quinta-feira, 31 de maio de 2012
Primeira nave privada na ISS deixa a estação espacial
A cápsula privada não tripulada Dragon, da companhia americana SpaceX, desacoplou com sucesso da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) nesta quinta-feira. O pouso está programado para as 14h44 em águas do Pacífico, próximo à Califórnia. É a primeira nave privada a ir à ISS.
"Temos um longo caminho pela frente com a SpaceX", disse o diretor da missão, John Couluris, em um relatório à imprensa na véspera do retorno da nave após uma missão de sete dias na estação orbital.
"Já conseguimos uma vez", acrescentou, referindo-se ao voo de teste da Dragon, em dezembro de 2010, quando a cápsula entrou em órbita e retornou com segurança pela primeira vez. "Mas ainda é uma fase do voo muito desafiadora", acrescentou. "Não a estamos encarando com leveza", emendou.
Três embarcações aguardam o pouso, que não traz astronautas. Segundo a Nasa, caso algo dê errado, não há nada na nave considerado insubstituível. "Não há nada voltando para casa que não possamos deixar de recuperar", disse Holly Ridings, diretor de voo da Nasa.
Até que companhias privadas desenvolvam um veículo capaz de transportar humanos à estação orbital de US$ 100 bilhões, os astronautas dependem das cápsulas russas Soyuz ao custo de US$ 63 milhões.
Também foi construída para transportar até sete pessoas ao espaço, enquanto a Soyuz transporta três. De propriedade do bilionário da internet Elon Musk, a SpaceX pretende começar a levar pessoas à Estação Espacial Internacional em 2015.
Nossa galáxia colidirá com outra em 4 bilhões de anos, diz Nasa.
A Via Láctea colidirá com sua galáxia mais próxima, Andrômeda, dentro de 4 bilhões de anos, informaram nesta quinta-feira cientistas da Nasa (agência espacial americana), que basearam seus cálculos nas observações realizadas com o telescópio Hubble.
"Após quase um século de especulações sobre o destino de Andrômeda e nossa Via Láctea, finalmente temos uma ideia clara de como se desenvolverão os eventos nos próximos bilhões de anos", assinalou em comunicado Tony Sohn, do Space Telescope Science Institute, em Baltimore (Maryland, EUA).
As simulações com computador realizadas com os dados do Hubble mostram que, após o impacto inicial, ambas as galáxias demorarão outros 2 bilhões de anos para se fundirem totalmente sob o efeito da gravidade e tomarem a forma de uma única galáxia elíptica, similar às que são comumente vistas no universo.
As estrelas dentro de cada galáxia estão tão longe umas das outras que os especialistas não acreditam que possam se chocar entre si, mas é possível que elas "sejam lançadas a uma órbita diferente ao redor do novo centro galáctico", explicou a Nasa.
Os cientistas observaram repetidamente uma região específica da Via Láctea em um período entre cinco e sete anos e concluíram que, embora esperem que nossa galáxia sofra mudanças, "a Terra e o Sistema Solar não correm perigo de serem destruídos".
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Vácuo quântico gera números aleatórios
Pesquisadores da Universidade Nacional da Austrália desenvolveram o gerador de números aleatórios mais rápido do mundo.
Fonte: Applied Physics Letters
© Australian National University (gerador de números aleatórios)
Um artigo descrevendo o conceito havia sido publicado no ano passado pelos professores Ping Koy Lam, Thomas Symul e Syed Assad.
Agora eles construíram o aparelho e colocaram-no online pela internet.
Os
cientistas obtiveram os detectores de luz mais sensíveis que puderam
obter e os direcionaram para o vácuo, uma região vazia do espaço. Por
muito tempo se considerou o vácuo como algo completamente vazio, escuro e
silencioso.
Mas a teoria quântica demonstrou
que o vácuo nada mais é do que uma extensão do espaço onde partículas
virtuais subatômicas aparecem e desaparecem espontaneamente.
Assim,
a matéria é resultado das flutuações do vácuo quântico e é possível
demonstrar isso, por exemplo, gerando luz a partir do vácuo. A matéria e
antimatéria poderão ser criadas desse vácuo quântico.
Como
o surgimento e desaparecimento dessas partículas é absolutamente
aleatório, os cientistas resolveram aproveitar o fenômeno, denominado de
ruído de fundo do vácuo, para gerar números aleatórios.
A
geração de números aleatórios tem muitos usos na tecnologia da
informação. As previsões climáticas globais, a criptografia, o controle
de tráfego aéreo, jogos eletrônicos e vários tipos de modelagem por
computador, tudo depende da disponibilidade de números verdadeiramente
aleatórios.
A maioria dos geradores de números
aleatórios atuais é baseado em software. Embora sejam úteis, quem
conhece as condições de entrada para o algoritmo pode reproduzir a
"aleatoriedade" do programa, ou seja os números não são verdadeiramente
aleatórios.
Para superar este problema, os
cientistas têm desenvolvido geradores de números aleatórios que dependem
de processos físicos intrinsecamente aleatórios, como o decaimento
radioativo ou o comportamento caótico de circuitos.
Uma
vantagem adicional da leitura das flutuações do vácuo quântico é que o
gerador é muito rápido, podendo produzir bilhões de números aleatórios a
cada segundo.
Para demonstrar a viabilidade de sua ideia, os pesquisadores conectaram seu experimento à internet.
"Podemos
facilmente tornar essa tecnologia ainda mais rápida, mas atualmente
atingimos a capacidade de nossa conexão com a internet," disse Assad.
O
próximo passo da pesquisa é miniaturizar o aparato quântico. Os
pesquisadores afirmam que deverão deixá-lo não maior do que um dado
real, do tipo usado em jogos.
Cada usuário
obterá sempre uma sequência nova e única de números que são diferentes
daqueles transmitidos a qualquer outro usuário.
O gerador de números aleatórios está online e pode ser acessado no endereço: Quantum Random Numbers Server.
Fenômeno raro: Vênus transitará pelo Sol no dia 5 de junho
Em menos de uma semana, os admiradores do espaço sideral terão uma oportunidade única: observar a passagem do Planeta Vênus pelo Sol. O fenômeno ocorrerá no próximo dia 5 em praticamente toda a Terra, segundo a agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa. De acordo com os especialistas, os trânsitos de Vênus são raros e ocorrem aproximadamente a cada século. A previsão é que o fenômeno não se repita até 2117.
O fenômeno começará por volta das 15h na região do Pacífico (16h em Brasília). A Nasa informou que a passagem de Vênus pelo Sol poderá ser observada em alguns países a olho nú, como o Chile, por exemplo. Os especialistas recomendam que o fenômeno não deve ser observado diretamente (sem proteção), pois a luz é intensa.
A orientação, segundo os técnicos, é usar um tipo de proteção. Os que tiverem oportunidade podem procurar os clubes de astronomia que dispõem de telescópios solares, específicos para a observação de fenômenos como o que ocorrerá no dia 5 de junho. De acordo com especialistas, a imagem é do Sol em vermelho dominado por Vênus.
Pelos dados da Nasa, os primeiros trânsitos de Vênus foram identificados no século 18. O astrônomo Edmund Halley observou os movimentos de Vênus ao analisar o Sol e a Terra. Em 1760, o navegador e cartógrafo inglês James Cook foi enviado pelas autoridades da época para observar os trânsitos de Vênus do Tahiti.
segunda-feira, 28 de maio de 2012
Marte na visão de um robô
A foto que você vê aí em cima foi tirada em um final de tarde em Marte. Por astronautas? Que nada. O autor da foto que mostra uma larga cratera marciana de 22 quilômetros é um pequeno veículo explorador da Agência Espacial Norte-americana (NASA), mais conhecido como Opportunity – Oportunidade, em português.
Equipados com vários instrumentos modernos de exploração do meio ambiente e movidos à luz solar, Opportunity e Spirit (Espírito, em nosso idioma), seu veículo geológico gêmeo, foram enviados para o planeta vermelho para procurar algumas respostas sobre a existência de água em Marte.
Em ação no planeta extraterrestre desde 2011 (no caso de Opportunity), cada um dos veículos ficou responsável por um lado de Marte. Em breve, a NASA enviará mais um brinquedinho para a superfície do planeta. Ele já tem nome: Curiosity (Curiosidade, em português).
Vale ressaltar que a foto registrada acima foi tirada em cores falsas para enfatizar as diferenças entre os diversos materiais, como as dunas negras no fundo da cratera, por exemplo. E, no momento, Opportunity está em um ‘modo de espera’, devido ao inverno marciano.
Assim que o mau tempo passar, o veículo vai se direcionar para uma região conhecida como Cabo da Tribulação, onde procurará por minerais argilosos (filosilicatos, no jargão científico).
Se esses minerais forem encontrados, os cientistas poderão compreender melhor o papel que a água teve no passado geológico de Marte.
Fonte: hype.science
Escorpião em vermelho e azul
As nuvens de poeira cósmica diminuem a luz proveniente de estrelas
localizadas em segundo plano. Mas elas também refletem a luz das
estrelas mais próximas.
Fonte: NASA
© John Davis (nebulosa de reflexão na constelação do Escorpião)
Como
as estrelas brilhantes tendem a irradiar fortemente na porção azul do
espectro visível, e a poeira interestelar espalha a luz azul mais
fortemente do que a vermelha, as nebulosas de reflexão empoeiradas
tendem a ser azuis. Belos exemplos disso são as nebulosas de reflexão
localizadas perto das brilhantes e quentes estrelas Pi e Delta Scorpii,
localizadas na parte superior esquerda e inferior direita da imagem
acima, feita através de um telescópio e que destaca a constelação do
Escorpião. Logicamente, as nebulosas de emissão vermelhas que contrastam
na imagem acima são também causadas pela radiação energética de
estrelas quentes. Os fótons ultravioletas ionizam os átomos de
hidrogênio localizados nas nuvens interestelares produzindo a
característica linha de emissão vermelha de hidrogênio alfa à medida que
os elétrons se recombinam. Localizadas a aproximadamente 600 anos-luz
de distância, as nebulosas são encontradas na segunda versão do catálogo
Sharpless, como Sh2-1, a esquerda com as nebulosas de reflexão Vdb 99 e
Sh2-7. Na distância estimada, esse campo de visão tem aproximadamente
40 anos-luz de diâmetro.
domingo, 27 de maio de 2012
Cientistas afirmam que Marte tem elementos básicos da vida
Novas evidências foram encontradas em meteoritos.
Novas evidências encontradas em meteoritos sugerem que elementos básicos para o surgimento de vida estão presentes em Marte.
O estudo descobriu que carbono encontrado em 10 meteoritos, que abrangem mais de quatro bilhões de anos da história marciana, se originou no planeta e não foi o resultado de contaminação na Terra.
Detalhes do estudo foram publicados na revista Science.
Mas a pesquisa também mostra que o carbono de Marte não veio de formas de vida.
Uma equipe de cientistas baseada na Carnegie Institution for Science, com sede em Washington, encontrou 'carbono reduzido' nos meteoritos e diz que o elemento foi criado por atividade vulcânica no Planeta Vermelho.
O carbono reduzido é o carbono que está ligado quimicamente ao hidrogênio ou entre si.
'Química orgânica'
Eles argumentam que isso é uma evidência 'de que Marte realizou química orgânica durante a maior parte de sua história.'
Líder do estudo, o Dr. Andrew Steele disse à BBC: 'Nos últimos 40 anos, procuramos uma piscina do chamado 'carbono reduzido' em Marte, tentando descobrir onde e se está lá, perguntando se, de fato, existia'.
'Sem o carbono, os elementos de construção da vida não podem existir (...) Então, é o carbono reduzido que, com hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, compõe as moléculas orgânicas da vida.'
Ele diz que a nova análise respondeu à primeira pergunta.
'Esta pesquisa mostra que, sim, o carbono reduzido existe em Marte. E agora estamos nos movendo para o próximo conjunto de perguntas.
'O que aconteceu com ele (o carbono reduzido), qual foi seu destino, será que deu o próximo passo de criar vida em Marte?'
O cientista espera que a próxima missão a pousar no Planeta Vermelho - a Mars Science Laboratory, também conhecida como missão 'curiosidade' - lance mais luz sobre a grande pergunta.
'A questão se estamos sós tem sido um grande condutor da ciência, mas ela se relaciona com a nossa própria origem. Se não há vida em Marte, qual a razão? Isso nos permite traçar uma hipótese mais clara sobre por que há vida aqui.'
Então, será que Steele acha que houve, ou há, vida em Marte?
Ele ri: 'Tragam-me algumas pedras de lá e eu vou te responder.'
Novas evidências encontradas em meteoritos sugerem que elementos básicos para o surgimento de vida estão presentes em Marte.
O estudo descobriu que carbono encontrado em 10 meteoritos, que abrangem mais de quatro bilhões de anos da história marciana, se originou no planeta e não foi o resultado de contaminação na Terra.
Detalhes do estudo foram publicados na revista Science.
Mas a pesquisa também mostra que o carbono de Marte não veio de formas de vida.
Uma equipe de cientistas baseada na Carnegie Institution for Science, com sede em Washington, encontrou 'carbono reduzido' nos meteoritos e diz que o elemento foi criado por atividade vulcânica no Planeta Vermelho.
O carbono reduzido é o carbono que está ligado quimicamente ao hidrogênio ou entre si.
'Química orgânica'
Eles argumentam que isso é uma evidência 'de que Marte realizou química orgânica durante a maior parte de sua história.'
Líder do estudo, o Dr. Andrew Steele disse à BBC: 'Nos últimos 40 anos, procuramos uma piscina do chamado 'carbono reduzido' em Marte, tentando descobrir onde e se está lá, perguntando se, de fato, existia'.
'Sem o carbono, os elementos de construção da vida não podem existir (...) Então, é o carbono reduzido que, com hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, compõe as moléculas orgânicas da vida.'
Ele diz que a nova análise respondeu à primeira pergunta.
'Esta pesquisa mostra que, sim, o carbono reduzido existe em Marte. E agora estamos nos movendo para o próximo conjunto de perguntas.
'O que aconteceu com ele (o carbono reduzido), qual foi seu destino, será que deu o próximo passo de criar vida em Marte?'
O cientista espera que a próxima missão a pousar no Planeta Vermelho - a Mars Science Laboratory, também conhecida como missão 'curiosidade' - lance mais luz sobre a grande pergunta.
'A questão se estamos sós tem sido um grande condutor da ciência, mas ela se relaciona com a nossa própria origem. Se não há vida em Marte, qual a razão? Isso nos permite traçar uma hipótese mais clara sobre por que há vida aqui.'
Então, será que Steele acha que houve, ou há, vida em Marte?
Ele ri: 'Tragam-me algumas pedras de lá e eu vou te responder.'
sábado, 26 de maio de 2012
Astronautas da Estação Espacial flutuam dentro de nave privada
Astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional abriram a
escotilha e flutuaram dentro de uma cápsula Dragon da empresa Space
Exploration Technologies neste sábado, a primeira nave privada a
alcançar o posto orbital, informou a Nasa.
O comandante da estação, Oleg Kononenko, e o engenheiro de voo, Don Pettit, abriram a escotilha para a Dragon pouco antes das 7h (horário do Brasil), disse o analista da missão da Nasa Josh Byerly do Controle da Missão em Houston.
A cápsula em forma de sino, que faz seu segundo voo-teste, chegou à estação espacial na sexta-feira.
A tripulação usava máscaras e óculos de proteção, mas o interior da Dragon, que tem o tamanho de um closet grande, mostrou-se limpo.
"Não havia nenhum sinal de nenhum tipo (de destroços) voando em torno", Pettit disse via rádio para o Controle da Missão, acrescentando que a Dragon "tinha o cheiro de um carro novo".
"Parece que leva a mesma quantia de carga que eu posso colocar no porta-malas da minha caminhonete", disse Pettit mais tarde a jornalistas durante uma coletiva de imprensa a bordo.
"Não há espaço suficiente aqui para dançar uma quadrilha, mas para o transporte de equipe da atmosfera terrestre para o espaço e vice-versa, que é por um período curto, há bastante espaço aqui para a equipe prevista", disse Pettit.
A Space Exploration Technologies, ou SpaceX, está trabalhando em uma versão da Dragon que possa transportar sete passageiros, e que deve ficar pronta para testes de voo em 2015.
A cápsula da estação espacial levou cerca de 544 quilos de alimentos e outros suprimentos para a estação, todos itens não-essenciais porque a Nasa e a SpaceX não sabiam de antemão se ela conseguiria chegar até a estação.
Depois do lançamento de terça-feira dentro de um foguete Falcon 9 da SpaceX da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral na Flórida, a Dragon tinha que mostrar que poderia ser comandada e controlada por operadores em solo e pela tripulação da estação espacial em órbita.
O comandante da estação, Oleg Kononenko, e o engenheiro de voo, Don Pettit, abriram a escotilha para a Dragon pouco antes das 7h (horário do Brasil), disse o analista da missão da Nasa Josh Byerly do Controle da Missão em Houston.
A cápsula em forma de sino, que faz seu segundo voo-teste, chegou à estação espacial na sexta-feira.
A tripulação usava máscaras e óculos de proteção, mas o interior da Dragon, que tem o tamanho de um closet grande, mostrou-se limpo.
"Não havia nenhum sinal de nenhum tipo (de destroços) voando em torno", Pettit disse via rádio para o Controle da Missão, acrescentando que a Dragon "tinha o cheiro de um carro novo".
"Parece que leva a mesma quantia de carga que eu posso colocar no porta-malas da minha caminhonete", disse Pettit mais tarde a jornalistas durante uma coletiva de imprensa a bordo.
"Não há espaço suficiente aqui para dançar uma quadrilha, mas para o transporte de equipe da atmosfera terrestre para o espaço e vice-versa, que é por um período curto, há bastante espaço aqui para a equipe prevista", disse Pettit.
A Space Exploration Technologies, ou SpaceX, está trabalhando em uma versão da Dragon que possa transportar sete passageiros, e que deve ficar pronta para testes de voo em 2015.
A cápsula da estação espacial levou cerca de 544 quilos de alimentos e outros suprimentos para a estação, todos itens não-essenciais porque a Nasa e a SpaceX não sabiam de antemão se ela conseguiria chegar até a estação.
Depois do lançamento de terça-feira dentro de um foguete Falcon 9 da SpaceX da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral na Flórida, a Dragon tinha que mostrar que poderia ser comandada e controlada por operadores em solo e pela tripulação da estação espacial em órbita.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Capsula Dragon se acopla com sucesso à ISS
O veículo de carga Dragon da SpaceX fez a sua acoplagem à Estação Espacial Internacional (ISS) às 10:56 AM (horário de Brasilia). Um projeto de US$ 100 bilhões no qual participam 16 nações.
A façanha veio 3 dias, 6 horas, 11 minutos e 23 segundos após o lançamento da missão. A estação estava 251 milhas ao longo noroeste da Austrália, quando ocorreu a captura logo após a capsula fazer uma pirueta em torno da ISS
A cápsula, que leva pouco mais de meia tonelada de alimentos, roupas e equipamentos aos seis astronautas que residem na ISS, deverá atracar amanhã, iniciando uma nova era de privatização da exploração espacial nos Estados Unidos.
A façanha veio 3 dias, 6 horas, 11 minutos e 23 segundos após o lançamento da missão. A estação estava 251 milhas ao longo noroeste da Austrália, quando ocorreu a captura logo após a capsula fazer uma pirueta em torno da ISS
A cápsula, que leva pouco mais de meia tonelada de alimentos, roupas e equipamentos aos seis astronautas que residem na ISS, deverá atracar amanhã, iniciando uma nova era de privatização da exploração espacial nos Estados Unidos.
Bebê de 140 anos era uma estrela
Ela é uma supernova super nova. Com apenas 140 anos é o objeto deste tipo mais jovem ja encontrado na nossa galáxia.
Há pouco mais de um século atrás uma estrela explodiu criando um grande brilho em algum lugar do espaço. Ninguém percebeu, pois como ela estava próxima ao centro galáctico, sua luz foi bloqueada por densos gases é pó, e os astrônomos da época não enxergaram nada. Agora os telescópios de rádio na Terra e o Observatório Chandra de Raios-x, em órbita, fotografaram os destroços estrelares, revelando que ela é a remanescente de supernova mais jovem conhecida na Via Lactea.
O objeto ainda se expande para o exterior a um passo inesperadamente rápido de 48,3 milhões de km/h, ou seja, quase 5% a velocidade da luz. Esta rápida expansão mostra que o gás interestelar ao redor da estrela era tênue e não freou a remanescente como de costume.
Além dessa veloz expansão, a remanescente está crescendo mais brilhante nas freqüências de rádio: como é muito jovem ainda está se aquecendo.
O objeto foi observado pela primeira vez em 1985 pelo professor de física Stephen P. Reynolds, da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos EUA. Na época ele estimou que o objeto tivesse entre 400 e 1.000 anos de idade.
No ano passado o Dr. Stephen apontou o Chandra para a mesma remanescente, conhecida como G1.9+0.3. A imagem mostrou que o objeto estava consideravelmente maior (aproximadamente 16%), com relação a seu estado em 1985.
É possível extrapolar regressivamente para descobrir a idade do objeto.
A estrela estava a 26 mil anos-luz da Terra. Portanto a explosão ocorreu, em realidade, há 26 mil anos atrás e sua luz viajou esta mesma distância, chegando à terra a cerca de 140 anos atrás.
As descobertas serão relatadas em duas revistas científicas: no The Astrophysical Journal e na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
A remanescente G1.9+0.3 anda é formada apenas de destroços da estrela que explodiu. Em remanescentes mais antigos o brilho surge por causa dos gases interestelares aquecidos pela onda de choque ao invés de pedaços da estrela morta.
“Você está podendo ver, em realidade, a pedra que fez o splash, e não a onda que ela forma na água”, disse Robert P. Kirshner, professor de astronomia de Harvard que não teve relação com o estudo. “Isso é uma morte estrelar, e seu corpo ainda está quente.”
A descoberta ajuda a preencher o déficit de supernovas em nossa galáxia, em que a taxa de explosões parece ser bem menor do que em galáxias espirais similares.
“Essa carência é um quebra-cabeças significante”, disse o Dr. Stephen. Ou os astrônomos não foram capazes de identificar as remanescentes ou a Via Láctea é, de alguma maneira,
Há pouco mais de um século atrás uma estrela explodiu criando um grande brilho em algum lugar do espaço. Ninguém percebeu, pois como ela estava próxima ao centro galáctico, sua luz foi bloqueada por densos gases é pó, e os astrônomos da época não enxergaram nada. Agora os telescópios de rádio na Terra e o Observatório Chandra de Raios-x, em órbita, fotografaram os destroços estrelares, revelando que ela é a remanescente de supernova mais jovem conhecida na Via Lactea.
O objeto ainda se expande para o exterior a um passo inesperadamente rápido de 48,3 milhões de km/h, ou seja, quase 5% a velocidade da luz. Esta rápida expansão mostra que o gás interestelar ao redor da estrela era tênue e não freou a remanescente como de costume.
Além dessa veloz expansão, a remanescente está crescendo mais brilhante nas freqüências de rádio: como é muito jovem ainda está se aquecendo.
O objeto foi observado pela primeira vez em 1985 pelo professor de física Stephen P. Reynolds, da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos EUA. Na época ele estimou que o objeto tivesse entre 400 e 1.000 anos de idade.
No ano passado o Dr. Stephen apontou o Chandra para a mesma remanescente, conhecida como G1.9+0.3. A imagem mostrou que o objeto estava consideravelmente maior (aproximadamente 16%), com relação a seu estado em 1985.
É possível extrapolar regressivamente para descobrir a idade do objeto.
A estrela estava a 26 mil anos-luz da Terra. Portanto a explosão ocorreu, em realidade, há 26 mil anos atrás e sua luz viajou esta mesma distância, chegando à terra a cerca de 140 anos atrás.
As descobertas serão relatadas em duas revistas científicas: no The Astrophysical Journal e na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
A remanescente G1.9+0.3 anda é formada apenas de destroços da estrela que explodiu. Em remanescentes mais antigos o brilho surge por causa dos gases interestelares aquecidos pela onda de choque ao invés de pedaços da estrela morta.
“Você está podendo ver, em realidade, a pedra que fez o splash, e não a onda que ela forma na água”, disse Robert P. Kirshner, professor de astronomia de Harvard que não teve relação com o estudo. “Isso é uma morte estrelar, e seu corpo ainda está quente.”
A descoberta ajuda a preencher o déficit de supernovas em nossa galáxia, em que a taxa de explosões parece ser bem menor do que em galáxias espirais similares.
“Essa carência é um quebra-cabeças significante”, disse o Dr. Stephen. Ou os astrônomos não foram capazes de identificar as remanescentes ou a Via Láctea é, de alguma maneira,
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Onda de choque de uma supernova
Observações feitas com o observatório de raios X Chandra da NASA
forneceram a primeira evidência de uma onda de choque de uma supernova
passando através de um casulo de gás ao redor da estrela que explodiu.
Fonte: NASA
© Chandra/Hubble (galáxia UGC 5189A)
Essa descoberta pode ajudar os astrônomos a entenderem por que algumas das supernovas são muito mais poderosas do que outras.
No
dia 3 de Novembro de 2010, uma supernova foi descoberta na galáxia UGC
5189A, localizada a 160 milhões de anos-luz de distância. Usando dados
do telescópio All Sky Automated Survey no Havaí, obtidos anteriormente,
os astrônomos determinaram essa explosão de supernova no começo de
Outubro de 2010 (tempo da Terra).
A imagem
composta acima da UGC5189A, mostra os dados de raios X do Chandra em
roxo e os dados ópticos do mesmo objeto obtidos pelo telescópio espacial
Hubble em vermelho, verde e azul. A SN2010jl é a fonte muito brilhante
de raios-X perto do topo da galáxia.
Uma equipe
de pesquisadores usou o Chandra para observar essa supernova em Dezembro
de 2010 e novamente em Outubro de 2011. A supernova foi uma das mais
luminosas que já foram detectadas em raios X.
Os
resultados dessas observações foram publicados num artigo que apareceu
na edição de 1 de Maio de 2012 do The Astrophysical Journal Letters.
Um par de galáxias sobrepostas
A NGC 6670 (também conhecida como UGC 11284) é um par de galáxias
sobrepostas interagindo e que são vistas de lado desde a Terra.
Fonte: ESA
© Hubble (NGC 6670)
As
galáxias envolvidas nessa interação são a NGC 6670E e a NGC 6670W
separadas por apenas 50.000 anos-luz de distância e localizadas a 400
milhões de anos-luz na constelação de Pavo.
Entretanto,
apesar de não se identificar nenhum aspecto de maré opticamente, os
astrônomos detectaram uma cauda de H I de aproximadamente 295.000
anos-luz de comprimento, o que sugere que as galáxias estão interagindo e
que já experimentaram uma aproximação. As galáxias foram perturbadas
por uma interação. Em particular a NGC 6670E parece ter sido quase que
destruída.
As observações mostram que a
aproximação prévia entre as galáxias tiveram um grande impacto e que
elas estão agora nos estágios iniciais de uma segunda interação. A NGC
6670 apesar de estar ainda nos estágios iniciais de uma interação, há
evidências de explosões de estrelas. A NGC 6670 brilha no infravermelho
com uma luminosidade mais de cem bilhões de vezes maior que a
luminosidade do nosso Sol.
terça-feira, 22 de maio de 2012
Lançamento de 1º foguete privado é realizado com sucesso
Lançamento do Falcon 9, da empresa SpaceX, abre uma nova era de voo espacial
Foto: AP
Depois de vários adiamentos e da suspensão já em contagem regressiva do último sábado, finalmente nesta terça-feira foi realizado com sucesso o primeiro lançamento de um foguete privado rumo à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
O foguete Falcon 9, da empresa SpaceX, decolou às 4h44 de Cabo Canaveral, na Flórida (Estados Unidos), abrindo uma nova era de voo espacial.
Ele transportava uma cápsula chamada Dragão, que é embalada com meia tonelada de carga. Três minutos depois do lançamento, o segmento com os motores se separou e foram ligados os propulsores da segunda parte. Com nove minutos de voo, a cápsula Dragon se separou do segundo segmento do foguete Falcon 9 e ficou em sua própria órbita, onde desdobrará suas telas de captação de energia solar, e a navegação dependerá de seus próprios foguetes de direção.
Na quinta-feira a cápsula se aproxima da ISS, quando deverá realizar uma série de manobras para se encaixar na estação, situada a 385 km da Terra.
A Nasa concluiu no ano passado o programa das naves, com o qual durante 30 anos realizou suas missões espaciais e com o qual abastecia periodicamente a ISS. A agência outorgou à empresa SpaceX um contrato de US$ 1,6 bilhão para uma dúzia de missões de suas cápsulas Dragon.
Fonte: Terra.com
Newfound exoplanet may turn to dust
Researchers at MIT, NASA and elsewhere have detected a possible planet,
some 1,500 light years away, that appears to be evaporating under the
blistering heat of its parent star. The scientists infer that a long
tail of debris — much like the tail of a comet — is following the
planet, and that this tail may tell the story of the planet’s
disintegration. According to the team’s calculations, the tiny
exoplanet, not much larger than Mercury, will completely disintegrate
within 100 million years.
The team found that the dusty planet circles its parent star every 15 hours — one of the shortest planet orbits ever observed. Such a short orbit must be very tight and implies that the planet must be heated by its orange-hot parent star to a temperature of about 3,600 degrees Fahrenheit. Researchers hypothesize that rocky material at the surface of the planet melts and evaporates at such high temperatures, forming a wind that carries both gas and dust into space. Dense clouds of the dust trail the planet as it speeds around its star.
“We think this dust is made up of submicron-sized particles,” says co-author Saul Rappaport, a professor emeritus of physics at MIT. “It would be like looking through a Los Angeles smog.”
The group’s findings, published in Astrophysical journal are based on data from the Kepler Observatory, a space-based telescope that surveys more than 160,000 stars in the Milky Way. The observatory records the brightness of each star at regular intervals; scientists then analyze the data for signs of new planets outside our own solar system.
A curiously stellar case
Astronomers using the Kepler satellite typically identify exoplanets by looking for regular dips in a star’s brightness. For example, if a star dims every month, one possibility is that the dimming is due to a planet that travels around the star over the course of a month; each time the planet travels in front of the star, the planet blocks the same small amount of light.
However, Rappaport and his colleagues came across a curious light pattern from a star dubbed KIC 12557548. The group examined the star’s light curves, a graph of its brightness over time, and found that its light dropped by different intensities every 15 hours — suggesting that something was blocking the star regularly, but by varying degrees.
The team considered several explanations for the puzzling data,
including the possibility that a planetary duo — two planets orbiting
each other — also orbited the star. (Rappaport reasoned that the
planetary pair would pass by the star at different orientations,
blocking out different amounts of light during each eclipse.) In the
end, the data failed to support this hypothesis: The dimming every 15
hours was judged far too short a period to allow sufficient room for two
planetary bodies orbiting each other, in the same way that Earth and
the moon together orbit the sun.
A dusty idea
Instead, the researchers landed on a novel hypothesis: that the varying intensities of light were caused by a somewhat amorphous, shape-shifting body.
“I’m not sure how we came to this epiphany,” Rappaport says. “But it had to be something that was fundamentally changing. It was not a solid body, but rather, dust coming off the planet.”
Rappaport and his colleagues investigated various ways in which dust could be created and blown off a planet. They reasoned that the planet must have a low gravitational field, much like that of Mercury, in order for gas and dust to escape from the planet’s gravitational pull. The planet must also be extremely hot — on the order of 3,600° F.
Rappaport says there are two possible explanations for how the planetary dust might form: It might erupt as ash from surface volcanoes, or it could form from metals that are vaporized by high temperatures and then condense into dust. As for how much dust is spewed from the planet, the team showed that the planet could lose enough dust to explain the Kepler data. From their calculations, the researchers concluded that at such a rate, the planet will completely disintegrate within 100 million years.
The researchers created a model of the planet orbiting its star, along with its long, trailing cloud of dust. The dust was densest immediately surrounding the planet, thinning out as it trailed away. The group simulated the star’s brightness as the planet and its dust cloud passed by, and found that the light patterns matched the irregular light curves taken from the Kepler Observatory.
“We’re actually now very happy about the asymmetry in the eclipse profile,” Rappaport says. “At first we didn’t understand this picture. But once we developed this theory, we realized this dust tail has to be here. If it’s not, this picture is wrong.”
Dan Fabrycky, a member of the Kepler Observatory science team, says the model may add to the many different ways in which a planet can disappear.
“This might be another way in which planets are eventually doomed,” says Fabrycky, who was not involved in the research. “A lot of research has come to the conclusion that planets are not eternal objects, they can die extraordinary deaths, and this might be a case where the planet might evaporate entirely in the future.”
The research was funded by the National Science Foundation and the Natural Sciences and Engineering Research Council of Canada.
Fonte: Massachusettes Institute of Techonolgy
The team found that the dusty planet circles its parent star every 15 hours — one of the shortest planet orbits ever observed. Such a short orbit must be very tight and implies that the planet must be heated by its orange-hot parent star to a temperature of about 3,600 degrees Fahrenheit. Researchers hypothesize that rocky material at the surface of the planet melts and evaporates at such high temperatures, forming a wind that carries both gas and dust into space. Dense clouds of the dust trail the planet as it speeds around its star.
“We think this dust is made up of submicron-sized particles,” says co-author Saul Rappaport, a professor emeritus of physics at MIT. “It would be like looking through a Los Angeles smog.”
The group’s findings, published in Astrophysical journal are based on data from the Kepler Observatory, a space-based telescope that surveys more than 160,000 stars in the Milky Way. The observatory records the brightness of each star at regular intervals; scientists then analyze the data for signs of new planets outside our own solar system.
A curiously stellar case
Astronomers using the Kepler satellite typically identify exoplanets by looking for regular dips in a star’s brightness. For example, if a star dims every month, one possibility is that the dimming is due to a planet that travels around the star over the course of a month; each time the planet travels in front of the star, the planet blocks the same small amount of light.
However, Rappaport and his colleagues came across a curious light pattern from a star dubbed KIC 12557548. The group examined the star’s light curves, a graph of its brightness over time, and found that its light dropped by different intensities every 15 hours — suggesting that something was blocking the star regularly, but by varying degrees.
A dusty idea
Instead, the researchers landed on a novel hypothesis: that the varying intensities of light were caused by a somewhat amorphous, shape-shifting body.
“I’m not sure how we came to this epiphany,” Rappaport says. “But it had to be something that was fundamentally changing. It was not a solid body, but rather, dust coming off the planet.”
Rappaport and his colleagues investigated various ways in which dust could be created and blown off a planet. They reasoned that the planet must have a low gravitational field, much like that of Mercury, in order for gas and dust to escape from the planet’s gravitational pull. The planet must also be extremely hot — on the order of 3,600° F.
Rappaport says there are two possible explanations for how the planetary dust might form: It might erupt as ash from surface volcanoes, or it could form from metals that are vaporized by high temperatures and then condense into dust. As for how much dust is spewed from the planet, the team showed that the planet could lose enough dust to explain the Kepler data. From their calculations, the researchers concluded that at such a rate, the planet will completely disintegrate within 100 million years.
The researchers created a model of the planet orbiting its star, along with its long, trailing cloud of dust. The dust was densest immediately surrounding the planet, thinning out as it trailed away. The group simulated the star’s brightness as the planet and its dust cloud passed by, and found that the light patterns matched the irregular light curves taken from the Kepler Observatory.
“We’re actually now very happy about the asymmetry in the eclipse profile,” Rappaport says. “At first we didn’t understand this picture. But once we developed this theory, we realized this dust tail has to be here. If it’s not, this picture is wrong.”
Dan Fabrycky, a member of the Kepler Observatory science team, says the model may add to the many different ways in which a planet can disappear.
“This might be another way in which planets are eventually doomed,” says Fabrycky, who was not involved in the research. “A lot of research has come to the conclusion that planets are not eternal objects, they can die extraordinary deaths, and this might be a case where the planet might evaporate entirely in the future.”
The research was funded by the National Science Foundation and the Natural Sciences and Engineering Research Council of Canada.
Fonte: Massachusettes Institute of Techonolgy
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Eclipse cria "anel de fogo" estilo Senhor dos Anéis
O Sol e a Lua se alinharam no último domingo (20) sobre a Terra num raro evento astronômico, o eclipse anular, que obscureceu partes da Ásia e da América do Norte, criando por alguns instantes um anel de fogo no céu.
Num campo de Utah, milhares de pessoas reunidas para apreciar o fenômeno aplaudiram, gritaram e até uivaram durante o auge do eclipse.
Brent Sorensen, professor de Física da Universidade do sul de Utah, levou seis telescópios para oferecer aos curiosos na localidade rural de Kanarraville.
— A maravilha disso, a pura coincidência de isso poder acontecer, isso me deslumbra totalmente.
Esse foi o primeiro eclipse anular que pôde ser visto nos EUA desde 1994, e o próximo será em 2023.
Ele ocorre quando a Lua está no seu ponto mais distante da Terra e, ao passar diante do sol, cobre mais de 90 por cento dos seus raios, deixando apenas uma borda exposta.
O anel foi visível durante quatro minutos para quem estava bem no centro da faixa terrestre voltada para o fenômeno.
domingo, 20 de maio de 2012
Pulsar pode desafiar Einstein
Os objetos mais densos do Universo têm um novo campeão de pesos pesados:
um pulsar tão pequeno que pode ocupar uma área de quase 100 km² mas que
tem uma massa 2,04 vezes a do Sol.
© NASA (ilustração do pulsar J0348+0432)
O
pulsar poderá ser usado para ajudar a testar a teoria da relatividade
geral de Einstein, mas a sua própria existência pode colocar esta teoria
científica em risco.
Os pulsares são
"cadáveres" estelares com uma rápida rotação que varrem o céu como um
farol com um feixe de ondas de rádio à medida que rodam. Os pulsares
mais rápidos encontram-se em sistemas binários com outro objeto como uma
estrela ou uma anã branca. O pulsar roda mais rápido ao roubar material
da sua companheira. Esta combinação pode continuar por bilhões de anos
até que os objetos colidem e fundem-se.
De
acordo com a teoria da relatividade geral de Einstein, que descreve como
a gravidade funciona, os dois corpos excitam fortes ondulações no
espaço-tempo - ondas gravitacionais - à medida que espiralam na direção
um do outro. Embora as ondas gravitacionais não tenham sido observadas
diretamente, temos fortes evidências da sua existência. O estudo destes
sistemas binários com pulsares pode ser uma boa maneira de as observar e
de verificar que as previsões da relatividade geral são verdadeiras.
O
pulsar J0348+0432, recentemente intitulado como o pulsar mais massivo
conhecido. O pulsar apareceu num estudo através do telescópio Green Bank
no estado americano da Virginia do Oeste, quando o telescópio estava
parcialmente parado para reparos. Durante meses, a gigantesca antena com
100 metros não pôde ser dirigida.
A
pesquisadora Victoria Kaspi da Universidade McGill em Montreal, Canadá
apresentou a sua nova descoberta na Conferência Harvard-Smithsonian de
Astrofísica Teórica em Cambridge, Massachusetts, EUA, esta semana.
Ela
e seus colegas identificaram o pulsar graças aos pulsos de rádio que
emite a cada 39 milissegundos. Está numa íntima órbita binária com uma
anã branca, um outro tipo de cadáver estelar e menos denso, com 0,172
vezes a massa do Sol. A comparação do modo como os dois objetos oscilam
nas suas órbitas permitiu à equipe calcular a massa do pulsar: 2,04
vezes a massa do Sol, até agora inédita. O anterior detentor do recorde
tinha uma modesta massa de 1,97 sóis.
O par de
objetos é um laboratório particularmente bom para testar a relatividade
geral devido à diferença entre a massa do pulsar e a massa da anã
branca. Em algumas teorias alternativas da gravidade que poderiam
assumir se a relatividade geral possa revelar incorreta, a estrela de
nêutrons poderá sentir efeitos gravitacionais dentro de si que a
relativamente esbelta anã branca não tem. Estes efeitos podem distorcer a
gravidade e libertar ondas gravitacionais extras, aumentando a
velocidade de atração entre os dois objetos, um efeito que os astrônomos
podem observar mesmo sem ver as ondas gravitacionais diretamente.
"Podemos começar a restringir a gravidade num regime totalmente novo," afirma Kaspi.
Mas
a massa extra do pulsar pode ser um problema para a relatividade geral.
Os pulsares aglomeram a sua massa numa bola com até 20 ou 24 km de
diâmetro. As teorias de como os átomos colapsam em espaços tão apertados
prevêem que as estrelas de nêutrons não podem ficar com massas
superiores a duas massas solares, ou serão forçadas a colapsar num
buraco negro.
"Se o próximo detentor do recorde
tiver muito mais que 2 massas solares, então temos que rever algumas das
nossas teorias, possivelmente até pensar em modificações na
relatividade geral," afirma Feryal Ozel da Universidade Estatal do
Arizona em Tucson, EUA. Ozel está à espera que a incerteza acerca da
massa do novo pulsar diminua antes que comece a preocupar-se, mas "2,04
massas solares está quase no ponto em que temos que verificar tudo".
Mas outros cientistas pensam que é demasiado cedo para nos preocuparmos com um novo desafio a Einstein.
Scott
Hughes, professor associado de física no Instituto de Tecnologia do
Massachusetts, não está preocupado com a descoberta. "A gravidade é um
item na lista dos porquês da massa do pulsar ser tão alta. Mas está
muito abaixo na lista. Sabe-se muito pouco acerca do material nuclear a
estas densidades, mas as equações plausíveis do estado acomodam estrelas
desta massa dentro dos padrões sem real dificuldade."
Fonte: New Scientist
sábado, 19 de maio de 2012
Lançamento de foguete privado é abortado na contagem regressiva
O tão esperado lançamento do primeiro voo privado rumo à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), com o foguete Falcon 9, da SpaceX, foi abortado nos últimos segundos, quando já era feita a contagem regressiva, informou a Nasa.
A missão era destinada a iniciar uma nova era para o transporte espacial. O plano seria lançar a cápsula não tripulada Dragon, com mais de meia tonelada de carga, rumo à estação orbital, da Base da Força Aérea em Cabo Canaveral, Flórida (sudeste dos Estados Unidos).
A contagem regressiva foi iniciada e todos os sistemas pareciam funcionar normalmente, mas os motores não acenderam. Minutos depois, a Nasa indicou que o lançamento fora suspenso. Segundo a agência espacial americana, uma primeira revisão dos sistemas mostrava uma pressão muito alta na câmara de um dos motores do foguete.
Segundo o fundador e presidente executivo da SpaceX, Elon Musk, um problema no motor do foguete impediu o lançamento. A pressão em uma câmara de um dos motores do primeiro estágio do Falcon "excedia levemente o limite técnico", anunciou Nusk em sua conta do Twitter. "Reajustaremos este limite para realizar uma nova tentativa nos próximos dias", acrescentou.
A Nasa e a empresa Space Exploration Technologies (SpaceX), proprietária da cápsula não tripulada Dragon, concederão uma entrevista coletiva dar mais detalhes sobre a missão frustrada. O lançamento, que já fora postergado duas vezes no último mês, foi inicialmente reprogramado para 22 de maio. A cápsula deveria partir de Cabo Canaveral, no sul da Flórida, para acoplar-se quatro dias depois à ISS, a 385 km da Terra.
A Nasa concluiu no ano passado o programa das naves, com o qual durante 30 anos realizou suas missões espaciais e com o qual abastecia periodicamente a ISS. A agência outorgou à empresa SpaceX um contrato de US$ 1,6 bilhão para uma dúzia de missões de suas cápsulas Dragon.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Com três tripulantes a bordo, Soyuz se acopla com sucesso à ISS
A nave russa Soyuz TMA-04M, lançada na última terça da base
cazaque de Baikonur com três tripulantes a bordo - os russos Gennady
Padalka e Sergey Revin e o astronauta da Nasa Joe Acaba - se acoplou
nesta quinta-feira com sucesso à Estação Espacial Internacional (ISS, na
sigla em inglês).
A nave se enganchou ao porto de acoplamento do módulo Poisk, que faz parte do segmento russo da ISS, informou o Centro de Controle de Voos Espaciais (CCVE) da Rússia, citado pela agência Interfax.
Os três astronautas foram recebidos por outros três tripulantes da plataforma internacional: o russo Oleg Kononenko, o holandês André Kuipers e o americano Donald Pettit.
A duração da missão espacial de Padalka, Revin e Acaba será de 126 dias. Eles serão testemunhas da histórica chegada à plataforma espacial do novo cargueiro americano Dragon, que será lançado pela Nasa em 19 de maio. Em caso de êxito, essa será a primeira nave espacial privada a acoplar-se à ISS. O comandante da missão será Padalka que, aos 53 anos, é um veterano cosmonauta que já viajou duas vezes à ISS e uma à lendária estação soviética MIR, totalizando 585 dias no espaço.
Para Acaba, ex-professor de ciências e matemática, que acedeu ao programa de astronautas da Nasa em 2004 e voou ao espaço nas hoje aposentadas naves americanas, é a segunda missão à ISS. Já o russo Revin, de 46 anos, voa pela primeira vez ao espaço, embora faça parte do programa de pilotos da Roscosmos, a agência espacial russa, desde 1996.
Além dos tradicionais experimentos e caminhadas espaciais, a missão deve lançar um satélite que se encarregará de prever os prazos e o lugar da queda em nosso planeta dos restos de estruturas espaciais e satélites de comunicações. O programa científico da expedição inclui a realização de 40 experimentos em áreas como ecologia, medicina e física.
A nave se enganchou ao porto de acoplamento do módulo Poisk, que faz parte do segmento russo da ISS, informou o Centro de Controle de Voos Espaciais (CCVE) da Rússia, citado pela agência Interfax.
Os três astronautas foram recebidos por outros três tripulantes da plataforma internacional: o russo Oleg Kononenko, o holandês André Kuipers e o americano Donald Pettit.
A duração da missão espacial de Padalka, Revin e Acaba será de 126 dias. Eles serão testemunhas da histórica chegada à plataforma espacial do novo cargueiro americano Dragon, que será lançado pela Nasa em 19 de maio. Em caso de êxito, essa será a primeira nave espacial privada a acoplar-se à ISS. O comandante da missão será Padalka que, aos 53 anos, é um veterano cosmonauta que já viajou duas vezes à ISS e uma à lendária estação soviética MIR, totalizando 585 dias no espaço.
Para Acaba, ex-professor de ciências e matemática, que acedeu ao programa de astronautas da Nasa em 2004 e voou ao espaço nas hoje aposentadas naves americanas, é a segunda missão à ISS. Já o russo Revin, de 46 anos, voa pela primeira vez ao espaço, embora faça parte do programa de pilotos da Roscosmos, a agência espacial russa, desde 1996.
Além dos tradicionais experimentos e caminhadas espaciais, a missão deve lançar um satélite que se encarregará de prever os prazos e o lugar da queda em nosso planeta dos restos de estruturas espaciais e satélites de comunicações. O programa científico da expedição inclui a realização de 40 experimentos em áreas como ecologia, medicina e física.
Asteroides potencialmente perigosos à Terra
A NASA calcula que há 4,7 mil asteroides potencialmente perigosos para a
Terra, segundo os dados da sonda WISE, que analisa o cosmos com luz
infravermelha.
Fonte: NASA
© NASA/NEOWISE (asteroides com órbitas próximas à Terra)
As
observações da WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer) permitiram a
melhor avaliação da população dos asteroides potencialmente perigosos de
nosso Sistema Solar.
Esses asteroides têm
órbitas próximas à Terra e são suficientemente grandes para resistir à
passagem pela atmosfera terrestre e causar danos se caírem no nosso
planeta. Os novos resultados foram recolhidos pelo projeto NEOWISE, que
estudou, utilizando luz infravermelha, uma porção de 107 asteroides
potencialmente perigosos próximos à Terra com a sonda WISE para fazer
prognósticos sobre toda a população em seu conjunto.
Segundo
a NASA, há aproximadamente 4.700 deles, com uma margem de erro de mais
ou menos 1.500, que têm diâmetros maiores de 100 metros. Até o momento,
calcula-se que entre 20% e 30% desses objetos foram localizados.
"Fizemos
um bom começo na busca dos objetos que realmente representam um risco
de impacto com a Terra", disse Lindley Johnson, responsável pelo
Programa de Observação de Objetos Próximos à Terra, desenvolvido pela
NASA.
No entanto, "temos de encontrar muitos e
será necessário um grande esforço durante as próximas duas décadas para
encontrar todos os que podem causar graves danos ou ser destino das
missões espaciais no futuro".
A nova análise
também sugere que existam cerca de duas vezes mais asteroides
potencialmente perigosos do que se pensava anteriormente, e é provável
que estão localizados em "inclinação" de baixa órbita, que estão mais
alinhadas com o plano da órbita da Terra. Além disso, esses objetos de
menor inclinação, parecem ser um pouco mais brilhante e menor do que os
outros asteroides próximos da Terra que passam mais tempo longe da
Terra. Uma possível explicação é que muitos dos asteroides
potencialmente perigosos podem ter se originado de uma colisão entre
dois asteroides do cinturão principal que fica entre Marte e Júpiter. O
maior corpo com uma órbita de baixa inclinação pode ter se rompido no
cinturão principal, fazendo com que alguns dos fragmentos sejam lançados
em órbitas mais próximas da Terra.
Os resultados do NEOWISE foram aceitos para publicação no Astrophysical Journal.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Vênus transita em frente ao Sol em junho pela última vez até 2117
O planeta Vênus poderá ser visto em junho durante o trânsito em frente ao Sol, um fenômeno que não ocorrerá novamente até 2117 e ajudará na busca de exoplanetas, informou nesta quarta-feira (16) a revista britânica Nature.
Vênus, o segundo planeta do Sistema Solar em ordem de distância do Sol e o terceiro menor, transitará diante do "astro rei" entre 5 e 6 de junho, disse o astrônomo Jay Pasachoff, da Williams College (EUA), em um artigo publicado pela revista.
"Esperamos que o trânsito de Vênus nos proporcione uma visualização de exoplanetas", explicou o astrônomo. Apesar de Vênus ser visível a partir da Terra em poucas ocasiões, Pasachoff confia que neste ano a visualização seja melhor que a de 2004, já que a atividade solar é mais intensa agora.
Planetas solitários são abundantes na Via Láctea
Estudo mostra que os planetas solitarios compõem parte da massa invisivel e ajudam a transportar vida em nossa galáxia.
Um grupo internacional de cientistas acredita que existam muito mais planetas solitários na Via Láctea do que se pensava anteriormente. Em artigo publicado nesta quinta-feira na revista Astrophysics and Space Science, os pesquisadores sustentam essa teoria indicando que esses planetas são parte da matéria invisivel da nossa galáxia e que existam centenas de trilhões deles. Estudos anteriores falavam em centenas de bilhões de planetas solitários na Via Láctea.
O artigo, liderado pelo professor Chandra Wickramasinghe, da Universidade de Buckingham (Reino Unido), diz que esses planetas são primordiais, ou seja, foram originados pouco tempo após o surgimento do universo.
Os autores explicam que desde 1995, quando foi encontrado o primeiro exoplaneta — como é chamado um planeta fora do Sistema Solar —, cresceu o interesse dos cientistas em buscar planetas fora do Sistema Solar.
No caso dos planetas solitários, que são um tipo de exoplanetas, é difícil saber exatamente quantos existem. A dificuldade é causada pelo fato de eles serem invisíveis: eles não emitem luz própria e, como não orbitam estrelas, não recebem iluminação constante.
Para chegar ao número indicado no estudo, os cientistas fizeram cálculos a partir da matéria faltante da galáxia. Ou seja, a matéria cuja existência é comprovada por cálculos físicos, mas que não pode ser vista pelo homem.
Transportador de Vida — Outro dado importante destacado pelos cientistas nesse estudo é que os planetas solitários podem contribuir para o transporte de vida microbial pela Via Láctea.
Os cientistas calculam que um deles passa pelo centro do Sistema Solar em média a cada 26 milhões de anos. A cada trânsito, eles incorporam em sua superfície matéria de vida microbial presente na poeira cósmica do Sistema Solar e espalham esse material por toda a galáxia.
Para o astrofísico Amâncio Friaça, que não participou do estudo, os dados encontrados trazem considerações importantes para o entendimento do universo. "Os planetas primordiais são especialmente importantes para a astrobiologia, a disciplina que trata da vida no contexto cósmico", defende o cientista. "O estudo indica que eles [os planetas solitários] podem ser muito importantes para a panspermia, ou seja, o transporte de vida de um ponto da Galáxia para outro."
Um grupo internacional de cientistas acredita que existam muito mais planetas solitários na Via Láctea do que se pensava anteriormente. Em artigo publicado nesta quinta-feira na revista Astrophysics and Space Science, os pesquisadores sustentam essa teoria indicando que esses planetas são parte da matéria invisivel da nossa galáxia e que existam centenas de trilhões deles. Estudos anteriores falavam em centenas de bilhões de planetas solitários na Via Láctea.
O artigo, liderado pelo professor Chandra Wickramasinghe, da Universidade de Buckingham (Reino Unido), diz que esses planetas são primordiais, ou seja, foram originados pouco tempo após o surgimento do universo.
Os autores explicam que desde 1995, quando foi encontrado o primeiro exoplaneta — como é chamado um planeta fora do Sistema Solar —, cresceu o interesse dos cientistas em buscar planetas fora do Sistema Solar.
No caso dos planetas solitários, que são um tipo de exoplanetas, é difícil saber exatamente quantos existem. A dificuldade é causada pelo fato de eles serem invisíveis: eles não emitem luz própria e, como não orbitam estrelas, não recebem iluminação constante.
Para chegar ao número indicado no estudo, os cientistas fizeram cálculos a partir da matéria faltante da galáxia. Ou seja, a matéria cuja existência é comprovada por cálculos físicos, mas que não pode ser vista pelo homem.
Transportador de Vida — Outro dado importante destacado pelos cientistas nesse estudo é que os planetas solitários podem contribuir para o transporte de vida microbial pela Via Láctea.
Os cientistas calculam que um deles passa pelo centro do Sistema Solar em média a cada 26 milhões de anos. A cada trânsito, eles incorporam em sua superfície matéria de vida microbial presente na poeira cósmica do Sistema Solar e espalham esse material por toda a galáxia.
Para o astrofísico Amâncio Friaça, que não participou do estudo, os dados encontrados trazem considerações importantes para o entendimento do universo. "Os planetas primordiais são especialmente importantes para a astrobiologia, a disciplina que trata da vida no contexto cósmico", defende o cientista. "O estudo indica que eles [os planetas solitários] podem ser muito importantes para a panspermia, ou seja, o transporte de vida de um ponto da Galáxia para outro."
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Destroços de exoplanetas dão pistas sobre fim da Terra
Semelhanças entre nuvem de poeira e composição da
Terra ajudam cientistas a entender o que vai acontecer com o Sistema
Solar daqui a bilhões de anos.
Pesquisadores da Universidade de Warnick, do Reino Unido, encontraram
elementos químicos que compõem a Terra na atmosfera de quatro anãs Brancas
da Via Láctea. A presença dessas substâncias indica que a poeira que
circunda essas estrelas é formada por destroços de exoplanetas — como
são chamados os planetas fora do Sistema Solar. De acordo com os
cientistas, os resultados desse estudo, realizado com o telescópio Hubble, podem
ajudar a entender o que vai acontecer com os planetas do Sistema Solar
quando o Sol tiver sua energia nuclear esgotada, daqui a bilhões de
anos.
O Sol tem 4,57 bilhões de anos e deve existir por outros 5 bilhões
anos. Atualmente, a estrela produz energia a partir da fusão de
hidrogênio. No futuro, quando acabar o hidrogênio, a estrela passará a
promover a fusão de átomos de hélio, aumentando drasticamente sua
temperatura. Com isso, o Sol vai se tornar uma gigante vermelha,
empurrando suas camadas externas de gás, até engolir os planetas mais
próximos - e assim capturar elementos químicos estranhos à
estrela. Quando acabar o "combustível" da estrela, só sobrará seu núcleo
ultradenso. De gigante vermelha, o Sol se tornará então uma anã branca,
como as que foram observadas pela equipe britânica. Na atmosfera dessas
anãs brancas, a centenas de anos-luz, os cientistas encontraram oxigênio, magnésio, ferro e silício, elementos que compõem cerca de 93% da Terra.O professor Boris Gänsicke, do Departamento de Física da Universidade de Warnick, explica que o processo destrutivo que provocou a formação de discos de poeira em torno dessas anãs brancas, deve um dia acontecer em nosso próprio Sistema Solar. "Quando isso acontecer em nosso Sistema Solar, daqui a bilhões de anos, o Sol vai engolir os planetas Mercúrio e Vênus."
Morte do Sol — Não se sabe se a Terra será engolida pelo Sol em sua fase de gigante vermelha, mas os cientistas acreditam que, mesmo que o planeta resista, sua superfície será "assada". Já na fase seguinte, de acordo com Gänsicke, o Sol vai perder uma grande quantidade de massa e, portanto, força gravitacional. Com isso, todos os planetas vão se afastar da estrela.
Gänsicke explica que esse processo pode desestabilizar as órbitas e provocar colisões entre planetas. Esse fenômeno poderia estilhaçar completamente planetas terrestres, aqueles formados principalmente por materiais sólidos, formando uma grande quantidade de asteroides. O estudo será publicado no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
domingo, 13 de maio de 2012
A descoberta de uma galáxia anã no grupo local
Equipe liderada por astrônomo da Universidade da Califórnia(UCLA), EUA,
descobriu uma galáxia anã, companheira da galáxia NGC 4449 localizada a
12,5 milhões de anos-luz da Terra.
Fonte: Nature
© Subaru (galáxia NGC 4449 e a galáxia anã NGC 4449B)
Apelidada
de NGC 4449B, a galáxia havia escapado da poderosa visão do Hubble, mas
foi detectada pelo telescópio especializado Centurion 28, localizado na
Califórnia e projetado para captar imagens de amplas regiões do céu. Na
imagem acima a NGC 4449 está abaixo a esquerda e a NGC 4449B é a
galaxia avermelhada a direita e acima.
A galáxia
anã é a maior galáxia dentre outras anãs conhecidas “no grupo local” da
Via Láctea e Andrômeda. A NGC 4449B está esticada em um “S” tão grande
que sua dimensão se iguala à distância entre o centro de nossa galáxia e
a posição do Sol – próximo a uma de suas extremidades.
Um
encontro gravitacional estreito entre a galáxia anã e sua anfitriã NGC
4449 é evidenciado pela forma esticada de cometa apresentada pela NGC
4449B. Seu brilho muito fraco – 10 vezes menor que o brilho do céu
noturno e mil vezes mais fraco que o da Via Láctea – demonstra estar ela
em um “estágio de transição” caminhando para uma dissolução em breve,
segundo padrões astronômicos.
Já a galáxia
anfitriã NGC 4449 poderia ser algo como um fóssil vivo parecido,
provavelmente, com as galáxias após o Big Bang. Ela ainda está em grande
atividade, formando estrelas tão “furiosamente” que possui aglomerados
gigantes de jovens estrelas. Sua cor azulada – sinal de galáxia jovem –
pode ser observada por telescópios grandes amadores. Também possui um
núcleo, que poderia hospedar algum dia um buraco negro, e uma estrutura
irregular, pois lhe faltam braços espirais característicos de muitas
galáxias. Ela está cercada de um enorme complexo de gás de hidrogênio
que abrange uma extensão aproximada de 300.000 anos-luz, o que poderia
ser o alimento para sua explosão de formação estelar.
Imagens
mais aprofundadas da NGC 4449 revelaram também outras surpresas: um
estranho arco de estrelas que poderia ser uma galáxia ingerida e um
“halo notável” de estrelas velhas que parece consistir de duas partes.
Uma parte mais exterior desta população do “halo” não era cogitada pelos
astrônomos e torna a galáxia anfitriã equivalente em tamanho ao da Via
Láctea. Segundo Michael Rich, líder da equipe de pesquisa, a origem
destas estrelas antigas não é conhecida, mas talvez elas tenham sido
adquiridas quando galáxias similares à NGC 4449B caíram na NGC 4449 e
foram destruídas.
Descoberta uma rara anã marron
Uma equipe internacional de astrônomos liderados por David Pinfield da
Universidade de Hertfordshire encontrou uma anã marrom 35 vezes do
tamanho de Júpiter que é constituída de 99% de hidrogênio e hélio.
Fonte: Royal Astronomical Society
Descrita como ultra fria, tem uma temperatura de
apenas 400 graus Celsius e sua descoberta pode ser um passo fundamental
no sentido de ajudar a distinguir entre as anãs marrons e planetas
gigantes. O objeto recém-descoberto, conhecido como BD 01 2920B, orbita a
sua estrela a uma distância de 390 bilhões de quilômetros, ou cerca de
2.600 vezes a distância média da Terra ao Sol.
Anãs marrons são estrelas com massa suficiente para inflamar a fusão de hidrogênio em seus núcleos. Com o tempo, esfria com temperaturas de apenas algumas centenas de graus. São formadas como estrelas do colapso de uma nuvem molecular gigante algumas centenas de anos-luz de diâmetro, as anãs marrons em sistemas binários como este têm a mesma composição química da atmosfera, como sua estrela hospedeira.
Em contraste, os planetas gigantes são formados com uma química mais diversificada. Em nosso próprio Sistema Solar os planetas gigantes primeiro são formados como grandes núcleos sólidos, que, em seguida, são acrescidos de gás a partir do disco em torno deles. Isto conduziu a uma química diferente nas suas camadas exteriores. Por exemplo, quando a sonda Galileo entrou na atmosfera de Júpiter em 1995, verificou-se a proporção de metais (elementos mais pesados) sendo três vezes maior do que no Sol.
Tais diferenças permitem que os astrônomos discriminar entre os planetas e anãs marrons revelando seus mecanismos de formação.
A anã marrom foi detectada pela equipe, usando dados do satélite WISE (Wide-Field Infrared Explorer), do UKIRT (UK Infrared Telescope) no Havaí e do VISTA (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy) no Chile.
Anãs marrons são estrelas com massa suficiente para inflamar a fusão de hidrogênio em seus núcleos. Com o tempo, esfria com temperaturas de apenas algumas centenas de graus. São formadas como estrelas do colapso de uma nuvem molecular gigante algumas centenas de anos-luz de diâmetro, as anãs marrons em sistemas binários como este têm a mesma composição química da atmosfera, como sua estrela hospedeira.
Em contraste, os planetas gigantes são formados com uma química mais diversificada. Em nosso próprio Sistema Solar os planetas gigantes primeiro são formados como grandes núcleos sólidos, que, em seguida, são acrescidos de gás a partir do disco em torno deles. Isto conduziu a uma química diferente nas suas camadas exteriores. Por exemplo, quando a sonda Galileo entrou na atmosfera de Júpiter em 1995, verificou-se a proporção de metais (elementos mais pesados) sendo três vezes maior do que no Sol.
Tais diferenças permitem que os astrônomos discriminar entre os planetas e anãs marrons revelando seus mecanismos de formação.
A anã marrom foi detectada pela equipe, usando dados do satélite WISE (Wide-Field Infrared Explorer), do UKIRT (UK Infrared Telescope) no Havaí e do VISTA (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy) no Chile.
É
possível encontrar muitos planetas ao redor de outras estrelas através
da força gravitacional dos objetos candidatos nas estrelas que orbitam,
bem como imagens diretas utilizando as últimas e vindouras tecnologias
na óptica dos maiores telescópios. O problema é que as anãs marrons
compactas compartilham muitas características com os planetas gigantes,
dificultando a natureza do que foi detectado.
O novo trabalho foi possível graças a combinação de dados de solo e espaciais. Ao encontrar esses objetos raros em órbita ao redor de estrelas próximas, demonstra que vivemos em uma galáxia em que ambos os planetas gigantes e as anãs marrons são comuns.
O novo trabalho foi possível graças a combinação de dados de solo e espaciais. Ao encontrar esses objetos raros em órbita ao redor de estrelas próximas, demonstra que vivemos em uma galáxia em que ambos os planetas gigantes e as anãs marrons são comuns.
sábado, 12 de maio de 2012
A luz de uma super-Terra
O telescópioeEspacial Spitzer da NASA detectou a luz emanada de um exoplaneta conhecido como super-Terra pela primeira vez.
Fonte: Jet Propulsion Laboratory
© NASA (ilustração de exoplaneta orbita sua estrela)
Embora
o planeta não seja habitável, a detecção é um passo histórico na
direção de uma eventual pesquisa por sinais de vida em outros planetas.
O
Spitzer é pioneiro no estudo das atmosferas dos planetas distantes e
está pavimentando o caminho para que o telescópio espacial James Webb
aplique uma técnica similar em planetas potencialmente habitáveis.
O
planeta chamado de 55 Cancri e, cai numa classe de planetas conhecidos
como super-Terras que são mais massivos do que a nossa Terra mas mais
leve do que os planetas gigantes gasosos como Netuno. O planeta tem
aproximadamente o dobro do tamanho da Terra e pesa quase oito vezes mais
que o nosso planeta. Ele orbita uma estrela brilhante, chamada de 55
Cancri, com um período de apenas 18 horas.
Anteriormente,
o Spitzer e outros telescópios foram capazes de estudar o planeta
analisando como a luz da estrela 55 Cancri mudava à medida que o planeta
passava na sua frente. No novo estudo, o Spitzer mediu quanto da luz
infravermelha vem do próprio planeta.
© NASA (gráfico da radiação obtida com a presença do exoplaneta)
O
gráfico mostra diferença da radiação total capturada do sistema 55
Cancri da radiação da estrela, possibilitando calcular a radiação do
próprio exoplaneta.
Os resultados revelam que o
planeta provavelmente é escuro e a sua face que é voltada para a sua
estrela hospedeira tem uma temperatura de 2.000 Kelvin, quente o
suficiente para derreter o metal.
A nova
informação é consistente com uma teoria prévia que o planeta 55 Cancri e
é um mundo de água: um núcleo rochoso cercado por uma camada de água
num estado supercrítico onde ela é tanto líquida como gasosa e coberta
por uma camada de vapor.
“Ele poderia ser muito
similar ao planeta Netuno, se você empurrasse Netuno em direção ao nosso
Sol e observasse a sua atmosfera evaporar”, disse Michaël Gillon da
Université de Liège na Bélgica, principal pesquisador do trabalho que
aparece no The Astrophysical Journal. O autor líder é Brice-Olivier
Demory do Massachusetts Insitute of Technology em Cambridge.
O
sistema 55 Cancri é relativamente próximo da Terra, localizado a 41
anos-luz de distância. Ele tem cinco planetas, sendo o 55 Cancri e o
mais próximo da estrela e gravitacionalmente preso, ou seja, com uma de
suas faces sempre voltada para a estrela. O Spitzer descobriu que o lado
voltado para a estrela é extremamente quente, indicando que o planeta
provavelmente não tem uma atmosfera substancial para levar o calor da
estrela para o lado não iluminado.
O telescópio
espacial James Webb da NASA, que está sendo programado para ser lançado
em 2018, provavelmente será capaz de aprender mais sobre a composição do
planeta. O telescópio pode ser capaz de usar um método infravermelho
similar ao Spitzer para pesquisar outros planetas potencialmente
habitáveis por sinais de moléculas possivelmente relacionadas com a
vida.
“Quando nós concebemos o Spitzer a mais de
40 anos atrás, os exoplanetas não tinham sido descobertos”, disse
Michael Werner, cientista de projeto do Spitzer no Laboratório de
Propulsão a Jato da NASA em Pasadena na Califórnia. “Pelo fato do
Spitzer ter sido muito bem construído, ele é capaz de se adaptar ao novo
campo fazendo avanços históricos como esse”.
Em
2005, o Spitzer tornou-se o primeiro telescópio a detectar a luz de um
planeta além do Sistema Solar. Para a surpresa de muitos, o observatório
enxergou a luz infravermelha de um exoplaneta conhecido como Júpiter
quente, um planeta gasoso muito maior do que o sólido 55 Cancri e. Desde
então, outros telescópios, incluindo os parceiros do Spitzer na NASA, o
Hubble, e o Kepler, têm identificado aspectos similares com gigantes
gasosos usando o mesmo método.
Nesse método, um
telescópio observa uma estrela enquanto o planeta a circula. Quando o
planeta desaparece do campo de visão, a luz do sistema estelar cai
levemente, mas o suficiente para que os astrônomos possam detectar como a
luz vem do próprio planeta. Essa informação revela a temperatura do
planeta e a composição de sua atmosfera. A maior parte das outras
técnicas de caçar exoplanetas obtém medidas indiretas do planeta
observando o efeito na estrela.
Durante o
decorrer da missão estendida do Spitzer, vários passos foram dados com o
objetivo de melhorar sua capacidade única de observar exoplanetas,
incluindo o 55 Cancri e. Esses passos, incluindo as mudanças do ciclo de
aquecimento e o uso do instrumento de uma nova maneira, levaram a
melhorias como a grande precisão do telescópio no apontamento e
observação de seus alvos.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
O Sol não é veloz para gerar ondas de choque
A onda de choque espacial, que os cientistas acreditavam existir na
fronteira entre o Sistema Solar e o espaço interestelar, não existe.
Fonte: Science
© Hubble (estrela LL Orionis)
E
não existe porque o Sol se move através da galáxia a uma velocidade
menor do que havia sido calculado, com uma interação mais fraca com o
resto da galáxia.
A conclusão veio da análise
detalhada dos dados da sonda espacial IBEX (Interstellar Boundary
Explorer), lançada pela NASA em 2008 justamente para estudar nossos
limites interestelares.
Nosso Sistema Solar
viaja através da galáxia no interior de uma espécie de casulo, a
heliosfera, uma "bolha" formada por campos magnéticos e pelo vento
solar.
O limite da heliosfera, onde o vento solar interage com o resto da galáxia, marca a fronteira do Sistema Solar.
As
teorias indicavam que essa interação causava uma onda de choque,
semelhante ao chamado "boom sônico", que ocorre aqui na Terra quando um
avião ultrapassa a velocidade do som.
Mas os
novos dados indicam que o Sistema Solar não faz mais do que uma "marola"
no resto da galáxia - uma espécie de onda de proa, aquela que se pode
ver à frente de um navio que avança pelo mar.
Os
dados indicam que o Sistema Solar viaja pela galáxia a uma velocidade
de 83.680 km/h (23,2 km/s), "lento" demais para criar uma onda de
choque. Anteriormente, acreditava-se que essa velocidade era de 26,3
km/s.
© R. Casalegno (estrela BZ Cam)
"Embora
ondas de choque certamente existam à frente de muitas outras estrelas,
nós descobrimos que a interação do nosso Sol não atinge o limite crítico
para formar um choque. Assim, uma onda de proa é uma descrição mais
precisa do que está acontecendo à frente da nossa heliosfera," disse
David McComas, líder do estudo.
Os dados indicam
ainda que a pressão magnética do meio interestelar é mais forte do que
se calculava, o que exige velocidades ainda maiores para gerar uma onda
de choque.
"É muito cedo para dizer exatamente o
que esses novos dados significam para a nossa teoria da heliosfera.
Décadas de pesquisas exploraram cenários que incluíam uma onda de
choque. Todas essas pesquisas agora terão que ser refeitas com os novos
dados," disse McComas.
"No novo estudo, é como
se o Sol e sua heliosfera formassem um avião se movendo no meio
interestelar. Mas em vez de estar se movendo como um supersônico, ele
está se movendo como um avião normal", diz Gustavo Lima, astrofísico
brasileiro do Institut de Planétologie et d'Astrophysique de Grenoble,
na França.
Haverá certamente implicações, por
exemplo, para a forma como se calcula a propagação dos raios cósmicos
galácticos e como eles entram no Sistema Solar.
terça-feira, 8 de maio de 2012
Astrônomo da USP revela estrela 'gêmea' do Sol
O Sol tem um irmão gêmeo. Uma equipe internacional de cientistas, liderada pelo astrônomo peruano Jorge Meléndez, professor do Instituto de Astronomia da Universidade de São Paulo (IAG-USP), terminou a mais detalhada análise da estrela mais parecida com o Sol de que se tem conhecimento. Localizada a 200 anos-luz, o astro, catalogado como HIP 56948, é tão parecido que, caso fosse colocado no centro do Sistema Solar, os terráqueos não notariam a diferença. A pesquisa será publicada nas próximas semanas no periódico Astronomy & Astrophysics.
A HIP 56948 foi caracterizada por um satélite chamado Hipparcos (daí HIP 56948). A sonda foi lançada em 1989 pela agência espacial europeia e ficou funcionando até 1993. Nesse período, catalogou 100.000 estrelas, das quais cerca de 100 são muito parecidas com o Sol.
Os astrônomos já conhecem a HIP 56948 desde 2007. Nessa época, ela já era considerada uma grande candidata a gêmea solar, mais do que uma estrela chamada 18 Scorpius, que ocupava o posto de 'estrela mais parecida com o Sol' desde 1997. Os cientistas não sabiam, contudo, quão parecida era HIP 56948. Usando o telescópio Keck no Havaí, um dos maiores do mundo, eles agora têm certeza.
De acordo com Meléndez, a HIP 56948 é apenas 17 graus mais quente que o Sol. "Se considerarmos a margem de erro, que é de sete graus, é possível que os dois astros tenham a mesma temperatura", diz o cientista, em entrevista ao site de VEJA. O mesmo vale para a massa. "A diferença entre os astros é de apenas 2%."
Irmão mais novo — A principal diferença está na idade. "Essa gêmea solar é aproximadamente um bilhão de anos mais jovem", diz Meléndez. Isso quer dizer, de acordo com ele, que se tomarmos a Terra como parâmetro para o desenvolvimento de vidas complexas, alguma forma de vida avançada pode estar surgindo agora em um possível planeta orbitando a HIP 56948.
Os astrônomos ainda não sabem dizer se há planetas orbitando a gêmea solar. Mas há boas razões para supor que o sistema distante seja parecido com o Solar. A primeira delas é que a composição química da estrela é praticamente idêntica ao do Sol. Entender a composição química de uma estrela é muito importante para saber se ela 'doou' material suficiente para a formação de planetas a sua volta. O Sol, por exemplo, perdeu o equivalente a duas massas terrestres de elementos como o alumínio, ferro e níquel, em relação à média de todas as estrelas de sua classe. "A HIP 56948 perdeu 1,5", calcula Meléndez. De acordo com o pesquisador, esses elementos são usados justamente para a 'fabricação' de planetas.
A segunda razão é que os astrônomos ainda não identificaram nenhum planeta em volta da estrela. Apesar de isso soar como uma má notícia, trata-se do contrário. Os cientistas só poderiam ter encontrado algum planeta em tão pouco tempo se ele fosse ao mesmo tempo grande (tal como Júpiter) e próximo demais da estrela (como Mercúrio). Isso quer dizer que pelo menos nos primeiros 150 milhões de quilômetros ao redor da estrela (a distância entre a Terra e o Sol) não há nenhum gigante gasoso, o que abre espaço para planetas rochosos, como a Terra. A ideia agora é utilizar os poderosos instrumentos do observatorio europeu do sul, no observartorio de La Silla, para identificar planetas em volta de outras gêmeas do Sol.
domingo, 6 de maio de 2012
Anãs brancas consumindo planetas
Astrofísicos da Universidade de Warwick descobriram quatro anãs brancas
rodeadas por poeira oriunda de corpos planetários despedaçados, que no
passado tiveram composições parecidas à da Terra.
Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
© Mark A. Garlick (material rochoso em órbita de uma anã branca)
As
anãs brancas são o estágio final da vida de estrelas como o nosso Sol,
os núcleos residuais de material deixado para trás após se ter esgotado o
combustível necessário às suas reações nucleares. Usando o telescópio
espacial Hubble para desenvolver o maior estudo até à data da composição
química das atmosferas de anãs brancas, os investigadores descobriram
que os elementos mais frequentes na poeira em torno destas quatro anãs
brancas são o oxigênio, magnésio, ferro e silício - os quatros elementos
que constituem aproximadamente 93% da Terra.
No
entanto, uma observação ainda mais importante foi a da que este
material também contém uma proporção extremamente baixa de carbono, que
coincide de perto com a da Terra e dos outros planetas rochosos em torno
do Sol.
Esta é a primeira vez que tais baixas
concentrações de carbono foram medidas nas atmosferas de anãs brancas
poluídas por detritos. Não só é isto evidência clara de que estas
estrelas tiveram no passado pelo menos um exoplaneta rochoso agora
destruído, como também as observações devem mostrar a última fase da
morte destes mundos.
A atmosfera de uma anã
branca é constituída por hidrogênio e/ou hélio, por isso quaisquer
elementos pesados que entrem na sua atmosfera são atraídos para dentro
do núcleo e escondem-se em questão de dias graças à alta gravidade da
estrela. Isto possibilita observar a fase final da morte destes mundos à
medida que o material espirala para o interior das anãs brancas a
quantidades de 1 milhão de quilogramas por segundo.
Não
só são estas observações claras evidências de que as estrelas já
tiveram corpos exoplanetários rochosos agora destruídos, como uma anã
branca em particular, PG0843+516, pode também contar a história da
destruição destes mundos.
Esta estrela
destacou-se do resto do grupo graças à sobreabundância relativa dos
elementos ferro, níquel e enxofre na poeira descoberta na sua atmosfera.
O ferro e o níquel encontram-se nos núcleos dos planetas terrestres, à
medida que se afundam para o centro devido à gravidade durante a
formação planetária, tal como o enxofre graças à sua afinidade química
com o ferro.
Assim sendo, os pesquisadores
acreditam que estão observando a anã branca PG0843+516 no próprio ato de
engolir este material do núcleo de um planeta rochoso grande o
suficiente para atravessar a fase de diferenciação, um processo parecido
ao que separou o núcleo e o manto da Terra.
O
professor Boris Gänsicke do Departamento de Física da Universidade de
Warwick, que liderou o estudo, afirma ser provável que o processo
destrutivo que originou os discos de poeira em torno destas anãs brancas
distantes, surja um dia no nosso próprio Sistema Solar.
"O
que estamos atualmente vendo nestas anãs brancas a várias centenas de
anos-luz de distância pode muito bem ser um presságio do futuro muito
distante da Terra. À medida que estrelas como o nosso Sol chegam ao
final da sua vida, incham para se tornarem em gigantes vermelhas quando o
combustível nuclear nos seus núcleos se esgota."
"Quando
isto acontecer no nosso próprio Sistema Solar, daqui a milhares de
milhões de anos, o Sol engolirá os planetas mais interiores, Mercúrio e
Vênus. Não se sabe se a Terra irá sofrer o mesmo destino durante a sua
fase de gigante vermelha, mas mesmo que sobreviva, a sua superfície
ficará torrada."
"Durante esta transformação do
Sol em anã branca, irá perder uma grande quantidade de massa, e todos os
planetas irão mover-se para fora. Isto irá destabilizar as órbitas e
levar a colisões entre os corpos planetários, tal como aconteceu nos
primeiros dias instáveis do nosso Sistema Solar."
"Isto
poderá até destruir planetas terrestres por inteiro, formando grandes
quantidades de asteróides, alguns dos quais terão composições químicas
semelhantes às do núcleo planetário. No nosso Sistema Solar, Júpiter
provavelmente sobrevive incólume à evolução final do Sol, e espalhará
asteróides, novos e velhos, na direção da anã branca."
"É
inteiramente provável que em PG0843+516 estejamos vendo a acreção de
tais fragmentos feitos a partir de material do núcleo de um exoplaneta
terrestre."
A equipe da Universidade de Warwick
estudou mais de 80 anãs brancas até algumas centenas de anos-luz do Sol,
usando o instrumento COS (Cosmic Origin Spectrograph) a bordo do
telescópio Hubble.
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Astrônomos flagram buraco negro devorando estrela
.
Astrônomos americanos observaram em "tempo real" o momento em que um buraco negro supermaciço engolia uma estrela do qual se aproximou demais, um fenômeno excepcional que só ocorre uma vez a cada 10 mil anos, em média, em uma galáxia.
"Os buracos negros são um pouco como os tubarões. Consideramos, sem razão, que são máquinas perpétuas de matar. Na verdade, são tranquilos na maior parte da vida. Mas ocasionalmente, uma estrela se aventura perto demais e o frenesi carnívoro se desencadeia", explicou Ryan Chornock, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, co-autor do estudo publicado nesta quarta-feira na revista científica britânica Nature.
Acredita-se que a maioria das galáxias do universo abrigue um destes buracos negros supermaciços, com massa entre um milhão e um bilhão de vezes superior à do nosso sol. Alguns são detectados graças à intensa radição que emitem quando aspiram gás.
Mas se o entorno dos buracos for pobre em gás, as fagulhas ficam fracas e por isso fica difícil estudá-los, ao menos surpreendê-los em pleno almoço, como fizeram Chornock e Suvi Gezari, da universidade americana Johns Hopkins.
Em 31 de maio de 2010, por meio do telescópio Pan-STARRS 1, no Havaí, foi descoberta uma luz inesperada procedente de uma galáxia situada a 2,7 bilhões de anos-luz.
A luz foi se intensificando até alcançar seu ponto culminante em 12 de julho, antes de desaparecer gradativamente.
"Observamos a morte de uma estrela e sua digestão por parte do buraco negro em tempo real", explicou Edo Berger, que participou do estudo.
A luz emanada de um buraco negro supermaciço que estava até agora adormecido, com massa equivalente a três milhões de massas solares, equivale à do buraco negro situado no centro da nossa galáxia.
A estrela estava tão próxima que as "forças de maré" geradas pelo campo de gravidade do buraco negro a desmembraram. Os gases que a formavam foram aspirados pelo ogro cósmico, fazendo aumentar tanto a temperatura que produziram a luz detectada pelos astrônomos.
O "Sgr A*" (Sagittarius A estrela), buraco negro supermaciço da nossa galáxia, está prestes a engolir uma grande nuvem de gás, que se aproxima dele.
No verão de 2013, a nuvem se aproximará a 40 bilhões de quilômetros do "horizonte dos acontecimentos" do buraco negro, limite a partir do qual o que acontece é impossível de ser detectado.
Astrônomos americanos observaram em "tempo real" o momento em que um buraco negro supermaciço engolia uma estrela do qual se aproximou demais, um fenômeno excepcional que só ocorre uma vez a cada 10 mil anos, em média, em uma galáxia.
"Os buracos negros são um pouco como os tubarões. Consideramos, sem razão, que são máquinas perpétuas de matar. Na verdade, são tranquilos na maior parte da vida. Mas ocasionalmente, uma estrela se aventura perto demais e o frenesi carnívoro se desencadeia", explicou Ryan Chornock, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, co-autor do estudo publicado nesta quarta-feira na revista científica britânica Nature.
Acredita-se que a maioria das galáxias do universo abrigue um destes buracos negros supermaciços, com massa entre um milhão e um bilhão de vezes superior à do nosso sol. Alguns são detectados graças à intensa radição que emitem quando aspiram gás.
Mas se o entorno dos buracos for pobre em gás, as fagulhas ficam fracas e por isso fica difícil estudá-los, ao menos surpreendê-los em pleno almoço, como fizeram Chornock e Suvi Gezari, da universidade americana Johns Hopkins.
Em 31 de maio de 2010, por meio do telescópio Pan-STARRS 1, no Havaí, foi descoberta uma luz inesperada procedente de uma galáxia situada a 2,7 bilhões de anos-luz.
A luz foi se intensificando até alcançar seu ponto culminante em 12 de julho, antes de desaparecer gradativamente.
"Observamos a morte de uma estrela e sua digestão por parte do buraco negro em tempo real", explicou Edo Berger, que participou do estudo.
A luz emanada de um buraco negro supermaciço que estava até agora adormecido, com massa equivalente a três milhões de massas solares, equivale à do buraco negro situado no centro da nossa galáxia.
A estrela estava tão próxima que as "forças de maré" geradas pelo campo de gravidade do buraco negro a desmembraram. Os gases que a formavam foram aspirados pelo ogro cósmico, fazendo aumentar tanto a temperatura que produziram a luz detectada pelos astrônomos.
O "Sgr A*" (Sagittarius A estrela), buraco negro supermaciço da nossa galáxia, está prestes a engolir uma grande nuvem de gás, que se aproxima dele.
No verão de 2013, a nuvem se aproximará a 40 bilhões de quilômetros do "horizonte dos acontecimentos" do buraco negro, limite a partir do qual o que acontece é impossível de ser detectado.
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Estrelas são ejetadas de galáxia
Há cerca de um ano, causou estranheza a descoberta de planetas sem
estrelas, corpos celestes escuros, flutuando sozinhos no espaço, fora da
órbita de qualquer estrela.
© Michael Smelzer/U. Vanderbilt (estrela sendo ejetada de galáxia)
Recentemente,
uma equipe de astrônomos acaba de descobrir estrelas órfãs, sem
galáxias, flutuando livremente no espaço intergaláctico.
Os
astrônomos já conheciam 16 estrelas hipervelozes, uma velocidade
suficiente para que elas escapem da atração gravitacional da galáxia;
contudo, mesmo assim tão velozes, elas foram descobertas ainda no
interior da galáxia.
Agora foram identificadas
nada menos do que 675 estrelas já ejetadas, flutuando no espaço entre a
Via Láctea e a vizinha galáxia de Andrômeda.
As estrelas sem galáxias são estrelas vermelhas, o que significa que elas têm uma alta "metalicidade".
Em astronomia, metais são quaisquer elementos além do hidrogênio e do hélio na composição de uma estrela.
Uma
alta metalicidade indica que a estrela se formou no centro da galáxia.
Estrelas mais velhas e estrelas que nascem na borda das galáxias tendem a
ter menor metalicidade.
Como elas vêm do centro
da galáxia, o que é deduzido da sua alta metalicidade, os astrônomos
suspeitam de uma inusitada interação com o campo gravitacional do buraco
negro super maciço que se acredita existir no centro das galáxias.
O
primeiro cenário envolve um par de estrelas binárias pegas pela atração
gravitacional do buraco negro. Quando uma delas começa a espiralar em
direção ao buraco negro, sua companheira é arremessada para fora com uma
velocidade tremenda.
Uma segunda possibilidade é o buraco negro galáctico engolir um outro buraco negro menor.
Qualquer
estrela que se aventure muito perto desse binário de buracos negros
ficará sem orientação e, passando em uma posição precisa, será
arremessada pela gigantesca gravidade, em um processo similar ao impulso
gravitacional usado pelas sondas espaciais.
Fonte: The Astronomical Journal
Assinar:
Postagens (Atom)