o
mundo todo assistindo.”
Confira mais sobre o projeto no vídeo.
terça-feira, 5 de junho de 2012
Trânsito de Vênus é visto em várias partes do mundo
Teve início na noite desta terça-feira (05) um dos mais raros eventos astronômicos periódicos conhecidos, o trânsito de Vênus, quando o planeta passa entre o Sol e a Terra, num movimento que só ocorrerá novamente daqui a mais de cem anos. O fenômeno ocorre em duplas de oito anos separadas por mais de um século (ou seja, a última vez foi em 2004 e, a próxima, em 2117). Durante a passagem, o planeta surge como um pequeno ponto preto se movendo sobre o disco solar.
O trânsito começou às 19h09 (horário de Brasília) de ontem e estava previsto para durar cerca de seis horas e quarenta minutos. A extensão do evento pode variar um pouco - até sete minutos - dependendo da localização do observador. O travessia deste ano está visível em boa parte de Europa, África, Ásia, Oceania, Pacífico e América do Norte, onde astrônomos profissionais, amadores e curiosos se reuniram para testemunhá-lo. No Brasil, no entanto, só os moradores de Acre, Oeste do Amazonas e Roraima podem observar o evento, pouco antes do anoitecer. Apenas com a ajuda de um telescópio é possível observar a passagem do planeta.
Imagem feita com um filtro vermelho (Foto: AP)
Vários estudos científicos estão previstos para serem realizados durante a passagem de Vênus entre o Sol e a Terra. Astrônomos medem a densa atmosfera de Vênus e usarão os dados para desenvolver novas técnicas de medição das atmosferas de outros planetas fora do Sistema Solar. Os estudos sobre a atmosfera de Vênus podem ajudar também a entender por que o planeta, de tamanho similar à Terra e a uma distância parecida do Sol, acabou tão diferente do nosso. Sabe-se que sua atmosfera é bem mais densa, formada basicamente de CO2, e, por isso, a temperatura média em sua superfície é de 482 graus Celsius.
No passado, com bem menos recursos e conhecimentos do que os disponíveis hoje, o trânsito de Vênus foi fundamental para a astronomia, ajudando, por exemplo, a determinar o tamanho do Sistema Solar e a distância entre o Sol e os demais planetas. Para se ter uma ideia da raridade deste alinhamento, o trânsito foi o oitavo ocorrido desde a invenção do telescópio há quatro séculos, contra 258 eclipses totais do Sol no mesmo período.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Compreendendo a formação da Via Láctea
Quatro estrelas moribundas no halo da Via Láctea estão fornecendo nova informação sobre o nascimento de nossa galáxia.
Fonte: Science e Nature
© NASA (ilustração da Via Láctea)
Uma
nova técnica revelou as idades dessas estrelas, e aplicar o mesmo
método a outras deve propiciar uma compreensão melhor de como a galáxia
se reuniu após o Big Bang.
Para deduzir a
evolução precoce da Via Láctea, os astrônomos tem que medir as idades
das estrelas mais velhas. A maioria das estrelas da galáxia, incluindo o
Sol, reside em um disco fino, mas as estrelas antigas ficam em um halo
em torno desse disco. Os membros mais brilhantes do halo são um
aglomerado de estrelas embaladas chamado globulares, cuja idade é
determinada pela cor e brilho de suas muitas estrelas. Porém, para toda
estrela em um aglomerado globular, existem cerca de 100 estrelas no halo
por conta própria, e datá-las tem sido um grande desafio.
O
astrônomo Jason Kalirai, do Instituto de Ciências do Telescópio
Espacial, em Baltimore, Maryland, nos Estados Unidos, criou um novo modo
para medir as idades das estrelas individuais do halo. A técnica
explora o conceito básico da evolução estelar: quanto mais pesada é uma
estrela, mais rapidamente ela morre. Estrelas de halo morrem se
transformando em gigantes vermelhas, e depois em anãs brancas, estrelas
densas um pouco maiores que a Terra. Anãs brancas não têm atividade
nuclear, então, esfriam e desaparecem, e com elas suas idades. Assim, as
mais quentes e mais brilhantes dessas estrelas apagadas entraram no
estágio de anãs brancas mais recentemente.
O
astrônomo Timothy Beers, diretor do Observatório Nacional de Kitt Peak,
no Arizona, afirma que o método utilizado por Kalirai pode ser usado
para datar outras estrelas no halo interno, mas também no externo, que
prevalece além da borda do disco estelar da Via Láctea.
Kalirai
espera, baseado em simulações de como as galáxias se formam, que o halo
exterior da Via-Láctea seja mais velho. Suas estrelas provavelmente
surgiram cerca de 13,5 bilhões de anos atrás em pequenas galáxias que a
Via Láctea incorporou.
Se Kalirai conseguir
estabelecer as idades de diferentes partes do halo, astrônomos poderão
ter uma ideia mais clara da sequência de eventos que levaram à formação
da galáxia logo após o Big Bang.
Primeiramente,
Kalirai analisou anãs brancas quentes do aglomerado globular de estrelas
mais próximo, o M4, que fica na constelação de Escorpião e tem 12,5
bilhões de anos. Os espectros das anãs brancas indicam que as estrelas
são 53% mais massivas que o Sol.
Então, o
astrônomo estudou quatro anãs brancas quentes que não residem em um
aglomerado globular, mas que pertencem ao halo interno, o componente do
halo que domina nas imediações do Sol. As quatro são tão quentes, de 14
mil a 20 mil Kelvin, que elas são azuis, demonstrando que viraram anãs
brancas há pouco tempo. Kalirai descobriu que elas são 55% mais massivas
que o Sol, mais massivas que as recém-formadas anãs brancas do M4, e
então veio de progenitores mais pesados e de menor duração.
Segundo
o relatório publicado por Kalirai, as quatro anãs brancas significam
que a idade do halo interior é de cerca 11,4 bilhões de anos, mais jovem
que o mais velho aglomerado globular, que tem 13,5 bilhões de anos.
sábado, 2 de junho de 2012
Asteroide passa a 14 mil quilômetros da Terra
É a sexta maior aproximação já registrada, mas não oferece riscos.
O pequeno asteroide, com diâmetro de 3 a 10 metros, esteve mais perto da Terra do que os satélites geoestacionários que integram o chamado Cinturão de Clarke, região do espaço a 36 mil quilômetros da Terra.
De acordo com estimativas de sua órbita, os especialistas consideram que não há risco de colisão. Diante de seu tamanho reduzido, ainda que entrasse na atmosfera, o asteroide seria desintegrado totalmente em diminutos meteoritos.
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