segunda-feira, 14 de maio de 2012

Destroços de exoplanetas dão pistas sobre fim da Terra

Semelhanças entre nuvem de poeira e composição da Terra ajudam cientistas a entender o que vai acontecer com o Sistema Solar daqui a bilhões de anos.


Pesquisadores da Universidade de Warnick, do Reino Unido, encontraram elementos químicos que compõem a Terra na atmosfera de quatro anãs Brancas da Via Láctea. A presença dessas substâncias indica que a poeira que circunda essas estrelas é formada por destroços de exoplanetas — como são chamados os planetas fora do Sistema Solar. De acordo com os cientistas, os resultados desse estudo, realizado com o telescópio Hubble, podem ajudar a entender o que vai acontecer com os planetas do Sistema Solar quando o Sol tiver sua energia nuclear esgotada, daqui a bilhões de anos.
O Sol tem 4,57 bilhões de anos e deve existir por outros 5 bilhões anos. Atualmente, a estrela produz energia a partir da fusão de hidrogênio. No futuro, quando acabar o hidrogênio, a estrela passará a promover a fusão de átomos de hélio, aumentando drasticamente sua temperatura. Com isso, o Sol vai se tornar uma gigante vermelha, empurrando suas camadas externas de gás, até engolir os planetas mais próximos - e assim capturar elementos químicos estranhos à estrela. Quando acabar o "combustível" da estrela, só sobrará seu núcleo ultradenso. De gigante vermelha, o Sol se tornará então uma anã branca, como as que foram observadas pela equipe britânica. Na atmosfera dessas anãs brancas, a centenas de anos-luz, os cientistas encontraram oxigênio, magnésio, ferro e silício, elementos que compõem cerca de 93% da Terra.

O professor Boris Gänsicke, do Departamento de Física da Universidade de Warnick, explica que o processo destrutivo que provocou a formação de discos de poeira em torno dessas anãs brancas, deve um dia acontecer em nosso próprio Sistema Solar. "Quando isso acontecer em nosso Sistema Solar, daqui a bilhões de anos, o Sol vai engolir os planetas Mercúrio e Vênus."

Morte do Sol — Não se sabe se a Terra será engolida pelo Sol em sua fase de gigante vermelha, mas os cientistas acreditam que, mesmo que o planeta resista, sua superfície será "assada". Já na fase seguinte, de acordo com Gänsicke, o Sol vai perder uma grande quantidade de massa e, portanto, força gravitacional. Com isso, todos os planetas vão se afastar da estrela.
Gänsicke explica que esse processo pode desestabilizar as órbitas e provocar colisões entre planetas. Esse fenômeno poderia estilhaçar completamente planetas terrestres, aqueles formados principalmente por materiais sólidos, formando uma grande quantidade de asteroides. O estudo será publicado no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

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